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Uma Comitiva menos heróica?
Descrita por Ricardo Iglesias, Ricardo Costa e Ivan Lira,
baseado no jogo mestrado por Marcelo Piropo
Personagens da aventura:
Os Humanos:
Ájax de Felonte; Garth; Eran; Kantras; Adhsarta; Brandon,
o mestre das batalhas; Nord Laife. Os Elfos:Arthos Fogo Negro.
O Meio-elfo: Slayne Ravenheart; O Halfling: Gormadoc
Corneteiro. Participação Especial: Caladnei:
Uma Comitiva menos heróica?
Recapitulando...
Há
mais ou menos dois meses atrás um contingente de heróis
conhecidos por Comitiva da Fé voltava de Águas Profundas
após uma ferrenha luta contra o deus da destruição
Bane, impedindo assim que o vilão obtivesse a Orbe de Ogor.
Infelizmente durante a batalha morrera Diana, dragoa e mulher ao
mesmo tempo e, além de tudo esposa do elfo Arthos Fogo Negro.
Desconsolado, Arthos foi até Avar Cormanthyr, uma das cidades
de Cormanthor, para ter com seu pai. Em meio a tanta tristeza, definiu
um objetivo: descobrir o covil de Mor'Ha'Dur e conseqüentemente
acabar com a vida do dragão vermelho que a tanto perseguia
Diana.
Parte
da Comitiva desapareceu. Alguns acreditaram que eles partiram para
o Abismo para resgatar Eleannor, a esposa do elfo Elder Villayette.
Ájax, herói de Arabel regressou as fileiras do exército
de Cormyr para continuar sua luta contra os goblinóides que
há dois anos invadiram o reino provocando destruição
e morte. Tal devastação iniciou-se por influência
de demônios chamados Nefários, descendentes de outros
antigos que criaram o exército das trevas. Aproveitando-se
da situação, o dragão vermelho grande wyrm
Nalavaralfathoril, popularmente conhecido por Riversong e arquiinimigo
do lendário Rei Azoun Obarskyr IV, entrou na guerra e pereceu
junto com seu nêmesis e a filha dele, Tanalasta Obarskyr,
mãe do herdeiro Azoun V. Em meio ao caos imperava a face
dura de Vorik Aris, assecla de Gondegal o rei perdido. Aris comanda
os goblinóides e consolida seu domínio de terror deixando
Ájax e a regente Alusair Obarskyr empenhados em recuperar
o reino. Apesar da tristeza de Myrmeen Lhal e Doust Sulwood pela
destruição de Arabel, a reação foi de
alegria quando as forças cormyrianas recuperaram uma de suas
melhores bases, Amyr Ibicus.
O halfling e o gnomo...
Gormadoc
Corneteiro é um halfling, que aguardava ansioso a chegada
de seu companheiro, o anão Kedrak. Não sabia ele mas
o anão havia partido com alguns integrantes da Comitiva da
Fé para chegar no Abismo e salvar a deusa da moeda Waukeen.
Gormadoc, diferente dos de sua raça desenvolveu hábitos
bastante humanos vivendo nas capitais dos reinos como um mercenário
profissional. Missões difíceis eram com ele mesmo,
contanto que o pagamento fosse de acordo. Ultimamente sentira o
faro de dinheiro em Suzail, a capital de Cormyr, pois sabia que
a guerra rende bastante lucro aos de sua profissão.
Gilbert
Engrenagem Dourada é um gnomo típico da ilha de Lantan,
da qual afirmam que durante o famoso Tempo das Perturbações,
o deus inventor Gond se materializou na forma de um gnomo e ficou
lá durante a crise. Gilbert, diferente de seu pai, se tornou
um escritor, porém como suas histórias estavam ficando
enfadonhas, resolveu viajar para o centro de Faerûn e documentar
relatos de famosos grupos aventureiros. Chegando em Suzail, procurou
um nobre ao que todos diziam ser um simpatizante dos aventureiros,
o Lorde Thistle. O nobre revelou-lhe que havia um grupo de heróis
que salvou os reinos por várias vezes e pronunciou o nome
da Comitiva da Fé. Depois de algumas investigações,
Gilbert soubera que alguns dos integrantes deste grupo se encontravam
na capital de Cormyr e partiu em seguida.
