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O Fim de Xvim

Descrita por Marcelo Piropo


Personagens da aventura:

Os anões: Feldim Braço Forte; Fortum Barba Grande; Kragum Mata Orc; Windolfin Braço de Clanggedin Barba de Prata; Dumairin Polegar Sujo. Os humanos: Ajax filho de Felonte, Herói de Arabel; Kantras de Shadowdale; Adom de Mystra ; A Bruxa Coral; Diana de Tymora; Frogsong; Kelta Westingale; Adsartha; Iorek de Moradin, Defensor de Aglarond; Magnus de Helm; Cyric, O Príncipe das Mentiras. Os elfos: Arthos Darkfire; Fergal Hall; Kariel Elkendor; Elder Villayette "Lâmina Lunar" Elkendor; Halaur de Evereska; Parliin de Evereska; Siali de Evereska; Il'har de Evereska; Torcond de Evereska.


O Fim de Xvim


Os acontecimentos anteriores

A região de Cormyr foi invadida por um grande exército de goblinóides, liderados por Vorik Aris, conquistador humano herdeiro de Gondengal, o usurpador.  O antigo dragão Mor´ Har´Dur também está aliado deste.  Os inimigos cobiçam a poderosa espada élfica Ar'Cor´Querin e a Comitiva foi destacada para levá-la até o reino élfico de Evereska, a fim de desmontar o artefato e impedir que este caísse nas mãos do mal.  Durante a turbulenta viagem, receberam a ajuda de anões e encontraram o deus Cyric, alijado, pelo Deus da Destruição Bane, de seus poderes divinos.  Bane queria a espada e Cyric podia, com um resquício de sua divindade, percebê-lo.  Assim, mais por conveniência do que por agrado, a Comitiva incorporou, o agora mortal, Cyric em seu grupo.  Ao chegar em Evereska descobriram que a espada escondia uma chave, para abrir um artefato chamado a Orbe de Ogor, cujo poder poderia tornar deuses mortais.  De Evereska partiram, junto com um grupo de elfos em direção ao Abismo de Ogor, buscar a Orbe e em seguida à Águas Profundas para entregá-la na Escada Celestial, à Helm, o Deus Guardião.

A Comitiva Deixa Evereska

A Comitiva ainda estava reunida enquanto Kantras se aproximou do grupo dizendo: "Estou desgostoso da Comitiva.  Parto dentro de uma hora.  Estive com o Sr. Avarond e me decidi.  Virá comigo um grupo de elfos para o Abismo de Ogor."

Villayette conversa com Avarond sobre suas suspeitas e ao fim decide partir com Kantras para o Abismo.  Lilil impedida de partir por seu pai fica em Evereska mas diz a Feargal que assim que pudesse os encontraria.  Avarond consegue cavalos e diz que aquela seria a prova de que os elfos não estavam indiferentes com o que estava acontecendo, e então despede-se da Comitiva.

Terminado o prazo de uma hora, o grupo parte de Evereska e na cordilheira encontram Magnus, o paladino de Helm, e Frogsong, e, após uma breve explicação dos acontecimentos e da situação perigosa que iriam enfrentar, o grupo segue seu caminho em direção ao Abismo de Ogor.

No caminho, em meio a um pântano, o grupo percebe um pequeno exército formado por um misto de humanos e orcs ao longe, pelo caminho de onde vieram.  Quando aproximam-se um estandarte é erguido e a mão branca símbolo de Bane, Deus da Destruição, é mostrada.  Magnus sentindo a presença do mal, pára e vira-se contra os perseguidore.  Feargal o acompanha sob protesto dos demais companheiro.  Kariel e Villayette também resolvem ir em direção ao exército de Bane para observá-lo.

Um Ataque inesperado

O grupo para de frente ao exército organizado em fileira.  A Comitiva estava despreparada.  Alguns membros ainda decidindo o que fazer.  Quando o cavaleiro e sua montaria negra, comandante daquele destacamento sinistro, avista-os adianta-se, faz um sinal e uma fileira de soldados vem a frente.

Não há mais tempo para pensar, planejar ou fugir.  A batalha começa. Feargal e Magnus se antecipam.  Feargal tem seu cavalo atravessado por uma lança, sendo ele projetado para o meio dos atacante.  O unicórnio de Magnus teletransporta-se para junto de Kariel, evitando desta forma uma outra lança mortal.

