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Flagelo dos Mares
Descrita por Ricardo Iglesias e Ivan Lira,
baseado no jogo mestrado por Marcelo Piropo
Personagens da aventura:
Os Humanos:
Ájax de Felonte; Garth; Eran; Kantras; Adsartha; Brandon, o mestre
das batalhas; Nord Laife; O Elfo:Arthos Fogo Negro. O
Meio-elfo: Slayne Ravenheart; O Halfling: Gormadoc Corneteiro:
O Gnomo: Gilbert Engrenagem Dourada: O anão: Windolfin
Braço de Clangedin Barba de Prata.
Flagelo dos Mares
Enfileirados,
desarmados e amarrados. Assim estavam os piratas da embarcação
do famigerado Bubon Cara Feia, que desapareceu misteriosamente depois
que uma criatura de proporções abissais surgiu engolido parte do
navio inimigo e com ele o tão desejado ‘Presente’, uma jóia dada
pelo governo de Águas Profundas à nação de Cormyr, simbolizando
o estabelecimento de importantes acordos comerciais. Quem fazia
o sujo trabalho era Ájax de Felonte. Já estava acostumado, pois
na guerra entre Cormyr e o Exército das Trevas, o herói de Arabel
orientava seus soldados a render adequadamente prisioneiros de batalhas.
Os mortos, eram desnudos e atirados a fogueiras, no entanto, em
alto-mar isto seria inviável, portanto os corpos dos mortos foram
atirados as águas para o deleite dos tubarões famintos e depois
das gaivotas que devorariam as suas carcaças.
Enquanto
o filho de Tymora comandava os seus homens a agrupar os prisioneiros,
Kantras não hesitava nos seus comentários sobre o questionável caráter
do grupo de Arthos.
“Então
admitiu a sua verdadeira filosofia hein, Arthos?”
“Não
exagere Kantras, não sei aonde quer chegar. Estou perseguindo os
ladrões do ‘Presente’ tanto quanto você.” Respondeu o elfo.
“Bem
que eu falava sobre sua irresponsabilidade na Comitiva, ficar brincando
durante o perigo enquanto pessoas podiam morrer, saquear tumbas
e cavernas a procura de jóias e itens mágicos.”
“Você
precisa relaxar Kantras, acho que ser príncipe do Vale das sombras
é muito peso pra você. Talvez o Lorde Mourngrym precise de alguém
com mais fibra que não fique choramingando por aí.”
“O
quê? Ora seu ..” Kantras já estava possesso, quando foi interrompido
por sua amada.
“Espere
amado, não considero Arthos exemplo de sabedoria, mas devemos escutá-lo
para saber seus motivos em ajudar prisioneiros fugitivos.” Disse
com perspicácia a druida Adsartha.
“Isso
mesmo! Vamos ser mais diplomáticos. Discussões inúteis só nos vão
fazer perder tempo, acho que todos concordam com isso.” Disse afiadamente
Ájax.
Em
meio à discussão, os Dragões Púrpuras preparavam o corpo de Riak,
vítima do combate contra os piratas. Embora Galvin veja de forma
diferente, pois notou quando pedras de gelo o atingiram em cheio,
pedras estas geradas pela tempestade mágica criada por Garth. Irado,
Galvin não agüentou.
“Foi
você, feiticeiro negro! Você o matou! Com estes poderes diabólicos.!”
“Não seja idiota rapaz.
Ele deveria prestar mais atenção quando está lutando.” Defendeu-se
Garth.
“Um
momento vocês dois! Galvin, Riak sabia dos riscos de entrar em combate.
E você Garth, tenha mais cuidado com seus encantamentos. Sei que
Riak era inexperiente, mas se fosse mais cauteloso talvez não estivéssemos
tendo esta discussão.” Disse Ájax terminando a confusão.
Um
funeral foi realizado, mas não era uma despedida comum, pois Riak
era um Dragão Púrpura. Jurou defender a honra de Cormyr até a morte.
Na visão de alguns, foi um herói, preso injustamente e que pagou
caro pelas conseqüências. No final, só queria voltar para casa e
ver sua família. O corpo dele foi queimado e depois suas cinzas
foram atiradas ao mar.
