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Duplicata Sinistra

Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira,
baseado no jogo mestrado por Marcelo Piropo



Personagens da aventura:

Os Humanos: Ájax de Felonte; Garth; Eran; Frogsong; Björn DeLuna ; O Elfo:Arthos Fogo Negro.; O Halfling: Gormadoc Corneteiro: O Gnomo: Gilbert Engrenagem Dourada: O anão: Windolfin Braço de Clangedin Barba de Prata. Participação Especial: Elminster, o sábio.


Duplicata Sinistra

      São poucos aqueles no Universo que estão cientes da existência da Arte, são poucos aqueles que podem deleitá-la, dentre estes poucos mortais está a Comitiva da Fé, que desde há muito prossegue sua cruzada contra a tirania e a destruição. Porém a magia é como o amor e o ódio, tanto pode trazer alegria como levar à tristeza. Por meio dela, a Comitiva surgiu diante de Amir Ibicus, um fortaleza avançada do reino de Cormyr. Há poucos segundos os magos de guerra teletransportaram o grupo que corria contra o tempo para impedir qualquer ameaça ao menino Azoun V, o herdeiro do trono. Amir Ibicus outrora foi palco de uma das batalhas mais decisivas para a grande guerra que continua, quando o exército e a Comitiva combateram Vorik Aris e sua horda maligna. As marcas do confronto ainda persistem no ambiente, denotando as proporções incríveis do poder daquele embate.
     Após um breve vislumbre no cenário e algumas lembranças, o grupo caminhou até a ponte que dava acesso a grande fortaleza. Ájax sendo uma autoridade de Cormyr, foi á frente. Os soldados da guarita logo o reconhecem e trataram de baixar um grande ponte permitindo a entrada dos aventureiros.

     No pátio, vários soldados aproximaram-se de Ájax dando boas vindas e mostrando admiração pelo ídolo cormiriano, que servia como inspiração para lutar. A Comitiva foi ignorada, seus feitos são ocultos como sombras no meio da noite. Pobre dela que muitas vezes colocou seus corações na frente de lanças mortais para defender um ideal de que poucos tem conhecimento. Acostumados com tal tratamento, eles prosseguiram para o interior do castelo para se acomodarem. Gilbert e Frogsong, preocupados com a segurança do menino Azoun V, foram ao encontro dele, mas antes, foram interrompidos por Garth, o mago cujas maneiras sombrias e arroubos de arrogância não o faziam a figura mais popular entre o grupo, que pediu para ir junto.
     "Irei com vocês para me certificar da segurança da criança."
     "Humm...devemos deixar ele ir conosco, Frog?", perguntou o gnomo desconfiado.
     "O que há? Por acaso desconfiam de mim novamente? Querem me trancar em algum porão do castelo? Somente quero verificar se não há nenhum tipo de magia agindo no aposento da criança.", respondeu Garth, ainda chateado com o episódio acontecido nos porões do Diana, a nau de Fogo Negro. Ficara o mago preso, acusado de colaborar com os Magos de Sangue.

     O trio então sobe até os aposentos reais e são recebidos pela sua babá, a idosa Conegundes. Examinam portas, abrem janelas, verificam abaixo do berço e nada vêm. Garth invoca um sortilégio, mas nada detecta, além de um grande poder emanando do colar de Frogsong. Terminada a verificação, eles retornam aos demais que juntos, sentaram-se a uma grande mesa para fazer uma refeição.

     Minutos depois, um homem em armadura dourada e um aspecto de nobreza real e esnobe chega à presença dos recém chegados. Ájax de Felonte o reconhece dizendo:

     "Saudações, Lovering!"
     "Saudações Ájax! O que faz aqui? E o que estes...vagabundos fazem com você?" Respondeu se referindo aos aventureiros.
     "Veja como fala! Viemos com uma missão dada por Lorde Thistle. Devemos proteger Azoun V.", retruca Garth.
     "Lorde Thistle? Ele já deveria ser a muito afastado de sua posição. Veja...mandar um grupo de aventureiros inúteis. Não precisamos de vocês. Tenho aqui uma tropa de dragões púrpuras e dois poderosos Magos de Guerra."
     "Não deveria recusar auxílio, Lovering, e deveria demonstrar mais respeito. A própria Comitiva da Fé já salvou este castelo.", comenta Fogo Negro.
     "Isto é por não era eu o comandante nesta época. E não preciso da ajuda de um elfo como você, representante daquele povo inútil, que vivem fechados nas suas florestas cantando suas canções inúteis. A vida de vocês é criar artefatos mágicos para que estes caiam em mãos de vilões."
     "Frog, quem é esse rufião?" Perguntou Gilbert.
     "Ele é um dos generais de Cormyr e comandante de Amir Ibicus, não vamos provocá-lo para não haver problemas."

