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A Escada Celestial
Descrita por Marcelo Piropo e Ricardo Iglesias
Personagens
da aventura:
O
anão: Feldim Braço Forte. Os humanos: Ajax filho de Felonte,
Herói de Arabel; Kantras de Shadowdale; Adom de Mystra; A Bruxa
Coral; Diana de Tymora; Frogsong; Kelta Westingale; Adsartha; Iorek
Jester Bergson de Moradin, Defensor de Aglarond; Magnus de Helm;
Tilwar de Tymora. Os elfos:
Arthos Darkfire; Feargal Rhal; Kariel Elkendor; Elder Villayette
"Moonblade" Elkendor; Halaur de Evereska; Parliin de Evereska; Siali
de Evereska; Torcond de Evereska; Maith Slenderbow
A Escada Celestial
A
Comitiva havia chegado à casa de Khelben "Cajado Negro" Arunsun.
Ele rude, como sempre fora com os integrantes daquela Comitiva,
os recebe, mas é obrigado a reconhecer que eles tinham um missão
importante. E disse ainda que eles deveriam completá-la sozinhos.
O que não era uma novidade para os demais, que estavam acostumados
a tal situação. Após dar pousada aos cansados integrantes
daquela Comitiva, ele desaparece dentro de sua torre.
Após um banho, e uma
refeição quente todos vão descansar, ou seria melhor dizer quase
todos, pois Arthos em sua total inconseqüência, se prepara para
sair deixando sua esposa Diana preocupada. E então ela segurando-o
pelo braço pergunta:
"Para onde vai, senhor Arthos?"
Ele com um sorriso cínico na
face responde à esposa.
"Vou recuperar o que eu perdi
em Cormyr. Quer vir comigo?"
Diana conhecendo a irresponsabilidade,
a falta de noção e a inconseqüência do marido, não pensa duas vezes
e o segue pelas ruas escuras da grande cidade.
Depois de
algum tempo eles entram no templo de Tymora, Deusa da Sorte. Ao
contrário dos demais templos que fecham ao anoitecer, encontra-se
fervilhante, com suas portas abertas e seus fiéis, que em sua grande
maioria eram aventureiros, que por uma dádiva da Deusa haviam conseguido
algum dinheiro, pequenas fortunas, nos famigerados corredores da
Montanha Subterrânea.
Arthos com seus olhos experientes
analisa os possíveis adversários e ao notar alguns aventureiros
na mesa de carteado vê ali a possibilidade de dobrar ou triplicar
seus ganhos, Consegue fazê-lo, limpando os infelizes apostadores.
Arthos está radiante e empolgado com as vitórias desta noite,
associando-as à presença de sua esposa, a maravilhosa Diana.
Um novo Mestre Harpista
Na Torre
Negra todos dormiam alguns completamente exaustos e outros também
estavam bastante feridos. Eles tinham que aproveitar o momento
para recuperar o máximo de energias para o dia seguinte. Não
tinham idéia de quem estava controlando o monte, mas deveriam chegar
à escada celestial a qualquer custo. Até mesmo Kariel, Dileto
da Deusa da Magia, que não necessitava de tal luxo dormiu, mas para
relembrar como era deitar-se em uma cama do que por necessidade.
Da comitiva, um apenas não conseguia dormir, revirava-se na
cama de um lado para outro, mas com cuidado pois não queria despertar
Coral de Cabelos Dourados. Kelta, que não sabia o motivo de
sua insônia. Não sabia o que o preocupava e angustiava. Foi
quando ouviu alguém que tentava abrir a porta.
Com o coração palpitando, ele
levantou-se assustado naquele momento. Lembranças de sua última
estada nesta mesma torre afloraram. Então ele sacou sua espada
e seguiu até a escada. Lá embaixo ele pode ver a porta ser
aberta mas não viu quem a abrira. Retornou até os quartos
e chamou Kariel, contou-lhe o que acabara de ver e ouvir. O
príncipe élfico levanta-se, pôe seu elmo da invisibilidade e desejou
poder detectar o invisível, acionando um de seus encantos. Então
os dois descem as escadas apreensivos. Kelta esperando encontrar
o pior dos inimigos e Kariel... não se sabe, pois ele não esperava
encontrar nada, talvez Arthos que saíra a algumas horas.
Ao chegar
na sala Kelta é surpreendido por uma figura bastante conhecida da
Comitiva que estava sentado em um poltrona.
"Era com você mesmo que eu queria
falar Kelta." Disse Elminster do Vale das Sombras.
"Mestre, quer me matar de susto?
Pensei que estavam tentando invadir a Torre." Confessou o
assustado Kelta sem notar que haviam outros com seu antigo mestre.
"Bem Kelta, preciso falar com
você, e é um assunto deveras importante, mas só com você." Completa
Elminster olhando para Kariel, que já havia desativado seu elmo
e entendendo as palavras do mestre retorna para o quarto.
"Creio que você já conhece os
presentes. E estiveram juntos em Vale das Sombras, na Colina
dos Harpistas. Estes são os Dragões de Fogo. Deves saber
que eu trouxe uma missão de Harpista para você. Não sei se
sabes mas Arap, antigo Mestre Harpista de Vale das Sombras morreu
em combate. E nós nos reunimos e decidimos que você seria
o homem certo para suceder Arap. És um bravo, e não precisarás
manter-te afastado de sua esposa."
"Séra que entendi, mestre? O
senhor que eu lidere os Harpistas em Vale das Sombras?"
"Kelta, Kelta, não existem líderes
harpistas, mas sim observadores, que tem a função de ir até o local
onde lhe for em sonho informado para pegar os broches e nas sombras
os levar até os indicados. O Mestre Harpista delega as missões,
muitas vezes deixando mensagens secretas em lugares secretos, sussurrando-as
nas sombras ou fazendo com que algo as transmitam. Você seria
muito útil na função. Lembre-se de que só os bravos aventureiros
que participam de missões importantes recebem o broche que você
possui."
