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A Lenda
Comentários se espalham rapidamente
sobre uma série de misteriosos presentes
oferecidos nas cidades de Águas Profundas,
Everlund, Suzail e Arabel; moedas aparecem inesperadamente,
como se fosse por magia, nas mãos daqueles
que precisam.
Estes aparecimentos inesperados de moedas provavelmente
começaram a cerca de três estações
atrás, apesar da data que precisa não
ser correta, já que muitos dos seus beneficiários
mantiveram segredo sobre este assunto pelo tempo
em que puderam.
A explicação óbvia para
estes presentes seria um favor dos deuses, mais
provavelmente de Waukeen ou Tymora – mas
como os altos sacerdotes de ambas as crenças
tem fervorosamente e repetidamente negado causas
divinas (depois, em todos os casos, de dizerem
ter se comunicado diretamente com as suas divindades
sobre o que ficou conhecido primeiramente como
“as moedas ofertadas gentilmente”
e que foi abreviado para “Moedas Gentis”),
o mistério se aprofundou.
As moedas aparecem somente nas quatro cidades,
geralmente nos meses mais quentes, e sempre
na forma de sacos de tecido comum cheio de moedas
bem usadas e variadas, geralmente cunhadas em
Águas Profundas. Como muitos notaram,
a natureza, denominação e o acondicionamento
das moedas as fazem fácil de se gastar.
Às vezes, os sacos de moedas são
encontrados em alforjas ou despensas externas,
mas freqüentemente são arremessados
através das janelas ou pelas calhas das
residências. As beneficiárias são
raramente cabanas pobres, mas casas de trabalhadores
que já tiveram algum sucesso, mas que
decaíram ao limite da necessidade financeira
(conceito geralmente estendido para lojistas
e artesãos, ou pessoas em problemas com
credores).
A aparição das Moedas Gentis atraiu
o interesse dos Harpistas e das autoridades
nas quatro cidades. Várias investigações
têm descoberto mais beneficiários,
mas nada conseguiram saber sobre a identidade
do benfeitor. Mais do que isto, nenhuma conexão
(além da dificuldade financeira) parece
existir entre os beneficiários. Todos
eles ficam genuinamente confusos em relação
à origem das moedas e, na maioria dos
casos, ninguém, exceto os credores, fica
sabendo destas ocorrências.
Investigações dos Magos de Guerra
em Cormyr e os feitiços de sondagem da
Ordem Vigilante em Águas profundas não
apontaram nenhum credor de bom coração
como responsável, e a natureza bem usada
das moedas as faz impossíveis de serem
magicamente “lidas”, buscando-se
um usuário comum entre elas.
Como assuntos mais perigosos e urgentes se amontoam
acima destas e de outras autoridades nas quatro
cidades, as investigações estão
fadadas a serem “arquivadas”, apesar
de certos Harpistas continuarem examinando e
escutando.
A preocupação Harpista (ou como
Lady Cylyria Dorso de Dragão do Salão
do Crepúsculo colocou, “a curiosidade
que corre ainda mais forte em nossas veias”)
foi forte o suficiente para levar Storm Mão
Argêntea a informar Elminster sobre o
assunto.
O Velho Mago do Vale das Sombras empreendeu
sua própria investigação,
descobrindo a verdade sobre o assunto, a qual
não dividiu com ninguém, dizendo
a Storm somente que ele iria “fazer isto
no tempo certo”.
As línguas soltas pela bebida nas tavernas,
é claro, nunca param de ter curiosidade
de inventar, e de modo divertido e incansável,
criam centenas de estórias fantásticas
sobre quem está entregando estas moedas.
Estas vão de um mago ou drows ou yuan-tis
ou ilítides espalhando maldições
ou influenciando mentes através de feitiços
colocados nas moedas (que irão afetar
todos que a manusearem) a de um funcionário
“justiceiro” de algum lugar que
está lentamente esvaziando um tesouro
real, devolvendo os impostos para o povo, ou
um grupo de tesoureiros conspirados que servem
vários nobres cruéis em Águas
Profundas ou Cormyr ou em ambas, que estão
empobrecendo seus empregadores doando as moedas
para os necessitados que precisam gasta-las
rapidamente, não deixando, portanto,
nenhuma pista que possa ser prontamente seguida.
A estória mais popular, entretanto, envolvendo
as “Moedas Gentis”, as coloca como
sendo uma sociedade secreta de viúvas
ricas que estão sendo influenciadas por
uma divindade caprichosa – ou impelida
a filantropia por um deus que as ameaça
abertamente com um castigo divino ou com a recusa
de recompensas após a morte caso estas
não dividam as suas fortunas. A Moedas
Gentis, dizem, paga bem aos ladrões para
entregar as moedas com discrição
e agilidade para eles, enquanto assistem de
carruagens próximas.
Algumas estórias dizem até mesmo
que os entregadores são sovinas ou ladrões
atormentados por magia a fim de deixarem as
moedas nos locais selecionados, enquanto a Moedas
Gentis observa. Ainda há outras estórias
que dizem que a Moedas Gentis tenciona¬
diminuir o “poder dos poderosos”
e fazer todo povo igual, mas quer evitar conflito
a todo o custo, escolhendo assim este longo
e lento método para elevar as condições
da camada mais baixa da população.
Quem está por trás destes
atos de bondade? Descubra no próximo
artigo da série.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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