Horas
depois, Ájax conversava com Arthos e Garth sobre os próximos passos
que dariam. Uma aliança era necessária, concordaram que confrontos
infrutíferos os afastariam do objetivo, que com certeza não eram
os mesmos de cada grupo. No meio das explicações, Ájax é interrompido
por Gilbert sobre um assunto diferente.
“Senhor
Ájax! O senhor faz parte da Comitiva da Fé?”
“Eu
diria que não pequenino, acho que sou apenas um amigo da Comitiva.
Meus feitos se ofuscam perante as realizações deles. Sem a Comitiva,
talvez estivéssemos sob um céu negro eterno e absoluto.”
“Desculpe perguntar, eu sou Gilbert
Engrenagem Dourada, sou um escritor. Fui informado sobre este famoso
grupo de aventureiros. Pelo menos o senhor já lutou ao lado deles,
não?”
“Sim, claro. Foram batalhas inesquecíveis
para nós..”
“Vocês lutaram contra deuses?”
Interrompeu de novo o gnomo.
“Bom, acho que certas informações
devem ficar ocultas caro escritor.”
“É verdade que Iorek comia um cervo
inteiro quando estava com fome?”
“Não comia só um, mas dois. A
fome de Iorek é igual à fome dos anões, do tamanho do mundo.” Disse
Ájax sorrindo para Windolfin Braço de Clangeddin Barba de Prata.
Paralelamente,
Gormadoc, curioso como é de seu costume, pergunta a Kantras sobre
suas intenções.
“Que
fará diante da aprovação de Ájax, príncipe.”
“Eles tem sorte que Ájax é uma
pessoa benevolente, mas ainda pretendo levá-los a justiça. Além
de fugitivos agora podem ser culpados pela morte de um deles.”
Concluiu Kantras.
Um
dia se passou depois da frustrada emboscada de Bubon, que com duas
embarcações tentou destruir o ‘Diana’, mas não soube ele que logo
surgiria uma nau cormiriana, o ‘Barba de Azoun’, e desequilibraria
o conflito. O resultado final foi uma embarcação destruída e uma
avariada, esta escoltada pela nau de Cormyr. E naquele momento
precisariam de respostas, por isso Gormadoc, Arthos e Galvin se
propuseram a esta tarefa.
Ao
descerem para o porão foram sentindo o cheiro horrível que dali
exalava, pois havia muitos prisioneiros juntos num lugar um pouco
apertado. Gormadoc ia começar a fazer as perguntas, porém Arthos
foi mais rápido.
“Quem
é o líder de vocês? Além de Bubon, é claro.” Não responderam, então
o elfo continuou.
“Vocês vão querer ficar sem comida?
Eu estava comendo uma carne de porco agora à pouco, e com sal ainda
por cima. Estava uma delícia.”
Os
bucaneiros estavam famintos demais para serem torturados daquele
jeito, então um deles disse:
“Sou o imediato do navio, sou Paulo,
Paulo do Cabo Tenebroso. Que quer saber?” Disse um homem bronzeado,
um bigode mal feito e um olhar desconfiado.
“Pra quem vocês trabalham? Existe
alguém além de Bubon?”
“Sim, quem nos contratou foi um
tal de Kelzur. E Bubon é um empregado dele, nos comandou para ver
se tudo ia dar certo.”
“O quê ia dar certo?” Perguntou
Gormadoc levantando sua sobrancelha.
“Quem é esse aí, pensei que era
um rato falante.” Debochou Paulo provocando um riso generalizado
no porão.
“Ora seu merda, não fale assim
comigo.”
“Ah! Já entendi! O rato tá querendo
queijo Paulo.” Disse um dos prisioneiros fazendo Gormadoc perder
a paciência e atirar uma de suas adagas no cérebro do infeliz.
Conseqüentemente o homem encontrou-se com a morte.
“Olha, já trabalhei pra muitos
capitães em muitas embarcações, e digo, nunca vi piratas agirem
dessa forma como seu amigo, elfo.” Lamentou Paulo vendo o amigo
se estrebuchar antes de dar o suspiro final.
“Não concordo com Gormadoc, mas
você provocou o cara. E isso não é problema meu.” Expressou Arthos.
“Responda as perguntas, ou o próximo
vai ser você.” Ameaçou o halfling.
