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Batalha em alto-mar
Descrita por Ricardo Iglesias e Ivan Lira,
baseado no jogo mestrado por Marcelo Piropo
Personagens da aventura:
Os Humanos:
Ájax de Felonte; Garth; Eran; Kantras; Adsartha; Brandon,
o mestre das batalhas; Nord Laif; O Elfo:Arthos Fogo Negro.
O Meio-elfo: Slayne Ravenheart; O Halfling: Gormadoc
Corneteiro: O Gnomo: Gilbert Engrenagem Dourada: O anão:
Windolfin Braço de Clangedin Barba de Prata.
Batalha em alto-mar
Estabelecendo
metas
O
dia estava calmo, no entanto, podia-se ver ao longe
uma quantidade preocupante de nuvens bastante densas com um aspecto
cinza-escuro. O horizonte seria negro naquele dia, preparado
para engolir todos aqueles que tiverem a coragem ou a estupidez
de resistir a sua fúria. A uma velocidade considerável
seguia a nau Diana com seu capitão Arthos Fogo Negro,
sua tripulação e seus novos convidados.
Enquanto
Arthos caminhava pelo navio averiguando o funcionamento dele, os
outros refletiam sobre os ocorridos recentes. Garth,
mago e integrante da Comitiva da Fé, permanecia misterioso
como de costume, suas vestes negras e seu olhar tenebroso
assustavam os bucaneiros que diziam para si mesmos em voz baixa
"Que Tymora me guarde!". Eran, discípulo
de Garth, no momento era o único a acompanhar seu mestre.
Absorvia sua informações uma a uma como se estivesse
contando peças de ouro.
"Mestre,
aonde estamos indo exatamente?" Indagou o pupilo.
"No momento,
localização é um elemento que não dispomos,
portanto o procedimento lógico é a investigação.
Creio que Fogo Negro fará contato com este submundo pérfido
nos mares. A mim só interessa o presente." Respondeu
Garth continuando "Eran, em qualquer situação
da vida tudo deve ser analisado separadamente para então
encaixar as peças. A magia nada mais é do que
um conjunto de circunstâncias criadas para satisfazer a coisa
mais poderosa de todas, o desejo, a ambição.
É isso que move o mundo, se quiser alguma coisa
você precisa desejar tê-la e se possível domá-la.
Assim é, assim sempre será."
Ao término
das palavras do mago, Eran, ainda com olhos esbugalhados,
apenas olha para o horizonte pensando nas palavras de seu mestre.
No
convés, abatido e entediado, estava Slayne Ravenheart,
tentava tocar alguma coisa, mas vontade lhe faltava para dedilhar
sua pequena harpa. Esta que não é bem tocada
desde as tragédias ocorridas no Tempo das Perturbações,
onde Cyric traiu a Comitiva e provocou a morte de Glinda, o
amor do meio-elfo.
Na
cabine, Gilbert Engrenagem Dourada organizava seus papéis
para dar esboço ao seu novo livro, procurou por meses
a Comitiva da Fé e agora está junto com ela, ou quase,
pois não entendia as alegações do Lorde Thistle
de que estes aventureiros são a escória do grupo.
Não se importando com isso, o gnomo desenrolou
uma folha de papel, abriu seu frasco de tinta e escreveu 'As
aventuras da Comitiva da Fé', mas logo rasurou pensando
"Droga Gilbert! Que título mais batido! ".
Então fez outro, depois mais outro até que parou
em um, 'O Presente', deu apenas um sorriso de satisfação
e começou a escrever a história.
Brandon,
com um caneco de cerveja na mão, contava suas histórias
um tanto exageradas para os bucaneiros de vezes em que derrotou
gigantes com apenas um machado. Nord, apesar de estar
no mar, onde se sente em casa, ficava meio sem jeito
numa nau que não era sua: estava acostumado a orientar
a tripulação, então quando Arthos estava
longe ele dava algumas instruções aos homens para
melhorar a velocidade do navio.
Os
dragões púrpuras foragidos, deslocados entre
os tripulantes, conversavam entre si sempre perguntando a
Wilfred, o líder deles, sobre o que fazer. Ele
sempre os orientava, era veterano e há anos defendia
o escudo cormiriano. Riak não economizava seus vômitos
provocados pelo balançar do navio, Galvin e Angustyr
ajudavam o companheiro fazendo piadas, tentado esquecer que
estavam sendo procurados como criminosos.