A batalha torna-se fragmentada.  Grupos isolados lutam por suas vida.  Kariel prepara-se para lançar um encantamento quando percebe que o homem montado no pégaso negro não é outro senão Fzoul Chembryl, Patriarca da Igreja Negra de Bane, um dos nêmesis da Comitiva e dos homens mais poderosos de toda Faerûn.  Adiantando-se com sua montaria alada, o vilão posta-se a sua frente impedindo-o de lançar seu encantamento.  A Comitiva estava em uma situação delicada e perigosa.  Aqueles soldados não eram simples soldados.  Eram a elite.  Hábeis e perigosos, não se intimidavam.

Feargal, caído no meio do inimigo, consegue com uma manobra espetacular safar-se de quatro atacantes e quase ao mesmo tempo montar em um cavalo de um de seus oponentes.  Sob o cavalo ele pode ver a situação: a infantaria de elite do Zhentarim atacava seus companheiros e mais ao longe pôde ver um grupo de Cavaleiros Negros, que aguardava junto a um imenso orc em armadura negra.  Os elfos lançavam suas flechas e os anões desferiam poderosos golpes com seus machados e martelos.  Fortum, com seu Martelo do Trovão, derrubava vários inimigos.  Kantras, Adsartha e Adon lutavam contra vários oponentes.  Ajax mostrava toda sua perícia com seu gládio e sempre com golpes rápidos e precisos matava seus inimigos.  Kelta, preocupado com Coral e Diana, ataca à distância com suas flechas, e quando não vê Cyric fica apreensivo.

Arthos, após derrotar seu adversário segue disposto a atacar de surpresa Fzoul, que discutia com Kariel, mas não tem sucesso e o líder do Zentharim, em um átimo, provoca uma explosão mágica matando o cavalo de Arthos e lançando-o ao chão.  Kariel lança um relâmpago em Fzoul, que defende com sua maça.  Arthos decidido a derrubar Fzoul ataca a montaria do Clérigo de Bane, mas ele defende os ataques.  Kariel alerta Arthos de que ele é imune a projéteis e este então saca seu Sabre e atinge Fzoul.  O Patriarca, irado, lança o poderoso encanto conhecido como "Palavra de Comando: Morra" contra Kariel que, graça ao poder de Mystra não é afetado.  O Escolhido de Mystra pede para Arthos fugir, mas o inconseqüente elfo não lhe dá ouvidos e não obedece.  Kariel não vendo solução lança um poderoso relâmpago em Fzoul, mas o clérigo invoca uma coluna de chamas vinda do inferno que o defende, para surpresa de Kariel.

Magnus de Helm vê o grande orc junto aos Cavaleiros Negros e ignora os soldados da infantaria partindo para enfrentá-lo.  O orc, auto confiante, ri do jovem William Magnus e os dois começam um combate mortal.  O orc consegue uma pequena vantagem sobre o paladino de Helm e Feargal vendo que este estava em dificuldades resolve ajudá-lo.  Os Cavaleiros Negros que até o momento permaneciam impassíveis escolhem seus oponentes.  Um deles parte para atacar Feargal que não dá chances ao adversário, decepando-lhe a cabeça.  Outro Cavaleiro parte para Villayette e eles trocam golpes de espadas.  O adversário de Villayette preparava um golpe mortal contra o elfo, mas tomba morto e ao cair revela seu algoz, Cyric, que apareceu furtivamente salvando o elfo de um golpe brutal. Villayette agradece ao ex-deus, que diz:

"Veja, Villa, estamos sendo massacrados"

A Comitiva dispersa não teria chances contra inimigo tão organizado.  O Príncipe das Mentiras dizia uma verdade.  Fortum caíra, os elfos lutavam bravamente, mas muitos estavam feridos, o mesmo acontecia com os anões.  Kantras e Adsartha não resistiriam por muito mais tempo.  Era uma luta desigual.  Cyric sugere ao elfo que ambos fugissem para salvar suas vidas, mas Villayette não quer sair sem seus companheiros, nem iria deixá-los para trás.  Muitos deles já haviam salvado sua vida antes, e ele não iria abandoná-los.  Villayette pergunta por Kariel, e Cyric mostra-lhe a situação terrível em que Kariel se encontrava.  O elfo da Lâmina Lunar vê seu sobrinho lutando com Fzoul, o líder do Zhentarim e Clérigo de Bane.  Villayette diz a Cyric que precisava reunir os demais, monta em seu cavalo e vai em direção a Kelta.