“Vocês não conseguirão fazer nada
contra Kelzur. Ele pode estar na Ilha da Caveira. O lugar é protegido
por uma maldição: somente piratas sanguinolentos conseguem achá-la.
Mas vou dar uma colher de chá, mas só se formos libertados.”
“O quê? Que absurdo!” Surpreendeu-se
Gormadoc.
Os três subiram por alguns
instantes, conversaram e decidiram libertar os prisioneiros.
“Paulo,
tudo bem. Vocês serão libertados na hora certa, agora abra o bico
enquanto não mudamos de idéia.”
“O negócio é o seguinte, Kelzur
nos contratou para roubar a Jóia. Ele quer atrair alguém de Cormyr
para cá.”
“Quem?”
“Não sei dizer, ouvi algumas conversas
entre ele e Bubon, mas não foi muita coisa. Para se entrar na Ilha
da Caveira, será necessário possuir uma embarcação com um autêntico
pirata. E eles têm que saber disso.” Explicou o imediato.
“Onde está a jóia agora?” Argüiu
Gormadoc.
“Vocês viram. Parece que está na
barriga de um monstro. Mais uma coisa, obtivemos informações sobre
vocês fácil demais, acho que Kelzur tem um informante na sua tripulação.
É coisa quente.”
“Como? Um traidor entre nós? Tem
certeza disso?” Perguntou Arthos.
“Se eu dissesse que tenho certeza
estaria mentindo, mas não há como negar. E estou falando isso porque
não tenho mais nada a perder. Não trabalho mais para Kelzur e nem
Bubon, Sabia que não deveria confrontar o exército de Cormyr. Quem
mexe com cobra, é picado.”
“Sabe Paulo, você me deu uma excelente
idéia. Temos uma nau um pouco avariada mas funcionando, e temos
também o pirata sanguinolento, Gormadoc. Você será o imediato dele
e a tripulação está aqui.” Disse Fogo Negro.
“Mas peraí! A gente não combinou
outra coisa?” Ingagou o pirata.
“Mas eu mudei de idéia, além do
mais vai ser melhor pra você e os outros. Vocês não vão querer
fica neste lugar bafado, não vão? E não se esqueça Paulo, não cometa
nenhum deslize, lembre-se que tenho um mago poderoso à bordo, ele
pode remover suas almas dos corpos sem que percebam.” Advertiu
o elfo.
“O negócio não acaba aí, eu ouvi
Kelzur dizer que está fazendo isso para outra pessoa.”
“Alguém contratando Kelzur?! Esse
mistério aumenta a cada pergunta.”
Enquanto
isto, Adsartha, a pedido da tripulação de Arthos, transforma-se
numa águia e alça vôo à procura de Slayne. Após algum tempo ela
volta sem sucesso, entristecendo o grupo.
A
Última Sonata de Um Bardo
Ao
abrir os olhos, viu apenas madeira, um quarto simples. Slayne acordou
ainda muito cansado, esgotara suas forças tentando não ser engolido
pelo mar. Levantou-se, para ele era tão bom sentir um chão seco.
Ao andar, sentiu um mal-estar que o fez vomitar toda a água salgada
que havia engolido. Ao lado da cama, estava um odre com um pouco
de água potável.
O
bebeu como se fosse a última do mundo, ao terminar reparou.
“Peraí!!
Que espécie de piratas é essa que trata um prisioneiro assim com
tanto luxo?” Pensou ele.
O
espírito aventureiro de Slayne foi se restaurando. Viu suas roupas
penduradas na parede, ficou frustrado quando não encontrou suas
armas. Vestiu-se e arrancou um pedaço de madeira do lastro da cama
para servir de porrete. Aproximou-se da porta já esperando que
estivesse trancada, mas para sua surpresa ela estava aberta. Tudo
aquilo começava a intrigar o bardo. De qualquer forma saiu sorrateiramente.
Estava
ele num corredor, pela aparência da estrutura, ele percebeu que
estava num navio, embora não fosse uma nau comum. Seguiu numa das
direções, enquanto andava viu alguns quartos semelhantes ao que
ele estava. Em outro corredor vinham dois homens conversando, Slayne
recuou rapidamente se escondendo nas sombras, eles passaram e o
bardo continuou sua fuga. Finalmente chegou a uma escadaria, ao
subir, outro homem que passava o viu alertando os guardas daquela
nau.
