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Um Culto a Velsharoon

Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira,
baseada no jogo mestrado por Ivan Lira



Personagens da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Evendur Buckman. Os Elfos: Arthos Fogo Negro; Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo


Um Culto a Velsharoon
     

     Preocupado, Sirius ao subir a escada e encontrar Arthos e Kariel saindo de um dos quartos do andar, perguntou-lhes como estavam. Arthos respondeu dizendo que passavam bem, mas que haviam, além de Gryvus, dois outros oponentes, prováveis sacerdotes de Velsharoon. Segundo descrição rápida fornecida por Kariel, eram homens, de pele estranhamente pálida, quase que como não tivessem sangue correndo nas veias.

     "Vamos procurar nos demais quartos deste andar. Talvez, Gryvus e seus servos estejam escondidos aqui.", disse Arthos decidido.

     Mal a Comitiva preparou-se para a busca, ouviu-se a porta de um quarto ao fundo abrir-se. Mas em fração de segundos, antes que quaisquer inimigos fossem vistos, uma escuridão plena tomou conta de todo o ambiente, fruto de uma magia tenebrosa, o que deixou sem ação os membros do grupo, em especial Kariel e Mikhail, que cegos que estavam, não poderiam invocar seus encantos. Os demais, mais afeitos com as armas, puseram-se de prontidão, tentando ouvir algo, e pelo som, quem sabe, conseguir tentar a sorte de um golpe no escuro. Uma voz feminina, cortou o silêncio repentino.

     "Quem são vocês, invasores? O que querem aqui?", perguntou.
     "Queremos Gryvus", disse-lhe Kariel.
     "Gryvus? Para que o querem?", retrucou.
     "Não seja dissimulada. Sabemos sobre ele. Ele deve se entregar a justiça de Cachoeiras da Adaga!", continuou o Dileto de Mystra.
     "Não serei eu a entregá-lo.", disse finalmente a voz na escuridão.
     "Então iremos encontrá-lo!", sentenciou.

     Mas a escuridão dificultava qualquer ataque. Kariel, Arthos e Mikhail tentavam se afastar, na esperança de deixar a área de influência da magia obscura, mas foi em vão. Os dois primeiros resolvem voltar para o quarto de onde tinham saído e tatear pela parede, buscando as janelas, como alternativa para deixar aquele lugar. Sirius, que sentiu-se próximo a voz, tentou-lhe aplicar um golpe, mas este encontrou apenas o vazio. De repente novos ruídos: estalos secos se aproximam. De repente um golpe e Mikhail sentiu uma lâmina traiçoeira na escuridão atingir seu peito. Sirius também foi atingido e emitiu um grito de dor. Bingo e Magnus aguardaram a proximidade dos ruídos para tentar um golpe, enquanto Limiekli foi engatinhando pelo chão procurando uma parede e, sobretudo, pelas escadas, afim de deixar o lugar o mais rápido possível. Pensava o ranger "O que eu posso fazer numa condição dessa!". Foi quando ouviu o barulho de passos e os estalos, bem à sua frente. Neste mesmo instante, outro ruído, de um violento golpe, e alguns pedaços de ossos caíram sobre Limiekli.

     "O que foi isto?", perguntou
     "Não se preocupe. Foi um inimigo a menos". Era a voz de Mikhail, que acabava de destruir o seu oponente, para a alegria de Limekli..

     Arthos encontrou a janela do quarto. Pretendia, através das reentrâncias da parede externa, escalar o edifício pelo lado de fora, até a janela do pavimento inferior. A possibilidade de sucesso naquelas condições seria difícil, mas Arthos tinha muita habilidade para tal intento. Kariel, logo depois de seu amigo, também acabou encontrando a janela. Foi quando a escuridão terminou. Aqueles que combatiam podiam ver o pálido casal de adoradores de Velsharoon, o homem perto da escada e a mulher no extremo do corredor, e a frente de cada um dos sacerdotes dois estranhos esqueletos, em cujos peitos brilhavam chamas tremulantes. Um deles investiu contra Sirius. Mikhail, viu no fim da escuridão a possibilidade de retomar o uso de encantamentos divinos. Porém, de imediato pôde ser afastado tal pensamento: a sacerdotisa gesticulou e disse algumas palavras. E assim nenhum som mas se ouviu e nenhuma outra palavra mágica poderia ser pronunciada no local onde estavam os heróis. Sirius, Magnus, Limiekli e Mikhail resolveram então partir para o ataque corpo a corpo, aproximando-se de seus oponentes e enfrentando os esqueletos com a força de suas armas e músculos. Enquanto Sirius e Mikhail atacavam um dos mortos-vivos, Magnus partiu para o outro, seguido de Limiekli. O último até tentou com sua espada atingir o homem que se escondia atrás de sua criatura, mas este se esquivou da lâmina do ranger. Quase ao mesmo tempo, na outra cena do combate, a mulher esgueirou-se através do esqueleto que a protegia, estendeu rapidamente o braço, tocou no ombro de Mikhail e disse mais algumas palavras sacras, longe que estava da área de efeito do seu encantamento de silêncio. O clérigo de Mystra pôde sentir que sob suas vestes abriram-se repentinamente algumas feridas, causadas pelo feitiço necromântico. Sirius viu a expressão de dor do companheiro e atacou a sacerdotisa, querendo decepar-lhe a mão, mas ela foi rápida em se esconder novamente atrás do esqueleto.