Uma nova história
se inicia...
Porto
de Suzail, Capital de Cormyr , três meses após a retomada
desta importante cidade das hostes sombrias dos goblinóides.
Arthos Fogo Negro estava entretido em seu novo negócio: ele
deixara os amigos e, após uma longa estada na cidade élfica
de Avar Cormanthyr, comprou um veleiro, ao qual batizou como "Diana",
em homenagem à sua falecida esposa, e passou a singrar o
Mar das Estrelas Cadentes como um mercador. Difícil entender
Arthos, o inconseqüente e audaz membro da Comitiva, como simples
comerciante. Porém, um fato explicaria tal contradição:
o elfo tinha um empreendimento oculto, mascarado pela sua nova profissão.
Arthos aproximava-se do cais da cidade. Ansiava pela comodidade
de uma taverna após longos dias no mar e, quem sabe, poderia
conseguir alguma informação de valor.
Gormadoc
Corneteiro observava o porto naquele dia de muito movimento. Chamara
a atenção do pequeno duas figuras de roupas negras
andando em direção à taverna e um depósito
que, apesar aparentar ser apenas um armazém, era vigiado
por quatro dragões púrpuras da guarda real. Sua atenção,
de repente, voltou-se para o mar. Uma nau, veloz, fizera uma entrada
perigosa e inconseqüente. Parecia que iria chocar-se com o
atracadouro, provocando um acidente, mas surpreendentemente controlou-se
e atracou suavemente. Minutos depois, seu capitão ordenou
que as mercadorias fossem descarregadas. Após dar suas ordens,
o homem do mar (na verdade não era um homem e sim um elfo,
de cabelos vermelhos), seguiu para a taverna. Gormadoc sentindo
algo no ar: a taverna parecia ser o centro das atenções
naquele dia. Quem sabe ele não encontraria por lá
algum serviço que lhe rendesse um bom dinheiro.
Também
no porto estava o gnomo Gilbert, tentando seguir as pistas dadas
por Thistle e encontrar os tão aclamados heróis da
Comitiva da Fé. Havia falado semanas atrás, no Vale
das Sombras, com um homem barbudo e beberrão de nome Iorek.
Este lhe contara histórias absurdas sobre seus companheiro
terem destruído Bhaal, antigo deus do assassinato e Myrkul,
ex-deus da morte. Pareciam mesmo histórias de bêbado.
Julgou ser Suzail um local óbvio para que tais aventureiros
aparecessem.
Antigamente,
no castelo real de Suzail, o ambiente era muito mais agradável
do que os dias atuais, com o rei Azoun caminhando e conversando
com seu conselheiro real nos jardins do castelo. No entanto, hoje
a capital se encontra em estado de alerta. Soldados marcham de um
lado para o outro com as armaduras totalmente sujas e arranhadas,
os dragões púrpuras, que antes desfilavam com seus
bonitos uniformes, agora tem seus símbolos manchados de sangue.
A todo momento pode-se ver capitães preparando seus homens
para campos de batalha. A regente Alusair, junto com Doust Sulwood
e Myrmeen Lhal saem constantemente em campanhas pelo reino resistindo
ao cerco do exército de Vorik Aris. Caladnei, a conselheira
real de Alusair permanece no castelo para manter a ordem e os assuntos
internos. Há poucos dias chegaram Kantras do Vale das Sombras
e sua esposa, a sacerdotisa druida Adhsarta. Vieram como diplomatas
e colaboradores no objetivo de ajudar o reino cormyriano na crise
atual.