"Mestre, sinto ter que dizer,
mas tenho que recusar..." Revelou Kelta a um surpreso Elminster,
e vejam que poucas coisas surpreendem o Mago de Vale das Sombras.
"Está louco? Bebeu demais ou
bateu com a cabeça..." Elminster e os Dragões de Fogo ficam
perplexos.
"Fico bastante lisonjeado de
ser escolhido para tão importante função. Mas esta decisão
não envolve só a mim, envolve minha amada, os pais dela e meus filhos.
Os Zhentarim, que são os maiores rivais dos Harpistas, fariam
coisas horríveis com minha família se soubessem que seria um Mestre
Harpista." Explica Kelta.
"Mas ninguém saberá quevocê
é o Mestre Harpista. Creio que nem você sabia que Arap o era. Ninguém
suspeitava que ele era o Mestre Harpista de Vale das Sombras." Continuou
Elminster.
"Eu não suspeitava porque não
tinha motivo para suspeitar e nem mesmo interesse para fazê-lo.
Mas para os Zhentarim seria muito importante saber quem são
os Mestres Harpistas. Eles devem investigar a todo tempo.
As coisas se fazem da necessidade... além disso eu não poderia
desempenhar o cargo com bom gosto, pois não tenho vontade. Acho
que a pessoa ideal para fazer isso é alguém que tenha essa vontade,
que tenha a necessidade adequada para tal dádiva. Não há nada
que alguém possa dizer para me deixar tranqüilo. Palavras
não fazem a realidade, ações e circunstâncias sim." Terminou
o ex-mago.
Os Dragões de Fogo em seu canto
discutem fervorosamente. Elminster junta-se a eles e depois
de algumas deliberações eles decidem:
"Bem, depois de deliberarmos
chegamos a seguinte conclusão. Você deverá ser o Mestre Harpista
até delegar o cargo a alguém. Pense bem, converse com seus
companheiros. Você terá até que os primeiros raios do sol
apareçam, pois será neste momento que retornarei." Finaliza
Elminster, que já de pé chamava os Dragões de Fogo para sair.
Kelta ficou sozinho, sentado
na poltrona. Ele tentava digerir as palavras de Elminster,
e pensou que antes do amanhecer deveria tomar outra decisão que
poderia mudar novamente a sua vida. Decidido a não aceitar
tal absurdo. Acordou seus companheiros e então começou o debate.
"Companheiros, tenho um assunto
muito importante para discutir com vocês. Há pouco, mestre
Elminster esteve aqui e me informou que eu seria o novo Mestre Harpista
de Vale das Sombras..." Começou Kelta sendo interrompido pelos demais
companheiros que o felicitavam.
"Esperem, calma, deixem-me terminar. O caso é que eu não posso
aceitar tal coisa, não irei colocar Coral e meus filhos em perigo,
já basta o que ela passou recentemente. Mas é isso que tenho
a conversar, nós temos que escolher um de nós para exercer tão importante
função." Completou Kelta.
Discussão geral, vários nomes
citados também não aceitam alegando não querer tal responsabilidade.
Até mesmo Iorek de Moradin recusa, pois, assim como Kelta
não queria por sua esposa em risco. No meio das vozes Villayette,
não se sabe o porquê, se ofereceu para o cargo dizendo ao companheiro:
"Kelta, eu aceito tal cargo se isso
lhe consola, mas todos saibam que não sou de Vale das Sombras e
tenho minha vida fora de lá, pretendo retornar a Kand assim que
resgatar minha esposa."
"Eu acho que Kelta deveria aceitar,
pelo menos até que encontre outro adequado." Disse Iorek de
Moradin, mas não parou por ai continuou. "Acredito que dos aqui
presente você seja o mais preparado, e lembre-se de que sempre alguém
correrá algum tipo de risco neste reino, eu, você, Coral, todos
aqui presentes corremos algum tipo de risco, sem contar que Villayette
vai sair em busca da esposa. Adsartha não quer tal responsabilidade
e Kantras também não. Eu não aceito pois tenho meu caminho
já traçado, Kariel tem de ir para o Forte da Vela estudar e ficaríamos
aqui o dia todo discutindo os porquês de se aceitar ou não tal função.
Acredito que você é o mais preparado."
Kelta concordou com a cabeça
ao mesmo tempo em que Khelben aparece, informando seu destino.
"Bem tenho que ir, e reconheço
que vocês têm uma longo e perigoso caminho a seguir. Partirei
para fechar as passagens dos demônios." E sai pela Porta.
Após a saída de Khelben mal
a porta se fechou e entrou Elminster pedindo a todos que se arrumem
e então perguntou aos presentes:
"Decidiram quem será o Mestre
Harpista?"
Kelta se apresentou e eles seguiram
para uma sala pois tinha que ter uma conversa com ele.
"Kelta, tive uma conversa com
outros Mestres Harpistas e três deles votaram em você como sucessor
de Arap."
Kelta relutante aceitou momentaneamente
e Elminster girou seu cajado e no meio de uma explosão de luzes
símbolos apareceram enquanto o mago explicava sobre as dádivas e
sobre os deuses que as ofereciam.
"Este é o símbolo de Deneir,
poderá Kelta, agora ler qualquer runa ou palavra, basta que a mesma
esteja escrita" A runa, símbolo de Deneir seguiu chocando-se contra
o corpo de Kelta então Elminster continuou:
"Este é o símbolo de Eldath
e agora você poderá encontrar água, sentirá ela onde que ela esteja."
E, assim como a primeira, foi-se em direção ao corpo de Kelta.