     Iniciou-se um pequeno conflito verbal. Bradou Gormadock Corneteiro contra Lovering, enquanto Arthos lembrou do auxílio dos elfos na guerra contra a horda. Invocou-se então a figura do nobre Azoun IV. Sorte foi esta menção: todos concordaram ser Azoun um grande homem e o enalteceram. A atitude esfriou os ânimos, ainda que o comandante de Amir Ibcus continuasse sério e circunspeto. Em alto som e voz firme, disse Lovering àquela Comitiva:
     "Vocês passarão a noite aqui, mas os proíbo de transitarem nos corredores. Serão conduzidos por minha oficial, Estrela, para seus aposentos e de lá não deverão sair. Frogsong poderá dormir nos aposentos reais. Agora dêem-me licença. Tenho assuntos mais importantes a tratar". Lovering parte, deixando a soldada a observar o grupo. Garth vira-se para a guerreira e pergunta:

     "Minha jovem, por acaso fala o idioma élfico?"
     "Não. Não falo.", responde Estrela. Em seguida o mago vira-se para Fogo Negro, na língua do Povo Antigo.
     "Fogo Negro, não vai atender a esta ordem?"
     "Claro que não. Vamos cumprir nossa missão."
     "Mais tarde estarei na parte de cima, no quarto do herdeiro."

Investigações Ocultas

     Acabado o jantar foram conduzidos para seus aposentos. Pelos alojamentos arranjados vê-se que não são bem quistos: um quarto coletivo, úmido, sem janelas e camas forradas com palha velha, verdadeira masmorra. Pobre da Comitiva! Realmente não recebe louros.      Reclamam, em especial o agitado e afeminado Björn de Luna, que retira e agita do bolso um lencinho, em um curioso gesto de nervosismo e invoca sua procedência nobre. A soldada cormyriana é rígida e seria, não dá ouvidos aos reclames:
     "Estes são seus aposentos. Não tem autorização para sair daqui até amanhã. Se forem pegos nos corredores serão levados aos calabouços.".

     Nem uma hora se passaria até aquele aviso ser desobedecido. Estavam preocupados com o herdeiro e haviam muito arriscado para se ater aos desígnios de Lovering e seu autoritarismo militar.
     "Como vamos burlar a vigília dos guardas, pessoal?" Perguntou Gilbert.
     "Isso não problema para mim, posso fazer alguns de vocês ficarem invisíveis." Disse Garth.

     Björn usou alguns de seus encantos e alterou sua aparência e a de Ájax, ficaram os dois iguais aos soldados cormyrianos. Garth achou que aquele encanto era apenas para amadores e então invocou seus sortilégios, tornou a si, Arthos e Gormadoc invisíveis surpreendendo o gnomo Gilbert que também queria ficar invisível, porém os outros o alertaram para que ele e Eran ficassem ali disfarçando a ausência dos demais. Eles saíram do recinto, e espalharam-se pelo castelo procurando algo suspeito. Arthos percorreu um corredor e no meio dele, passou por um grande soldado que o chamou a atenção, pois o elfo achou o rosto dele muito familiar, mas não se lembrava de quem ele poderia ser. Já havia o visto no jantar e seu instinto lhe dizia algo. Sua curiosidade então o fez segui-lo. Em uma parede, o homem parou, olhou para os lados e acionou um mecanismo oculto que fez uma porta secreta abrir-se na parede, fechando-se em seguida. Não houve tempo para que o elfo esguio pudesse entrar pela porta após o homem misterioso, então Arthos permaneceu ali esperando uma nova oportunidade.

