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A Harpa no Abismo

Descrita por Marcelo Piropo e Ricardo Iglesias


Personagens da aventura:

O anão desaparecido: Kedrak de Moradin.Os humanos: Magnus de Helm; Giordano o Mercenário; Laurin de Waukeen. Os elfos: Kariel Elkendor; Elder Villayette Elkendor; Feargal Rhal


A Harpa no Abismo

A Floresta Zrintor

      Após atravessarem o portal de Warwick, eles acordaram um a um no meio de uma estrada árida.  O Sol moribundo, com seu brilho azul cinzento, dava a este caminho um aspecto tenebroso.  Os ventos carregados de sal os impediam de respirar e adentravam nas armaduras e roupas.

      Olhando ao redor, eles podiam ver uma imensa floresta com aquelas estranhas árvores cujos galhos eram serpentes.  Alguns pensaram o quão perigosas seriam tais árvores, outros não se atreveram a isto sequer.  Mais ao fundo podia-se ver um outros tipos de árvores.  De formas bizarras, eram corpos humanos empalados e enraizados, condenados a sofrer a eternidade como parte da paisagem insana do lugar.  Gemidos e lamúrias... Foi no meio deste caos de lamentações e diante da terra desolada que eles voltaram à razão.

      A estrada de terra batida era visível, assim como as mortíferas árvores víboras que a margeavam.  O desmaio não era normal nos teletransportes, mas ali naquele lugar a magia era incontrolável, seria melhor dizer perigosa.  E foi com o pensamento de que algo dera errado no processo, que eles notaram a falta de mais um de seus companheiros, o representante de Moradin, Kedrak, o anão, desaparecera.  Para sempre.

      O elfo Feargal que sempre demonstrara selvageria em seus atos, adiantou-se, parando para procurar rastros na estrada.  Devido a sua experiência, encontrou facilmente rastros que pareciam seguir numa determinada direção.  Então os companheiros preocupados com os destinos de Magnus de Helm e Kedrak de Moradin, seguiram seu caminho, pela estrada da Floresta, diante da proeminente tempestade que se aproximava.

Dois Novos Heróis

      Após uma procura sem resultado William Magnus de Helm resolve procurar um lugar para descansar.  Dormir nas ruas era inviável, pois as almas que lá ratesjavam não paravam de gritar e ameaçavam a sanidade de qualquer paladino ou halfling.  Portanto, como tinha algum dinheiro sobrando, Magnus e os dois pequenos foram a uma taverna de nome Rei dos Peões.  No interior da taverna se encontravam vários tanar'ris, muitos deles vrocks, que representavam a elite do exército abissal.  Ouvia-se muito sobre a Guerra Sangrenta, um conflito milenar entre os demônios tanar'ris e os diabos baatezus de Baator.

      Depois de falar com o estalajadeiro, Magnus e os halflings subiram para um quarto.

      "Senhor? Muito obrigado por nos salvar."  Agradeceram mais uma vez os pequenos.
      "Como se chamam? Como foram parar aqui no Abismo?" Argüiu o servo de Helm.
      "Eu sou Bingo Playamundo e este é Owni Escudoguering, somos de Luiren.  Estávamos fazendo um passeio para colher algumas frutas e apareceram um bichos muitos feios que nos capturaram."
      "Onde é que a gente pode pegar um barco para voltar pra casa?" Pergunta Owni inocentemente.
      "Barco? Não há como! Nós estamos no Abismo, um dos infernos!"
      "Ué! E onde é que isso fica?"
      "É difícil explicar.  Mas vocês diziam que estavam simplesmente passeando e foram raptados em plena Faerûn? Como pode? Eu não posso tolerar tal injustiça!!! Pessoas inocentes sendo trazidas aqui!!"  Era inadmissível para a mente jovem de Magnus aceitar aquilo.

      "Pequenos! Quando descansarmos arranjaremos armas e armaduras para vocês, pois temo que o combate seja inevitável para preservar suas vidas."
      "Oba! Eu quero uma espada e um escudo!"  responde Bingo exaltado.

O Sofrimento como Salvação

      Uma tênue bruma começara a formar-se na estrada da Floresta Zrintor.  O vento trazia nuvens de pó, ou melhor, de puro sal, que ardiam nos olhos e salgavam-lhes os lábios.  Naquele lugar, respirar era difícil, enxergar pior ainda.  Os ventos tornaram-se constantes e traziam cada vez mais nuvens de sal, e com eles, pequenos pedaços de cristais que batiam nos rostos como pedras.  Neste martírio eles seguiam.  A frente, puderam vislumbrar uma figura sentada em uma das pedras da estrada.  Aproximaram-se cautelosamente.  Tratava-se de uma mulher.  Quando chegaram próximos, a figura gritou para eles.