Slayne,
experiente aventureiro, um homem de muitas canções deu conta facilmente
do primeiro oponente que o perseguia. O homem atacou com uma espada,
o bardo esquivou-se dando uma paulada no joelho do adversário fazendo
cair, em seguida Slayne deu-lhe um chute que o fez dormir. Mais
dois atacaram, Slayne novamente se esquivou do golpe de um e segurou
a mão de outro antes que uma lâmina afiada o cortasse. Aplicou-lhe
um soco e jogou o corpo do guarda em cima do outro, que ficou em
má posição. Foi suficiente para o bardo nocauteá-lo com um golpe
na cabeça. Continuou subindo a escada até que finalmente viu a
luz do Sol.
Slayne
encontrava-se no convés de um navio, era um tipo de embarcação que
nunca tinha visto antes, com uma estrutura muito grandes. Correu
para o parapeito para ver se havia outros navios, entretanto só
havia mar. Tentou então procurar um escaler. Porém, ao fazê-lo,
deu de cara com três homens, logo percebeu de que se tratavam de
magos. Todos eles com robes vermelhos. “Magos Vermelhos?!” pensou
o bardo.
“Renda-se
prisioneiro, você deve nos contar o que queremos.” Disse um deles.
“Nunca, Slayne não se rende!” Respondeu
ele furioso.
“Não pode nos deter, somos superiores
em número e em poder.”
“Vocês não me conhecem. Subestimar
o inimigo é muito perigoso.”
O
bardo rapidamente deu um golpe com o porrete no braço de um deles.
Outro conjurou um encantamento tentando aprisionar o bardo, mas
não teve sucesso. Um dos magos lançou esferas de energia que feriram
Slayne, provocando uma grande fúria no bardo. Por sua vez, o aventureiro,
que também conhecia um pouco das artes místicas, conjurou esferas
de energia semelhantes às dos inimigos surpreendendo-os. Um deles,
percebendo o potencial de Slayne, não teve clemência ao disparar
um relâmpago. O bardo esquivou-se do raio parcialmente dando um
grito de dor. Em seguida conseguiu nocautear o mago, e começou
a correr no intuito de ganhar mais espaço, no entanto, os magos
restantes lançaram-lhe duas esferas de fogo. Slayne conseguiu se
safar de uma, mas infelizmente, a outra o pegou em cheio, queimando
completamente o corpo do bardo, ele não resistiu e naquele momento
pereceu.
“Maldição!
O mestre Kelzur não vai gostar nada disso.” Lamentou um dos magos.
Desconfiança
à Bordo
Para
que nenhum mal-entendido ocorresse novamente, a tripulação do’Diana’
e do ‘Barba de Azoun’ resolveram discutir soluções sobre o ‘Presente’
e os piratas que a roubaram. Arthos, agora munido de detalhes que
os outros não sabiam, dá início a uma reunião amigável, a princípio.
“Bom,
como vimos antes, a Jóia foi engolida por um monstro. Não sabemos
se Bubon ainda vive, mas temos uma opção, descobrir a localização
da Ilha da Caveira, reduto de piratas no Mar das Estrelas Cadentes.
Talvez lá encontremos a resposta para esse problema.”
“Como pode ter certeza de tudo
isso Fogo Negro? Não será uma perda de tempo procurar um local lendário?”
Chamou a atenção Kantras.
“Certeza não temos, mas antes a
dúvida do que nada.”
“Onde é essa ilha então? Não vejo
a hora de rachar alguns crânios.” Perguntou Windolfin com ansiedade.
“Não sabemos, por isso, temos um
plano em mente. Um dos prisioneiros, o imediato de Bubon, Paulo
do Cabo Tenebroso, disse que para entrar na Ilha da Caveira é necessário
que seja uma embarcação guiada pirata sanguinolento, pois ele afirma
que a ilha é amaldiçoada e que só assim conseguiremos entrar.”
“Como vamos fazer então? Acha que
Paulo cooperará neste aspecto?” Perguntou Gilbert.