     No corredor do castelo, Ájax e Björn, com suas aparências já convertidas em de soldados cormirianos, tiveram um infeliz encontro. A oficial Estrela, atenta a qualquer movimento no castelo, os vêem indo em direção ao andar superior e questionou os dois 'soldados'. Ela queria saber quem havia os enviado para patrulhar aquele lugar.
     "Meu superior.", disse Björn.
     "Quem é o seu superior, soldado?"
     "Err..não sei..."
     "Como não sabe? Quero que retornem de onde veio agora!"
     Depois deste diálogo infeliz, voltaram os dois pelo mesmo caminho. Estrela olhou com cuidado os dois sumirem nos corredores.

     Enquanto isto, Fogo Negro ainda observava a passagem. Vê quando o homem que entrara minutos atrás sair e, aproveitando-se, entrou, favorecido por sua invisibilidade. Descobriu um rústico e enevoado corredor que seguia até uma sala. Neste aposento, uma porta dourada com a figura de um gárgula, fechava a passagem para o próximo ponto. Fogo Negro tentou encontrar um mecanismo, mexeu na porta, tentou empurrar as orelhas da estátua, de tudo fez, mas em vão. Com toda sua experiência adquirida em Portal de Baldur, o elfo nunca vira porta tão difícil de abrir. Desistiu, então retornou de onde veio, abriu a porta secreta e foi até os aposentos da Comitiva.

     Estrela estava realmente desconfiada. Como tinha ordens expressas de Lovering para não deixar ninguém autorizado perambular pelos corredores, resolveu ir até os aposentos dos forasteiros "Afinal quem pode saber quais recursos estes tipos podem usar?", pensou ela. Chegou até a porta e olhou para dentro. Viu as camas, e enrolados nos cobertores, os 'hóspedes' se mexiam. Talvez estivessem sonhando com agitadas aventuras. Tudo parecia tranqüilo, portanto ela continuou a ronda. O que ela não sabia é que não havia ninguém por debaixo daqueles lençóis. O que se mexeu era na verdade foram palhas, movidas pela magia de Eran, aprendiz de Garth.
     "Ufa, essa foi por pouco garoto!" Comentou Gilbert após a saída de Estrela.
     "Hunf! Não precisa ficar assustado, isso foi bobagem para mim." Disse Eran ironicamente.

     Após dobrar o corredor, Estrela teve um novo encontro...com Björn e Ájax, ainda disfarçados como guardas.
     "Que infelicidade!", pensava Björn.
     "Só pode ser brincadeira de minha mãe Tymora.", refletia Ajax.
     A guerreira perdeu a paciência.
     "Que diabos ainda estão fazendo nos corredores?"
     "É, err.. é que a gente quer ver o herói Ájax." Disse Björn.
     "Ora, vocês podem fazer isso amanhã. Isso deve ser alguma desculpa, por via das dúvidas terão de me acompanhar."
     "Mas senhora.."
     "Nada de "mas". Me acompanhem ou terei de chamar toda a guarda."

     Gormadoc, também invisível pela magia, tinha feito uma pequena excursão pelos corredores de outro andar, como não tinha encontrado nada de substancial voltou para os aposentos e vendo a situação ridícula em que se encontravam Björn e Ájax, providenciou uma solução. Preparou um de seus dardos especiais e deu uma espetada em Estrela, que pensou ter sido picada por um inseto. Logo depois sentiu um sono pesado, esqueceu dos dois 'soldados' e dirigiu-se aos seus próprios aposentos.

     Com a situação controlada, eles entraram no quarto e esperaram os outros que chegaram depois.
     "Vi algo muito suspeito.", relata Fogo Negro.
     "Então diga, pois eu fiquei invisível e andei pelo corredor dos aposentos reais e não consegui encontrar nada.", pede o impaciente Garth.
     "Um homem estranhamente familiar entrou numa passagem secreta e depois saiu, eu entrei mas tinha outra porta que não consegui abrir."
     "Pela manhã então iremos ver essa tal porta." Objetivou o mago.