"É
um prazer receber o príncipe e a sacerdotisa do Vale das
Sombras. A Rainha está em campanhas, portanto eu cuido dos
assuntos do reino." , recebeu Caladnei a chegada de Adhsarta
e Kantras.
"Venho em nome
de meu pai, Mourngrym Amcathra, e do Vale das Sombras para oferecer
novamente nosso apoio nas eventuais crises. A presença de
sua rainha, meses atrás, nos ajudou muito a impedir a tentativa
do exército das trevas em dominar os Vales." Firme foram
as palavras de Kantras, que desde pequeno foi ensinado nos assuntos
reais e na arte da guerra.
"Desejamos saber
o paradeiro do general Vorik Aris, pois também é um
inimigo da Comitiva e deve ser punido pelas atrocidades cometidas
aos reinos e a Mãe Chauntea." , falou veementemente
Adhsarta.
"Apesar de ter
destruído parte da cidade, Aris mantém como base Arabel.
Porém ele se locomove com muita velocidade entre os campos
de batalha. Eu e os magos de guerra suspeitamos que ele use sortilégios
para administrar melhor seu exército. Os convido para que
se instalem no palácio real até que tomemos alguma
atitude." , terminou Caladnei oferecendo um cômodo no
castelo.
Encontros na taverna
Após
uma entrada brusca no porto de Suzail, com uma manobra deveras arriscada,
Arthos fogo negro dirigiu-se para a taverna, antro de piratas, corsários
e diversos tipos de ladrões e baderneiros. Seguia em busca
de informações para sua missão secreta. Vê,
procura e encontra Baluo um homem esquelético de aparência
decrépita.
"Tem
a informação pela qual paguei, Baluo?"
"Tudo que tenho
a dizer é que soube que este Kelzur é um Mago Vermelho.",
respondeu o homem.
Arthos
anotou mentalmente a informação e o homem levantou-se
. O informante estava em um bom dia de trabalho e então vai
de encontro a outro cliente. Coincidência do destino, fora
este também integrante da mesma Comitiva da Fé, a
poucos anos atrás. Seu nome é Slayne Ravenheart. Ao
ver o informante Slayne pergunta:
"Já
trouxe a encomenda?" O homem furtivamente põe um frasco
sobre a mesa e espera pelo seu pagamento.
No
mesmo instante, Gormadoc Corneteiro entra na taverna, onde reconhece
a figura do elfo capitão e dos dois homens de roupas negras,
que o chamaram a atenção minutos antes. Aliás
estes dois, um homem misterioso, de ares sombrios e cerca de quarenta
invernos, mais um jovem rapaz, procuravam coisas perigosas e abordavam
os mais pérfidos fregueses do estabelecimento. Sentou-se
o halfling em uma das mesas, ao lado de Slayne, e teve que aturar
do homem algumas piadas sobre sua altura. O capitão volta
seu olhar para mesa, fita o rosto conhecido e aproxima-se:
"Slayne?!",
Arthos vem curioso.
"Fogo Negro?!",
retruca Slayne com a mesma surpresa, "O que faz aqui?"
"Sou capitão
de um navio mercante, o "Diana". E você?"
"Arthos marinheiro?
Isto é uma novidade, mesmo. Vim a Suzail em negócios."
Começam
uma conversa animada. Em breve, chega próximo aos dois velhos
amigos a dupla sinistra que se vestia de negro.
"Parece
que todo lixo de Suzail veio parar aqui nesta taverna hoje",
fala sorrindo o homem.
"Garth?!",
exclamam os companheiros. Arthos pergunta:
"O que faz aqui?"
"Procuro alguns
itens mágicos que me foram roubados pelos goblinóides
que invadiram Cormyr. Este é meu aprendiz, Eran."
A
conversa continua e por algum tempo, os membros desta Comitiva relembram
alguns feitos, da época em que tiveram que carregar as Tábuas
da Fé por toda Faerûm, sendo perseguidos por deuses
e vilões. A convite de Arthos, os três partem para
a nau, enquanto o aprendiz volta para a hospedaria onde a dupla
estava instalada. Gormadoc também levanta-se e seu caminho
é o castelo de lorde Thistle, para quem trabalhava. No castelo,
Gormadoc recebe instruções de Thistle e então
é apresentado ao gnomo Gilbert. No dia seguinte eles retornam
para o porto.