Kelta, perseguido, adianta seu cavalo para tentar abater o cavaleiro a flechadas. Adon e Ajax partem para ajudar Kariel.

Fzoul, olhando para Kariel, mostra-lhe a batalha:

"Veja, Kariel! Seus amigos não durarão muito.  Parece que finalmente retirarei a Comitiva de seu caminho.  Não deseja desistir, enquanto ainda há tempo?"
Kariel por um segundo pensa em uma maneira de retirar-se, junto com seus amigos, mas não vê uma solução.  Nada consegue planejar.  Parece que a derrota era iminente e que morrer lutando seria a única opção honrada.  Neste momento, seus companheiros chegam velozes atrás de Fzoul.  Ajax ataca e é derrubado com um único golpe caindo desacordado.  Adon e Arthos atacam, mas Fzoul os derruba um por um com golpes que os arremessam a alguns metros.  Somente Kariel permanece em combate.

Feargal toma o lugar de Magnus na luta contra o orc, o que deixa o paladino irritado.  Mas ele conhece o temperamento do elfo e sabe que ele é impulsivo.  Resigna-se e então parte para combater contra outro inimigo.  Feargal troca golpes contra o gigantesco orc que tem uma habilidade impressionante, mas não o suficiente para intimidar o selvagem elfo que disfere poderosos golpes em revide.  Foi um embate cruel, onde o orc a cada golpe gabava-se do poder de Grummsh, deus máximo de seu povo, mas Feargal irritado disse ao Orc: "Farei com você o mesmo que Corellon fez com Grummsh.  Arrancarei seu olho.  Não, farei melhor, arrancarei os dois."  O elfo, com toda sua fúria berserker, acaba destroçando seu inimigo, que morre com o nome de sua divindade na memória.

Villayette encontra Kelta e anuncia sua intenção de reunir o grupo para bater em retirada.  O companheiro concorda e Villayette parte para o local onde Kantras e Adsartha lutavam.  Iorek também seguiu para o mesmo local.  Villayette chega e anuncia a Adsartha a retirada. Em meio a carnificina e a derrota, algo de fantástico acontece.

Intervenção Divina

Kariel trocava golpes com Fzoul.  Os corpos inertes de Ajax, Adon e Arthos ao redor.  A luta parecia perdida.  Fzoul novamente tenta fazer com que Kariel desista e oferece uma morte menos dolorosa:
"Diga-me, Kariel, onde repousa a Orbe do Mago Ogor, que para mim desejo.  Apenas diga e o sofrimento acaba."
"Se terei que morrer, Fzoul, morrerei com meu segredo."

Quando Fzoul preparava seu ataque derradeiro, uma aparição repentina o surpreendeu.
Uma bela mulher, jovem, de cabelos curtos como se rapaz fosse, apareceu envolta de uma imensa luminosidade, ofuscando todos no campo de batalha.  Postou-se diante de Fzoul e disse:
"Não tocarás em meu filho, Fzoul. Pare com o ataque e desista."
O Clérigo de Bane revoltado disse: "Não! Você não pode interferir!"  A jovem mulher olhou para Fzoul e respondeu:
"Sim, posso interferir.  Não pense que me derrotará.  Sou deusa e você não é mais que um mortal.  Além disso, muitos dos que aqui lutam são meus seguidores, ou lutam por minha causa, por isso agora interfiro."  E todos os integrantes da Comitiva, mais suas montarias, foram teleportados para um outro ponto do pântano, distante dos inimigos.