“Cooperar ele vai, mas não da forma
que estão pensando. O capitão do navio será Gormadoc. Não vamos
discutir o porquê desta decisão, mas acreditem, é necessário para
a missão.”
Após explicações simples sobre
o que deveriam fazer, os convidados para a reunião deixam a cabine
de Fogo Negro. Entretanto, quando Ájax já saía, Arthos o chamou
em voz baixa para ficar. O herói de Arabel assentiu e permaneceu
no local. Com a saída de quase todos, ficaram apenas Gilbert, Arthos,
Garth e Ájax.
“O que há Fogo Negro? Há mais informações?”
“Ájax, temos um grande problema.
Paulo nos disse outras coisas muitos intrigantes. Ele disse que
Bubon foi contratado por Kelzur, um outro pirata dos mares. Por
algum motivo ele quer a Jóia, mas existe outra pessoa por trás disso,
alguém que contratou Kelzur.”
“Por minha mãe! São muitos mistérios!
Quem seria este homem?”
“Esta
resposta não existe, ainda. Mas através de algumas deduções podemos
estabelecer algumas variáveis, mas antes, Arthos esqueceu de mencionar
que Kelzur deseja afastar alguém de Cormyr para cá. Com isso podemos
determinar nomes.” Disse Garth saindo das sombras.
“Será que alguém quer me afastar
de Cormyr? Por que seria?” Se elegeu Ájax como alvo.
“É óbvio meu caro Ájax, só pode
ser Vorik Aris. Não seria outro senão ele que desejaria que um
grande herói de Cormyr se afastasse de seu reino.” Deduziu Gilbert.
“Se for verdade então devemos voltar
para lá o quanto antes.”
“Não se apresse, o que estamos
discutindo são especulações. Devemos continuar no curso até ter
mais informações.” Advertiu Garth.
“E para aumentar ainda os problemas
Paulo disse que possivelmente há um traidor entre nós.” Lembrou
Arthos.
“O quê? Um traidor? Será verdade?
Pode ser que Paulo esteja querendo nos confundir.” Conjecturou Ájax.
“Mas ele disse conseguiram informações
sobre nós muito fácilmente”
“Hum, talvez seja verdade, acho
aquele Gormadoc muito suspeito.”
Ájax
então saiu da cabine preocupado com que motivo queriam sua ausência
em Cormyr. Queria de algum modo voltar para lá e evitar uma tragédia.
Algum
tempo se passou, não havia notícias de Slayne. Arthos, preocupado,
lançou o corvo para procurar o dono. Garth que estava próximo, não
entendeu o propósito e comentou.
“Ainda bem que resolveu se livrar
deste animal agourento, Arthos!”. O capitão do Diana sorriu e viu
o corvo dar meia volta no ar e pousar no ombro de Garth!
“Que
é isto, Garth! Parece que ele o escolheu como novo amigo!”
“Maldição. Xô!” Disse o mago irritado,
espantando o passáro.
No
convés do ‘Diana’ estava a Comitiva. Aalguns grupos conversavam
sobre as medidas que iriam tomar. Gilbert viu Windolfin, Frogsong
e Wilfred dialogando e resolveu fazer parte da conversa fazendo
perguntas.
“Hã,
senhor Windolfin, você já lutou ao lado da Comitiva antes?”
“Ora, como não? Destruímos Xvim
juntos.”
“É mesmo, queria saber mais. E
a senhorita? Faz parte do grupo?”
“Acho que sou amiga deles, mas
conheço os veteranos desde pequena. Posso dizer muita coisa.” Disse
Frogsong.
Gilbert,
agora que olhou cara a cara a jovem guerreira, percebeu o quanto
era bela. O gnomo ajeitou o cabelo e continuou.
“Senhorita
Frogsong, podemos tomar um pouco de vinho juntos? Assim poderá me
dizer tudo que sabe sobre a Comitiva.” Disse ele corado.
“Ah! Claro! Por que não? O que
gostaria de saber?”
“Estou querendo escrever uma história
sobre este grupo, seria interessante as informações sobre os integrantes
antigos.”
“Bom, quando era bem pequena, em
Suzail, chegaram Kelta Westingale e o bastardo do Feargal...”
“Não gosta deste homem?”