A
manhã chega com a aproximação de três
naus. Para a infelicidade daqueles que estavam no porto, a bandeira
nos mastros dos navios era negra, com ossos e um crânio. Eram
piratas e isto significava problemas. Os navios rapidamente aproximaram-se
dos atracadouros. Na proa de cada um deles estava instalado uma
espécie de canhão, que começou a lançar
sobre as construções próximas uma língua
de fogo, formada de algum líquido inflamável. O caos
tomou conta do lugar.
Gormadoc,
atirava com sua besta nos piratas que começavam a desembarcar
enquanto Gilbert, sem querer perder nenhum momento do acontecimento,
sobe no telhado de um galpão para observar. Os quatro dragões
púrpuras que estavam de guarda na frente de um armazém
partem para o combate deixando seus postos.
Slayne,
Arthos e Garth deixam o Diana e seguem para o cais para ver o que
está acontecendo. Diante do perigo, Garth parte para a estalagem
Olho do Norte, onde havia deixado seu pupilo. Não queria
que nada acontecesse ao garoto. Já Arthos saca seu sabre
e luta contra alguns piratas, apesar de sua graça com a espada,
os inimigos são muitos e o aventureiro não faz muita
diferença para o equilíbrio da batalha. Slayne teve
sorte ainda pior: desequilibrou-se e caiu no mar e passou boa parte
do tempo tentando nadar em direção a um dos navios.
Gilbert observava tudo e todos, não perdia nenhum detalhe
e a cada atitude heróica se empolgava. Era sobre este tipo
de assunto que sempre quis escrever. Mas não apenas como
espectador ficou o pequeno: vendo que uma das paredes de um dos
prédios em chamas iria ruir sobre um grupo de pessoas que
tentavam salvar os cavalos no estábulo, desce do seu abrigo
e tenta salvá-lo. O gnomo ata uma corda a um gancho na parede
em chamas, em seguida a prende em um dos cavalos, liberta os animais
e monta em um deles. A força do corcel faz com que a parede
em chamas desvie sua trajetória, salvando os comyrianos.
Gilbert, em cima de ua montarias em disparada comemorava. Fizera
algo heróico, mas logo o pensamento desapareceu. Os cavalos
libertos corriam desesperados em direção à
um grupo de mulheres e crianças.
Tentava
o gnomo de todas as formas parar os animais, mas nada adiantava.
Nesse momento passava por ali o mago Garth, que ia em direção
da estalagem buscar seu pupilo. Este vê a eminente tragédia,
olha para um lado e para outro, pensa durante um segundo e decide
salvar aquelas pessoas. O mago teleporta-se e aparece na frente
das mulheres e crianças assustadas. Gilbert vê o homem
de preto na frente daqueles infelizes humanos. Cobre os olhos do
cavalo e fecha os seus próprios para não vê-los
atropelados pelos animais em fuga. O que o gnomo acaba por perder
foi Garth, que com um novo feitiço, transporta a si e ao
grupo com ele para longe dos cavalos, segundos antes destes o alcançarem.
Quando Gilbert abre os olhos para verificar o acontecido, seu cavalo
perde o rumo entre as estreitas vias do porto, caindo no mar junto
com ele.
Slayne
finalmente consegue subir em um dos barcos e é esperado por
quatro bucaneiros. Ele luta e, em cômica ironia, cai no mar
novamente, desta vez para salvar a pele. Arthos sobe em um dos mastros
e tenta combater e evitar os ataques dos piratas.
No
horizonte, uma nau cormyriana aparece a toda velocidade, em direção
a um dos navios piratas. As duas naus acabam se chocando e vão
a pique. Gormadoc e Arthos tentam chegar a uma das duas naus restantes.