A bela e divina jovem aproximou-se de Ajax. Disse:
"Meu filho, me perdoe por ser uma mãe ausente.  "Ajax olha para a jovem e responde.
"Eu não tenho mãe", fala sem nenhuma magoa, apenas espantado, "minha mãe morreu quando eu nasci.  Ademais é muito jovem... não posso ser mais velho do que minha mãe!" A jovem respondeu:
"Não, Ajax.  Eu sou Tymora, Senhora da Sorte, sua mãe."  Todos estavam surpresos.  Ali diante deles estava a Deusa Tymora, revelada mãe de Ajax.  Kariel, Diana, Coral e Kelta reverenciam sua Deusa a quem muitas rezas têm dedicado, juntamente com os demais presentes.  Tymora, com seu filho nos braços, disse:
"Vim trazer-te um presente, meu filho."  E uma belíssima armadura com ilustrações de uma batalha futura aparece para Ajax.  Tymora ainda disse:
"Estas gravuras simbolizam o porvir."  Mas Ajax não entende o que sua mãe quis dizer com aquelas palavras.  Tymora se despede de todos e agradece aos seus fiéis.

Kariel, o mais devoto à Tymora, adiantou-se e prostrou-se diante da Deusa.  Tentou falar, mas a voz mal saiu.  Tymora sorriu e disse que a Comitiva tem o seu apoio.  Então desapareceu.

Um Triste Adeus

Ainda no pântano, após zelar dos feridos e tristemente constatar a morte do bravo elfo Il'har, Villayette, Kariel e os demais elfos da Comitiva decidem enterrar o guerreiro de Evereska.  Kantras se oferece para ajudar e fica decepcionado com o desrespeito de Iorek pela dor dos elfos que acabaram de perder um amigo.  Iorek, fanfarrão, mesmo na adversidade procurava brincadeiras e vinho.  Vociferou Kantras: "Mais uma vez a decepção enche a minha alma.  Mais uma vez a tão falada Comitiva me envergonha."  Feargal lança-se contra Kantras: "Seu moleque, vê como fala..." Kantras o encara. "Se levantar outra vez a voz contra mim, eu o desafiarei para um combate de honra."  Kelta separa a briga. "Kantras tem razão!"  Villayette, triste pela morte de um elfo, agradece a preocupação de Kantras, Príncipe do Vale das Sombras, e diz que ele não precisava se preocupar tanto, pois os elfos sempre foram ignorados pelos humanos no que diz respeito aos seus costumes.

Apesar de aquele lugar não ser apropriado, os elfos enterram seu companheiro e rezam para que Corellon leve a alma de Il'har em segurança para Arvandor, onde ele encontrará a paz e será coberto de glórias pela sua bravura.

Uma Briga

Quatro dias depois, a Comitiva alcança os Charcos Elevados.  O elfo Parliin de Evereska, após consultar o mapa, declara: "Estamos a meio dia de viagem do Abismo de Ogor."
 Cyric reúne a Comitiva.  Declara: "O mais acertado é que a Orbe fique comigo. Pensem bem. Viajar com o artefato até a Escada Celestial em Águas Profundas, será muito arriscado.  Todos a querem e dando-me poupam dificuldades, além de dar-me a vingança contra Bane, que também é inimigo de vocês."
"Não podemos confiar em você.  Quem nos garante que, tornando-se Deus, não nos vai matar?" falou Kelta.  Todos, exceto Iorek que partilhava da conclusão de Cyric, concordaram.  Magnus, que vinha em grande inocência, arguiu: "Cyric...Que mãe colocaria um nome pérfido destes em seu filho?" Iorek, língua solta, deixou escapar: "Mas Magnus.  Este não é um Cyric qualquer.  É o próprio Deus do Assassinato, Mentira, Decepção e Ilusão, que agora jaz decaído." "Então", fez o paladino sacando Hadrillys a espada encantada, "se é o Príncipe da Mentiras, e decaído, morrerá agora mesmo." E todos jogaram-se contra Magnus. "Deixa disso, deixa disso", entoaram em coro, "você não sabe tudo. Se a 'coisa' respira é por motivos outros."  Chamavam Cyric de "a coisa", tal era a repulsa em falar seu nome traiçoeiro.
Cyric gritava: "Deixa ele vir, deixa. Eu fodo com ele, venha. Ó, nem arma eu tenho, mas te fodo!"  Mais uma vez Kantras leva ordem a Comitiva.  "Cessem as brigas, não podemos perder tempo."  Adsartha regozijou-se com as palavras do marido.