"Este é o símbolo de Lliira
será intrépido; com o símbolo de Mielikki poderá identificar qualquer
planta; Milil lhe conferirá o apuro musical; Mystra lhe dará suas
roupas de mago e com ela seus encantamentos, poderá usar um encantamento
por dia, em sua máxima força; Oghma lhe dá a possibilidade de deixar
mensagens enigmáticas; o símbolo de Selune lhe dará a imunidade
a magias sobre a lua e lhe conferirá a possibilidade de emitir a
sua luz na ponta de seu cajado; Silvanus conferirá o senso de direção
e Tymora a graça de convocar sua sorte três vezes por dia. E
então, ao fim das dádivas celestiais ao novo Mestre Harpista uma
última explosão e Kelta aparece vestido como um mago.
"Mestre eu preciso realmente
usar isto?" Pergunta o novo Mestre Harpista de Vale das Sombras.
"Não necessariamente." Responde
Elminster.
Frogsong tem seu coração partido
Após descerem
eles discutem com os demais sobre o plano, que é o de abrir caminho
até a Escada Celestial. Durante a conversa eles ficam sabendo
que os mortos-vivos eram controlados por Bane e que o próprio havia
descido aos Reinos, tomando o corpo de algum dos seus seguidores.
Diante da eminente batalha Feargal, selvagem na raça e nas
palavras, chama a jovem humana Frogsong e lhe confessou:
"Frogsong. Eu gostaria de lhe
dizer algo importante."
"Sim. Já chegamos em Águas
Profundas e estamos no final de nossa jornada. Podemos até
começar a pensar nos preparativos para o casamento..." Disse a jovem
com uma chama de felicidade nos olhos.
"Este é justamente o assunto
que eu gostaria de conversar...." Continua Feargal, selvagem na
raça e nas atitudes a até mesmo em expressar seus sentimentos.
"Ótimo vejo que estava pensando
no assunto isso me deixa feliz..."
"Frogsong eu não posso me casar
com você, não posso viver ao seu lado. Preciso de uma companheira
de minha própria raça, desde que minha esposa humana morreu eu sofri
muito..." Disse Feargal selvagem na raça, nas palavras, e nos sentimentos.
Frogsong estava chorando, com
o coração partido ela vira-se de costas e então com um tom amargurado
na voz diz:
"É isto que eu recebo por tentar
agradar-te, pois vá Feargal siga o seu caminho. E saibas de
uma coisa. Eu te odeio Feargal, não passas de um aproveitador..."
Conversas à sombra da batalha
Elminster
os chama. Não havia mais tempo, eles deveriam partir, mas
antes de sua saída da torre negra os membros da Comitiva tiveram
de resolver onde deixar a jovem elfa.
Villayette, Kelta, Kariel, acham mais seguro ela ficar na
torre negra, mas Iorek, não aceita e diz que iria procurar os pais
dela na cidade. Kelta se despede calorosamente de sua amada
e pergunta se ela poderia ficar com a jovem na torre, e ela prontamente
aceita, mas Iorek de Moradin, tem uma cabeça tão dura quanto o Mithril
utilizado pelos anões e decide levar a garota elfa pelas ruas da
imensa cidade a procura de seus pais. Antes de sair Kelta
disse a Iorek:
"Iorek, você já viu o tamanho
desta cidade? Levará dias, talvez semanas para encontrar alguém
aqui. Deixe a jovem em uma estalagem ou fique aqui com ela."
Iorek agradece e todos saem
com exceção de Coral de Cabelos Dourados que ficou a pedido de seu
esposo.
No caminho
a Comitiva tem um encontro deveras surpreendente. Uma mulher
e um homem encapuzado acompanhados de um jovem. E ao se aproximar
ele disse aos seus antigos companheiros:
"Saudações bravos da Comitiva."
Disse a figura escondida em seu manto negro.
"Quem é você? De onde nos conhecemos?"
pergunta Kelta. Mas é Villayette que reconhece a voz do encapuzado.
"Garth? É você?"
"Sim Villayette sou eu." E
então retira seu manto revelando a sua face quinze anos envelhecida.
"É muito bom encontrar-lhe companheiro.
Para onde vai e quem são seus acompanhantes?" Pergunta o elfo
Villayette.
"Estes são minha esposa e meu
jovem aprendiz. Estou indo para o Forte da Vela, pois Mystra
tomou meus encantamentos. Metade de meus grimóriosnem servem
mais, a outra foi roubada pelo exército de criaturas que invadiram
Cormyr..." Responde Garth.
"Ah! Arthos, tome! Isto é para
você.", disse Garth jogando um saco de moedas para o elfo. "É o
pagamento de nossa antiga aposta."
"Quantas moedas tem aqui?" Pergunta
Arthos.
"Trezentas moedas, meu velho."
Respondeu Garth.
Arthos, que não é fácil, conta
suas moedas e com o sorriso olha para sua amada Diana. Ela
realmente era seu talismã da sorte, horas atrás dobrara seus ganhos
e agora recebe um pagamento de uma dívida. Ele a amaria para
sempre, nunca se separaria dela, ela era tudo para ele. Mal
sabia o Elfo que o destino o pregaria uma peça.
"Garth onde esteve, e por que
está envelhecido?" Esta pergunta fez Kelta.
"Eu estive por aqui, todos esses
anos. Jamais retornei de nossa jornada ao passado", responde
Garth. "Foi um prazer reencontrá-los e espero nos vermos novamente.
Agora devo seguir meu caminho. Adeus." Disse Garth se
despedindo de todos os seus antigos companheiros.
Iorek, caminhava
á procura dos pais da jovem e depois de algum tempo desiste retornando
para a Torre Negra de Khelben. Ao chegar procura Coral de
Cabelos Dourados, mas ela desaparecera. Sem solução, ele fica
cuidando da jovem elfa. Aos pés do Monte, Elminster diz que
irá junto com os dragões de Fogo preparar algumas surpresas para
os inimigos e pergunta aos membros da Comitiva se eles conhecem
o ponto onde a Escada Celestial se encontra. Kelta e Arthos
Fogo Negro afirmam que ambos sabem a localização da escada e Elminster
se retira. No caminho montanha acima a Comitiva encontrou
um grupo de soldados. Kelta então perguntou-lhe:
"Saudações, soldado. O
que aconteceu? Onde estão os mortos-vivos que sitiavam a cidade?"