A Intrigante Profecia

     E a manhã tinha chegado, poucos foram os que conseguiram dormir bem diante de tanto mistério e apreensão por qualquer coisa que pudesse acontecer. Ájax estava muito preocupado, nunca acharia que Wilfred, um dos dragões púrpuras pudesse ser algum traidor, percebera ele a fragilidade em que se encontrava o reino de Cormyr. Sentia-se envergonhado, pois quando Azoun IV estava vivo o reino parecia ser imbatível e supremo em relação a todos os outros. Achava ele ser Vorik o causador de todos estes conflitos, já que almeja o trono de Cormyr, ele poderia muito bem ter contratado Kelzur para afastar a jovem Frogsong do menino Azoun V e enviar um assassino para fazer o serviço mórbido. Envergonhou-se também pelo fato de não ser ele o alvo a ser afastado do reino e pensava se merecia realmente a devoção de seus soldados. Ele se levantou da cama, pegou seu gládio sabendo que naquele dia poderia tirar sangue de alguém.

     Gilbert levantou bem cedo, desabotoou o seu pijama e se vestiu adequadamente, fez uma pequena oração a Baervan Errante Selvagem e foi ver sua adorada Frogsong.
     O gnomo encontra a garota nos aposentos de Azoun V e pergunta-lhe, preocupado, como passou a noite. Ela respondeu-lhe que havia dormido tranqüilamente e ambos ficaram admirando como era bela a criança. O pequenino Azoun, que estava em pé dentro do seu berço, quando viu o gnomo deu um sorriso e apalpou o seu nariz. Pouco depois, Gilbert saiu pelos corredores do castelo que dão acesso à biblioteca. Ele queria procurar mais informações sobre a nobreza de Cormyr. O astuto escritor desconfiou de conspirações palacianas por trás da ameaça ao jovem rei. O gnomo tentou abrir a grande porta da biblioteca, mas ela estava trancada.
     "Nada que não possa dar um jeito.", disse retirando de seu chapéu pequenas ferramentas e num instante, já estava Gilbert dentro do salão, cheio de estantes de madeira e muitos livros.      Um deles estava aberto em uma mesa e chamou a atenção do curioso invasor. Lia-se:

     "1368, Ano da Bandeira. Aquele que matar o nascido para ser rei, contra tudo e contra todos irá ser o rei."

     Gilbert ergueu o livro e procurou o título: "Livro das Profecias". Tinha encontrado uma pista. Quem quer que fosse o agressor, lera aquele livro e provavelmente já estava dentro do castelo, talvez estivesse sentado próximo deles no jantar. Seus pensamentos foram interrompidos por um rangido e ele viu a porta se abrir. Mas do que rápido escondeu-se e observou Lovering e os dois Magos de Guerra em robes vermelhos entrarem.
     "Maldito seja Thistle. Que ofensa trazer aventureiros para defender o castelo.", reclamou um dos velhos magos.
     "Acalme-se. Em breve terei mais influência em Cormyr e Thistle será o primeiro a sair do meu caminho.", sentenciou o comandante de Amir Ibcus.
     Os três andaram pela biblioteca, conversaram assuntos do cotidiano do Castelo e em pouco tempo deixaram o aposento. Gilbert em seguida fez o mesmo e retornou para Frogsong para contar-lhe o que ouviu.

     "Tem certeza Gilbert do que está falando?"
     "Escutei com estas orelhas que Baervan me deu, o menino corre perigo. Será que poderíamos escondê-lo para que não o matem?"
     "Não, não seria uma boa idéia, poderíamos ser acusados de raptar o garoto. Gilbert ajude os outros e conte a eles, eu ficarei aqui cumprindo minha missão."
     "Mas Frog, pode ser perigoso."
     "Eu sei, mas quando aceitei fazer parte do exército de Cormyr eu já sabia disso."

     Relutante, o pequeno escritor deixou a sala para procurar seus amigos.

Uma Visita Inesperada

     Na mesa, fazendo seu desjejum matinal, a Comitiva recebeu a indesejável visita de Lovering.