Villayette, carregando o peso de suas responsabilidades, cansado e abatido, declara aos companheiros que discutiam: "Se vocês não pararem com isso, irei sozinho para o Abismo de Ogor."  Kariel que também estava insatisfeito com a situação concorda com o tio.  Tudo resolvido, eles partem.

No caminho para o Abismo de Ogor, Kelta aproxima-se de Fortum Barba Grande e então pergunta ao líder dos anões: "Você poderia ser um grande Deus e usar o poder da Orbe, Fortum.  É sábio e respeitável..."  Fortum horrorizado com a possibilidade de vir a ser um Deus respondeu quase que imediatamente: "Não amigo Kelta, ser Deus? Isso é uma blasfêmia.  Eu não quero ser um Deus. Nunca, por Moradin. Nem pense nisso"  Kelta suspira profundamente e então segue seu caminho junto a sua esposa.

O Abismo de Ogor

Ao entardecer a Comitiva chegou ao Abismo de Ogor.  Parliin guiou-os através da beirada do precipício até o ponto onde uma escalada deveria ser preparada.  "A Orbe jaz numa câmara.  Necessitamos descer cerca de 40 metros até uma antiga plataforma que dá para a porta de pedra."  "Parliin, não é arriscado?" Perguntou Kelta.  Quem respondeu foi o anão Windolfim: "De montanhas eu entendo.  Deixem as cordas comigo.  A descida será um conforto só."  E o anão mais Parliin começaram a desenrolar as cordas.

O ranger Iorek e o elfo, selvagem na raça e no agir, Feargal, saíram para reconhecer o terreno.  Ver se foram seguidos, e todas as coisas que se faz quando se está sendo caçado.  Retornando para os companheiros, viram Windolfin amarrar uma grossa corda numa pedra.  A beira do abismo, uma discussão entre os membros da Comitiva.  Alguns, como os elfos Kariel e Villayette e o humano Magnus querem proibir o deus caído Cyric de descer ao local onde encontra-se a Orbe.

Foi neste instante que do crepúsculo saltou uma força conhecida.  E o mal conhecido mete mais medo.  Num átimo, a potência destruidora encurralou a Comitiva na borda do abismo.  Era uma entidade feita mais de mal que de matéria, feita de horror, uma conjunção dos pavores ancestrais, daqueles pavores atávicos por todos carregados.  Era assim: essência de negrume com mãos, uma para agarrar, outra para empunhar sua grande cimitarra; anéis de fogo cobriam seu espectro.  Mas o mais medonho eram seus olhos verdes, não se sabe se de ódio, ou dor, ou ainda imoralidade, perversidade.  O som de sua voz que sugeria sair do próprio inferno, fez-se ouvir: "Porrtadorr, tu me não obedecestes.  Agora, aqui estou, apenas para fazê-lo meu lacaio no inferno."  Disse Xvim, filho do deus Bane.

Ninguém esperava, nem o demônio, nem a Comitiva, mas Iorek, o humano de Moradin, sacou Hadrillys da bainha de Magnus e partiu contra o diabo.  Silencioso, sua voz era o silvo da lâmina encantada.  A batalha iniciou.  Ajax, Fortum, Villayette e sua Lâmina Lunar, Feargal, Adsartha, foram estes os primeiros a seguir Iorek, todos investindo contra o filho de Bane, e atacá-lo era o mesmo que sentir o calor do inferno.

Kelta puxou Coral, gritava: "Venham, Diana, anões.  Deixem a batalha para aqueles favorecidos pelos Deuses."  E correu, afastando-se da borda do abismo.  Adon de Mystra o seguiu.  Os elfos de Evereska sacaram seus arcos e lançaram setas contra o ser ígneo.  Setas que, ou passaram por Xvim sem causarem dano, ou foram consumidas pelas chamas dos anéis de fogo. Assim, eles correram.

A escaramuça era travada na beira de uma profunda fenda.  Arthos não se juntou a batalha, preferiu ajudar Windolfim com as cordas.  Escutava o som de metal contra metal.  De metal cortando rocha, de trovões.  Assim são as lutas nesta incrível comitiva, se não é o adjetivo exagerado.  Finda a tarefa, as cordas estavam prontas para a escalada.

