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Um Traidor à Bordo

Descrita por Ricardo Iglesias e Ivan Lira,
baseado no jogo mestrado por Marcelo Piropo



Personagens da aventura:

Os Humanos: Ájax de Felonte; Garth; Eran; Kantras; Adsartha; Frogsong; Brandon, o mestre das batalhas; Nord Laife; Björn DeLuna; O Elfo:Arthos Fogo Negro.; O Halfling: Gormadoc Corneteiro: O Gnomo: Gilbert Engrenagem Dourada: O anão: Windolfin Braço de Clangedin Barba de Prata.


Um Traidor à Bordo

      Carcaça. Foi isso que sobrou do kraken unicórnio. Apesar de não terem encontrado nada dentro do monstro, nem mesmo o 'Presente', os ossos serviram como troféu para tão árdua luta contra a criatura marinha. Para debater o resultado, Ájax convocou uma reunião às pressas na cabine do 'Diana', solicitando apenas a presença óbvia do capitão Arthos Fogo Negro, o mago Garth, o gnomo Gilbert e o Príncipe Kantras.

      "Meus caros amigos, agora que não encontramos a Jóia, que pensávamos estar no interior do monstro marinho, aumentam minhas dúvidas em relação a que direção devemos tomar daqui em diante. Temo estar para acontecer algo de muito ruim em Cormyr, e portanto acho que devo voltar para defender minha pátria." Manifestou-se Ájax de Felonte.
      "Mas e o Presente? Devemos recuperá-lo daqueles ladrões." Lembrou Arthos.
      "É verdade! Não podemos voltar sem a jóia para Suzail. Seríamos presos." Advertiu Garth.
      "Como podemos saber se a Jóia está realmente nesta Ilha da Caveira? Talvez tal ilha nem exista. E não posso arriscar a segurança de Cormyr com uma dúvida dessas. Além disso, depois que Arthos me falou sobre haver um traidor entre nós, eu comecei a suspeitar de Corneteiro, pois não sei nada sobre seu passado." Disse Ájax.
      "Será que o halfling está fornecendo informações sobre nós a Kelzur?" Indagou Gilbert Engrenagem Dourada.

      Sem respostas, os quatro não decidiram nada, talvez esperando que alguma que coisa acontecesse. Apenas saíram da cabine. Do lado de fora estava Gormadoc perambulando e pensando "O que será que estavam discutindo?", desconfiava ele dos companheiros.

O Saque

      Um dia se passara, e o plano ainda estava de pé, ou seja, Gormadoc seria um suposto capitão do 'Diana' e seu imediato seria Paulo do Cabo Tenebroso. Teriam que saquear um navio. Isto tudo, para que fossem reconhecidos como piratas nos mares e conseguissem adentrar a Ilha da Caveira, protegida por uma maldição que permite que apenas piratas legítimos possam encontrá-la. A preocupação de Arthos resumia-se na reação do Príncipe Kantras, que poderia dificultar o disfarce. Navegavam tranqüilamente até um dos bucaneiros avistar uma embarcação à frente e revelar ao capitão.

      Tratava-se de uma nau de comércio da Sembia, um navio simples e com poucos recursos bélicos, o alvo perfeito para a concretização da farsa e que vinha numa boa hora. Identificando uma bandeira cormiriana no 'Barba de Azoun', a embarcação aproximou-se tranqüilamente do 'Diana'. Quando os navios já estavam juntos, Arthos junto com Paulo, Gormadoc e alguns homens abordaram a nau e invadiram o seu convés. Kantras, que estava pensativo no momento, ia gritar algo em protesto, porém é interrompido por Ájax com um aceno de mão, indicando que estava tudo bem.

      "Cara dama, sua nau apareceu em boa hora. Apenas digo para renderem-se, pois o navio agora é nosso." Disse Arthos tirando o chapéu para a capitã da embarcação.
      "O quê? Mas o que é isso? Os cormirianos praticam a pirataria agora?"
      "Qual a sua graça, cara capitã?"
      "Sou Carmina Sossal e acho um absurdo o que se passa aqui. Saia do meu navio agora!"
      "Desculpe capitã, mas acho que não fui claro. O navio agora é nosso." Insistiu Arthos.

      Carmina irritou-se e pegou uma espada de seu imediato, preparando-se para um duelo.
      "Saque a espada, seu elfo estúpido filho de uma porca velha! Vou cortar essa sua cara cínica!"
      "Bom, você é quem sabe." Arthos sacou seu sabre e iniciou seus movimentos. Bastou apenas desviar o ataque da mulher e logo em seguida cortar-lhe uma tira de pano de sua roupa deixando-a vexada, já que quase revelava a beleza de seus seios fartos e vigorosos."
      "Isso não vai ficar assim, quando os comerciantes da Sembia souberem disso, Cormyr pagará caro por este crime." Disse Carmina recuando e segurando a parte cortada de seu vestido.

      Durante a pequena luta entre Arthos e Carmina, Paulo do Cabo Tenebroso, sorrateiro como uma cobra, ordenou que seus piratas se espalhassem pelo navio sembiano durante a distração da luta. Um dos piratas se dirigiu ao timão, e outro para uma balestra. Estando todos seus homens em posições estratégicas, Paulo apenas esperou pelo fim da discussão. Após isso, Arthos comentou.
      "Paulo, vamos ver qual é a carga deste navio."
      "Não há necessidade para isso meu caro elfo, pois o navio agora é meu. Parta agora, o navio e a tripulação são meus."
      "Ora seu traidor! Você quer ser derrotado de novo, Paulo? Seus homens não têm chance contra minha tripulação."
      "Não nego isso, Fogo Negro, e nem nego que é um grande espadachim, mas se olhar direito vai perceber que esta tripulação é minha refém. Se fizer algo vai haver um banho de sangue."
      Arthos então percebeu facas e cutelos apontados para a tripulação de Carmina. Era impossível lutar contra eles sem que ninguém morresse, portanto decidiu não atacar.
      "Muito bem, não faça nada a eles. O que você quer?"
      "Simples, este navio e sua capitã."
      Fogo Negro viu o medo no olhar de Carmina quando ouviu isso. Lembrou-se de sua amada que foi para o mundo dos mortos. Por um instante percebeu como Carmina se parecia com ela. Então, não pestanejou
      "Não, ela fica. Você pode levar o resto."
      "Ora capitão, não vamos entrar em desacordo por causa de uma mulher."
      "Esqueça Paulo, você leva o navio mas ela fica."
      "Tudo bem elfo, trato feito." Então ambos foram para a cabine do navio sembiano fechar o acordo.
      