     "As regras que dei a vocês foram quebradas. Meus magos sentiram grande atividade mágica no castelo ontem a noite. Quero todos fora daqui agora mesmo. Terão tempo apenas o suficiente para pegar seus pertences." Dito isto, o comandante de Amir Ibicus, deixou o salão. Pobre da Comitiva! Além de não ter seus esforços reconhecidos ainda é expulsa do castelo. Mas, apesar da ordem, não passou pela cabeça dos heróis deixarem o lugar. Algo de muito estranho acontecia naquele local. Levantaram, e aparentemente tomaram a direção do aposento onde dormiram, mas na verdade tiveram outros planos. Björn de Luna usou um sortilégio e desapareceu. O afetado comerciante, feito aventureiro honorário, rumou por um corredor, mas por azar foi interceptado pelos dois Magos de Guerra.

     "Alto!", disseram os arcanos, apontado as suas varinhas mágicas. Imprudente, Björn não deu ouvidos e sacou dois dardos de seu cinto. Porém antes que estes deixassem suas mãos, um movimento de varinha foi feito e o aventureiro foi preso, a magia o fez ficar imóvel. Logo depois Gilbert e Frogsong foram trazidos algemados. Estavam sendo postos para fora do castelo, escoltados pelo próprio Lovering e alguns soldados, quando chegou um homem na porta principal.

     "O que é isto, Lovering? Eles são meus convidados!", diz o ancião.
     Todos param por um momento ao ver a famosa figura. Tratava-se de Elminster do Vale das Sombras, o maior dos arcanos de Faerûn, a quem o Reino de Cormyr e muitos outros lugares devem grandes favores. Lovering fez um sinal e libertou a Comitiva:
     "Eles são sua responsabilidade então, Elminster. Mas qualquer deslize irão para o calabouço."

     Dentro do castelo, Fogo Negro conduziu Garth até a parede onde ele havia visto a passagem secreta. Após procurarem eles a encontram, porém ainda deveriam descobrir o mecanismo que a acionava. Arthos, apressado por Garth, tateou a parede. Naquele momento, um dos guardas os avistou: "Estão aqui os forasteiros!", o homem virou-se para chamar seus companheiros e num piscar de olhos a parede girou, e os dois aventureiros entraram no corredor do aposento secreto. Do lado de fora chegaram os guardas e perguntaram ao colega sobre os forasteiros: "Foi um sortilégio! Eles estavam aqui agora e desapareceram!", respondeu o homem espantado.

     Lá dentro, Fogo Negro e Garth percorreram o corredor e chegaram até um aposento, onde a porta com o gárgula protegia o próximo cômodo.
     "Vamos Fogo Negro, já o vi em ação. Não consegue encontrar um mecanismo para abrir a porta?"
     "Não há nenhum. Deve ser acionada por alguma senha.", respondeu o elfo.

     Aguardaram durante um bom tempo. Precavendo-se de qualquer surpresa, Garth arriou as mangas e invocou um encantamento que deixou a ele a Fogo Negro novamente invisíveis, era um encanto bastante oportuno pensava Arthos. Afinal, o homem mais cedo ou mais tarde voltaria. Repentinamente, passos foram ouvidos. Um homem, bastante alto e forte trazia um elmo em forma de crânio debaixo do braço, aproximou-se da porta em forma de gárgula e disse estas ridículas palavras: "Os Harpistas são titica de galinha." A porta se abriu, Fogo Negro e Garth, ocultos, entraram aproveitando a oportunidade. Dentro da pequena sala revelada, estava sentado em uma cadeira um homem encapuzado, nos seus dedos brilhavam magníficos anéis.
     O guerreiro então depositou o capacete na mesa e disse:
     "Mestre, a situação se complicou, além daqueles aventureiros o mago Elminster também se encontra no castelo."
     "Aquele velho já interferiu em meus planos por muitas vezes, terei de eliminá-lo. A lua está cheia e a hora se aproxima. Esta noite então a profecia se cumprirá. Prepare-se." Respondeu a figura encapuzada.

     Fogo Negro então se lembrou, o capacete em forma de crânio era de Cyric, o Empalador, pai do falecido deus Cyric. Lembrou-se de algo que ouviu quando Kelta e Kariel conversavam com Elminster tempos atrás. Após somar dois mais dois, assustou-se quase revelando sua presença. O mago encapuzado e o Empalador desapareceram por outra saída. Fogo Negro e Garth fizeram o mesmo caminho de volta e pararam num local seguro.