"Eles desapareceram misteriosamente
ao amanhecer. Estamos aqui ainda pois o senhor Khelben nos
mandou vigiar umas das fendas da montanha, mas já estamos nos retirando.
Vamos descansar...ficamos aqui
a noite toda." Responde o soldado que começava a descer o
monte.
Kantras cada
vez mais maravilhado com sua esposa pergunta trazendo nos olhos
a admiração que beirava a veneração e pergunta à druida:
"Minha amada e magnífica sacerdotisa,
me repreendes pelo modo como a trato. Desculpe a minha ignorância
mas fui criado para agir de tal forma mas por favor diga-me como
quer que eu aja e agirei como pede?"
"Esposo meu, basta que me trate
naturalmente, como um marido deve tratar uma esposa. Não precisa
me tratar como um ser superior, até mesmo porque não o sou, sou
uma simples seguidora, e antes disso uma mulher." Responde
a druida Adsartha de Vale das Sombras ao seu esposo.
Frogsong que se aproximava naquele
momento vendo que Kantras demonstrava respeito por Adsartha disse
com uma voz carregada de rancor:
"Aproveite Adsartha. Os
homens são todos uns canalhas. Veja o meu exemplo. Conheço
aquele ali a tanto tempo, ele ficava se insinuando e querendo dormir
comigo, quis jogar minha honra na lama, para quê? Para vir me dizer
agora que não sirvo para casar com ele. Canalhas! Todos eles
são uns canalhas, e imagine que fiquei sabendo recentemente que
ele está comprometido com uma elfa. Canalhas, os homens são
todos canalhas... "
Diana seguindo ao lado de seu
amado esposo Arthos Fogo Negro, relembra sua condição e seguiu dizendo
a ele.
"Arthos meu amor, a cada dia
que passa depois de nosso casamento eu me sinto mais humana, mas
não teria pudor algum em transformar-me se isso puder nos ajudar."
"Diana minha amada, meu talismã,
não pense em tal coisa, mas se esta for a sua vontade, peço-lhe
que só o faça se este for o último recurso, nada menos que isto."
Disse Arthos à Diana de Olhos de Esmeralda. E ao se
aproximar de Kantras e Adsartha ele comenta:
"Kantras, meu velho, seja menos
eloqüente...." Ao que é interrompido por Adsartha.
"Arthos, Arthos, estava ouvindo
nossa conversa?"
O elfo que nunca teve noção
de nada na vida responde com um sorriso cínico à amiga.
"Eu sempre ouço tudo." E
segue seu caminho ao lado de sua amada esposa.
Ao chegar no topo do monte,
Kelta e Villayette seguem seu caminho e conversam com Adon de Mystra.
Seu semblante demonstrou sua preocupação e então decidiu confessar
seus temores aos companheiros:
"Sinto-me indigno de andar ao
lado desta Comitiva e principalmente de carregar tal artefato, pois,
confesso que sinto medo, tenho medo do que eu posso fazer ou pior,
do que eu não possa fazer. Tenho até vergonha de dizer isso
a vocês, que já passaram por muitos problemas para conservar tal
objeto."
"Adon, eu também me sinto uma
fraude, uma farsa pois acreditava que meus feitos eram provenientes
de minha própria força, de minha bravura, mas na verdade tudo não
passava de um embuste, pois eles simplesmente eram frutos de herança
divina." Disse Ájax, o filho de Tymora.
"Não tenha vergonha Adon. Não
achamos que você seja indigno, muito pelo contrário, é o patriarca
da Igreja de Mystra há mais de quinze anos. E sempre desempenhou
bem o seu papel de patriarca, é o único representante da igreja
de Mystra a nos acompanhar. Isso por si só já demonstra coragem.
E Ájax, seus atos são mais que dignos, é verdade que tem a
herança divina, mas é o homem que controla esta herança." Disse
Kelta.
"Sim Kelta, sou o patriarca
porque fui o único a dizer que o seria, no fogo de minha juventude.
Eu estava no lugar certo na hora certa. Não fui escolhido
por merecê-lo.", respondeu Adon.
Villayette diz então ao companheiro:
"Adon, não tenha vergonha de temer o que pode acontecer, lembre-se
de que ter medo é normal. Acredito que todos aqui estamos
com medo. Cada um de nós tem um temor. Eu mesmo temo
por minha esposa, Kelta pela dele.
Uma proposta e o Combate pela
Orbe
Naquele momento
começou a chover uma tempestade repentina, como se fosse mágica.
Raios cortaram os céus e a escuridão da tempestade transformou
o dia em noite e eles continuaram seu caminho até a escada que já
podia ser avistada ao longe. Mais a frente um grupo de soldados
ficaram assustados com a tempestade repentina. Villayette
segue em direção a eles para tentar descobrir o que faziam ali,
enquanto o elfo caminhava em direção aos soldados uma pequena figura,
um goblin, aparece para o restante da Comitiva com uma proposta
de Bane:
"Insignificante
Comitiva ou Comitiva da Insignificância. Trago uma proposta
de meu senhor. Vocês me entregam a Orbe e a chave e meu senhor
Bane os poupará e ainda lhes dará cargos de importância."
"Bane já deve saber qual a nossa
resposta, não precisamos responder." Disse o dileto de Mystra
Kariel. Seguido por Arthos.
"E nós temos uma contraproposta
para Bane. A que ele parta e nos deixe passar." Disse
Arthos Fogo Negro, cuja inconseqüência o fazia enfrentar deuses,
e desrespeitá-los da mesma forma.