      
Gormadoc, curioso de costume, foi escondido para ouvir o que estavam conversando. Garth por sua vez usou um sortilégio que o fez ficar invisível e seguiu para a cabine. Conjurou outro encantamento, concentrou-se para a mente de Paulo e ouviu palavras como "Kelzur", "plano" "agente infiltrado", "sabotador", e novamente "agente infiltrado". Gormadoc tentava escutar o diálogo, mas era difícil, não podia chegar mais perto.
      "Paulo, chamei-o aqui para saber mais sobre aquelas informações que me deu. Agora que está com um navio a disposição, você já tem sua recompensa. Eu quero saber quem é o traidor na minha tripulação." Disse Arthos.
      "Eu não me importo com todo este conflito Fogo Negro, só quero dinheiro. O que disse antes é verdade, eu não sei quem é o informante, e se soubesse cobraria uma boa quantia para responder isso. Vá capitão, parta com seu navio, eu não farei nada de mau com a tripulação de Carmina, talvez tenha percebido que não sou um assassino. Eu cumpro meus acordos."
      "Cumpre acordos? Você quebrou o trato em nos ajudar a descobrir a localização da Ilha da Caveira. Como explica isso?"
      "Ora, eu disse que ajudaria vocês a saquear um navio e dar as informações que pediram e foi o que fiz. Ao contrário de você, que disse que nos daria uma embarcação e depois mudou o acordo." Defendeu-se Paulo.
      "Muito bem, mas não faça nada a tripulação."
      "Não se preocupe. Os deixarei em alguma cidade."

      Arthos então sai do navio sembiano com Carmina, que disse muitos palavrões ao elfo por ter roubado seu navio.

      Garth, já de volta ao 'Diana', informa a Arthos que Paulo não estava mentindo, pois confirmou isso com seus encantamentos. Fogo Negro decide fazer outra reunião para decidir o rumo da missão. São chamados Garth, Gilbert, Windolfin, Frogsong, Ájax, Kantras, Adsartha e Wilfred, este último representando os dragões púrpuras. Arthos deixou Brandon e Nord de fora do encontro e isto fez a revolta de Nord vir à tona.

      "Então é isso? Somos lixo e vocês ouro, não é mesmo Fogo Negro?"
      "Ora, você sabe que não é assim Nord. É que não queremos tantas pessoas na reunião para não fazer alarde." Alegou Arthos.
      "É? E os dois bostas aqui ficam do lado de fora lambendo o convés. Durante este conflito nós é que demos a idéia de libertar os dragões púrpuras acusados erroneamente, nós lutamos juntos com vocês em todas as batalhas e arriscamos nossa pele para manter este navio intacto e você agora acha que não merecemos estar em alguma reunião."
      "Vamos fazer o seguinte, Brandon irá representar você e o restante da tripulação. O que acha?"
      Nord pensou um pouco, e Brandon disse
      "Nord, não vale a pena ficar zangado, até agora está dando tudo bem. Acalme-se, deixa que eu cuido disso." Sem dizer nada, Nord afasta-se e vai para o porão.

      Com todas aquelas pessoas reunidas, Arthos revela as informações obtidas com Paulo do Cabo Tenebroso sobre uma conspiração cujo objetivo era afastar alguém de Cormyr. Lembrou também que Kelzur foi mandado por alguém cuja identidade era um mistério. Especulou-se que talvez Vorik Aris, herdeiro de Gondegal, tivesse contratado Kelzur para afastar Ájax de Cormyr com o intuito de assassinar alguém do reino.

      "Mas quem será então o alvo para Aris em Cormyr?" Especulou Gilbert.
      "Não sei, talvez a Regente Alusair. Ela está resistindo bem aos ataques do exército de Vorik nos últimos meses. Meus amigos, desejo opinar para que voltemos a Cormyr e impedir uma catástrofe." Respondeu Ájax, tendo a visível aprovação de muitos na reunião.
      "Mas e como fica a situação de nós, dragões púrpuras? Precisamos do 'Presente' para a nossa redenção. Não podemos voltar de mãos vazias." Alegou Wilfred bastante preocupado.
      "Eu entendo a situação de vocês, mas acho que Ájax está certo. Devemos voltar a Cormyr o quanto antes." Disse Arthos.
      "Como podem ter certeza das informações daquele Paulo? Ele é um pirata sujo e imundo. Deveria ser queimado em praça pública." Continuou Wilfred.
      "Desculpe Wilfred, mas acho que a maioria concorda em voltar." Terminou Arthos a reunião.

      Todos saíram pouco a pouco. Wilfred saiu por último, revoltado com a sua situação e a de seus colegas.