Ao Encalço do Diana
Em
outro extremo do mar, singrava uma nau numa velocidade que
não era normal, as velas estavam para se partir, pois
os ventos sopravam com muita força. Uma figura no convés
estava em pé com as mãos estendidas solicitando o
poder da deusa da terra para que os ventos lhe obedecessem e fizesssem
com que o 'Barba de Azoun', a nau cormiriana, alcançasse
o navio 'Diana'. A bordo estavam Ájax, o herói
de Arabel; Kantras, o príncipe do Vale das Sombras;
Adsartha, sacerdotisa de Chauntea; a guerreira
Frogsong; O anão Windolfin Braço de Clangedin
Barba de Prata e o halfling Gormadoc Corneteiro.
Enquanto
Adsartha invocava o poder dos ventos, Kantras dialogava com
Ájax sobre a missão de capturar os fugitivos e recuperar
o 'Presente' roubado por piratas.
"E então Ájax? Acha que Fogo Negro agora
é um bandido? Não me surpreende, sempre
foi irresponsável." Disse Kantras segurando sua
capa que balançava muito devido a forte ventania.
"Eu prefiro
não ser precipitado meu caro Kantras, afinal foi Arthos
que entregou a Orbe em boas mãos. Precisamos investigar
isso a fundo e saber as respostas." Respondeu Ájax
com o peito estufado e os punhos na cintura como um general. Gormadoc,
que estava perto, interrompeu a conversa.
"Ájax,
lembre-se do que Thistle disse, temos que levar os fugitivos
à justiça e recuperar o 'Presente'."
"Tudo a
seu tempo pequenino, tudo a seu tempo."
"E o que
você tem haver com isso? São assuntos de estado,
são se intrometa!" Reclamou Kantras olhando para
Gormadoc com desprezo.
"Me intrometo
onde quiser! Tome cuidado com o que diz seu nobrezinho nojento!"
Rebateu o halfling.
"Acalmem-se
vocês dois! Concentrem-se apenas na missão."
Apaziguou Ájax, filho de Felonte e da deusa Tymora.
Após
algumas horas de viagem o 'Barba de Azoun' aportou na cidade de
Portão Ocidental. O mastro do navio se partira devido aos
fortes ventos, portanto resolveram consertar nesta cidade.
Os tripulantes avaliam o dano causado ao mastro e estipulam uns
dois dias de conserto, então Kantras, sem dizer
muitas palavras sai do navio e segue em direção ao
centro da cidade. Gormadoc tenta segui-lo porém Ájax
o impede.
"Eu só
quero ver o que aquele menino quer nesta cidade. Ele pode
atrapalhar a operação." Defende-se Gormadoc.
"Ele sabe
o que faz, não se preocupe, temos outros assuntos a
tratar."
Então Ájax, Gormadoc, Frogsong e Windolfin
vão a uma taverna para beber e procurar informações
sobre Arthos.
Depois
de alguns minutos eles não conseguem nenhum dado relevante
sobre o elfo, porém ouviram rumores de que um monstro
enorme tem afundado muitos navios. Um capitão de uma
nau afirmou que ninguém deve seguir para Portão Ocidental,
pois um dragão do mar atacou sua embarcação
causando avarias.
Windolfin, anão
nascido na Grande Fenda e conhecido por todos como um 'Braço
de Clangeddin Barba de Prata' ouvia as conversas amedrontadas dos
bucaneiros e apenas pensava "Hum! Monstro do mar uma
droga! É só dar uma machada na cabeça
do bicho e abrir sua carne.. carne, hum! Como
seria bom um bom ensopado de porco agora." A barriga
do anão deu um ronco tão alto que alguns pensaram
ser um arroto. Percebendo a presença da jovem Frogsong,
Windolfin cordialmente tenta se desculpar.
"Oh! Desculpe
Frog, você sabe né? Quando a fome bate
não tem jeito. E a fome dos anões é do
tamanho do Mundo."
"Não
precisa se desculpar Windolfin, eu não sou uma dama
como as outras mulheres." Disse Frogsong meio cabisbaixa.