      "Malditos sejam e toda a sua prole! Se me querem, pérfidos aliados do demônio, amigos do belial, se me querem, aqui estou, mas não pensem que irei sozinha para os braços de Kelemvor.  E ele guarda um julgamento muito duro para todos vocês!"
      "Por favor acalme-se!"  Disse Kariel: " Não somos....." E foi interrompido.

      A mulher, num átimo de insanidade, e antes mesmo de terminar suas imprecações, puxou sua adaga e partiu para o ataque, na esperança de perfurar o coração daquele que ela acreditava ser um servo do mal.  Seu alvo, o Dileto de Mystra.  O elfo Kariel, apesar de ter a agilidade própria de sua raça, não conseguiu desviar do ataque e caiu ao chão com a misteriosa figura em cima, furiosa, pois não vira o sangue de seu inimigo.  Então, novamente tomada de fúria insana, mirou o pescoço do elfo que jazia subjugado sobre seu corpo.

      Feargal e Villayette que estavam próximos a Kariel adiantam-se.  Feargal impede que a mulher conclua seu ataque dominando-a.  Ela solta a adaga e então Villayette olhando para ela perguntou:

      "Por que atacou-nos.  Não o ouviu pedir que se acalmasse.  Ou está habituada a atacar sem conhecer seu inimigo? Poderia ter se ferido, ou a nós."

      "Desculpem-me.  Meu nome é Anya Greystock.  Sou uma guerreira sagrada e estava escoltando uma caravana quando entramos em uma bruma e fomos seqüestrados por demônios.  Todos os meus protegidos foram mortos e um dos demônios tentou atentar contra minha honra.  Lutei com ele e matei-o com sua própria adaga.  Mas eu sou responsável pela morte de meus protegidos, eu falhei.  Mereço ser punida por falhar, devo pagar pelos pecados de todos que morreram..."

      "Há quanto tempo você está neste lugar?" Perguntou o Dileto de Mystra, Kariel.
      "Não tenho certeza, estou aqui há muito tempo.  Tempo suficiente para que minha armadura perdesse o brilho."  Respondeu Anya de Ilmater.

      Agora os bravos aventureiros podiam divisar-lhe os restos daquela que outrora fora uma bela armadura que ainda trazia o símbolo das duas mão amarradas de Ilmater.  As roupas descoloridas estavam puídas pelo tempo.

      "Siga conosco, você será de grande ajuda e ainda poderá vingar-se dos que tentaram contra sua honra" Disse Feargal.
      "Sim, venha conosco.  Estamos em uma missão importante.  Infelizmente ainda não posso revelar, mas sua bravura será de grande ajuda." Completou Villayette à guerreira de Ilmater.
      "Não posso! Eu preciso pagar pelos meus pecados! Eu preciso diminuir minha dívida com eles, preciso ser punida, se o fogo queimasse minhas mãos parte de minha dívida estaria paga..." Continuou Anya lamentando-se e desejando as mais variadas torturas para pagar sua suposta dívida.  Feargal não mais suportando aquela ladainha agarra a humana e deita-a em seu colo dizendo:

      "É sofrimento que quer, terá sofrimento."  Então o Elfo, selvagem na raça e no agir, começa a aplicar tapas nas ancas da humana que parecia chorar de satisfação a cada tapa desferido pelo elfo selvagem.  Laurin de Waukeen, Kariel e Villayette estavam constrangidos com a situação e o último, não suportando mais tal barbárie, pediu ao companheiro.

      "Feargal, pare! Isso não faz sentido.  Chega de agressões!"

      Feargal para e então Anya levanta-se.  Ainda estava com a insana idéia de se martirizar pelos seus "pecados".  O grupo ainda tenta convencê-la a seguir com eles mas ela oferece sua arma como desculpa por ter atacado Kariel.  Todos recusam e insistem que ela fique.  Anya, desesperada para ter o seu martírio, repentinamente corre em direção às arvores serpente.  Feargal tenta segurá-la , mas não consegue contê-la e é atacado por uma das arvores serpente.