      Ao sair, Arthos se depara com Björn DeLuna, um recém integrado da embarcação 'Diana' que outrora estava naufragado.
      "Capitão Arthos, eu gostaria de agradecer novamente por ter salvado minha vida alguns dias atrás e oferecer minha ajuda para quaisquer conflitos que o aflijam. Sou um homem de negócios, porém sei me cuidar em situações difíceis." Disse DeLuna com um jeito bastante afeminado, o que deixou Arthos um pouco vexado.
      "Ah..., Aham... Sim, tudo bem. Fique alerta para qualquer situação difícil então."

      Após a saída de Arthos, Björn DeLuna vê o gnomo Gilbert e o dragão púrpura Galvin e participa da conversa.

      "Olá amigos, vi que vocês lutaram muito bem contra o monstro do mar. São aventureiros?"
      "Pode se dizer que sim." Respondeu o gnomo.

      No porão, Nord embriagou-se de vinho e cerveja para tentar esquecer a humilhação que sofreu, principalmente na frente de seu filho, Kantras, que não o reconhece como pai e nada fez diante da situação. Brandon, seu antigo companheiro de batalhas, o acompanha tomando grandes canecas de cerveja.
      "Nord, esquece isso cara. Não precisamos de reconhecimento, temos o mar a nossa disposição."
      "Não Brandon. O mar não é nosso, só será quando estivermos na nossa própria embarcação. Aquele outro não fez nada. Pôxa, eu sou o pai do cara, pô! Acho que ele deve ter gostado e tudo. Não vai querer um pai que vive por aí nos mares e sim um rei cheio de fortuna."       Respondeu Nord chorando como uma criança e bastante bêbado.

      Em outra parte, Gormadoc prepara uma rede para dormir, no entanto, o fizera perto de Eran, aprendiz de Garth, que se incomodou com a presença do halfling.
      "O quê que você quer dormindo perto de mim, seu halfling?" Perguntou o pupilo.
      "E daí? Vou dormir aqui mesmo, você fará o quê a respeito."

      O garoto ficou bastante zangado e se afastou procurando seu mestre.

Um Ataque Inesperado

      Pela manhã, estavam Nord e Brandon jogados no chão e encharcados de cerveja. Arthos fica um pouco agoniado, mas acorda os dois.
      "Nord, desculpe por ontem. Não pretendia desmoralizá-lo. Foi só por segurança, espero que entenda."
      "Ah, deixa pra lá, só quero navegar mesmo."

      "Capitão! Capitão! Venha ver isto!" Diz um dos bucaneiros.

      Arthos corre para ver o que é e presencia o aparecimento de um imenso galeão que surgiu à frente. A nau fantasticamente emergiu do fundo do mar a uma boa distância do 'Diana' e do 'Barba de Azoun'. "Espere, acho que vi este navio em Portão Ocidental." Disse Gormadoc Corneteiro.

      A nau misteriosa, que possuía uma coloração um tanto avermelhada, ficou de lado para os outros dois navios e abriu algumas portinholas laterais. Percebendo do que se tratava, Ájax gritou "Cuidado! Vão nos bombardear!", mas foi tarde, pois foram disparadas poderosas balestras que atingiram em cheio o 'Barba de Azoun' criando danos consideráveis à embarcação e matando alguns soldados cormirianos que tentavam mudar a posição do navio. Todos ficaram de prontidão e o 'Diana' respondeu ao fogo, porém sem resultado, pois a distância entre eles era muito grande, diminuindo a precisão dos disparos. Uma nova leva de tiros foi executada e novamente o 'Barba de Azoun' sofreu danos, enquanto o 'Diana' recebeu uma pequena parte dos tiros.

      A druida Adsartha usou a graça de Chauntea no seu marido Kantras e em Ájax para que eles pudessem respirar na água como peixes. Depois ambos foram atirados com uma catapulta e caíram no mar perto do navio inimigo, se fixaram ao casco e começaram a subir. Enquanto isso, no 'Diana', Garth teletransportou magicamente Arthos e Gormadoc para o navio vermelho e ficou de prontidão para um novo ataque. Gilbert percebe que há um revezamento na abertura das portinholas e instrui Frogsong a atirar com sua besta em uma delas para conseguir acertar os operadores das armas. Ela conseguiu acertar um disparo no vão da portinhola, mas não se soube se alvejou algum inimigo. Arthos e Gormadoc surgem no convés do navio inimigo. Eles sobem em algumas torres que lá haviam e iniciam um combate contra homens de robes vermelhos. Pouco depois Ájax e Kantras aparecem para ajudar. O príncipe os acompanha na luta, e Ájax quebra uma parede de madeira numa das torres, improvisando uma entrada para o interior do navio.

      Arthos dá uma investida rápida contra seu adversário atingindo-o no peito, outro inimigo conjurou uma magia que falha ao atingir o elfo, mas Arthos não erra e mata seu oponente cortando-lhe a garganta com seu sabre. Com os dois magos derrotados, Fogo Negro desce e entra pelo buraco que Ájax fez na parede. Gormadoc corta a perna de um mago que o ameaçava mas recebe alguns projéteis místicos disparados por outro. Kantras, usando sua espada curta e outra longa dá uma seqüência de giros confundindo seus opositores e completa seu ataque com um corte no ombro de um dos magos. O outro tentou lançar um encanto no jovem príncipe mas errou o alvo.

      Lá embaixo, no interior do navio, Ájax correu pelos corredores tentando encontrar um caminho para a direita no intuito de cessar os ataques de balestras. No percurso se deparou com Bubon Cara Feia, que ao vê-lo diz:
      "Ora, ora, se não é o corajoso herói de Cormyr. Não adianta tentar fazer nada, os planos não falharão."
      "Não enquanto eu estiver lutando."
      Depois da pequena troca de palavras, Bubon levantou sua grande espada montante e usou toda sua força no balanço para tentar dividir o herói de Arabel no meio, entretanto, Bubon não tinha conhecimento da incrível agilidade do filho de Tymora, que com grande rapidez parou o golpe do vilão usando apenas a mão esquerda para segurar o cabo da espada empunhado com as duas mãos pelo pirata. Com a outra, Ájax de Felonte deu o golpe fatal e perfurou o coração de Bubon, rápido como um raio, utilizando seu gládio. Seu golpe fora tão preciso e absoluto que não derramou sangue, o pirata apenas fez uma expressão de desespero e fechou os olhos, segundos antes de visitar Kelemvor. Com Bubon morto, o herói continua sua busca pelas balestras.