Arthos subindo pela rampa de abordagem enfrenta dois piratas, enquanto
Gormadoc consegue subir lançando um arpéu e escalando
a lateral. Enquanto o elfo usava sua espada, o halfling lançou
um frasco de óleo na estranha arma que cuspia de fogo no
cais. O ataque causou uma grande explosão, lançando
Arthos e Gormadoc ao mar.
A
batalha prossegue. Arthos retorna para o Porto e parte para combater
em outro navio. Gormadoc e Slayne rumam até o galpão
que antes era protegido pelos dragões púrpuras. Lá
dentro eles observam um grande número de piratas e são
surpreendidos por alguns deles, acompanhados por um mago vestindo
roupas púrpuras. O arcano, ao vê-los começa
a conjurar um encantamento e eles correm entre o labirinto de caixas,
sacos e barris, escapando por pouco de um raio que saíra
das mãos do feiticeiro. Os dois se escondem e repentinamente
os invasores desaparecem.
No
porto, Arthos se prepara para lutar com o capitão dos piratas.
Era um bucaneiro famoso, que orgulhoso anunciava o seu nome:
"Sou
Bubon Cara Feia, elfo. Se arrependerá se me enfrentar"
"Cara Feia, hein!
Sua cara ficará ainda pior quando eu terminar!"
O
embate é equilibrado, Bubon se mostra bastante rude em seus
golpes aproveitando sua força e seu tamanho. Já Arthos
se utiliza de sua graça élfica e mantém um
jogo de cintura, esquivando-se como um gato dos balanços
de espada do famigerado pirata. Bubon, empunhando sua espada com
as duas mãos, dá um golpe de cima para baixo fazendo
Arthos afastar-se para o lado. Este tenta cortar o dorso do oponente
com seu sabre afiadíssimo, porém para surpresa dele
Bubon consegue fechar sua guarda a tempo, bloqueando o golpe. O
pirata prossegue dando uma seqüência de três golpes,
obrigando o elfo a recuar. Propositadamente Bubon recua por um instante
dando uma oportunidade de Arthos revidar. Não sabia o herói
mas Bubon esperou apenas que o pulso do elfo relaxasse um pouco
no momento do balanço da espada e então aplicou um
duro golpe em seu sabre fazendo-o cair das mãos. Arthos,
desarmado, esquiva-se da espada de Bubon através de acrobacias
e se afasta para tentar recuperar sua arma. Mas, quando consegue
seu intento, Bubon já estava longe.
Agora do convés do Diana, Garth, em meio a confusão
dá uma aula prática sobre a conjuração
de uma esfera de fogo. O encanto parte de suas mãos indo
explodir na lateral de uma das naus dos piratas. Os sobreviventes
correm para o navio de Bubon Cara Feia e eles zarpam rapidamente.
Ájax,
herói de Arabel, surge montado em um cavalo branco, junto
com muitos dragões púrpuras mandados em reforço.
Ele observa o fim dos combates e conversa com o povo e guardas.
Em seguida vai em direção de alguns indivíduos,
apontados como heróis deste evento. Então chega Ájax
para Garth, Arthos e Gilbert, lhes informando que Lorde Thistle
pedira que ele levasse os que se destacaram no combate à
sua presença. Os três concordam e levam consigo Slayne
e Eran para a reunião. Havia mais dois, apontados pelos guardas,
os aventureiros Nord e Brandon.
Uma pequena comemoração
Os
heróis do dia são bem recebidos num salão do
palácio real. O Lorde Thistle, com sua nobre influência,
reservou um espaço no castelo para debater o ocorrido no
porto e agradecer aos heróis. Entretanto, naquele momento
o Lorde se reservou a esbravejar contra os quatro dragões
púrpura que estavam guardando algo no armazém, pois
soube disso através de seu informante Gormadoc.
"Vocês
falharam em uma missão simples, mas de alta relevância
para o Reino!"