      Villayette vendo que seu companheiro está em perigo pega seu arco e atira uma flecha em uma das cabeças de serpente, sendo seguido por Kariel.  Laurin de Waukeen começara a reclamar da situação:

      "Vocês não tem jeito, sempre se desviam do nosso objetivo.  Se não pararem com isso, eu partirei sozinha."  Alertou a Sacerdotisa sendo apoiada pelo mercenário Giordano.
      "Eu irei com você.  Esses elfos são muitos boçais!"
      "Calem a boca os dois! Se não querem ajudar não atrapalhem!" Esse foi Villayette, cansado das reclamações dos humanos e da insolência daquele mercenário.
      "Não me mande calar a boca!" Vociferou Laurin de Waukeen.
      "Mando sim, se isso me atrapalhar!" Replicou Villayette que acabara de lançar mais uma flecha.  Giordano vendo que a única forma de sair rapidamente dali era ajudar o elfo, retira sua besta.  Durante este curto tempo, enquanto ele preparava sua arma, os elfos davam seus ataques e já estavam novamente com o arco pronto.
      Feargal estava preso, lutava para se libertar dos quatro galhos serpentes.  Três ainda o prendiam.  O quarto fora morto por Villayette em seu último ataque.  Giordano ataca uma das serpentes quase ao mesmo tempo em que Kariel lança um encantamento de intangibilidade em Feargal.  Este, liberto das serpentes, cai e cambaleante caminha lentamente, como se sofresse as piores das dores.  Villayette ao vê-lo afastar-se das serpentes cessa seus ataques.

      Feargal selvagem, estava sofrendo as reações do veneno em seu corpo.  As veias inchadas pareciam que iam explodir.  Kariel pergunta aos demais se alguém tinha algum antídoto contra venenos.  O estado de Feargal não eram bom, Laurin aproxima-se do elfo agonizante e disse:

      "Não posso curá-lo livrando-o do veneno neste momento, teria que descansar por algum tempo antes de fazê-lo, mas posso com a graça que me foi dada pela Dama de Ouro, fazer com que este veneno aja mais lentamente, mas isso não significará cura, só estarei protelando o inevitável."  Então ao final de suas palavras, ela ajoelhou-se ao lado do moribundo Feargal que graças a selvageria de seu organismo não sucumbira diante de tamanha quantidade de veneno.

      "Queria lhe pedir desculpas.  Perdoe-me por ter me irritado e gritado com você.  Devo zelar pela vida de meus companheiros, pois por minha causa que eles estão aqui.  Já perdemos Magnus em Samora e seu companheiro Kedrak, não quero perder mais ninguém."  Disse Villayette à sacerdotisa, mas nada disse ao mercenário Giordano.

      "Tudo bem eu aceito suas desculpas."

      Eles agora tinham que decidir se esperavam ou continuavam o mais rápido possível através daquela estrada, a bruma que vinha da floresta aumentava indicando que uma tempestade de sal se aproximava, e foi na expectativa da tempestade que eles viram, no meio da bruma que começava a cerrar-se, um vulto caminhando em direção a eles e antes mesmo que pudessem identificá-lo ele pronunciou:
      "Que bom que eu encontrei vocês..."

Magnus Aprisionado

      Deitado ainda de armadura estava Magnus, com um sono bastante leve provocado pela obsessão em estar sempre alerta, pois serve a Helm o deus guardião do qual os olhos jamais se fecham.  Ao escutar passos se aproximando por detrás da porta se levanta e abre, revelando dois demônios peludos que foram avisados sobre alguém estar portando um "símbolo proibido".  O demônio se referia ao brasão de Helm no peito da armadura do paladino.  Após vasculharem o quarto os demônios não encontram mais ninguém, o que tranqüilizou Magnus.

      Lá fora mais dois demônios estão com uma carroça jaula prontos para levá-lo.  O demônio pede que ele entregue sua espada e entre na gaiola, mas não conhecia Magnus de Helm.  Ele não se entregaria facilmente.  Sacando a Chama do Norte, ele se degladia contra os quatro demônios.  Mesmo atacando furiosamente, não foi bem sucedido.  Ainda estava bastante cansado e debilitado por causa de seu combate contra as nagas.  Errou o seu golpe e os demônios contra-atacaram.  Magnus não resistindo aos ferimentos cai derrotado e inconsciente.