Magnus, sem a espada, que não é sua, mas de toda a Comitiva da Fé, viu-se sem condições de participar da luta. Vendo Cyric correr para a borda do abismo, antecipou-se.  Usou seu elmo mágico e transportou-se para a plataforma do abismo, deixando a luta a 40 metros para cima.  Postou-se diante da porta de pedra que dava para o salão da Orbe e parafraseando Helm no Tempo das Perturbações, disse de si para si: "Ninguém passará!"  Mas ao contrário do Deus Guardião, irá Magnus ceder em breve.

Cyric correu e jogou-se no abismo, plácido, quase como se mergulhasse num lago.  Pulou e agarrou-se na corda pendida.  Fez um pêndulo e caiu sobre a plataforma.  Tinha Cyric grande destreza.  Arthos pulou atrás dele, e quase despenca para a morte.

Diana assistiu de longe. Por pouco não revelou seu mais íntimo segredo para salvar seu marido.

"Saí da frente!" Gritou Cyric para Magnus.  E o Príncipe da Mentiras começou a sacar ferramentas de ladrão muito bem escondidas por todo o seu corpo..  Arthos desceu pela corda até a plataforma, vinha amarelo.  Por um triz não foi conhecer o fundo do abismo.  Arthos à maneira de Cyric também muniu-se de ferramentas ladinas. "Relaxa, Magnus, que você não é Helm, nem estamos no Tempo das Perturbações"   E Magnus os deixou passar.  Assim são os mortais, não se pode fiar em seus dizeres.  Cyric partiu para a porta e começou a violá-la.  Arthos o ajudou.

Na beira do Abismo de Ogor a batalha continuava.  O Escolhido, Kariel, lançava matizados feitiços contra Xvim, uns calhavam, outros minguavam.  Os espadachins tinham a quase totalidade dos seus golpes defendidos por uma cimitarra que parecia estar em todo lugar.

"Eles precisam de nós."  Disse Adon, patriarca da Igreja de Mystra, para Kelta.  Continuou: "Mystra pode encantar nossas armas, será temporário, mas somente assim poderemos batalhar."  Kelta hesitou antes de assentir.  Coral ficaria sozinha... Entretanto Adon já rezava, rogando a benção de Mystra.  Partiram para a peleja.

Xvim estava cercado.  Mas uma gigantesca criatura de escuridão e fogo, atente-se para o paradoxo, não pode ser cercada.  Via as pequenas criaturas mortais correrem a seu redor tentando um golpe certeiro.  Para mostrar sua superioridade agarrou Villayette.  O elfo lhe escapou das mãos.  Xvim tentou novamente; desta vez veio Feargal.  Xvim sentiu que a câmara da Orbe fora aberta.  Não havia mais tempo a perder.  O filho de Bane saltou no abismo. Saltou sem soltar Feargal

Feldin Braço Forte, grande guerreiro entre os anões, que estivera apagado na luta, saltou suicida atrás da criatura.  Dizia: "Escolhido, diga "está encantada!" "Foi-se. Kariel com um sorriso nos lábios, é esta hora para sorrir?, disse calmo: "Está encantada."  Dádivas de Escolhido de Mystra, foi dizê-lo e o machado estava.  Feldin agarrou-se ao pescoço de Xvim, que caía, e batia com o machado contra a cabeça do filho de Bane, fazendo voar fagulhas.

Fiando-se no seu anel mágico de queda suave, que ia desativado, Villayette saltou também.  Por fazê-lo um tanto atrasado, esticou os braços sobre a cabeça, a espada Lâmina Lunar apontando o fundo do abismo, foi contra o demônio como um ferrão.  Seguiu-o Iorek, que em nada se fiava; Kariel é que, prudente, sacou o pó de fada que faz voar e já havia derramado um pouco no ranger quando ele pulou.

O abismo parecia não acabar.  A queda de Xvim cessava lentamente.  Asas de fogo nasciam em suas costas.  Feargal, ainda nas mãos do demônio, golpeava-lhe a cara.  Braço Forte a cabeça.  Villayette enfiou sua espada feito ferrão na criatura, que gritou e começou a girar no ar.  Dois agora iam agarrados as suas costas e um ele mesmo agarrava.  Estes corajosos queimavam-se com as chamas de Xvim.  Era também um flagelo feri-lo.  Um sangue quente espirrava da ferida.  Juntava-se Iorek, que caía sobre o monstro golpeando-o com Hadrillys.