"Insignificante Comitiva, entreguem
a Orbe e serão poupados, e continuarão com sua insignificância.
Porém se vossa escolha for negativa, não existe para vocês
vitória possível. Ninguém tem força para enfrentar o meu mestre,
o grande Bane." Então o pequeno ser dá as costas à Comitiva
e segue seu caminho desaparecendo na tempestade.
Após o desaparecimento do emissário,
ao longe o exército de Bane se apresentou: aproximadamente de quinhentos
mortos-vivos, todos esqueletos armados com espadas, lanças e escudos.
Suas cotas de malhas cobriam seus ossos brancos. Eles
mantiveram-se em formação de batalha. Os soldados que agora
perceberam o exército correm para junto da Comitiva e vêem em Magnus
de Helm, imponente em sua armadura como um líder. Enfileirados
eles aguardam suas ordens.
Adon e Magnus adiantam-se e
tentam afastar o exercito do Deus da Destruição, mas infelizmente
não conseguem, e enquanto os exércitos se estudavam Feargal, selvagem
na raça e nas atitudes, parte para cima dos Esqueletos. Villayette
o segue e três dos soldados também. Então uma figura cinza
com três metros de altura aparece entre os soldados inimigos e trazia
em suas mãos um arco. Villayette consegue parar Feargal a tempo,
mas os soldados seguem sua corrida de encontro ao o gigantesco ser
que desprovido de piedade aponta para eles disparando suas flechas
mortais, sem dar chances aos infelizes homens, que caíram um por
um, literalmente atravessados pelas setas gigantescas do próprio
Deus da Destruição encarnado, Bane. Villayette conseguiu deter
Feargal a tempo, mas a batalha começara. Os soldados corriam
em direção ao exército de esqueletos, enquanto Kelta, começa a conjurar
um encantamento. Fez uma bola de fogo surgir e em seguida
arremessou-a de encontro à massa de inimigos. Adsartha acompanha-o
mas demora, pois as dádivas de Chauntea necessitam de concentração.
A bola de fogo de Kelta explode no meio dos esqueletos, mas
eles permanecem aparentemente intactos. Bane com uma única
flecha mata três guerreiros, cena bizarra onde se viu os soldados
desmoronando. Aquele não era chamado de Deus da Destruição
à toa. Adsartha finalmente recebe a graça de Chauntea e um
raio de luz desce dos céus, destruindo alguns dos esqueletos.
Feargal, selvagem na raça e
no agir, desvencilhou-se de Villayette e partiu para cima de Bane,
que continuava seu festival macabro: graças à sua segunda flecha
cinco vidas foram tomadas. Villayette segue ao lado de Feargal.
Ambos corriam para a morte e tinham consciência disto, mas
como nos combates passados, tinham o péssimo costume de entregar-se
à morte por seus ideais. Eles sabiam que se aquele ser fosse
vencedor todos padeceriam. Seriam desprovidos de suas liberdades,
seriam escravos do mal, por isso lutavam com o orgulho de sua raça.
Naquele momento esqueciam seus sentimentos, suas amarguras.
Lutar, destruir o mal e sobreviver era tudo que queriam. O
mesmo sentiam Arthos e Kariel. O primeiro procurava uma maneira
de atacar o deus contornando o exército, e o segundo, preparava
um encantamento para lançar nos esqueletos. Não se importavam
quem era aquele ser, não se importavam de estar lutando contra Bane,
o Deus da Destruição, compartilhavam o mesmo pensamento: precisavam
chegar à Escada e era isso que importava, não suas vidas.Sabiam
disto desde o dia em que tocaram na Orbe, artefato criador de tal
desequilíbrio e de tanto sofrimento.
Bane, com um sorriso estampado
na face, lançou uma de suas flechas em Feargal que corria mais a
frente. O elfo tomba ao ter a flecha despedaçada em sua armadura.
Villayette desespera-se ao ver o amigo cair com uma das flechas
destruidoras, corre para ver como ele está, mas aquele era Feargal,
selvagem na raça e na resistência. Oúnico ataque o debilitou
bastante, mas não abrandou sua vontade de lutar, e ajudado por Villayette
segue para combater os esqueletos, e que os deuses os protegessem
das flechas certeiras e mortais daquela divindade do mal. Kelta
que presenciou a queda de Feargal, ataca o arco de Bane com seu
encantamento de Discos Cortantes mas não obteve sucesso. Novo
ataque da druida Adsartha e outro raio de luz atinge os esqueletos,
Kariel, Dileto de Mystra, lança o encantamento que preparava e uma
parede de fogo surge cortando a tropa de esqueletos, mas eles permanecem
indiferentes aos efeitos do encantamento.
Feargal, Villayette, Kantras,
Feldim e Ájax, juntamente com alguns soldados lutam contra os esqueletos.
Bane continua seu festival de destruição e mais uma de suas
flechas expurga a vida de 15 soldados de uma única vez. Ao
ver tal assassínio, Adon de Mystra se desespera e foge com a Orbe.
Arthos Fogo Negro e Diana o seguem. Coral de Cabelos
Dourados surge no meio da batalha e ao aproximar-se de seu esposo
Kelta, mostra-lhe um estranho objeto e disse:
"Elminster pediu-me que lhe
entregasse este amuleto, com a informação de que deves quebrá-lo
no meio dos mortos-vivos." Kelta indeciso e meio atordoado
por ver sua esposa exposta a tamanho perigo, levou alguns segundos
para entender o que acontecia.
Bane, vendo Adon correr, prepara
sua flecha. Arthos e Diana também corriam, atrás de Adon tentando
acalmá-lo. O projétil passa assobiando por entre seus corpos
e tamanha era sua força que fez balançar os cabelos negros de Diana.