      Algum tempo depois ele é acordado com um balde de água fétida na cara.  Estava nu, amarrado em uma cadeira de assento vazado colocada sobre brasas.  Um demônio, meio homem meio serpente, e com seis braços interroga Magnus, citando vários nomes para que seu prisioneiros os identifiquem como membros dos revolucionários.
      Em seguida o inquire sobre Warwick.  Uma voz misteriosa vinda das sombras chama o demônio pelo nome de Morgolim instigando-o a torturar Magnus.  Mas Magnus nada sabia sobre tais pessoas, muito menos sobre Warwick.

      Morgolim ameaça queimar as partes de Magnus, mas vendo que ele não tinha nada a dizer naquele momento deixa a câmara, ordenando que ele fosse trancado ali até que estivesse disposto a falar.  Após a saída de Morgolim, todos os demônios que o acompanhavam deixam a sala, ficando Magnus sozinho.  Após ouvir a porta ser trancada, ele aproveita para tentar, em vão, partir as tiras que o amarravam à cadeira.  Depois de um tempo os carcereiros voltam.  Perderam suas chaves e decidem procurá-las.  Quando se afastam surgem Bingo e Owni, com as chaves dos guardas nas mãos.  E eles libertam Magnus.

      "Como souberam onde eu estava?" Perguntou aos pequenos.
      "Seguimos eles e entramos escondidos." Disse Bingo.
      "Vocês sabem onde estão minha espada e minha armadura?"
      "Não, nós não vimos suas coisas, mas temos que sair logo daqui. Eles vão voltar!" Respondeu Owni.

      Eles saem da sala fugindo pelos corredores e mais a frente um sentinela guarda a saída. Magnus olhou para os pequenos e falou para eles:

      "Bem, há somente um guarda.  Posso tentar agarrá-lo pelo pescoço e vocês o atacam."
      "Não posso fazer isso.  Não sou um guerreiro, sou um jardineiro, um doméstico e fabricante de cercas vivas, mas não um guerreiro."  Admitiu Owni para o Paladino de Helm.

O estranho se revela

      O homem misterioso após sair da bruma se revela.  É Warwick.

      "Logo após a saída de vocês eu tive que fugir e destruir o portal.  Guardas invadiram minha loja e por pouco não me pegaram.  Como vocês me prejudicaram e não tem como ressarcir meus prejuízos, digamos que farei uma oferta generosa.  Vocês me levam em segurança para Zelatar e estaremos quites."

      A Comitiva aceita escoltá-lo, mas expressa a vontade de passar o tempo para que a sacerdotisa pudesse curar Feargal, Warwick ri da idéia e os adverte:
      "Vocês querem passar o tempo aqui? Nesta estrada? Vocês não tem noção do perigo que é ficar aqui.  As tempestades de sal são mortíferas.  Vejam as brumas.  Logo teremos uma.  Devemos partir logo quanto mais rápido sairmos desta estrada melhor."

      "Mas nosso companheiro está ferido.  Ele foi atacado pelas árvores serpente.  Você conhece algum medicamento contra o veneno destas árvores?"  Perguntou o Dileto de Mystra, Kariel.

      "Não se preocupem, ele não vai morrer.  Vai ver carneirinhos azuis por uns dois dias, e talvez tenha alguma seqüela, só o tempo dirá.  Mas uma coisa é certa, não vai morrer." Revela Warwick com um sorriso.

      Eles seguem caminhando através da estrada sinuosa, então a tempestade desabou sobre eles.  Uma chuva quente e salgada caia e foi piorando, pedaços de sal caiam como brasas sobre as armaduras, a chuva cessou e eles, após caminhar um pouco, encontram uma bifurcação.  Nela dois demônios sentados em tronos à frente de uma torre guardam as passagens.  Então Giordano, o mercenário, pergunta a uma das estranhas criaturas:

      "Para onde leva esta estrada?"
      "Este é Artag!" Anunciou o demônio da esquerda apontando para seu companheiro.
      "E este é Ortag!" Completa o demônio da direita.
      "Um de nós sempre diz a verdade e outro sempre mente."  Pronunciaram em uníssono.
      Após alguns discernimentos Feargal questiona ao demônio da esquerda:
      "Bem tenho uma pergunta a fazer a você. Hoje pela manhã choveu?"
      "Hoje não." Respondeu o demônio Ortag.
      "Então você é o mentiroso." - Fergal agacha-se e toca o solo. "O chão está úmido." Concluiu o musculoso elfo.
      Descoberta a charada e o caminho verdadeiro, o grupo parte para Zelatar.