Cyric, Arthos e Magnus, após livrarem-se da porta de pedra, caminhavam por um corredor escuro. Inquirido por Cyric, Arthos apresentou suas tochas que iluminaram o caminho.  Mais a frente encontraram uma bifurcação.  A indecisão de Arthos faz com que ele pergunte a Cyric qual caminho tomar.  O ex-deus retira do bolso um pequeno dado e joga-o ao chão dizendo: "Par, direita; impar, esquerda. "Arthos, com um sorriso, pergunta ao humano: "É assim que você entende de labirintos?" Cyric limitou-se a um pequeno sorriso cínico.  Caminhando pelo corredor, eles chegaram a uma escada que levava a uma câmara um nível abaixo de onde eles estavam, e lá de cima eles podiam ver a Orbe, artefato prateado como se fosse feito de Mithrill.  Coberta de inscrições, runas antigas e desconhecidas, a esfera repousava sob seu pedestal.  Cyric não teve dúvidas ou hesitações, saltou sobre as escadas e correu em direção Orbe, diria-se como um homem que corria pela vida, ou para tirar o pai da forca.  Arthos, que não queria a Orbe nas mãos de Cyric, correu atrás dele, mas "a coisa" era muito veloz.  Magnus calmamente ativou a magia de seu elmo e teleportou-se para junto da Orbe pegando-a.  Não havia mais cargas em seu elmo.  Usara a última, que veio a calhar.  Ao ver que seu plano fora frustrado pelo paladino, Cyric perdeu a postura: "Não! não pode! Dê-me a Orbe, ela é minha.  Eu preciso dela..." Arthos coloca-se ao lado de Magnus. "Não, Cyric, a Orbe não é sua."

Kelta, debruçado sobre a beira do precipício, via o demônio ganhando asas e subir, voando em direção a plataforma.  Via também Feargal, seu amigo, enfraquecendo-se nas mãos do tanar'ri, queimando-se quando os anéis de fogo passavam por ele.  Pôs fé na intrínseca natureza dos objetos encantados, a de sempre conspirar para ter um portador.  Sabia que o anel não iria querer perder-se no fundo deste abismo; não que ganhasse asas, mas se sua mão não fosse imperfeita, o objeto mágico daria o seu jeito.  Foi quando gritou: "Feargal, segure o meu anel de proteção ao fogo."  E jogou o item para baixo.  O anel caiu veloz, girando solto.  Não foi perfeito o arremesso de Kelta, nem sabe-se se em meio aquela balbúrdia, Feargal escutou o aviso do amigo preocupado.  Ocorre apenas que o anel pousou entre os dedos do elfo; quase entrando em seu indicador.  O anel, para isto, adequou-se às medidas dos dedos de Feargal. Assuntos desta natureza e de muitas outras, Kelta as sabe.  Fora um mago de grande respeito. Hoje só confia na espada, mas certas coisas nunca se esquece.

Hadrillys, empunhada por Iorek, traz em si sortilégios antigos, magias das veneráveis bruxas de Rashmen.  Sua lâmina fora forjada para destruir demônios, se bem não se possa dizer ao certo quando ela cumprirá seus desígnios.  Em breve ela o fará.

Cyric, desesperado, corre para fora.  Quer alcançar a plataforma e pensar em algo novo, ter um novo plano... Xvim passa por ele.  Villayette perdeu os sentidos, tamanho o calor do filho de Bane; caindo para a morte.  Kariel, seu sobrinho tentou salvá-lo, direcionando sua queda para a plataforma no abismo, porém seu intento não tem sucesso.  Os braços de Cyric é que colhem o elfo, pouco antes deste despencar para a queda fatal.  Estão ambos prosternados na plataforma.  Cyric cobre o rosto.  Ele vê a figura gigantesca de Xvim pronta para pousar sobre eles.  Nestes poucos segundos ele despede-se da vida...