"O que
aconteceu contigo menina? Tá com fome também?"
Perguntou o anão inocentemente brutal.
"Não
é nada, é que, eu gostaria que algumas coisas
na minha vida fossem definitivas. Aquele miserável do Feargal
disse que não queria se casar comigo, jogou minha honra
na lama. Eu passei da idade de se casar. Que homem vai
querer ficar comigo agora!" Confidenciou a pequena guerreira.
"Mas você
é muito bonita Frog, logo logo vai aparecer um príncipe
em sua vida."
"Você
está dizendo isso só pra me sentir bem Windolfin."
Terminou a garota.
Voltando
para o 'Barba de Azoun', o grupo vê Kantras e sua esposa
Adsartha. O príncipe do Vale das Sombras esnobemente
revela seus achados. Diz que sabe de um padre de Deneir que
pode ter alguma informação sobre o tal monstro marinho
que está assolando os mares. E acrescenta que deseja
a presença de Ájax num duelo dele contra um pirata
local, o Mexilhão Molusco.
Uma Breve Caçada
Dentro
da cabine do capitão estavam Arthos, Garth e Gilbert.
Discutiam sobre os próximos passos a serem tomados para encontrar
o Presente e outras coisas mais.
"Para onde
pretende seguir, Arthos? Esta viagem está me deixando
entediado." Perguntou o arcano Garth.
"Relaxe
caro amigo, você se acostuma, e além do mais,
preocupação não resolve o problema. Chegaremos
em Portão Ocidental em poucos dias, até lá
aproveite este dia lindo e a bela visão do mar." Tranqüilizou
o elfo.
"Mar? É
só isso que vejo por todos os lados! E o dia não
está nada lindo, parece que vem uma tempestade. Espero
que isso termine logo."
"Aham..
é.. senhor Garth! É verdade que o senhor é
um arcano? Que faz encantamentos?" Perguntou curiosamente
Gilbert, o gnomo escritor.
"Quanta
perspicácia pequeno. Pensei que só eu sabia
disso." Respondeu com forte ironia cruzando os braços.
"É
claro que sei fazer encantamentos, só aqueles de mente
superior podem fazer isso." Continuou ele.
"Poderia
fazer alguma demonstração?"
"Você
acha que sou o quê? Uma atração de circo?"
Apesar
das densas nuvens no horizonte, o dia ainda era agradável
no convés do 'Diana', porém a tranqüilidade foi
quebrada por um súbito grito de Brandon, o mestre das
batalhas.
"Baleia
à frente! Preparem o arpão! Tudo a bombordo!"
"Espere
Brandon! O que pretende fazer? E eu sou o capitão
desta nau?" Disse Arthos seriamente para surpresa de
alguns.
"Sim, eu
sei. Mas uma baleia dessas dará uma boa comida e seu óleo
irá render bastante dinheiro, fora a diversão.
Vai deixar sua tripulação nesse marasmo, Arthos?"
Alfinetou Brandon.
Arthos viu o
olhar carente dos bucaneiros, a face deles pedia clemência,
pois cuidar de um navio o dia inteiro era angustiantemente árduo.
Com um pequeno pesar ele responde "Tá, tudo bem,
mas não danifique nada.", e fica meio sem
graça sentindo como se estivesse perdendo o controle da tripulação.
Brandon
então, como se fosse uma criança que ganhou
um brinquedo, dá um pinote para perto do arpão.
Orientou a perseguição, mas a baleia parecia
ser bastante rápida e se desvencilhava das investidas do
navio. Brandon só dizia "Acha que vai fugir de
mim peixinho? Você não conhece Brandon.". Após
alguns minutos, finalmente o bravo guerreiro dispara o arpão
bem em cima das costas do animal e segurou firme a corda que estava
atado a ele, amarrou-a num bom apoio e esperou a baleia se
cansar, o que levou algum tempo. Pouco depois, o grande animal
dos mares, virou vítima de Brandon. Os homens ajudaram a
levantar o animal para bordo e logo averiguaram sua carne festejando.
O cozinheiro ofereceu fazer um grande banquete e mais uma vez Brandon
e Nord começaram uma festa no convés abrindo barris
de vinho e cerveja.
Gilbert,
contente com a festa no navio faz alguns comentários.