Magnus liberto

      Demovido da idéia de procurar seus ítens pelos pequenos, Magnus caminhava com seu corpo ainda desnudo pelos corredores.  Ele arromba uma das portas do lugar entrando em um aposento escuro.  Tateando encontra uma mesa ainda úmida e um cutelo e mais ao fundo ele encontra alguns barris e um avental.  Ele veste-o cobrindo seu corpo nu.  Magnus ouve alguém se aproximar e esconde-se atrás da porta, com o cutelo pronto para atacar se fosse necessário.  Ele ouve seus perseguidores conversando sobre sua fuga.  Os demônios entram e acendem uma lamparina iluminando o lugar.  Era uma cozinha: a mesa estava coberta com sangue e duas coxas de um animal que parecia ser um cavalo encontrava-se sobre ela.

      Os demônios conversavam sobre o jantar e Magnus chocado descobrira os motivos dos choros de crianças que ouvira na taverna: os demônios haviam matado as infelizes para preparar seu banquete macabro.  Mais dois demônios entraram no lugar.  Um deles era o vigia da saída que viera comer.  Magnus permaneceu quieto atrás da porta.  Depois de algum tempo todos os demônios saem e o guarda sentindo a natureza chamar vai ao banheiro, ótima oportunidade para Magnus que teve o caminho livre para a fuga.

      Fora daquela prisão, Magnus se afasta e enquanto caminhava, uma elfa reconhece-o e vai em sua direção dizendo:

      "Você não é o paladino amigo do elfo que me libertou?" Magnus assente com a cabeça e então a elfa continua.
      "Eu sabia.  Não existem dois paladinos com a mesma feição angelical, ainda mais em um lugar como este.  Meu nome é Lua e eu preciso de ajuda para libertar minhas outras irmãs e meu irmão."
      "Meus companheiros? Onde estão?" Lembrou Magnus.
      "Eles estavam com um humano chamado Warwick.  Eles entraram em um portal, mas o lugar foi invadido e o encanto foi destruído logo após que seus amigos e Warwick passaram.  É inútil retornar lá pois os demônios estão a espreita.  Mas, por favor, responda se pretende me ajudar?"  Insiste a elfa.
      Magnus depois de uma breve pausa pergunta:
      "Você sabe onde elas estão?"
      "Sim, eu sei. Elas estão presas fora de Samora, no castelo Zilgrat. Temos que nos apressar. O demônio ainda não deve ter feito mal a elas. Talvez ainda não tenham nem chegado no castelo." Terminou ela.
      "Infelizmente não poderei ajudar sem minha espada, minha armadura e meus pertences que ficaram na prisão." Confessou Magnus.
      "Eu posso me transformar em um demônio e ir buscá-las para você.  Aguarde aqui que retornarei em breve com suas coisas."  Ao fim de suas palavras, ela conjura um encantamento e transmuta seu corpo na forma de um demônio e vai até a prisão buscar as coisas do Paladino de Helm.

      Posteriormente, Lua retorna com os pertences do servo de Helm.  Entretanto não consegue cancelar o feitiço de transformação que ludibriou os demônios.  Ela aproveitou a forma atual para comprar alguns equipamentos necessários para a próxima empreitada, partir para o Castelo Zilgrat.

A Harpa no Abismo

      Finalmente o grupo chega a cidade de Zelatar, um lugar muito maior que Samora e com um aspecto tenebroso.  Poder-se-ia também dizer que aquela cidade parecia um forte.  Giordano volta-se para Warwick e pergunta:

      "Warwick, por acaso você tem algum contato nesta cidade?"
      "Sim, tenho, mas se querem encontrar outros revolucionários como vocês sugiro que sigam para uma taverna chamada "A Casa do Diabo". Com certeza haverá revolucionários lá." E após informá-los da taverna se despede e desaparece nas ruas da cidade.

      Eles estavam diante da imensa cidade, precisavam entrar sem chamar a atenção.  Feargal que até o momento mantivera-se de pé devido às bençãos lançadas sobre ele pela sacerdotisa Laurin, despenca por causa do veneno e começa a delirar.  Através dos encantamentos de Kariel, eles conseguem conduzir Feargal, que parecia estar bêbado.  Caminhando pelas ruas da cidade eles encontram uma taverna de nome "Eternos Prazeres".  Embaixo da placa com o nome da taverna um cartaz convocando trabalhadores para a construção do castelo da hóspede do imperador Graz'zt, que se iniciaria em dois dias.  Eles continuam a procura da taverna "A Casa do Diabo".