Iorek, agarrado ao pescoço do demônio, preparou mais um golpe, comum como qualquer outro.  Entretanto, Hadrillys, cujos caminhos são desconhecidos e os métodos menos ainda, decidiu-se por este momento.  Talvez porque agora o seu portador tenha chão onde ficar quando não mais houver demônio. "Não! não!" Grita Xvim, já sem sua arrogância de tanar'ri dos infernos.  O corpo do filho de Bane fez-se em miríades de pedaços, como estrelas cadentes foram para o fundo do abismo.  Só sua espada ficou, caída entre a vitoriosa Comitiva.

Em meio as comemorações Cyric leva Villayette para dentro, deixando-o em um local seguro e parte para avisar Magnus sobre a batalha que se trava nos corredores "Ele está aqui, o demônio está aqui."  Grita Cyric para Magnus "Ele vai matar todos. Deixe a Orbe comigo e vá ajudá-los" Magnus desconfiado não entrega a Orbe a Cyric e permanece impassível, mesmo diante da imensa explosão que a pouco sacudira o local.  Cyric continuou tentando persuadir o paladino a entregar-lhe a Orbe: "Ouviu? É o demônio.  Ele vai matar todos e depois entrará aqui para pegar a Orbe" Magnus resistindo à tentação de salvar seus amigos, mantêm-se firme e fica protegendo a Orbe, como se necessitasse redimir-se por deixar Cyric passar pela porta minutos atrás.

Kariel entra no corredor a procura de Villayette.  Encontrou-o mais a frente, desacordado, com um semblante sereno como se morto estivesse.  Então o Escolhido de Mystra utilizando um de seus encantamentos transfere um pouco de sua energia para seu tio, que permanecia inerte à beira da morte.  Villayette abre seus olhos e Kariel o repreende "estava louco? Por que pulou sem nenhuma proteção? Queria morrer?" Villayette bastante debilitado pelo combate, perguntou ao sobrinho: "Onde está o demônio, e os outros, então bem?" Kariel não conseguindo esconder sua felicidade responde: "O demônio foi destruído. Hadrillys o baniu para sempre."  Villayette que até o momento quase não sorrira deixou escapar um leve sorriso, e então pensou em sua esposa, que agora estaria livre das ameaças da besta.  Olhando ao redor ele pergunta: "Onde está minha espada?" então ele recorda, seu último golpe no demônio fora desferido fora da câmara, e que a sua Lâmina Lunar deveria ter caído no fundo do Abismo.

Kelta, Ajax e Widolfin juntaram-se aos demais integrantes da Comitiva que ainda comemoravam a vitória sobre o terrível demônio.  Arthos, que há pouco se juntara aos seus amigos, também comemorava.  Porém, foi somente quando viram Magnus aparecer trazendo a Orbe que todos realmente sentiram-se aliviados e esperançosos, pois agora haveria uma chance de sucesso para eles.  Villayette passando pelos amigos apoiado em Kariel, aproxima-se lentamente da borda da plataforma e aponta sua mão aberta para o fundo do abismo.  Todos olham tentando entender o que ele pretendia com aquele gesto, e então os que estavam próximo vêem um brilho vindo do fundo, lá de baixo, e a Lâmina Lunar sobe voando e lentamente pousa na mão de seu dono, que a coloca novamente na bainha.  O elfo volta-se para os demais com um tímido sorriso.  Arthos lamentava o desaparecimento da chave quando em um movimento involuntário, como se algo o incitasse a fazê-lo, Villayette lentamente põe a mão no bolso.  Retira a chave verdadeira, que abre o a Orbe de Ogor, para a surpresa de todos, inclusive dele mesmo, que acreditava estar com uma cópia sem valor.

Minutos depois toda a Comitiva estava reunida, era a hora de se decidir, o que fazer com a Orbe e com a chave? Arthos anuncia que ele poderia levar os dois itens, mas Villayette recusa-se a entregar a chave e olhando para os amigos disse: "O melhor a fazer é que uma outra pessoa leve a Orbe.  Eu continuarei levando a chave, desta forma caso sejamos atacados, um de nós poderá escapar com um dos itens" Todos concordam e Iorek pega a Orbe e esconde-a sobre suas vestes, virando-se em seguida para Feargal de maneira galhofeira comentando: "Veja, Feargal. Olhe como eu estou barrigudo" Feargal querendo não acreditar no que via responde para o amigo. "Iorek, se você não tivesse nascido, Moradin teria que lhe inventar".


Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

 

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