"Bom,
foi uma pequena aventura, mas valeu a pena. Está de parabéns
senhor Brandon, merece nosso respeito."
"Bah! Só
porque pegou um peixinho? Eu lutei contra deuses. Eu
merecia respeito." Disse o depressivo Slayne saindo detrás
da cabine.
"É,
mas parece muito triste com isso. Os heróis não se
comportam assim, não fazem atos em troca de alguma coisa,
não são mercenários. " Explicou
o gnomo.
"Uma droga!
Todos querem alguma coisa, esqueça esse negócio
de heróis da Comitiva! Muitos que fizeram alguma coisa não
receberam o devido respeito."
"Acho que
você está revoltado com alguma coisa e está
descontando na gente." Continuou Gilbert.
Aquilo foi suficiente
para Slayne perder a paciência, o meio-elfo então
conjurou um encantamento e lançou no pobre pequeno fazendo-o
ficar cego, ao fazê-lo disse "Vê se você
gosta disso, parece emocionante.".
Gilbert começou
a tatear as coisas e começou a entrar em pânico, mas
Arthos o segurou dizendo "Calma Gilbert, é temporário,
dentre algumas minutos você voltará ver. Acho
que exagerou desta vez Slayne." O meio-elfo apenas fez
um olhar frio e deu as costas.
A
comemoração continuou sem problemas, mesmo os
dragões púrpuras que até então estavam
reservados se misturaram aos demais ignorando o odor fétido
do sovaco dos bucaneiros. Após a bebedeira Arthos tem
a idéia de mudar temporariamente o nome do navio para 'Flecha
do Mar' para evitar que sejam facilmente descobertos.
Duelo de Honra
As
ruas de Portão Ocidental são imundas, todo o
tipo de escória nojenta trafega nelas. Há uma pequena
similaridade entre a cidade e Águas Profundas. Alguns
reparam um pouco e comentam sobre os forasteiros que ali caminhavam,
perceberam logo a origem cormiriana de Ájax, e a nobreza
real de Kantras. Viram os outros como apenas aventureiros.
Durante a caminhada todos eles fizeram olhares de desgostos ao ver
templos de deuses malignos como Beshaba, Talona, Loviatar
entre outros. Seguiram atentos a qualquer surpresa desagradável,
pisando numa rua tão suja que parecia estar coberta
por piche. Dobraram algumas esquinas, adentraram uma
favela e seguiram por caminhos obscuros. Todos eles conduzidos
por um guia de aparência rudimentar contratado por Kantras
para encontrarem uma determinada pessoa. Chegaram a um beco
sem saída, e quando pensaram que era uma emboscada
logo uma porta secreta se abriu, Kantras pagou o homem que
prometeu sigilo.
Um a um foram
entrando num corredor escuro e seco, após alguns metros
podia-se ver uma porta de aço. Alguém perguntou
quem eram, mas entraram sem problemas. Um homem velho
guiou os aventureiros a uma grande sala onde estava um senhor de
aparência distinta e diferente de tudo que havia na cidade.
Era magro, um pouco calvo em cima da cabeça e usava
um óculos. Ájax só conhece uma pessoa
em Cormyr que usa óculos, Maxer um mago real. Portanto
ficou claro para ele ser este homem um obcecado em leitura e talvez
um mago. O homem, ao vê-los se aproximando os
recebe.
"Ora!
Mas que vejo! Aventureiros. Um herói da justiça,
um nobre, uma sacerdotisa, uma guerreira,
um halfling e um anão com seu grande machado. Estou
certo?" Disse o homem sorridente e gesticulando as mãos.
Ájax
olhou para Kantras e os outros esperando que alguém respondesse,
mas só fez um gesto com os lábios demonstrando não
saber de nada. Kantras, desinteressado pelas análises
lógicas, pergunta a ele:
"Quem é
você? Estamos procurando um padre de Deneir, o
deus do conhecimento."
"E veio
ao lugar certo meu jovem, sou Anquises. Eu dirijo este
templo. Aqui há bastante conhecimento. Deseja
ouvir sobre as conjecturas filosóficas e semi-precognitivas
que desenvolvi sobre as rotas comerciais entre as Terras Centrais
do Leste e Oeste e sua influência nas culturas dos povos humanos
do sul em relação ao norte?" Perguntou com naturalidade
o sacerdote.