      Chegam em uma praça onde um demônio anuncia o dia, a hora e o percurso da escolta que traria a Dama de Ouro para Graz´zt, e que por ordem do imperador enquanto ela passasse todos os atos e seres degradantes estavam proibidos.  Demônios soldados vasculhavam as ruas e jogavam as figuras humanóides que se arrastavam no rio de sal.  Após ouvirem o anúncio, a Comitiva escuta um dos demônios falar que iria até a taverna "A Casa do Diabo" e então resolvem segui-lo, chegando rapidamente ao lugar.

      Eles entram e um demônio apresenta-se como o dono do estabelecimento.  Ele oferece uma mesa todos se sentam, pedem vinho e o taverneiro comenta sobre a invasão do Salão Argenta pelos revolucionário.  Kariel pergunta o que aconteceu com os revolucionários capturados e o taverneiro responde que foram mortos.  Tiveram suas tripas arrancadas.  Depois disso ele pede licença e volta para seus afazeres.  O grupo fica observando o lugar.  Giordano vai até o balcão e pede algo mais forte, e após beber um único gole do que lhe foi servido muda de idéia, e volta-se para o salão para observar.  Vê um homem encapuzado que não tinha pudores em encará-lo.  Ele olha para o homem e este discretamente o chama com gestos.  Giordano disfarça e vai até a mesa com ele e mal tinha sentado quando o humano perguntou:

      "O elfo que está com você é Elder Villayette?"
      Giordano, não morria de amores pelo elfo, mas não queria problemas então respondeu:
      "E se for ele for quem você diz, porque me pergunta isso?" O homem não precisava saber de mais nada. Era Elder mesmo que ali estava. Então levanta-se e se aproxima da mesa e pergunta discretamente:
      "Qual de vocês é Elder Villayette"  Elder se apresenta e então o humano misterioso continua.
      "Preciso adverti-lo, pois um grande mal está a sua procura.  Meu nome é Caravan, precisamos sair deste lugar, peço que me sigam."
      Ele levanta-se e sai da taverna.  O grupo sai em seguida, encontrando o misterioso conselheiro mais a frente.  Ele pede que o sigam e entra em um beco escuro, com a certeza de que não estava sendo seguido.  Retira um broche de prata com uma harpa e mostra a eles.

      "Bem, dêem isso a seu companheiro ele irá melhorar."  Diz entregando uma poção.  "Confesso que fiquei surpreso por somente um de vocês ter sido atacados pelas arvores serpente.  Ainda bem que foi só um, pois essa é a única poção que eu consegui.  Não irá recuperar as seqüelas do veneno mas ele irá recuperar a razão.  Eu sei sobre a missão de vocês e estou aqui para ajudá-los.  Terão duas opções para resgatar Waukeen.  A primeira é voltar à Floresta Zrintor, esperar a caravana e atacá-la para resgatar a deusa.  Será muito perigoso, pois um pequeno exército os escoltará e Verin, um dos generais de Graz'zt estará com ela na carruagem.  A segunda opção é retornar até a cidade da Samora, onde Waukeen está sendo mantida em uma quarto no subsolo da Taverna "O Rei dos Peões".  Ela está sendo vigiada dia e noite por Verin, um demônio da raça Marilith.  Vocês devem decidir qual será a opção e dependendo dela eu seguirei ou não com vocês, mas apressem-se."

      Villayette estava dividido.  A um passo de rever sua esposa e de libertá-la.  Eleannor estava em algum lugar do palácio de Graz'zt, mas ele teria que se afastar dela novamente.  Decidiu adiar seu reencontro.  Retornaria àquele lugar, mesmo que sozinho.  Permaneceria no Abismo até libertá-la.  Ao discutir o assunto com seu sobrinho Kariel este também anuncia a mesma decisão.

Os Elfos são Libertados

      Depois de uma viagem de dezoito horas seguindo os rastros da carroça.  Magnus, Lua, Owni e Bingo conseguem avistar a carruagem com os escravos.  Estava entrando no Castelo Zilgrat.  Um grande obstáculo impede passagem do paladino e da elfa: um gigantesco muro de espinhos circulava o castelo.  Lua, enfurecida, grita desafiando Zilrat.  Repentinamente, a muralha de espinho se abre.  Magnus e os pequenos se escondem, ouvindo os passos reverberantes do demônio dantesco.