      Após uma série de disparos, o 'Barba de Azoun' vai a pique, pois fora muito avariado. Muitos soldados cormirianos morreram tentado nadar e outros ficaram se lamentando com a perda do navio. A tripulação do 'Diana' dava apoio aos sobreviventes do navio aliado que estava afundando. Adsartha concentra-se mais uma vez na deusa da terra e se transforma numa baleia, seguindo a toda velocidade em direção ao navio inimigo.

      Gormadoc consegue derrotar um dos magos que brigava com ele, mas fica pendurado na ponta da torre do estranho navio. Kantras consegue vencer os dois magos com golpes implacáveis e vai ajudar Corneteiro.

      Arthos corre pelo interior do navio e vê Bubon morto no chão. Não consegue descobrir como o pirata fora abatido, e o ignorou, prosseguindo correndo. Porém, foi surpreendido por um homem de robe vermelho e aparência sinistra. Tinha ele uma careca com tatuagens e uma grande barba.
      "Está perdido elfo?"
      "Kelzur. Finalmente você apareceu. Pelo visto também é um Mago Vermelho."
      "Não seja tolo, sou um Mago de Sangue."
      "Não sei do que está falando, e não me importa. Diga-me, onde está o Presente?"
      "Aqui comigo, e é onde ele ficará. Mas é só por isso que veio aqui?"
      "Não... Fiquei sabendo que você conhece a localização do covil de Mor'Ha'Dur."
      "É verdade. Mas o que isso lhe interessa?"
      "É pessoal.", disse Arthos lembrando-se de sua amada. "Vamos ver se o convenço a colaborar"
      Ele sacou seu sabre e acertou em cheio um golpe no braço do vilão, porém este nem sentiu, "Deve ser algum encantamento." Pensou Arthos preocupado, pois sua espada era inútil contra magia. Kelzur aproveitou a vantagem e jogou um feitiço no elfo que tentou se esquivar mas não conseguiu e foi transformado num rato. "Ha Ha Ha! Não sabia que ia ser tão fácil, Fogo Negro." . Abaixou, apanhou pequeno animal e o colocou Arthos dentro de uma pequena caixa onde também estava o 'Presente'.

      Ájax finalmente chegou a uma galeria onde havia vários homens manejando as poderosas balestras do navio. Alguns atiravam e outros recarregam. O herói de Arabel mostrando sua fúria, levantou uma pequena carroça que os piratas usavam para transportar a munição e arremessou em alguns deles. Contudo, Kelzur surgiu dizendo
      "Seus esforços são inúteis cormiriano, minha vitória é certa. Dou-lhe o direito de rendição."
      "Não seja estúpido, a batalha só acaba quando todos são derrotados. Quem é você?"
      "Eu? Tenha o prazer de conhecer Kelzur, o Mago de Sangue. Ficará com esta lembrança mesmo depois da morte."
      "Mago de sangue? Nunca ouvi falar." Ájax então partiu para cima do mago e aplicou-lhe um golpe na barriga, mas, misteriosamente, não o feriu. Ele por sua vez lançou um feitiço no herói fazendo-o levitar a um metro do chão. Ájax então ficou à mercê de Kelzur que covardemente conjurou um relâmpago castigando o guerreiro. Este, aproveitando que a energia mística o havia jogado para perto da parede, deu um impulso com os pés, e tentou agarrar o mago, mas foi infeliz. Kelzur criou, com um encanto, um tubo feito de ouro que envolveu todo o corpo de Ájax prendendo-o. Logo depois mandou um dos piratas empurrar para o convés o filho de Tymora, que ainda flutuava.

      Kantras derrotou outro mago e Gormadoc também, mas a luta prosseguia contra outros dois que ainda resistiam. Neste momento chegara Adsartha que, vendo a situação favorável que se encontrava o marido, partiu para o interior do navio para tentar auxiliar outros mais necessitados de sua ajuda. Após uma rápida corrida ela viu ao longe algo estranho: Garth conversava algo com Kelzur e logo em seguida o Mago de Sangue entregou-lhe uma caixa. A cena deixou a druida bastante intrigada. Então, algo mais surpreendente ocorreu, o navio começou a desaparecer, ficando etéreo aos poucos. Antes de sumir, Garth viu Adsartha e a encarou secamente. O navio desapareceu e algumas pessoas caíram dele. Adsartha transformou-se em peixe, Gormadoc, Kantras e Ájax foram ao mar. Kantras viu o herói de Arabel, que afundava preso num grande tubo de ouro maciço e mergulhou para salvá-lo. Gormadoc nadou até o 'Diana' junto com a sacerdotisa de Chauntea.

      No fundo mar, Ájax, preso dentro do cilindro muito pesado, caiu até a beira de um precipício marinho. Foi rolando aos poucos até que Kantras surgiu e o segurou. Entretanto, o príncipe não tinha força suficiente para livra-lo do abismo por muito tempo, e o herói de Arabel também não conseguiu se libertar de sua prisão. E o encanto que os permitia respirar embaixo da água estava próximo a se desfazer.