     Enquanto Sirius, Magnus, Limiekli e Mikhail lutavam, Arthos e Kariel tentavam chegar ao primeiro andar, descendo as paredes externas da torre. O primeiro, conseguiu com sucesso e acabou entrando pela janela de um escritório no primeiro andar. Remexeu alguns papéis e guardou outros, que pareciam ser importantes, em um de seus bolsos e correu para subir as escadas para ajudar seus companheiros e quem sabe surpreender os inimigos. Já Kariel, que não tinha prática em escaladas, acabou caindo da janela ao chão, do lado de fora da propriedade de Gryvus. Por sorte, o Escolhido de Mystra não se machucou severamente. Levantou-se e para superar o muro e novamente entrar na propriedade, lançou sobre si um novo encanto, deixando-lhe intangível e translúcido, e tal qual um fantasma atravessou a parede e correu em direção a entrada da mansão, com a intenção de subir e unir-se novamente aos seus amigos. Com mais uma precaução, tocou em seu elmo encantado e tornou-se invisível.

     No segundo andar, a balança do combate começava a pender para o lado da Comitiva finalmente. Mikhail lançou sobre o esqueleto e a sacerdotisa que lutavam contra ele e Sirius um raio de intensa luz, uma propriedade mágica de seu martelo encantado. A luz atingiu duramente o esqueleto, destruindo-lhe completamente. Esta oportunidade, Sirius aproveitou para segurar firme o braço da mulher, a imobilizando. Magnus e Limiekli ainda lutavam com o esqueleto que protegia o sacerdote, quando Arthos subiu as escadas. O elfo tentou-se aproximar sorrateiramente do homem, de costas para ele, a fim de aplicar-lhe um golpe, porém a mulher percebeu e gritou para o companheiro: "Manfred! Cuidado!.". Então este voltou-se para o elfo de cabelos vermelhos. Naquele momento, Magnus e Limiekli livraram-se do esqueleto contra o qual combatiam, reduzido à pedaços pela espada de Magnus. O sacerdote então distraiu-se e Arthos o golpeou, seguido de Limiekli, deixando-o desacordado. Então, dentro de alguns minutos, jaziam amarrados os dois inimigos da Comitiva. A este tempo chegava também o invisível Kariel. Sírius aproximou-se então da mulher e perguntou:

     "Onde estão as pessoas desaparecidas?", disse a encarando com fúria. A mulher nada respondeu e havia um leve sorriso em sua face. "Onde está Gryvus?", continuou, sem resposta.
Limiekli se aproximou e falou a seus companheiros em reservado:
     "Sou muito bom em obter confissões de prisioneiros. Deixem ela comigo e em breve dirá tudo o que precisamos saber."
     "Não!", protestou Mikhail. "Nada de que você tenha aprendido em Forte Zenthil será usado aqui."
     "Limiekli! Não vamos usar os atos do inimigo, a não ser em último caso.", disse Magnus.      "Onde está Kariel? Ele poderia tentar ler os pensamentos da mulher."
     "Estou aqui ao seu lado", disse a voz de Kariel, que estava invisível. "Farei o que sugeriu, mas não posso garantir os resultados, caso ela bloqueie seus pensamentos. Tentem interrogá-la mais uma vez."

     Então Limiekli se aproximou da mulher e, com um olhar ameaçador, toca-lhe a face:

     "Que pena! Dentes tão bonitos e bem cuidados... Será péssimo o estado deles se não disser-nos nada...", ameaçou.
     "Diga-nos! Onde estão as pessoas!", insistiu Sirius.

     Kariel lançou então o encanto e pôde ouvir algumas palavras na mente da sacerdotisa. Trechos de frases, como "complexo inferior", "já está quase o bastante" e "eles não podem encontrar o altar". O mago não ouviu mais nada e tentava pensar em um sentido para aquilo. Chamou seus amigos para o local reservado e transmitiu-lhes as palavras que ouviu. Mikhail sugeriu:

     "Devemos avisar Lorde Randal do que se passa por aqui. Arthos, onde está aquele seu amigo, Evendur."
     "Nem eu mesmo sei", disse o elfo dando de ombros. "Ele sumiu quando entramos na mansão".
     "Bingo, você poderia levar um recado a Lorde Randal, dizendo o que encontramos.", sugeriu Mikhail.
     "Sim. Irei, Mikhail. Tenham cuidado". O halfling saiu então correndo, descendo as escadas. Surpreendentemente, poucos minutos depois, estava ele de volta.
     "O que houve, Bingo?", perguntou Magnus.
     "Lá fora... no pátio. O chão está cheio de ratos e o céu de morcegos... não poderia passar!", disse o halfling espantado.
     "Deve ser alguma bruxaria daquele Gryvus."