      Olhando para o imenso portão do castelo eles vêm a figura titânica de Zilgrat, um demônio com a pele azulada, que pergunta sobre seu desafiante.  Lua desesperada, luta com o demônio, mas não consegue deter a força dos ataques e tomba desacordada e consumida pelas chamas da arma do demônio.  Magnus, Bingo e Owni vendo que não poderiam mais ajudá-la, entram no castelo.  Owni arrependido, vendo que Lua provavelmente morrera, vira-se assustado para Magnus.

      "Vamos embora.  Ela morreu.  Não precisamos libertar mais os irmãos dela.  Eles nem fazem idéia que estamos aqui.  Vamos embora.."
      "Não! É o nosso dever libertá-los!"  Disse Magnus de Helm e então eles prosseguem procurando os prisioneiros.  Após descer uma imensa e estreita escadaria, chegam a uma porta entreaberta, lá dentro uma escuridão total.
      Magnus acende uma tocha e percebe dois demônios vermelhos com chifres e bicos de abutres.  Um deles ao vê-los voa, enquanto o outro que ficara ataca.  Enquanto Magnus lutava com o demônio, Owni e Bingo libertaram os elfos, que fogem.  Não encontrando os pequenos e os elfos, Magnus tenta uma manobra evasiva para se esquivar dos demônios e fugir pela escadaria.  Obtêm sucesso e sobe correndo.

      Ao sair do castelo, ele vê o corpo de Lua.  Estava praticamente morta.  Não poderia parar para ajudá-la, pois a muralha de espinhos começara a fechar-se.  Então ele poê-se a correr.  Na fuga, procurou os pequenos mas também não os encontrara.  Ao olhar para o castelo, já distante, viu duas figuras negras que voam na sua direção.  Percebendo o perigo que corria na estrada, e sem alternativa, correu em direção a estranha floresta das árvores serpentes.  Vendo que não poderia manter o ritmo da corrida decidiu abrir um caminho para descansar, matando uma daquelas árvores.  Conseguiu seu intento e então descansou, pois seus perseguidores alados evitavam tal lugar.

O Reencontro de um grande Amor

      Após um breve espaço de tempo o grupo decide retornar a Samora.  Caravan vendo que eles iriam juntos decide acompanhá-los.  Ele explica que deveriam ir até as montanhas de Sal de Orgurt, nos domínios de Aracbac, a aranha gigante, pois lá existia um portal que os levaria diretamente a Samora.  Enquanto caminhavam e discutiam, ouviram um demônio comprando estátuas e comunicando que todos deveriam participar do esforço de guerra, doando ou vendendo as estátuas, que seriam utilizadas como munição.  Segundo ele até mesmo o Imperador Graz'zt estava doando sua belíssima coleção de estátuas como exemplo, e que naquele momento elas estavam sendo transportadas em uma carroça para Liar Er Et' Alf, o Feudo do Baalor.  Ao ouvir tal notícia, Villayette se desespera.

      "Kariel, siga com eles para Samora.  Irei ver se Eleannor está nesta carroça.  Depois encontrarei com vocês lá!"
      "Villa, eu irei com você.  Libertaremos Eleannor e depois iremos para Samora." Disse Feargal.
      "Isso vai mudar tudo.  Os mais fortes querem seguir para outro caminho.  Eu não vislumbro chances se vocês não forem.  Sem vocês eu não seguirei." Decretou Caravan.
      "Mas se for verdade que as estátuas serão destruídas eu não posso partir para Samora.  Minha esposa pode estar entre elas.  Preciso libertá-la antes que a carroça chegue ao seu destino."  Explicou Villayette a Caravan.
      "Se a questão for esta não precisa se preocupar.  O Feudo do Baalor fica próximo a caverna de Aracba.  Nos desviaremos um pouco, mas nada que nos atrapalhe."
      "Então, devemos partir o mais rápido possível.  Vamos embora!"  Concluiu apressadamente Villayette, que não conseguia esconder sua preocupação e sua ansiedade em rever a esposa.

      O grupo adianta o passo e algumas horas depois consegue finalmente ver a imensa carroça.  Mais ao fundo puderam também divisar a fortaleza do Baalor cercada de magma borbulhante, com seus vapores escaldantes.  Villayette se aproximou de Kariel e perguntou ao sobrinho:

      "Meu sobrinho! Podes conjurar um encantamento que traga minha amada para cá em segurança?"
      "Fazê-lo eu poderia, mas se as feras me avistassem se iniciaria um combate que poderia destruir as estátuas ceifando a vida de Eleannor." Advertiu logicamento o Escolhido de Mystra.
      "E além do mais como iremos identificar a estátua dela?" Lembrou Caravan.
      "Simples! Com certeza será a estátua mais bela dentre todas as outras, e será a única apresentando uma armadura portando um símbolo na nossa Casa Élfica."  Respondeu com força Villa dos elfos.