"Hã..
Na verdade não, queremos saber sobre um monstro do
mar que tem atacado os navios por estes mares." Disse Kantras.
"Bom, vamos
ver, que tamanho teria um animal com força suficiente
para romper o casco de um navio sem se ferir. Este animal
deve ser antigo e raro, senão não haveriam navios
nos mares. Huumm, acho que sei a resposta para isso.",
Anquises se dirigiu a uma grande estante, subiu numa
escada e pegou um livro velho e empoeirado "Aqui! Só
pode ser ele, dizem ser apenas uma lenda, pois nunca
houve provas de sua existência. Porém há
muitas coisas neste mundo que não sabemos.", o
padre então abriu o livro em direção aos ali
presentes mostrando uma figura desenhada no livro de uma criatura
aparentado ser um polvo gigante com um chifre no meio da testa,
ele então finaliza "Senhores, o monstro
que procuram provavelmente se trata de um Kraken Unicórnio."
"Kraken
Unicórnio? Que bicho é esse?" Pergunta
Frogsong.
"Ora,
um polvo gigante com um chifre na testa. Eles poderiam atacar
os navios."
"Bom, se
é essa a criatura então devemos saber um meio de destruí-la,
pois já fez muitas vítimas." Determinou
Ájax.
"Quando
vocês souberem como fazer isso me digam para que eu possa
registrar nos meus livros." Disse Anquises.
"Eu queria
saber outra coisa, há rumores de uma tal Ilha da Caveira
nestes mares, o senhor sabe de alguma coisa?" Argüiu
Gormadoc Corneteiro.
"Piratas?
Bom, tudo começou a muitos séculos quando a
embarcações foram desenvolvidas.." Disse Anquises,
começando a contar uma história.
"Oh Clangeddin!
Onde estão os malditos orcs quando precisamos deles."
Se lamentou Windolfin colocando a mão na testa.
Depois de uma
severa missa de conhecimento os aventureiros saem do templo e voltam
as ruas.
Estando
o grupo no local combinado por Kantras e Mexilhão Molusco,
eles logo avistam o pirata com seu grupo de arruaceiros. Eles
se aproximam com audácia, e Mexilhão, coçando
a barbicha diz:
"E não
é que o fedelho veio mesmo, já estava pensando
que havia fugido para contar tudo ao papai! É uma pena
ter que matá-lo agora, eu queria ver a cara do papai
vendo seu filho pedindo clemência."
"Aproveite
enquanto ainda tem língua para dizer bravatas, imbecil!"
Respondeu o príncipe.
Enquanto ameaças
eram trocadas, os homens do bando do Mexilhão aos poucos
iam cercando o grupo de heróis colocando as mãos em
cima de suas espadas prontas para serem sacadas.
"E quem
é essa beleza aí do seu lado? Depois que eu
der uma lição em você ela vai saber o que é
estar com um homem de verdade." Disse mais uma vez o
Mexilhão referindo-se a Adsartha.
Aquilo foi o
suficiente para explodir a fúria do jovem rapaz que logo
mostrou suas duas armas, uma espada longa e outra curta na
mão esquerda. Avançou com grande velocidade
e deu o primeiro golpe, o Mexilhão que não era
ingênuo, também sacou seu cutelo a tempo de brandi-lo
na arma do rapaz, e devolveu o golpe, sendo este bloqueado
pela espada curta de Kantras.
Os capangas
do pirata perderam a paciência e resolveram atacar dando gritos
de guerra, porém um virote de besta entrou na boca
de um dos piratas e ficou atravessado no pescoço. Em
pânico, o bandido caiu no chão tentando tirar o projétil,
mas ficou inconsciente. Frogosong, autora do belíssimo
disparo, já preparava outro tiro. Windolfin, delicado
a maneira de um anão, esquiva-se do golpe de seu oponente
e crava seu machado no pé do bandido arrancando-lhe metade
dele. Adsartha, fria como o vento e usando sua cimitarra,
tira o golpe mortal que vinha em sua direção e abre
as costas de seu adversário logo em seguida com um imenso
corte. Outro pirata já estava a atacar a druida por
trás, no entanto, ironicamente experimentou o
próprio remédio, pois o halfling Gormadoc deu-lhe
uma estocada nas costas ferindo-o mortalmente. Ájax
é mais profissional e fleumático, perfura os
rins de três piratas que o flanqueavam fazendo-os cessarem
de combater. E por fim, Kantras amputa a mão do Mexilhão
Molusco provando sua superioridade na arte da espada e o derruba.