     "Arthos, o que houve, homem? Você está muito assustado!"
     "Garth, acho que sei quem está por trás de tudo isso."
     "Conhece aqueles homens?"
     "Aquele guerreiro é Cyric, o Empalador, não se lembra?"
     "Myrkuls! Sim! É ele mesmo, aquele maldito. Mas ele não tinha sido morto pelo filho?"
     "Sim, mas quando estávamos em Thesk, a alguns meses atrás, ele surgiu com um exército de orcs. Se aquele é o Empalador então talvez o homem encapuzado seja .. Manshoon."
     "Quem é Manshoon? Espero que me informe melhor da próxima vez sobre nossos inimigos Fogo Negro."
     "Segundo Kariel e Kelta ele foi o líder dos Zhentarim. Ouvi eles comentarem que o Empalador estava trabalhando para ele agora. Só pode ser Manshoon. Ele é muito poderoso."
     "Então temos que avisar aos outros."

Um Incrível Confronto

     Arthos voltou a ficar visível a poucos metros na sala de refeição, apressaram-se e sentiram um alívio em ver Elminster comendo distraidamente, mas logo ficaram espantados pela presença do Empalador que também estava sentado à mesa, porém ele não se manifestou. Aproximaram-se de Elminster dizendo:
     "Mestre. Algo terrível está para acontecer!", diz Fogo Negro. "Manshoon está aqui e aquele é Cyric, o Empalador!"
     "Arthos! Eu já estava me perguntado onde você estava. Tenham calma, sente-se. Esta piada eu já conheço. Não quer comer algo? Este banquete está maravilhoso." Disse o sábio calmamente.
     "Dane-se o jantar, seu velho maluco! Não ouviu Fogo Negro?", a voz incisiva vinha do invisível Garth.
     "Hum...esta voz...seria de Garth? Sentem-se, meus pupilos."

     Fogo Negro não entende as nuances de seu mestre e não pretende deixar as coisas para depois. Não sendo à toa chamado de o "sem noção", aproximou-se do Empalador.
     "A comida está boa Empalador? Não sabia que estava por estas bandas agora."
     "Você é muito corajoso em estar aqui Fogo Negro, mas acho que valentia não adianta muito para alguém como você."
     "Por que não diz pra gente o que quer aqui."
     "Parta se quiser viver, depois do que acontecer aqui não estará falando comigo deste jeito."

     Como pretendia fazer o Empalador se revelar, Arthos então improvisou uma saída. Pegou o prato de comida do vilão e atirou nele sujando-lhe o rosto. Eles fez um olhar furioso dizendo:
"Vai se arrepender de ter feito isso!" . Em seguida o guerreiro colocou seu elmo em forma de crânio na cabeça. Ao fazê-lo um brilho tomou o corpo do Empalador e ele aumentou de tamanho. Onde estava sua cabeça surgiu apenas um crânio em chamas. Todos que estavam na sala de refeição fugiram com medo, com exceção é claro dos heróis da Comitiva. Apenas Gilbert e Frogsong estavam ausentes, pois cuidavam do menino Azoun V.

     Lá fora, Ájax e Wildonfin, junto com os Magos de Guerra e os Dragões Púrpuras, foram chamados as pressas pelos soldados. Ao chegarem têm uma surpresa: dois gigantescos seres feitos de pedra e terra caminhavam em direção ao castelo. Os cormirianos não pensaram duas vezes, partiram para cima das criaturas. Ájax se dirigiu a uma e Wildonfin a outra. O filho de Tymora saltou diante do monstro e cravou lhe seu poderoso gládio no peito, o que pouco surtiu efeito. Em reação, a criatura, um elemental, deu um grande soco derrubando o herói da destruída Arabel. Wildonfin teve mais êxito com seu machado, abrindo uma grande fenda na perna do monstro que soltou um grito de dor. Os dois magos de guerra dispararam alguns projéteis mágicos atrapalhando a movimentação dos elementais.

     De volta ao salão, Elminster, ao ver o Empalador aumentar de tamanho para uns três metros, parou de comer:
     "Isto vai começar mais cedo do que eu esperava."
     Quando o sábio já se preparava para conjurar um feitiço, alguém surgiu no outro extremo da sala de repente.
     "Não se precipite velho, economize seus encantos se quiser sair daqui com vida."
     "Ora, Manshoon. Eu espero que possua capacidades semelhantes a da sua contra parte original, senão perecerá muito fácil."
     "Não seja tolo! Eu sou o original! Nêmesis! Destrua a todos!" Disse Manshoon se referindo ao Empalador, que agora era conhecido pelo codinome de Nêmesis.