A flecha atravessa o Patriarca de Mystra. Arthos parou.
Coral de Cabelos Dourados vendo a situação, e como uma druida,
corre para cuidar dos ferimentos de Adon que jazia nos braços da
bela Diana. Arthos vendo que Coral estava ao lado de Diana
e carregava a Orbe, grita.
"A Orbe me dê a Orbe, eu posso
correr até a escada." Coral pega o cobiçado objeto e lança-o
para Arthos. Aqui se faz importante dizer que as ações simultâneas
são coisas imprevisíveis, pois naquele mesmo momento, a simples
visão da Orbe nas mãos da mortal Coral fez com que Bane preparasse
seu arco mais uma vez e no momento em que sua flecha fora lançada,
a Orbe voava para as mãos de Arthos, Kariel atacava com seus mísseis
mágicos e Kelta teletransportava-se para o meio dos esqueletos.
Coral e Diana esquivaram-se do projétil, mas cairam em um
abismo que margeava o Monte Águas Profundas.
Kariel lança
sua Mão Defensora (cujo importante se faz dizer que Kelta não teve
pudores de excluir de seu grimório o nome do criador de tal encantamento
por se tratar de Halaster, o louco) na tentativa de proteger seus
companheiros enquanto Feargal, Ájax, Braço Forte juntamente com
Kantras e Villayette lutavam no meio dos esqueletos.
Kelta que desconhecia o destino
de seus companheiros e de sua esposa. No meio dos esqueletos
quebra o amuleto como ordenado e todos eles são completamente destruídos
por uma violenta explosão de energia. Resta somente Bane,
que vendo Arthos correr em direção à Escada Celestial, aponta seu
arco para o elfo. Villayette, vendo que este se preparava-se
para atacar, arremessa sua Lâmina Lunar em direção ao Deus, mas
infelizmente não o consegue atingi-lo a tempo. Mas em um momento
raro, Bane erra seu primeiro ataque, e enfurecido parte correndo
atrás de Arthos. As cenas que se seguiram foram de desespero,
Arthos corria com Orbe com Bane em seu encalço, os demais membros
da Comitiva de onde estavam corriam atrás de Bane. Várias
direções, um único alvo.
Kariel invoca uma montaria arcana
e segue cavalgando em direção a Arthos. Adsartha vendo que
Bane alcançaria em breve seu inconseqüente amigo conjura uma muralha
de espinhos, entre Bane e Arthos, mas o Deus não se intimida e atravessa
a muralha, somente diminuindo um pouco sua marcha, mas ainda assim
consegue avançar facilmente. Kelta vai até Adon e ao chegar
junto dele ouviu o Patriarca murmurar com os olhos cheios de lágrimas:
"Kelta, ó Kelta, a flecha atravessou
o coração de Coral... Minha culpa, foi minha culpa..."
Kelta, desesperado conjura quatro esferas de luz que ficam
ao seu redor e com um encantamento de vôo desce pelo abismo em busca
de Coral e Diana. Villayette tenta novamente lançar sua espada,
mas erra e esta perde-se em um precipício, atrasando-o pois ele
deveria recuperá-la antes de prosseguir. Ájax arremessa seu gládio
nas costas de Bane na esperança de atrasar seu passo. Ele
consegue atingir o deus e atrapalhá-lo um pouco. O deus irado
dá um tapa no filho de Tymora que é lançado no abismo. No
meio do caminho Kariel, colhe Feargal e segue com sua montaria em
direção a Arthos mas vendo que não conseguiria alcançá-lo a tempo
teletransporta-se com Feargal para um ponto a frente de Arthos.
Adsartha conjura um unicórnio e a montaria do Paladino de
Helm aparece para ela. Feargal espera Kariel diminuir a velocidade
da montaria e salta com suas espadas na tentativa de deter Bane.
Adsartha teletransporta-se com o unicórnio aparecendo ao lado
de Arthos. Porém, antes que o elfo consiga subir na montaria,
Bane o agarra, e estava prestes a arrancar-lhe a cabeça quando um
dragão vermelho surge nos céus e o ataca , fazendo soltá-lo. Feldim
que estava se preparando para atacar o Deus da Destruição muda seu
alvo gritando:
"Morra Mor'Har'Dur desgraçado...."
E arremessa sua lança matadora de dragões e a imensa criatura alada
cai, mortalmente ferida no abismo. Ainda chocado com a visão
da queda do dragão, Arthos sobe no unicórnio com Adsartha.
Bastante ferido pelo ataque
do dragão, Bane grita furioso:
"Maldito corpo mortal! Comitiva
Insignificante, destruirei todos vocês." E começa a conjurar
um encantamento. Kariel dileto de Mystra na tentativa de impedir
que tal encantamento fosse conjurado lança sobre Bane o Fogo Prateado
de Mystra que o atinge, mas não é o suficiente para detê-lo. Este
irado olhou para Kariel e disse:
"Os poderes de Mystra não são
suficientes para me derrotar. Cometeste teu último erro. Deverias
pensar em uma forma de salvar teus amigos pois destruirei todo este
monte com eles juntos." Ao dizer começa a conjurar outro encantamento,
este poderossísimo. Mas quando estava prestes a lançá-lo Elminster
surge voando sobre um ser de energia. Seu nome era Zorar,
o antigo, que parte da Comitiva já havia encontrado no Pântano de
Tun. Após deixar Elminster no chão, Zorar agarra Bane no momento
em que ele lançava seu encantamento. A explosão que deveria
destruir todo o monte, é contida, formando uma cratera.
A Orbe é entregue
Na escada
chegam Arthos e Adsartha. Na escada, um anão pede a Orbe dizendo:
"Estou aqui Arthos para receber
a orbe, e entregá-la ao pai dos deuses, Lorde Ao."
Mas Adsartha, ao ver que Arthos
iria entregar não permite que ele o faça.