Pisando no rosto do pirata ele diz:
"E devia
eliminar você agora, mas não passa de um rato.
Não passe na minha frente novamente!", ao
término das palavras, Kantras faz um corte profundo na face
do pirata para fazê-lo não esquecer este dia. Ilesos
praticamente, os heróis se dirigem ao porto.
Lá,
Gormadoc descobre que um novo navio que chegara no porto recentemente
era de Kelzur, um bandido dos mares. O halfling passa
a informação a Ájax que fica intrigado. Com
o mastro consertado, o 'Barba de Azoun' zarpa a toda velocidade.
Uma Tempestade Daquelas
Gilbert
Engrenagem Dourada, pequeno como todos os gnomos, avistou
um navio ao longe seguido de uma grande tempestade. Teve a
idéia de ficar vigiando, pois queria ter aquele panorama
que não se vê todos os dias. O imediato do navio
'Diana' ou Flecha do Mar, como foi nomeado temporariamente
para diminuir suspeitas, expressou suas dúvidas sobre
a periculosidade daquela missão tão misteriosa. Arthos,
percebendo que não seria uma boa idéia abrir mão
do bucaneiro, lhe faz um proposta de dobrar o pagamento. Tendo
feito o acordo, Arthos expõe a situação
aos seus companheiros mais próximos.
"Gilbert,
você tem certeza que era um navio de Cormyr?"
"Absoluta,
não duvide das palavras de um gnomo. As bandeiras
dos cormirianos são muito grandes."
"Bom, eu
posso pensar em algo... Olhem! O que é aquilo?"
Perguntou Garth.
Todos olharam
para um ponto específico no mar e puderam identificar alguém
tentado sobreviver aos golpes das ondas. O timoneiro manobrou
adequadamente o navio de modo a ficarem próximos ao naufrago,
que logo em seguida foi resgatado pela tripulação.
Após cuspir bastante água salgada que estava
nos pulmões, um homem de aparência nobre se identificou.
"Olá..
Cof! Cof! Sou Cof! Björn DeLuna, sou mercador.. Cof! , sou
homem .. Cof! Cof! De negócios."
"Explique-se
depois, agora vá descansar. Homens! Levem-no
pra lá para baixo." Ordenou Arthos.
O
navio cormiriano já chegava ao longe, faltava pouco
tempo para uma aproximação.
"Droga!
Teremos que confrontá-los, não quero encrencas
com os dragões púrpuras." Revelou Arthos.
"Não
seja precipitado colega, esqueceu que estou presente no navio?"
Pomposo foi Garth nas palavras. Dirigiu-se elegantemente ao
centro do convés, concentrou-se e pronunciou as palavras
"Signum circumfusus mutare", segundos depois a aparência
do navio começou a mudar deixando a todos em total perplexidade.
O navio ganhou novas cores, sua bandeira foi alterada,
e até mesmo a imagem dos tripulantes foi modificada dando
lugar a soldados cormirianos, o navio inteiro foi modificado
para simular uma nau de Cormyr.
A
nau que estava ao longe aproximou-se e, avistando uma bandeira
cormiriana, logo deu salvas para os 'supostos' companheiros.
"Olá!
Sou o capitão Menon, não sabia que já
tinha um navio designado para capturar os fugitivos."
"Sou o
capitão Niklas, fui avisado rapidamente sobre a situação
e ordenado a tomar as medidas cabíveis. Os sortilégios
dos Magos de Guerra permitiram que a informação chegasse
até mim." Disse Arthos Fogo Negro, aproveitando
a ilusão que o cobria e alterou a voz para parecer mais formal.
"Ora, então
uniremos forças para ir perseguir os criminosos. Muito
oportuno, eu acho, já que ficará mais difícil
de algum navio pirata nos atacar." Opinou o capitão
Menon.