     Nêmesis então avança dando um poderoso golpe em Arthos que ao aparar, quase cai devido a grande potência. Ele revida com ataques rápidos mas Nêmesis os repele de maneira natural, denotando uma vantagem visível do vilão sobre o elfo. Garth, percebeu a situação e aplicou um encantamento, deixando o corpo do amigo resistente como rocha. O vilão o golpeou novamente mas Arthos nada sentira, equilibrando o combate.

     Do outro lado ocorria uma luta de titãs, o mago das trevas pronunciou uma magia fatal e apontou para o sábio do Vale das Sombras. Tal sortilégio mataria qualquer homem comum, mas tratava-se de Elminster. Ele rebateu o encanto mortal usando suas mãos, como se desviasse um mosquito de seu rosto, a magia retornou ao vilão que também repeliu-a jogando contra uma parede. Manshoon disparou uma rajada multicolorida, que partiu de suas mãos, atingindo Elminster que pouco se feriu. Logo depois, o sábio ergueu uma muralha mística, que funcionou como uma barreira entre si e Manshoon, que deteveo vilão por pouco tempo.

     De volta a batalha contra Nêmesis, a esta altura, Fogo Negro estava pendurado no braço do oponente e agitava-se tal qual uma bandeira. Garth já havia usado várias de seus encantos ofensivos, mas nenhum deles surtiu efeito contra o guerreiro sombrio. Eis que o elfo teve uma idéia e de súbito colocou as mãos no elmo flamejante do inimigo e o retirou, colocando-o em seguida sobre sua própria cabeça. Nêmesis perdeu sua força e altura sobre-humanas e estas foram para Fogo Negro, que encheu-se de auto-confiança e desprezo pelo adversário, conferidos pelo poder do elmo. É bom que se diga, tal efeito decorre da pouca sabedoria do elfo em controlar tamanha magia. Ser o "sem noção" tinha suas desvantagens. "Nêmesis, ajoelhe-se perante mim, e eu prometo perdoar seus erros.", disse, feito um deus, Fogo Negro para o Nêmesis. "Vê. Está dominado pelo elmo. Mas ainda terei forças para derrotá-lo.", respondeu o vilão.
     As espadas novamente se cruzaram, reverberando seu canglor metálico. Um giro, um golpe de habilidade e Fogo Negro desarmou o adversário, fazendo sua espada cair distante. "Você venceu, mas voltarei a cruzar seu caminho.", dito isto, Nêmesis se esvaiu em fumaça e desapareceu.

     Ájax, vendo os efeitos dos golpes de Wildolfin, aplicou um golpe que arrancou a perna do elemental derrubando-o, alguns Dragões Púrpuras o ajudaram, castigando as criaturas. Porém, como os Magos de Guerra sabiam, as armas deles pouco faziam efeito. Os arcanos pediram para os soldados se afastassem e atiraram esferas de fogo, que queimaram severamente os monstros. Poucos golpes depois foram necessários para finalmente derrotarem os monstruosos colossos de pedra e terra.