"Mas senhor...nós
fomos combater os piratas e...", tentava se justificar um do
dragões púrpuras.
"Deixaram o seu
posto e descumpriram minhas ordens diretas. Isto para mim é
traição. Vocês serão trancafiados e julgados."
Thistle acena para alguns guardas, que retiram do salão os
infelizes soldados.
"Perdoe-me por
este incidente. Agradeço por terem combatido os piratas.
Agora teremos que enviar alguém no percalço destes
malfeitores."
"Porque uma punição
tão severa? Eles estavam apenas tentando ajudar", comentou
Slayne.
"Bem...os soldados
tem que ter disciplina e obedecer. Não tolero insubordinações.
Como vocês nos ajudaram, irei contar-lhes algo. Naquele armazém
estava um item muito valioso, um presente de Cormyr que seria levado
para Águas Profundas, em um pacto de amizade entre nossas
nações e agora está nas mãos deste pirata.
Pensamos que guardando o presente naquele lugar, estaríamos
a salvo dos olhos dos inimigos de Cormyr."
"Lorde Thistle",
interrompeu Ájax, "Estes homens são valorosos
e alguns deles são membros da Comitiva da Fé. Acho
que aceitariam uma missão de resgate do item."
"Bah! Com todo
o respeito, Ajax, esta "Comitiva da Fé" não
é sequer uma pálida sombra da Comitiva da Fé
que conhecemos. Veja: um capitão mercante inconseqüente,
um bardo mal trajado e um mago sombrio, tal qual um zentharim. Isso
é a Comitiva da Fé? Não meu caro. Não
vejo aqui o nobre Kelta, o ponderado Kariel ou o convicto paladino
Magnus. Isto está mais para uma Comitiva das Trevas."
"Espere um momento!
Eu vi tudo senhor Thistle, com os olhos que Baervan Errante Selvagem
me deu que estas pessoas que está acusando salvaram muitas
pessoas naquele porto, até mesmo os dragões púrpuras
que deseja punir. Eu sei que não sou alto e humano como alguns
de vocês, mas sou um grande escritor e me oponho a essas falácias!",
disse Gilbert, que até então estava calado , subindo
na cima da mesa e colocando os punhos na cintura com autoridade
"Meu caro Gilbert,
eu não queria decepcioná-lo, mas esta Comitiva que
está em sua frente não tem o heroísmo que você
tanto busca. Me perdoe não ser franco antes.", revelou
o Lorde.
"Veremos Lorde,
ou melhor eu verei, pois vou acompanhar estes senhores na busca
do presente, se o comandante Arthos não se opor, é
claro." , pediu Gilbert a Arthos, que levantou as mãos
como se dissesse 'pra mim tanto faz'.
"Ora",
protestou Garth, "Trouxeram-nos aqui para nos saudar ou para
nos ofender. Isto é um ultraje!"
"É isto
mesmo, Thistle! Cuidado com as palavras.", concordou
Arthos.
"Me desculpem,
mas não serão vocês os enviados. Terei minha
própria iniciativa a respeito." Thistle então
se retira. Em um aposento reservado encontra-se com Gormadoc. O
nobre lhe dá detalhes sobre o objeto roubado e revela ser
a jóia um artefato mágico de grande poder. Disse Thistle:
"Seja
discreto, meu amigo. Você embarcará em Tesir e depois
irá para Portão Ocidental em uma missão: terá
que encontrar a Ilha da Caveira e o ladrão que roubou o presente
e trazer sua cabeça, não importando os meios utilizados."
Terminada
a reunião, Ájax e Thistle se afastaram deixando os
outros com algumas dúvidas. Garth, mago de aparência,
sombria inicia o diálogo.
"Quem
serão aqueles piratas que roubaram a jóia? Me intriga
o fato de terem a audácia de atacar o Porto de Suzail."
"Bom, não
sei quem são e quais as intenções deles com
a jóia mas vou investigar.", confirmou Fogo Negro.