      Passou-se algum tempo e, Adsartha, preocupada, se transformou novamente numa grande baleia e mergulhou no oceano em busca de seu amado. Minutos depois ela retornou à superfície e abriu a sua grande boca de baleia revelando Kantras e Ájax, ainda preso, no interior do tubo. Os homens conseguiram içar Ájax com o cilindro, e posteriormente Brandon teve a idéia de usar o óleo de baleia que havia conseguido durante sua caçada para fazer o herói de Arabel escorregar para fora do cilindro. Alguns ficaram felizes pelo cilindro ser de ouro, mas algum tempo a felicidade desapareceu junto com o objeto, que era um produto de magia. Quando tudo terminou, só havia apenas um navio agora, o 'Diana', porém todos se perguntavam "Onde está o capitão Arthos? Será que foi seqüestrado por Kelzur?". Um ar de tristeza se abateu no convés do navio. Todos se negavam a acreditar que algo de ruim poderia ter acontecido ao elfo de cabelos escarlates.

Aumentam as Desconfianças

      Escuridão. Era apenas o que Arthos, agora na forma de um ratinho, presenciava. Estava ele numa pequena caixa, junto com a Jóia tão procurada e alguns pergaminhos. Ouviu algumas vozes, depois percebeu que eram de Garth e de Eran, o pupilo do mago. Sentiu-se seguro achando que seu amigo o tinha resgatado. Mas ouviu Eran dizer "Mestre, e se eles descobrirem?", então achou estranho a circunstância, contudo poderia haver uma explicação para tal. Tentado chamar a atenção, o ratinho começou a roer um dos pergaminhos. Algum tempo depois, Garth abriu a caixa e dela saiu Arthos, que deu um pulo. "Rato maldito! Olhe só o que ele fez!" disse o mago revoltado por ter perdido um pergaminho mágico. O ratinho, assustado, correu para um buraco na parede e lá entrou.

      Num extremo do navio, Adsartha conversou com Ájax, Kantras e Gilbert. Ela comentou sobre o que viu no navio inimigo. "É verdade. Eu vi Garth falando alguma coisa com Kelzur e ele pegou uma caixa, mas não deu para ver o que havia dentro."
      "Será que Garth nos enganou este tempo todo? Foi ele que disse que Paulo estava falando a verdade sobre um traidor. Isso pode ser um engodo para afastar qualquer desconfiança sobre ele." Disse Ájax.
      "Como eu tinha dito antes, esse é o refugo da Comitiva. Minhas suspeitas estavam corretas." Falou Kantras.
      "Então vamos simplesmente capturá-lo, não podemos perder mais tempo." Concluiu Gilbert.
      "O gnomo tem razão. Ele pode estar tramando algo, alguma fuga ou coisa parecida. Devemos imobilizá-lo antes que ele conjure algum feitiço." Concordou Kantras.

      Estava Garth sozinho pensativo na cabine, até que chegou Björn DeLuna para lhe falar.       "Senhor Garth, percebi que é um grande mago. Eu também tenho uma afinidade com a magia, podemos trocar informações e experiências, o que acha?"
      "O que alguém como você poderia possuir ou conhecer que eu próprio não já tenha ou saiba?" Perguntou ironicamente o mago.
      "Posso fazer encantamentos também. Você poderia se surpreender."
      "Hum, Não me faça rir, você é apenas um iniciante estúpido que não sabe o verdadeiro propósito da magia."
      "Muito bem, eu sou um negociante, já tratei com pessoas como você antes. Vai afundar na própria arrogância."

      Ao final das palavras de Björn, Kantras, Ájax, Adsartha e Gilbert entram na sala bruscamente fazendo perguntas.
      "Garth, Adsartha viu você conversando com Kelzur. Isso é verdade?" Perguntou Ájax.
      "Do que está falando homem, é melhor ter certeza de sua pergunta."
      "É verdade ou não é?" Insistiu Kantras.
      "Há muita coisa que vocês não sabem."
      "Por via das dúvidas.." Disse Gilbert jogando uma corda e laçando o mago.
      "Muito bem, prendam-me, mas vocês podem se arrepender."
      "É, a queda veio mais rápida do que eu imaginava.." Pensou Björn ao ver Garth ser levado pelos outros.

      O mago foi preso num local especial e escondido no porão e lá ficou. Arthos, em forma de ratinho, viu tudo mas não pôde fazer nada. Passou por muitas aventuras junto com Garth e não acreditava na traição dele. Então foi em direção da cabine onde estavam Adsartha e Kantras, refletindo sobre os últimos acontecidos. Ele tomou coragem e se aproximou deles. Kantras estava comendo um pedaço de pão e deixou cair alguns farelos na mesa. Foi a oportunidade que Arthos procurava. Ele começou a colocar os farelos de modo a formar a letra A.
      "Querida, olha só! Um ratinho! E ele está brincando com os pedacinhos de pão." Surpreendeu-se Kantras.
      "Que bonitinho! Ele está tentando fazer algo."
      "Que nada, quero ver se faz outros truques." Kantras pegou Arthos e o colocou no ombro, atrapalhando a tentativa de dizer que era ele na forma de um roedor.

      Algumas horas depois, Gormadoc passava pelo navio à noite, não estava com sono. De repente ele ouviu um ruído de algo se partindo e então viu o mastro principal cair, logo depois percebeu alguém nas sombras que desapareceu em seguida. Gilbert também surgiu e perguntou:
      "O que aconteceu? Estamos sendo atacados?"
      "Não, algo destruiu o mastro, não sei o que foi. Será que dá pra consertar?"
      "Só de manhã para eu avaliar."
      O resto da tripulação apareceu e ficaram se indagando o que teria acontecido ao mastro para se quebrar daquele jeito. Ájax ficou desconfiado e cada vez mais preocupado.