“Feargal é um elfo cafajeste, ele
jogou minha honra na lama. Recusou se casar comigo.” Revelou a
jovem.
“Mas que imbecil faria uma coisa
dessa?? Er.. quer dizer, ele não foi cordial. Não é assim que se
trata uma dama.”
“Espero que existam ainda cavalheiros
neste mundo, senão vou ficar sozinha.”
“Me desculpe, mas como pode pensar
uma bobagem dessa? Você é tão bonita.” Disse Gilbert encantado.
“Você acha? Muito obrigada, vamos
continuar então. Conheci Kelta e a esposa dele. Eu vi quando a
menina deles nasceu. Na época eu andava com todos eles, Kelta,
Feargal, Coral, e Salmão que depois morreu. As coisas foram mudando,
Kelta se mudou com a família para o Vale das Sombras. Outras aventureiros
foram aparecendo. Kariel se transformou num Escolhido da Deusa
Mystra, Iorek divertia a todos com seu bom humor, Magnus, um paladino
sério com aquela armadura cintilante, Villayette determinado com
sua Lâmina Lunar, e outros do passado.” E os dois ficaram por muito
tempo conversando, para a sorte de Gilbert. Ele conseguiu uma grande
fonte de informações para o seu livro com alguém tão agradável.
O gnomo cordialmente convidou a jovem a dormir na cabine de Arthos
numa rede, pois achou injusto ela dormir junto com os outros homens
no porão. Á noite ele foi para sua poltrona da cabine, vestiu se
pijama e dormiu.
O
Monstro do Mar
Pela
manhã, os aventureiros se atarefaram de formas diversas. Alguns
apenas vislumbravam o mar, outros trabalhavam para manter o curso
dos navios. Gormadoc, apesar de ser o escolhido para conduzir uma
nau pirata, incomodava-se com a presença dos bucaneiros piratas
na embarcação, alguns riam as custas do halfling pelas costas.
Apenas Paulo ficava atento ao seu posto, pois era um marinheiro
experiente, mesmo em situações difíceis. Assim seguiam as três
naus, o ‘Diana’, o ‘Barba de Azoun’ e a embarcação de Gormadoc.
Ao
ver alguns calamares no mar, Brandon decide ir pescá-los, então
desce um bote para ir atrás deles. Alguns acharam imprudente fazer
uma pesca naquele momento, porém como Brandon é teimoso, seria difícil
fazê-lo mudar de idéia. Estava ele preparado para atirar um arpão
num deles, e quando já estava com um na mira, um tentáculo gigantesco
surgiu ao seu lado sorrateiramente. Apareceu dando um nó no bote,
enquanto Brandon pulava em direção ao navio. Todos também se assustaram
no momento, no ‘Diana’, Arthos ordenou a seus homens que preparassem
as balestras e catapultas. Garth recuou tomando a frente de seu
aprendiz Eran. No ‘Barba de Azoun’, Ájax saca seu gládio de suas
grossas coxas enquanto os outros também preparam suas armas para
atirar na fera. Paulo, imediato de Gormadoc, não dá importância
a autoridade do halfling e ordena os homens a preparar as balestras
de sua nau.
Um
dos tentáculos invade o convés do ‘Diana’ dando um grande susto
em Gilbert que passava por perto. Outro enroscou-se no navio pirata
de Gormadoc. Todos se mobilizaram para a batalha, Gilbert joga
algumas pedras de funda no tentáculo mas de nada adianta. A tripulação
de Paulo dispara uma balestra, causando no entanto apenas um ferimento
leve no monstro. Ájax e Brandon, que conseguiu subir à bordo, tentam
enterrar suas espadas no tentáculo mas a couraça é muito resistente.
Garth pronuncia algumas palavras e dispara esferas de energia que
não causam efeito algum na criatura. Ájax, vendo que atacar os
tentáculos estava sendo uma perda de tempo resolve ir de encontro
a face da criatura, mas antes Adsartha, com a graça de Chauntea,
faz com que o herói de Arabel e Kantras tenham a capacidade de respirar
debaixo d’água. Os dois então pulam no mar, e começam a lutar.