"Não
podemos fazer isso capitão Menon, fui instruído
a procurar os fugitivos numa determinada rota. Seria muito
mais viável um varredura oposta ao caminho de sua nau."
Enquanto Arthos enrolava o capitão, os quatro dragões
púrpuras fugitivos se escondiam no convés não
confiando na magia de Garth.
"Droga!
Não gosto de mentir assim, acho que vou me entregar.
Estou com saudades de minha família, eles precisam
de mim." Confessou Riak.
"Fique
onde está Riak, se você se entregar vai conseguir
apenas a prisão, e não terá a chance
de se redimir recuperando o presente. Tenha juízo."
Disse Wilfred.
O capitão
Menon concorda com o ponto de vista de Niklas, ou melhor,
Arthos Fogo Negro, e então segue viagem numa
rota diferente do 'Flecha do Mar', ou melhor ainda, o 'Diana'.
Longe
dali, o 'Barba de Azoun' adentrou uma tempestade e esquivou-se
de redemoinho. Parecia ser aquela a rota certa, pois um marujo
disse ter visto um navio desconhecido ao longe que poderia corresponder
as características do 'Diana'. Adsartha então
convocou mais uma vez a ajuda de um elemental do ar para aumentar
a velocidade da nau.
No
'Diana', todos ainda suspiravam após a visita surpresa
de um navio cormiriano. Porém, quando todos já pensavam
estar livres de quaisquer problemas, eles avistaram outro
navio vindo da direção de uma tempestade, como lá
estava nublado e escuro não possível uma identificação
clara.
"Por todos
os ratos de Portal de Baldur! Outro navio! Será
mais cormirianos?" Lamentou Arthos.
"Não
tema capitão Fogo Negro, Garth é um mago muito
poderoso, ele poderá resolver isso." Disse
Gilbert, certo de que veria mais uma demonstração
de magia.
"Não!
Cessa de encantamentos! Se for inimigos sugiro a defesa
e o ataque." Respondeu o mago após perceber que
não poderia executar outro encantamento de ilusão,
pois teria de prepará-la novamente.
"Isso mesmo!
Que venham aqueles bastardos! Mostrarei a eles porque
sou chamado de Brandon, o mestre das batalhas." Disse
o guerreiro levantando seu machado.
Entretanto,
quando Brandon já incentivava os bucaneiros para a batalha
iminente, eles avistaram outro navio atrás do primeiro,
ele estava oculto na bruma cinzenta do mar. Logo foi óbvio
que se tratava dos piratas que roubaram o 'Presente'. Os homens
hesitaram, já que seria muito difícil uma vitória
de dois navios inimigos armados com um 'Cuspidor de Fogo'.
"Isso não
é problema homens, eles não tem um mago como
Garth. Ele nos ajudará a derrotá-los."
Disse Gilbert expressando confiança nos poderes arcanos do
mago.
"Gnomo
falastrão, espero que não se torne um problema chamando
tanta atenção para mim." Pensou Garth diante
da exposição do pequeno escritor.
Após
uma aproximação maior dos navios inimigos, Slayne,
que estava quieto observando tudo de forma soturna, diz:
"Tive uma
idéia! Me arremessem com a catapulta no navio deles.
Cortarei as velas para que fiquem desorientados."
"Rapaz,
é muito arriscado, mas seu eu fosse você
eu ia. Aliás, eu iria de qualquer forma."
Disse Arthos encorajando o amigo.
"Sei não,
com estes ventos será difícil fazer uma mira precisa."
Lembrou Nord com sua experiência nos mares.
"Essa parte
é comigo mesmo, posso estabelecer cálculos matemáticos
para que esse coeficiente possa ser compensado." Revelou
Gilbert estalando os dedos.
"Cálculos
o quê? Que diacho é isso? É uma
magia é?" Perguntou Brandon coçando a cabeça.
"Não
meu caro, é apenas uma habilidade de meu povo, a
matemática."
Gilbert então prepara a catapulta e instrui Slayne a mover
o corpo no ar no momento do disparo.
Dado o tiro,
Slayne é arremessado em direção ao navio
inimigo, porém ele não se posiciona direito
e passa da nau caindo na água, sendo arrastado pelas
ondas em seguida.