"Desculpe amigo,
mas qual seu interesse nisso? Você já conhecia a jóia?",
perguntou novamente Garth.
"Não,
mas tenho outros assuntos pendentes."
"Senhor Fogo
Negro! Eu encontrei uma vez um homem chamado Iorek e ele me disse
coisas sobre a Comitiva derrotar deuses malignos na época
do Tempo das Perturbações? É verdade isso?"
O curioso Gilbert começava a explorar o seu objetivo,
aquele famoso grupo de aventureiros.
"Sim! É
verdade! Desde então nunca fomos recompensados. Esse tal
de Kariel recebeu a graça de Mystra e nem estava lá,
eu estava e também salvei a pele dela e de Kelemvor. É
a injustiça dos Deuses!", interrompeu Garth, expondo
seu protesto.
"Não fizeram
nada pela gente e nem por Glinda que morreu por eles. Aquele maldito
do Cyric... eu só queria uma chance para acabar com aquela
imundície.", disse Slayne reclamando.
"Não creio
que isso seja necessário, Cyric está morto. Ele tentou
pegar a Orbe de Ogor da Comitiva e se deu mal. Iorek o matou.",
revelou Arthos.
"Ainda assim
eles não ressucitaram Glinda. Não fizeram nada.",
continuou Slayne aborrecido.
"É, é
verdade. Salvamos o mundo e eles não reviveram Diana..."
, disse Arthos mudando seu semblante, agora triste, pegando
alguns de surpresa, pois estavam acostumados a vê-lo sempre
sorridente e despreocupado. Fez-se um silêncio breve até
que Nord falou:
"Não
sei quanto a vocês, mas não vou deixar aqueles dragões
púrpuras na prisão por causa de besteiras de nobres
imundos."
"É, eu
também não. Devemos libertar aqueles nobres homens.", concordou
Brandon, o mestre das batalhas.
"O que vocês
vão fazer?", perguntou Slayne.
"Vamos libertá-los!
Encontraremos vocês na nau Diana mais tarde com eles, pois
merecem entrar nesta investigação conosco.",
reafirmou Brandon bastante confiante.
"Estaremos esperando.", finalizou
Arthos.
Slayne,
há alguns meses, descobriu uma mulher de sobrenome
Ravenheart como o seu. Procurou pistas e conversou com a suposta
parente, uma soldada do exécito de Cormyr que, infelizmente,
não pode lhe dizer muita coisa sobre o ataque no cais.
As peripécias de Nord
e Brandon
Brandon
sempre foi um aventureiro famoso, mais famoso pelas coisas que disse
fazer. Dizem que ele conseguiu matar sozinho um lich, ele confirma,
embora quem o conheça duvide um pouco disso. O único
medo que tinha era a água, mas isso mudou com os anos quando
conheceu seu amigo Nord Laife, um navegador.
Antes da guerra de Cormyr e do Povo dos Vales contra os Povos do
Mar da Lua, Nord tinha uma grande embarcação que singrava
qualquer mar e ia a lugares quase inalcansáveis e exóticos
como a grande viagem que fez a Menzoberranzan através de
uma caverna marítima subterrânea, acompanhado de Kelta
Westingale, Feargal Rhal, a elfa Sofia e a druida Saja. Estas duas
últimas tiveram filhos com ele, um é Junthor e o outro
é Kantras, ambos filhos adotivos do Lorde Mourngrym. Nord
sonha conseguir dinheiro para uma vez mais navegar os mares com
seu próprio navio.
Brandon é um
homem aparentando uns quarenta e cinco anos de idade, extremamente
musculoso, cabelos totalmente brancos e veias bastantes expostas.
Enquanto Nord se apresenta como um homem um pouco mais jovem com
seus quarenta anos, tem a pele bronzeada e um cavanhaque como um
homem de Calimshan.
Já
era tarde da noite, os convidados já tinham ido embora, mas
duas figuras grotescas e desajeitadas estavam escondidas debaixo
de uma mesa.