      Kariel pára um momento e instantaneamente, sem gestos ou palavras, sua pele toma aparência rochosa e então se teletransporta para a carroça.  Caravan impressiona-se com o fato deste grupo não ser tão comum como ele pensava.  Finalmente vê esperanças na missão.

      Na carroça, Kariel procura pela estátua de Eleannor, mas ele percebe que o trabalho não será tão fácil como ele e seu tio haviam previsto.  Haviam toneladas de estátuas amontoadas umas sobre as outras, e muito cuidado deveria ser tomado para retirá-las pois uma vibração, uma pancada ou solavanco mais forte da carroça poderiam rachá-las ou despedaçá-las.  Ele tenta encontrá-la mas não consegue.

      Na estrada Villayette espera ansioso, um nervosismo toma conta dele com a demora de Kariel, e quando vê que a carroça estava cada vez mais próxima da fortaleza, ele se preocupa.

      Kariel concentra-se e procura emanações mágicas nas estatuas e desta forma consegue descobrir a localização de Eleannor.  Porém era impossível retirá-la de lá.  Não teria forças para erguer as estátuas, e o encanto não poderia ser desfeito naquele momento, pois Eleannor estava sob as estátuas e seria esmagada.  Sua única opção era aguardar a carroça ser descarregada ou pará-la de algum jeito.

      Com um encantamento, destrói a junção da carroça com os cavalos fazendo-a parar.  Um dos demônios, vendo que não teria como consertar, retorna a pé para a fortaleza enquanto o outro esperava.
      Caravan e Villayette vendo a carroça estagnada e um dos guardas partir, descem correndo em direção a ela.  O demônio que a guardava foge.  Kariel ainda tenta utilizar um encantamento para prendê-lo, mas a vontade da besta é maior.  Villayette ao chegar pergunta:

      "Encontrou ela?"
      "Sim. Ela está sob esta pilha de estátuas, vou..."  Parou pois antes que pudesse terminar sua frase Villayette já pulara na carroça e começava a jogar para fora as estátuas menores que encontrava, pois não teriam muito tempo até que um pequeno exército de demônios saísse da fortaleza em socorro de tão importante carga.  Após ter espaço suficiente para entrar, Kariel reduz seu tamanho e tenta chegar à estátua de Eleannor e quando finalmente a toca e teletransporta-se com ela para fora da carroça.

      O resto do grupo chega.  Villayette e Caravan puderam ver sair dos portões da fortaleza um exército de demônios que corriam em sua direção.  Kariel reaparece trazendo a estátua.  Villayette retira de sua bolsa mágica o pergaminho que lhe foi entregue a pedido de Elminster do Vale das Sombras, com as instruções de ser lido quando estivesse em frente a estátua de sua esposa.  O momento chegara.  Com as mão trêmulas, ele abriu o pergaminho e então leu a seguinte inscrição.  "Este é o meu presente pupilo, espero que goste."  Então com aquelas simples palavras o feitiço que transformara Eleannor em uma estátua fora desfeito.  Villayette diante da esposa retirou seu elmo mostrando sua face úmida pelas lágrimas de felicidade.  Mas a vergonha por tê-la feito passar por tudo aquilo o impediu de correr em sua direção.  Não tinha palavras para dizer, nada que dissesse o redimiria pelos seus erros e não sabia qual seria a reação dela ao vê-lo.  Trazia consigo o medo de ser rejeitado pela elfa que tanto amava.

      Mas quando finalmente Eleannor abriu seus olhos, ainda ofuscada pela claridade, não pôde definir nada.  Não sabia onde estava nem o que estava acontecendo, mas quando recuperou a visão ela o viu.

      "Elder..." Balbuciou ela e em seguida correu para seus braços.  Eles se beijaram apaixonadamente e se abraçaram.  Muitos anos haviam se passado desde que eles haviam se separado.

      "Sim minha amada, sou eu..."  Mas foram interrompidos por Caravan preocupado com o exército que se aproximava, que pediu então a Kariel:

      "Pode nos levar de volta para a estrada lá em cima?"  O Dileto de Mystra acena afirmativamente com a cabeça e reunindo suas últimas energias abriu um portal para a estrada o trecho da estrada que lhe fora solicitado, então todos atravessaram.


Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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