      Pela manhã, Adsartha e Kantras desceram novamente ao porão para ver Garth. A druida o desamordaçou, ele tratou de ser rude, embora recebesse alimentação. Ainda estava com as mãos ainda amarradas.
      "Por favor. Digam para meu aprendiz Eran que estou numa missão especial. Não quero que ele saiba desta situação humilhante"

      Foi quando pouco tempo depois do casal retornar à cabine que o menino apareceu perguntando sobre o mestre. Dado o recado, ele saiu muito intrigado e inseguro por seu mestre ter se ausentado e não informá-lo aonde ia.

      Em outro lugar, no convés, Gilbert conversava com a guerreira Frogsong. Ele já estava encantado com a beleza da jovem e não esperava a hora daquilo tudo terminar para tomar uma atitude.
      "Frog, você ainda sente algo por Feargal?"
      "Eu... não, não sou mais noiva daquele elfo imprestável. Ele me humilhou na frente da Comitiva. Isso eu não vou esquecer. Senhor Gilbert, você é tão atencioso com as pessoas."
      "Senhor não, apenas Gilbert. Frog, você disse que cuidava do menino Azoun V. Quem está com ele agora?"
      "Quem? Acho que outras pessoas, ninguém específico."
      "Ué, mas por que não está mais cuidando dele?"
      "Me lembro de Wilfred ter me aconselhado a participar dessa missão. Engraçado, agora me lembro também de algo estranho que aconteceu. Eu estava caminhando pelas ruas de Suzail quando fui cercada por três sujeitos que nunca tinha visto antes, o engraçado é que os derrotei com muita facilidade."
      "Bom, deixa pra lá, vamos conversar sobre meu livro."

      Gormadoc desceu para o porão e viu a sacerdotisa Adsartha com um ratinho, o roedor tentava dizer algo da mesma forma que antes, pegando os farelos de pão com as patinhas e os colocando numa forma ordenada.
      "Senhora sacerdotisa! Olhe! O rato está fazendo alguma coisa!" Chamou Gormadoc a atenção.
      "É verdade! O que será que ele quer?"
      O ratinho então conseguiu fazer uma letra A, depois fez um R, e depois um T. A druida então percebeu tudo: era Arthos Fogo Negro que estava ali, na forma de um ratinho. Ela fez algumas perguntas a ele, que confirmou acenando a cabeça. "Gormadoc, não fale isso pra ninguém, o traidor pode tentar matá-lo neste estado."

      A druida comunicou o fato a Kantras e a Ájax ,que estavam interrogando Garth.
      "E então Garth, pode quebrar o encanto?" Perguntou Kantras.
      "Ora, mas é claro, só preciso de tempo para isso."
      "Não é necessário, eu farei isso." Disse Adsartha para surpresa de todos.
      "Não é qualquer feitiço que vá funcionar neste caso, druida. Deixe isso para alguém experiente como eu." Continuou Garth.
      "Não, você ficará aqui. Eu invocarei os poderes da deusa da terra e quebrarei o feitiço."

      A noite chegou e Eran ainda estava preocupado com o desaparecimento do mestre, seus pensamentos foram interrompidos por Gormadoc.
      "Ei, menino, onde está seu mestre?"
      "Não é da sua conta, afaste-se! Ele me disse pra não ficar junto de você."
      O halfling percebeu que o menino tinha um livro na mão e o estava escondendo, mas diante de seus modos grosseiros, apenas fez um sorriso irônico e foi embora.

      Gilbert, junto com Brandon e Nord perceberam que não dava para consertar o mastro, mas o gnomo prometeu no dia posterior arranjar algum improviso, caso contrário não chegariam a Suzail tão cedo.

      Quando voltava para a cabine para dormir, Gilbert viu Gormadoc conversando algo com Björn DeLuna e se aproximou.
      "O que estão conversando? É sobre a destruição do mastro? Descobri que não foi cortado nem queimado, Brandon acha que foi bruxaria."
      "Não é sobre disso que falávamos, estamos achando que o mago Garth e seu aprendiz têm algo haver com a sabotagem do navio, pois o menino está com algum livro escondido." Disse Gormadoc.
      "E o que podemos fazer então?"
      "Eu vou tentar pegar o livro enquanto ele dorme. Vamos lá." Concluiu o halfling.

      Eles foram sorrateiramente e ficaram de longe observando Eran dormir numa rede, Björn bate em alguma coisa no chão, um grimório, que estava na escada. Eles guardam o tomo de magias encontrado e continuam com o plano. Björn torna o halfling invisível com um encanto e então Gormadoc faz o mínimo de barulho possível, entra na cabine e consegue pegar o livro sem acordar o jovem. Eles subiram para o convés e verificaram o volume. Espantaram-se ao perceber de que se tratava de um livro sagrado de Bane. Não havia dúvidas, Garth e seu pupilo eram adoradores de um deus maligno. Um dos dragões púrpuras fugitivos, Galvin, chegou e viu tal heresia.
      "Deixe-me ficar com isso, cuidarei para que sirva de prova." Então Galvin levou o livro.

      Uma nova manhã surgiu para a tripulação. Muitos acordaram sem saber como resolver a situação do mastro que fora quebrado, e já não tinham certeza se conseguiriam chegar ao seu destino, Suzail. Quase não se moviam. Era necessário obter velocidade para alcançar a capital de Cormyr rápido o bastante para impedir algo que eles nem sabiam ainda o que seria.

      Adsartha e Kantras mais uma vez desceram para averiguar Garth. A sacerdotisa fez uma prece a deusa e lançou um encantamento no ratinho devolvendo sua forma original, a do elfo Arthos Fogo Negro. O aventureiro ficou tão contente que deu uma pirueta, um beijo no rosto de Adsartha e um abraço em Kantras que ficou sem jeito, mas compreendeu o motivo de tanta alegria.