"Devemos
ser furtivos hein!?", disse com ironia.Nord, que tentava se
acomodar como um cachorro antes de dormir.
"Bom, funcionou,
não funcionou?" , replicou Brandon ,olhando por detrás
do pano da mesa para ver se tinha alguém por perto.
Eles
foram andando na ponta dos pés e desceram uma escadaria circular
que dá pra os calabouços. Não tinham percebido,
mas um pequenino os seguia atentamente para ver o que iam fazer.
Se tratava de Gilbert, o escritor. Ele queria acompanhar a libertação
dos valorosos dragões púrpuras acusados injustamente.
Brandon
e Nord aproximaram-se de um corredor guardado por um único
soldado.
"Ei! Quem são
vocês?", perguntou o vigilante apontado uma espada.
"Hã...
nós queremos tirar água do joelho. É aqui o
banheiro?", disse Brandon querendo disfarçar.
"Aqui não
tem banheiro nenhum não!!"
"Ué, então
como é que você faz pra descarregar o almoço?"
, insistiu Brandon.
O guarda perde a paciência
e quando preparou-se para tirar os intrusos a força, Nord
foi mais rápido e segurou o braço do rapaz. Em seguida
Brandon deu-lhe um cachação que o fez dormir.
Ao
abrirem a porta revelou-se uma pequena escada que descia e um corredor
cheio de celas. Se aproximando eles identificaram Wilfred, Galvin,
Riak e Angustyr, os quatro dragões púrpuras. Soltaram
os homens, porém vários outros dragões apareceram
e deram uma pequena surra nos dois grandalhões.
"Vocês!
Rendam-se! Serão presos por este infortúnio!",
disse um capitão.
"Nunca, esses
homens não merecem a cadeia depois do que fizeram!",
respondeu Nord.
"Bem", pensou
o homem por alguns segundos, "Está certo! Pode levá-los.
Nós também não concordamos com a sentença,
mas que desculpa daremos aos outros?", perguntou o capitão.
"Bom, isso é
fácil. É só vocês dizerem que apanharam
de dois poderosos guerreiros dos reinos: eu e Nord.", propôs
Brandon com um olho roxo.
Alguns
dragões ficam desconcertados, outros sorriram às escondidas,
mas por fim entregaram os quatro prisioneiros e facilitam a fuga.
Gilbert viu tudo escondido segurando a boca para que não
escutassem seus risos.
O Embarque
Estando
prontos para zarpar, a tripulação do Diana já
estava se preparava para levantar as velas quando surge à
cavalo Ájax. Os dragões púrpuras foragidos,
juntamente com Nord e Brandon, escondem-se, enquanto Arthos fala
com o herói de Arabel.
"Fogo Negro,
os dragões púrpuras fugiram. Dizem que Nord e Brandon
os libertaram. Aconselho se apressarem, é bem possível
que aqueles piratas que levaram a jóia tenham rumado para
a Ilha da Caveira."
"Agradeço
pelo conselho.", respondeu Arthos.
Após comunicar
sua tripulação dos novos planos, e convencer seu relutante
imediato com a promessa de pagamento dobrado, o capitão Arthos
dá a ordem de partida do Diana.
Enquanto
isso, Thistle fica sabendo da fuga e soma os eventos da noite. Envia
Gormadoc e alguns soldados para interceptar os fugitivos e aqueles
que os libertaram, porém o halfling somente chega a tempo
de ver a vela do Diana sumir no horizonte. Gormadoc retorna ao castelo,
onde Thistle recebe a visita de Adsartha, sacerdotisa do Vale das
Sombras também uma integrante da Comitiva da Fé. Trouxe
consigo seu marido, o jovem Kantras.
Thistle
explicou-lhes a situação e sua posição
a respeito de Arthos e seus companheiros "foras-da-lei",
opinião esta que era compartilhada por Kantras. Decidiram
então formar um grupo para perseguir a nau Diana.
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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