Em
seguida, o 'Diana' é cercado pelos dois navios,
os piratas jogam ganchos para prender o nau. Arthos pula na
direção de um deles seguido de Brandon e Nord.
Os quatro dragões púrpuras entram no outro navio.
Os piratas, furiosos fazem a mesma coisa iniciando uma grande
batalha. No meio de tanta confusão Arthos se vê
diante de Bubon Cara Feia. "Você de novo? Tá
a fim de perder o resto dos dentes é?" desafia
Fogo Negro.
"Sei não,
me dei bem no nosso último encontro. Para de falar
e vem. " Respondeu Bubon.
O pirata dá
uma grande balanço com sua espada obrigando Arthos a uma
esquiva lateral, logo depois o elfo joga uma roldana pendurada numa
corda na direção dele, Bubon evita a colisão
da peça mas não ao chute de seu adversário.
Enquanto isso, Brandon, com seu machado, começa
a lavar o convés de Bubon com sangue, ele dá
violentos golpes que arrancam as tripas dos homens que estão
no seu caminho. Nord, friamente atravessa seu cutelo
no peito e na barriga de alguns. Os dragões púrpuras,
apesar de apresentar bastante coragem e vigor, não
conseguem conter a força numérica de seus oponentes.
Portanto, Garth arregaça suas mangas e conjura um encantamento
no convés do navio inimigo. Uma tempestade de gelo
é formada, e mata a maioria dos piratas numa determinada
área, no entanto, Riak não percebe a formação
do feitiço e é atingido também, tombando
depois sem vida. Gilbert, no intuito de ajudar Arthos
contra Bubon pula de um navio para outro, porém suas
pernas de gnomo são curtas e o pequenino cai no mar.
Arthos vê e salta no para salvar o companheiro. Brandon
toma o lugar do elfo na batalha contra o comandante pirata. Eles
são tão rudes que chocam violentamente suas armas
deixando-as cair no chão, e então começam a
se esmurrar. Brandon tenta esmagar o olho de Bubon com o dedo
mas recebe um soco na cara que logo é devolvido.
Em
meio a uma vitória certa dos piratas, surge atrás
deles o navio 'Barba de Azoun'. Ájax salta para perto
do pirata e diz: "Bubon Cara Feia! Renda-se! Você
está preso, vai ser julgado pelas leis de Cormyr."
Kantras e Adsartha
seguem para o outro navio e derrotam os piratas restantes para alívio
de Wilfred, Angustyr e Galvin.
Um homem de
aspecto maligno surge atrás de Bubon, trata-se de um
mago, o mesmo que anteriormente atacara Slayne e Gormadoc.
Começou a proferir palavras arcanas, só que
Arthos, que já havia subido de volta ao seu navio, dispara
uma balestra do navio, que acerta o mago jogando-o ao mar. Vendo
isso, Gormadoc corre para dentro do navio inimigo para encontrar
o 'Presente', Gilbert faz o mesmo. Entretanto, lá
fora um pirata levanta uma grande jóia com sua mão,
era o presente de Cormyr. Quando o pirata jogou a jóia para
cima, em brincadeira para exibir tão cobiçado prêmio,
uma presença gigantesca e avermelhada se fez saindo do mar,
engolido o pirata e todo o local onde ele estava. Ao fazer
isso partiu em dois o navio de Bubon, que sumiu em seguida.
A criatura, ou seja lá o que tenha sido, desapareceu.
Conseqüentemente o navio afundou, quase levando Gormadoc
e Gilbert para a morte.
Sendo
efetuada uma grande prisão de piratas, os cormirianos
tomaram a nau restante. O 'Diana' fora pouco avariado. Mas
os problemas ainda não tinham terminado, estavam diante
da face dura de Kantras, então Arthos pensou: "Ah
Tymora! Esse cara não!".
Slayne
Coração de Corvo já estava prestes a desistir
de lutar para não afundar após muito tempo desvencilhando-se
das ondas que o castigavam, seus pulmões já
estavam inundados de água. Uma escuridão se
fez, Slayne, depois de um tempo indeterminado, desperta
e percebe que está num quarto. Ao olhar para frente
vê um homem de robe vermelho e várias tatuagens na
sua careca. O homem diz: "Muito bem rapaz, você
me dirá tudo que preciso saber.".
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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