Gilbert, controlando uma catapulta quase acerta o monstro, os soldados
disparam flechas sem êxito. Outro tentáculo surge e agarra Kantras
levando-o para o fundo do mar, Ájax vê e vai atrás dele. Garth
conjura um relâmpago em outro tentáculo mas apenas fere, deixando
seu aprendiz preocupado, pois o garoto achava que o mestre era poderoso
o bastante para destruir a criatura facilmente. Depois de muito
golpear, Brandon e Nord conseguem abrir uma ferida no tentáculo.
O tentáculo que estava na nau de Paulo despedaça o navio matando
alguns bucaneiros, os que restaram conseguiram nadar até os outros
dois navios. Lá embaixo, Ájax vê Kantras lutando com o tentáculo
que o segurava, então desce e encontra a cabeça do monstro, viu
que se tratava do kraken unicórnio. O filho de Tymora nadou até
sua testa e segurou o chifre do monstro. Usando sua força divina,
Ájax se esforça ao máximo e consegue arrancar o chifre com as mãos
despejando muito sangue do kraken. Nord e Brandon conseguem amputar
o tentáculo do monstro que se apoiava no ‘Diana’. Kantras conseguiu
se soltar e ajuda Ájax, que golpeia várias vezes no orifício onde
ficava o chifre e finalmente ceifa a vida do kraken.
Quando
Ájax e Kantras submergem todos festejam a derrota do monstro, Brandon
captura alguns calamares filhos do kraken para que façam um banquete
à bordo. Mesmo com toda aquela alegria, Paulo argüia Fogo Negro
sobre a nova situação.
“E
agora elfo? Que navio guiarei agora? Ou melhor, que o halfling comandará?”
“Bom, como não acredito que os
cormirianos vão ceder o navio deles pra isso, então o ‘Diana’ será
parte do complô.”
“Então faça os preparativos para
um saque.”
“Saque? Por quê?”
“Ora, um pirata tradicional saqueia
os outros navios, ou você não sabe disso?”
“Droga, tudo bem, vamos arranjar
isso.” Disse Arthos revoltado.
Ájax
posteriormente procura a jóia na criatura mas não acha nada além
de pedaços de embarcações. Garth também faz a busca pelo “Presente”
do convés do Diana, utilizando-se de seus sortilégios para localizar
a magia que emanava da cobiçada jóia.Em vão.
Ao
voltar à bordo, Ájax discute com os outros.
“O fato é esse, não temos a jóia
e não temos Kelzur. Com a outra embarcação destruída, o ‘Diana’
será a farsa para entrarmos na Ilha da Caveira, embora eu me pergunte,
será que realmente é lá que encontraremos a respostas?” Perguntou
Ájax de Felonte.
“Eu entendo sua dúvida Ájax, no
entanto não temos outra alternativa senão investigar esta ilha.”
Respondeu Garth.
“É mas tem outra coisa que vocês
não chamaram a atenção. Não perceberam que a coloração do kraken
é diferente daquela sombra que apareceu e engoliu Bubon junto com
a Jóia?”
“É verdade! Só agora vim reparar,
o que seria aquilo então?” Disse Arthos.
“Não sabemos, talvez na ilha esteja
resposta.” Terminou Ájax.
Gilbert sai da cabine intrigado
e passando pelo convés, vê Frogsong sozinha no parapeito.
“Frog?
Que está fazendo?”
“Nada, eu estava pensando... se
Wilfred não tivesse me chamado para esta missão eu não faria parte
deste combate contra o monstro.”
“Como assim Wilfred? Você o conhece
há muito tempo?”
“Sim, ele sugeriu que eu me unisse
ao grupo de Ájax caso eles fossem ao mar. Ele é meu amigo há anos.”
“Frog, o que você faz em Cormyr
quando não está com a Comitiva?”
“Eu cuido do menino, o Azoun V.
Filho da falecida Tanalesta.”
“O herdeiro?”
“Isso mesmo, mas porque a pergunta?”
“Nada, eu queria saber pra onde
você iria quando tudo isso terminar.”
“Não sei, depende..”
“Esse seu colar é bonito, foi presente
de alguém?”
“Sim, ganhei há algum tempo de
um amigo em Suzail.”
“Que tal conversarmos mais sobre
a Comitiva, garanto que sua participação no meu livro será essencial.”
“Mas é claro, vamos então.”
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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