     Porém o maior dos combates não tinha acabado. Manshoon teleportou-se para fora da muralha erguida por Elminster, aparecendo atrás do sábio. Então conjurou um encanto do qual Elminster evitou a dádiva de Mystra. Gormadock Corneteiro, o halfling, atacou Manshoon arremessando-lhe alguns dardos, entretanto, quando os projéteis chegaram perto do corpo do inimigo perderam a força e caíram ao chão.
     "Verme. Não tem condições de me ferir", disse o encapuzado vilão. Em seguida, o nefasto arcano tocou Elminster fazendo-o desaparecer. O sábio se viu caindo dos céus em direção a cratera fumegante de um vulcão. Fora teleportado para centenas de quilômetros de distância e teria de agir rápido para não morrer. Teleportou-se novamente e em um segundo, estava de volta ao mesmo local, no salão de Amir Ibcus . Quando voltou, Gormadoc mais uma vez tentou deter Manshoon, mas fora arremessado para o outro lado da sala através de um feitiço. Elminster aproveitou a distração criada pelo halfling e invocou um feitiço sobre si mesmo que o tornou mais poderoso. Sacou então sua espada, coisa que era difícil vê-lo fazer, e partiu para cima de Manshoon desferindo-lhe um golpe no braço ferindo-o. "Você sangra afinal!" debochou Elminster preparando-se para outro ataque. Garth, ainda invisível também tramou, aproximou-se sorrateiramente do mago das trevas. Teve um plano, que para falar a verdade, não achava que daria certo. Garth tocou o mago e o teleportou para cima das perigosas energias da muralha mística, erguida por Elminster minutos atrás. E a tentativa inusitada do aventureiro trouxe mais resultado do que este poderia prever. Os misteriosos matizes da muralha mágica causaram um distúrbio levando Manshoon para outro plano de existência afastando assim a ameaça.

     "Vencemos!", comemorou Fogo Negro. Garth olhou, sem acreditar, mas percebeu o que fez e encheu o peito de ar. Afinal, naquele momento realizou um grande feito, que, quem sabe um dia, estará escritos nos tomos do Forte da Vela. Teria muito o que relatar (ainda que com muitos floreios e exageros) na Academia de Magia da Ordem Branca, do qual fará parte.

     "Parabéns, Garth. Isto foi muito bom.", elogiou Elminster. "Mas infelizmente comunico a vocês de que aquele não era o verdadeiro Manshoon, era apenas uma de suas cópias, que existem espalhadas pelos Reinos. O verdadeiro não se deixaria impressionar por uma profecia tão boba.".

     Fogo Negro retirou o elmo, reclamado por Garth, que desejava guardá-lo em sua coleção. O elfo resistiu, mas foi convencido por Elminster a entregar tanto o capacete quanto a espada de Nêmesis.
     "Arthos, não toque nisso novamente. Você teve sorte, pois estes objetos são malignos e amaldiçoados. E são até perigosos para você também Garth." Aconselhou o sábio.
Porém Garth, que naquele momento estava tão confiante, ignorou estas palavras e decidiu estudar tais objetos.

     O sábio olhou para os lados e encontrou seu prato, que incrivelmente encontrava-se intacto, ainda com seu intocado almoço. "Agora, sentemos. Estou ainda com muita fome. ".
Foi quando Gilbert e Frogsong haviam chegado e logo também vieram Ájax e Windolfin relatar a vitória contra os elementais.
     "Nossa! O senhor é o mago Elminster?" Surpreendeu-se Gilbert que desmaiou em seguida não acreditando no que via. Após acordar fez várias perguntas a Elminster, que pouco respondeu.
     "Acho que tem outras coisas em mente não pequenino." Disse Elminster mexendo os dedos e fez aparecer um buquê de flores nas mãos de Gilbert. O gnomo entendeu o recado e disse:
     "Hã, Frog! O que acha destas flores?"
     "Gilbert! São lindas." A jovem então deu um beijo na cabeça do gnomo deixando-o corado, e provocando risos na mesa.

     Terminada a refeição, o sábio teve uma conversa particular com Fogo Negro. Perguntou ele se o elfo ainda tinha planos de procurar por Mor'Har'Dur, o antigo dragão que perseguia sua falecida esposa. Fogo Negro revelou que sim, mas que seria difícil agora. O Sábio do Vale das Sombras, sempre cheio de surpresas, levou Arthos por uma entrada desconhecida do castelo e abriu uma porta oculta. Escada abaixo desceram até encontrar no subsolo um Spelljammer, uma embarcação voadora, toda negra.
     "Bom, espero que isto o ajude, embora eu ache perigoso enfrentar uma fera tão antiga. Esta nau pertencia a Nêmesis. Faça bom uso dele, meu pupilo. Dirija com cuidado."

     Os heróis mais uma vez impediram um grande desastre nos Reinos e , enquanto houver desafios e enquanto o mal rondar por Faerûn, haverá a Comitiva da Fé para combatê-lo.

     Esta aventura foi a despedida do nosso mestre Marcelo Piropo dos jogos. E esta página do diário de Campanha é a ele dedicada.

 

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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