      Arthos apareceu para a felicidade de muitos no navio, com exceção de Carmina Sossal que falou um monte de palavrões ao vê-lo. Convocou várias pessoas para irem a sua cabine e comentou sobre os fatos recentes, menos que tinha se transformado num rato. Gilbert, Gormadoc e DeLuna revelaram sobre as descobertas dos livros e vão atrás de Eran para obter respostas. Arthos obriga o aprendiz a andar na prancha para dizer o que sabe.
      "Não! Eu não sei de nada, eu só achei o livro! É verdade! Soltem-me!" Gritou ele assustado.
      "Tudo bem, mas ficará sob vigilância. Eu quero saber da verdade." Disse Arthos.

      O elfo retornou ao porão junto com Adsartha e Kantras e manifestou:
      "Amigos, agradeço muito pela ajuda, mas gostaria que soltassem Garth. Ele nada tem haver com traição."
      "Tem certeza Arthos? Minha esposa viu quando ele confabulava com o maldito Kelzur."
      "Tenho, confiem em mim."
      Eles então libertaram o mago que sentiu um grande alívio por ter as mãos livres novamente.
      "Eu tenho uma explicação plausível para o que aconteceu." Manifestou ele.
      "O que seria?"
      "Eu me teletransportei para o navio de Kelzur para enfrentá-lo. Sabia que vocês não poderiam derrotá-lo, então o confrontei, porém no momento do combate o navio estava começando a desaparecer. Então peguei alguns de seus pertences no intuito de procurar a Jóia."
      "Por que não explicou isso antes? Poderia ter nos poupado bastante tempo." Indagou Kantras.
      "Eu não poderia, pois partindo da visão pressuposta que vocês tem sobre mim seria inoportuno que eu o fizesse sem a presença de Arthos."

      Arthos se reuniu com todos e falou sobre o livro. "Gormadoc, onde está o livro que acharam com Eran?"
      "Nós entregamos a Galvin, ele ficou guardando-o."
      "Ele me deu e eu o queimei." Disse Wilfred.
      "Mas por que?"
      "No meu treinamento como dragão púrpura aprendi a destruir todos os objetos de religiões malignas, não podia deixar aquilo inteiro."
      "Mas aquilo era prova. Droga, teremos que nos basear pelo outro livro, o grimório." Concluiu Arthos.
      "Capitão Arthos, eu gostaria de dizer uma coisa. Começo a me indagar se é realmente Ájax a pessoa que eles querem longe de Cormyr, não temos como determinar isso de forma exata." Opinou Gilbert.
      "Então quem seria?" Perguntou o herói de Arabel.
      "Não sei direito, mas falta alguma peça neste quebra-cabeça." Finalizou o gnomo.

      Fogo Negro levou o grimório até Garth. O mago prometeu examiná-lo e descobrir seu dono, mas pediu o grimório em troca alegando que tinha sofrido humilhação por parte dos outros. Arthos aceita a proposta para a infelicidade de DeLuna que havia encontrado o livro. Garth o folheia um pouco e descobre que havia um encantamento no grimório capaz de ter destruído o mastro.

      Gilbert ficou um pouco pensativo e lhe bateu um estalo.
      "É isso! Já sei como vou fazer este navio navegar novamente!"
      "Como? Empurrando ele a nado?" Debochou Brandon que estava com uma caneca de cerveja na mão.
      "Claro que não, vocês verão."
      "Isso mesmo Gilbert. Eu confio em você." Apoiou a jovem Frogsong.

      O gnomo pegou algumas ferramentas, pediu a ajuda de muitos bucaneiros e passaram todo o dia trabalhando. Brandon e Nord haviam pego o crânio e o chifre do kraken unicórnio como um troféu, então Gilbert aproveitou o chifre e o usou como mastro do navio, também usou alguns ossos da criatura, costurou algumas velas reservas do navio e construiu uma espécie de cata-vento. Pela manhã todos viram a façanha do gnomo e ficaram maravilhados.
      "Senhor Gilbert, dou meu braço a torcer." Admitiu Brandon levantando o pequenino nas costas como um vencedor.

O Traidor Afinal

      Mais uma vez estavam os heróis todos reunidos na cabine do capitão, esperavam que aquele pesadelo logo terminasse e suas vidas voltassem ao normal. Há dois dias atrás, Gilbert construiu um cata-vento que aumentou consideravelmente a velocidade do 'Diana'. Naquela manhã, eles conseguiram ver finalmente a costa de Suzail e então aportaram, contudo o capitão Arthos proibiu a saída de qualquer um do navio antes que fosse solucionado o mistério do traidor. A expectativa era grande e Garth aproveitou para fazer um ar de mistério. Mas o gnomo começou a conversa.
      "Senhores, acho que esse mistério tem algo haver com você Frog." Disse ele espantando a todos.
      "Eu, Gilbert! Está me acusando?" Perguntou decepcionada a jovem.
      "Claro que não Frog, mas acho que tem algo de estranho neste medalhão que você usa, ele pode ser um objeto mágico que está controlando você. Deixe que examinemos o objeto."
      "Não! Afastem-se." Por um momento a jovem ficou em transe, como se algo a controlasse. Todos ficaram assustados, menos Garth que já sabia a resposta.
      "Não sejam estúpidos, não sei o que aflige a jovem, porém o culpado não é outro senão.." Garth rapidamente tirou o livro sagrado de Bane que estava escondido na roupa de um dos dragões púrpuras, "Você Wilfred!"
      O soldado ficou sério por um instante e ouviu o mago dizer. "Há um ideograma no verso do grimório que significa seu nome Wilfred, não há como se esconder mais."
      "Ora, muito bem. Mas não importa, não há mais tempo para que vocês impeçam o inevitável." Disse ele.
      "Por Baervan! Agora entendi! Como sou cabeça dura! Era a Frog que queriam afastada de Cormyr!"
      "O que está dizendo Gilbert? Por que Frogsong?" Indagou Arthos.
      "É ela que cuida do herdeiro Azoun V. Nesse momento ele pode estar sendo vítima de um atentado."
      "Mas como eu disse, vocês não podem evitar isso."