"Não entregue. Ele não
é Helm, o Guardião da Escada Celestial."
"Mas é Bethargh!" Disse Arthos,
reconhecendo o anão que fora seu amigo quando vivo.
"Devemos entregar a Helm...."
Insistia Adsartha.
Na Escada Celestial duas figuras
apareceram, e puseram-se ao lado de Bethargh, o deus da Consolação
dos Anões. Midnight, ou melhor Mystra, a Deusa da Magia e
Kelemvor, o Deus da Morte.
Arthos entrega a orbe e com
isso Kelemvor disse:
"A Orbe está entregue e com
isso sua corrida terminou."
"Mas porque Helm não veio nos
receber? Onde está o Deus Guardião?" Perguntava insistente o Paladino
Magnus.
"Não se preocupe ó meu fiel
seguidor. Me conhecerás agora em pessoa." Surgiu então
a figura de um enorme guerreiro em armadura completa. Era
Helm.
Como seria de se esperar, o
paladino se emociona, vai até seu deus e beija suas botas, molhando-as
com as suas lágrimas.
"Eu fui o guardião durante o
Tempo das Perturbações e somente durante aquele período, e espero
que todos saibam que fiz o que me foi ordenado, nada mais." O
Deus Guardião vê o elfo Villayette chegar esbaforido e diz: "Tu
elfo! Sinto que tens algo a me pedir."
"Sim, senhor, tenho! Eu gostaria
de ter sua permissão para ir através da escada até o Abismo resgatar
minha esposa." Disse o elfo.
"Tens minha permissão, mas qualquer
um pode ir até lá, descer é fácil, difícil é o caminho de volta."
continua Helm.
"Eu também gostaria de ir.",
disse Kariel, Dileto de Mystra.
"Esta permissão está estendida
a qualquer um desta Comitiva, e no tempo que achares que estão prontos."
Finalizou Helm.
"A Orbe ficará então guardada
com o Deus Guardião, a não ser que a Comitiva decida o destino do
artefato.", decretou Kelemvor.
"Que seja de Helm o poder da
Orbe então, pois dizem os patriarcas de outras crenças que Helm
é uma divindade intermediária e isso não é justo." Reclamou
o fiel paladino.
"Não acho que temos o direito
de decidir." Disse a druida apoiada pelo Dileto de Mystra.
"Que Ao decida!"
Antes que os deuses retornassem
Villayete pede a Mystra:
"Senhora deusa da Magia poderia
agradecer por mim ao pai de todos os elfos por nos deixar atravessar
o portal ate este lugar?"
A Deusa com um sorriso assente
com a cabeça e os deuses retornam para os céus.
Coral vive
Kelta, agora
mago de novo, mesmo que temporariamente, desce voando pelo abismo
que rasga o Monte Águas Profundas procurando sua razão de viver.
Ele encontra uma flecha enorme cravada no paredão, desce mais
um pouco e quando o pânico já invadia sua mente ele vê Coral sentada
numa rocha.
"Fadinha!? Com... Como conseguiste??"
"Eu estou bem, o broche de Moradin,
que Iorek deixou comigo me protegeu. Depois Diana transformou-se
em um dragão e deixou-me aqui, depois seguiu lá para cima."
"Você se arriscou tanto... Nessa
minha vida eu vi muita coisa, já vi reinos encantados, vi magia,
vi a estrelas e vi até deuses, mas nada me surpreende mais quando
vejo seus olhos." Kelta toma a Fadinha de Cabelos de Ondas
Douradas nos braços e voa em direção de seus companheiros.
Morre Diana
Arthos retorna
para o abismo na montanha e vai procurar Diana. Ao chegar
lá embaixo ele vê Feldim chorando ao lado do corpo de Diana, trespassado
pela lança. Arthos pega sua esposa nos braços e chora. Feldim
pergunta, abalado:
"Arthos, o que aconteceu?" E
o elfo o olha com desprezo para dizer em seguida.
"Ela era o dragão e você a matou.
Eu o amaldiçôo por isto, miserável."
E sobe carregando o corpo de
Diana.
Feldim cego pela dor, pega seu
machado e destrói a lança e depois destrói seu machado golpeando
a rocha, e fica lá embaixo consumido pela dor de ter matado a única
mulher que amara.
Quase toda a Comitiva estava
reunida e com eles Elminster e os Dragões de Fogo. Kelta aproxima-se
com Coral de Cabelos Dourados e vendo o semblante triste de todos
seus companheiros recebe a notícia do Dileto de Mystra Kariel.
"Diana está morta. Feldim
a matou pensando ser ela o dragão Mor'Har'Dur."
Kelta não acredita no que ouvia
e então vai desesperado até o local da Escada Celestial e suplica
a Kelemvor para devolver a vida de Diana. Kelta abalado pela
morte da salvadora de sua esposa se irrita com os deuses e Arthos
revoltado faz o mesmo. Kariel tentando acalentar as almas
dos companheiros disse aos dois.
"Kelta este é o destino. Não
se pode guiá-lo a todo tempo, não há o que possamos fazer." E
a druida Adsartha concorda com as palavras do Dileto de Mystra.
Kelta começa a vociferar e a
dizer injúrias a Kelemvor e então Villayette com o semblante triste
fala ao amigo:
"Kelta, não se desespere, por
favor tenha calma...."
Mas cego pelo ódio e pela dor
Kelta irrita-se e dizendo ao elfo em sua frente
"Você diz isso porque não é
você que está nesta situação..."
Villayette irritado com as palavras
de Kelta olhou para ele e falou:
"Kelta todos nós passamos por
situações parecidas, é certo que ainda tem sua esposa, infelizmente
Arthos acaba de perder a dele, mas escolhas foram feitas. Também
tive que fazer minhas escolhas, e saiba que até hoje não sei se
foram corretas ou não. Eles fizeram as deles e erraram em
esconder a verdade. Se tivessem contado ela estaria viva.