       Ao final destas palavras, Wilfred altera magicamente sua aparência fazendo desaparecer sua armadura, surgindo em seu lugar um robe vermelho e um cajado no lugar da espada. Aproveitou a hesitação de todos e levantou uma muralha de fogo ao seu redor, só que antes Gormadoc conseguiu pular para dentro da área isolada pelas chamas mágicas e começou a lutar contra o mago seguidor de Bane. Porém o halfling foi arremessado por ele ao fogo, enquanto Adsartha protegia Kantras e Ájax dos rigores das chamas, fazendo-os atravessá-las também. Wilfred é mais rápido e conjurou outro feitiço que o fez dar um grande salto para fora dali e cair perto de uma balestra do navio. Gilbert e Björn tentaram acertá-lo disparando projéteis mas não obtiveram resultado. Wilfred tentou dar um tiro com a balestra mas ela emperrou. Windolfin correu tentando alcançar o mago, e Eran lançou algumas esferas de energia que acertaram o inimigo. Percebendo a situação desvantajosa em que se encontrava, Wilfred pulou na água, e através da magia, se transformou num tubarão. Arthos pulou tentando alcançá-lo, mas foi atacado no mar pelo tubarão Wilfred. Porém Arthos conseguiu esquivar-se e fez um corte no dorso do animal. Adsartha transformou-se novamente em uma baleia e perseguiu o mago, Arthos aproveitou e segurou-se na nadadeira de Adsartha. Eles nadaram em direção da costa. Wilfred conseguiu chegar no cais e voltou à forma humana. Adsartha veio a toda velocidade com Arthos e deu um grande salto e no ar também retornou a forma humana. Aproveitando o impulso, Arthos correu em direção a Wilfred e, alcançando-o, nocauteou-o com um soco.

      Os demais desceram da embarcação e ficaram de frente ao traidor agora inconsciente. Logo surgiram vários soldados de Cormyr que cercaram os aventureiros. Com eles também se aproximou o lorde Thistle.
      "Então resolveram voltar. Esperam que tenham uma explicação muito boa para não irem para a prisão."
      "Não seja tão precipitado Thistle. Eu consegui reaver o 'Presente'. Não pesam mais acusações contra a Comitiva." Disse Garth.
      "Muito bem, mesmo assim quero saber o que aconteceu aos ladrões."
      "Tudo ao seu tempo Lorde. Os demais revelarão tudo o que precisa saber, mas eu no momento tenho outros afazeres. Venha Eran, vamos!" Terminou o mago.

      Carmina Sossal exigiu alguma resolução sobre sua embarcação roubada, e Thistle prometeu ressarci-la de qualquer prejuízo para manter a boa imagem do reino de Cormyr.

      Os aventureiros foram conduzidos ao castelo onde todas as explicações foram feitas. Acomodados eles puderam relaxar depois de um grande conflito que ainda não tinha terminado. Gilbert, insatisfeito com a situação procurou algum mago importante no castelo e encontrou um homem chamado Maxer. Ele era um dos magos reais e já havia fornecido encantamentos a Kelta Westingale no passado. O arcano fica intrigado com a dúvida do gnomo.
      "O quê? Como sabe sobre o medalhão? Isso é um segredo muito bem guardado. Ele foi construído por Elminster e Khelben Arunsun para que o portador pudesse ser apto a proteger o herdeiro AzounV."

      Em outro lugar de Suzail, o mago Garth, junto com seu pupilo, através de algumas informações obtidas numa taverna local, chegou a um local obscuro onde um homem abriu a porta. Garth disse uma espécie de senha e entrou. Não sabia ele, mas Gormadoc, o halfling o tinha seguido desde a prisão de Wilfred e observava suas ações. Garth pediu para o homem lhe conseguir água e ele foi, o mago então adentrou uma grande sala onde havia um altar em homenagem ao deus morto Bhaal. Garth finalmente tinha chegado ao seu objetivo quando veio a Cormyr: destruir tudo o que lembrasse o antigo deus do assassinato, pois seus pais foram vítimas de um sacerdote de Bhaal e ele jurou perseguir seus seguidores. Ele não hesitou e jogou uma esfera de chamas no local destruindo tudo que lá havia.

      Gormadoc voltou e contou tudo a Arthos, que ficou contente ao saber que o amigo ainda lutava contra a maldade neste mundo.

      Mais tarde todos da Comitiva retornaram ao castelo, apenas Kantras e Adsartha não compareceram, pois tinham outros assuntos a resolver. Nord e Brandon também ficaram para cuidar do navio. Thistle informou que o menino Azoun V fora enviado há alguns dias atrás para o castelo Amir Ibicus. Os magos de guerra então se ofereceram para levá-los até lá através da magia. Mas antes, o lorde Thistle tinha preparado uma surpresa, a nova carta da Comitiva. O lorde sempre criava as Cartas de Aventureiro, documentos com os nomes de todos os grupos de aventureiros e seus respectivos integrantes. Gilbert ficou muito emocionado, pois além de conseguir encontrar a Comitiva da Fé, agora fazia parte dela. Logo depois dele assinar o nome na carta, os demais o levantaram comemorando jogando o gnomo para cima.

      No final, todos foram para uma sala secreta onde alguns magos de guerra os circundaram. Disseram algumas palavras arcanas e todos foram teletransportados para Amir Ibicus, na esperança de evitar que uma catástrofe assolasse o reino.

 

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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