Não culpe os deuses pelos nossos erros."
Kariel lembrando-se das escolhas
que Villayette fizera disse a Kelta:
"Kelta, não se irrite com Elder.
Ele também teve sua perda e sofre com ela até hoje."
Feargal vai procurar o anão
Feldim e encontra-o sentado em uma rocha chorando. Ao vê-lo
ele perguntou:
"Feldim. Levante-se."
"Feargal eu a matei, eu matei
Diana."
"Você não tinha como saber..."
Disse Feargal ao amigo.
"Feargal, saiba que te considero
um grande amigo, e se realmente é meu amigo dê-me uma espada. Eu
não posso viver com isso."
Feargal sentindo no íntimo a
dor do amigo, vendo em sua face de anão a determinação de Moradin,
saca sua espada curta e a entrega para ele e vira-se de costas,
não queria ver seu amigo matar-se.
Kelta deixa os Harpistas
Elminster
já se preparava para ir embora quando Kelta, muito emocionado, fala
ao sábio:
"Mestre! Tome, não quero mais
usar isso. Me perdoe, por favor, eu não agüento mais!" Disse
o ex-mago entregando o pingente dos Harpistas.
"Eu entendo que não queira ser
um mestre Harpista, mas o pingente é seu, você pode continuar sendo
um Harpista."
"Não, eu não quero mais. Sinto
muito."
"Tudo bem, mas ficará registrado
que Kelta Westingale usou este pingente." E o sábio partiu,
tinha muito o que fazer.
Funeral para amigos
O grupo retorna
para a cidade e então preparam-se para enterrar Diana. Após
vesti-la com um belo traje levam o corpo inerte, desprovido de vida
mas não de beleza para a igreja de Tymora onde o celebrador da missa
fúnebre é o mesmo padre que encontraram nas galerias da Montanha
Subterrânea, o Padre Tilwar de Tymora. Antes de iniciar a
cerimônia Feargal entra no salão trazendo o corpo inerte de Feldim
Braço Forte o anão, respeitado por todos que estavam em silêncio.
Diana fora
sepultada e seu esposo preparou seu epitáfio.
"Diana, olhos de esmeralda.
Seu coração era tão grande e cheio de amor que salvou a todos..."
O Anão Feldim
não fora sepultado no chão, pois seus companheiros Feargal, Villayette
e Iorek, quiseram sepultá-lo como todos os anões na rocha. E
então Feargal selvagem na raça, mas com o coração carregado de tristeza,
escreveu o epitáfio do amigo.
"Aqui, jaz Feldim Braço Forte.
O Matador de Dragões cuja habilidade o levou à ruína
Bom, Bravo e Apaixonado."
O final da missão: despedidas
Após as cerimônias
fúnebres e os sepultamentos a Comitiva decide o seu destino.
Kelta que seguia com Coral e
enquanto seus companheiros seguiam para a Casa de Khelben.
"Fadinha, eu gostaria de lhe
dizer algo." Disse Kelta à Coral.
"Sim amor meu o que o aflige?"
Responde a amada esposa.
"Eu queria saber se você gostaria
de renovar nosso voto de casamento?"
"Claro meu amor, claro que quero."
Então eles se beijaram ali mesmo no meio do caminho. Kelta
acabara de desistir de tudo para ficar com ela, e faria tudo de
novo se necessário.
Chegando
o momento da separação o grupo se despede. Antes
de partir Villayette anuncia aos demais.
"Tenho que retornar para Kand.
Eu e Kariel iremos levar a jovem e procurar seus pais, e tenho
assuntos a discutir com meu irmão."
"Irei com vocês." Disse
Feargal. "Estou ansioso para tomar um certo vinho de maçã."
Finaliza Feargal.
"Com certeza meu amigo, e também
conhecerás meus filhos e meu irmão." Responde Villayette para
em seguida voltar-se para o entristecido Arthos.
"Porque não nos acompanha também.
Lá você poderá ficar em paz."
"Não Villa. Vou para Avar
Cormanthyr com Iorek, ficarei lá até minha cabeça voltar a funcionar,
depois partirei para a Costa da Espada."
"Kantras e Adsartha querem acompanhar-nos?"
"Infelizmente não posso Villayette.
Bem que eu gostaria mas devo retornar para o Vale das Sombras.
Tenho que ver como as coisas estão por lá. Fica para
uma próxima vez." Responde Kantras sendo seguido por Adsartha.
"Retornarei com Kantras, mas
com certeza um dia iremos conhecer sua cidade."
Villayette se despede de todos,
assim como seu sobrinho Kariel e Feargal, a jovem elfa Maith Slenderbow
ansiosa para retornar para casa, mas triste por ter que se afastar
da moça de cabelos dourados que tornou-se sua amiga. A garota
elfa também se despede dando um grande abraço em Coral e em Iorek.
E antes que partissem, Kelta
perguntou a Villayette:
"Vocês voltarão ao Vale das
Sombras antes de partirem para resgatar sua esposa? Eu irei
renovar meus votos de casamento com Coral e gostaria que vocês estivessem
presentes!"
"Sim meu amigo, voltaremos assim
que concluirmos nossos assuntos. Não perderia esse momento
por nada. Voltaremos o mais rápido possível." Responde
o elfo ao amigo Kelta.
Então a comitiva se separou. Adon envergonhado seguiu
sozinho seu caminho, não quis a companhia de ninguém. Àjax
retornou para Cormyr pois sua cidade ainda estava sob as garras
de Lorde Aris. Arthos e Iorek, retornaram com os que foram
para Vale das Sombras, mas seguiram para Avar Cormanthyr. Os
elfos de Evereska seguiriam com uma caravana por uma rota segura
e os elfos de Kand seguiriam com eles até a Floresta Alta.
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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