     De repente, a mulher coloca-se a falar, em tom de triunfo:

     "Estão com medo?"
     "Quem mais deve temer algo aqui é você", rebateu Sirius.
     "A manhã se aproxima, tolos. Pela manhã tudo estará terminado!", continuou.
     "Isto se não acharmos o complexo inferior.", disse Kariel revelando os pensamentos que retirou da sacerdotisa, o que fez o sorriso da mulher murchar.

Uma Porta Secreta

     Arthos analisou os documentos que colhera no escritório de Gryvus e viu com satisfação um mapa de uma rota, que parte em direção das Montanhas Boca do Deserto. Próximo a um ponto marcado no papel os dizeres "devemos reduzir as atividades dos inimigos para que a operação seja conduzida com êxito". A Comitiva então preparou-se para procurar nos cômodos daquela mansão algum tipo de passagem que pudesse levá-los ao tal 'complexo inferior' no qual pensava a sacerdotisa. Foi quando a porta ao fundo do corredor destrancou-se. A Comitiva pôs-se em posição de prontidão, mas viram que quem deixava o aposento era Evendur, o ladino amigo de Arthos.

     "Evendur!?", exclamou Arthos "Onde esteve?".
     "Investigando", disse em tom misterioso.
     "Diga... o que descobriu?", perguntou Kariel.
     "Será que vocês estão preparados para enfrentar tal coisa?", continuou Evendur.
     "Claro que estamos.", respondeu Arthos.
     "Por Mielikki! Fale logo homem! Deixe de suspense!"
     "Gryvus não é o que vocês pensam!". Evendur agitou sua capa preta de modo teatral.
     "Não me diga que ele é um demônio!", falou Limiekli.
     "Demônio não! Por favor!", pediu Sirius olhando para o alto.
     "Não. Ele não é um demônio. Ele é um Príncipe das Trevas. Gryvus é um vampiro!", revelou.
     "Vampiro? O que vem a ser um vampiro.", perguntou Kariel.
     "Vampiro é um morto vivo poderoso. Ele suga o sangue das pessoas, transformando-as em outros vampiros.", ensinou Evendur.
     "Você por acaso então é uma destas criaturas?", disse Sirius olhando para a mulher prisioneira.
     "Não", respondeu a sacerdotisa. "Mas vocês não tem idéia do que irão enfrentar. Vocês serão a refeição de Gryvus.", ameaçou.
     "Gryvus usava estes dois. Fazia se passarem por ele.", prosseguiu o ladino. "Os vampiros não podem sair a luz do sol. Isto pode destruí-los. É na noite que eles têm seu poder máximo".
     "A luz do sol é o único meio de matá-lo!?", Kariel quis saber.
     "Não. Podemos decapitá-lo ou enfiar-lhe uma estaca de madeira no coração. Eles também temem símbolos de fé, empunhados por pessoas de fé. Espero que tenham também armas de prata ou encantadas para enfrentar esta criatura. É melhor que alguns de vocês levem isto." Evendur retira de uma mochila estacas de madeira e as entrega à Magnus, Mikhail e Arthos.
     "Podemos enfrentá-lo pela manhã então, já que ele teme a luz do sol", sugeriu Arthos.
     "Não", disse Evendur. "Ele irá renovar-se dos ataques de hoje e pode fugir também. A hora é agora!". O ladino então se dirigiu para a sala de onde saiu, seguido dos demais companheiros. "Ah... quase me esqueço", virou-se. "Evitem olhar nos olhos de um vampiro. Eles podem controlá-los."
     "E agora? Pra onde iremos?" Indagou o pequeno Bingo.
     "Isso eu já resolvi. Descobri uma passagem secreta naquela sala." Informou Evendur apontando para o cômodo onde Arthos e Kariel haviam batalhado contra o sacerdote.
     "Então o que estamos esperando?", disse Arthos.
     "Um momento". Sirius chamou Mikhail e levou a sacerdotisa e seu companheiro para um dos quartos e os trancou por lá, para evitar que fugissem. Em seguida os dois retornaram. O grupo então se dirigiu a uma parede da sala mencionado por Evendur, todos aguardaram uma ação dele.
     "É o seguinte, eu vou abrir a passagem e vocês ficam na frente pra qualquer ameaça."
     "Você não pode cuidar disso?" Perguntou Arthos debochando.
     "Esse trabalho é de vocês." Finalizou ele usando suas ferramentas e abrindo uma porta oculta na parede.

     O cômodo escuro se revelou e as trevas foram afastadas pela luz da lanterna de Bingo e da espada encantada de Kariel. O lugar tinha um ar frio e seco, empoeirado e com teias de aranha. A frente podia-se ver uma escada em espiral que iniciava na sala e descia. Havia também uma estátua de pedra, próximo da escada, encostada na parede.
     "Não gostei daquela estátua! Lembro-me de ter enfrentado algumas delas que se mexiam anos atrás. Isso pode ser uma armadilha."
     "Mas temos que passar, de um jeito ou de outro.", Mikhail argumentou com Arthos.
     "Se ela se mexer, vamos destruí-la.", disse Magnus.

     Kariel que estava à frente andou lentamente em direção da estátua. Então verificou-se que as suspeitas de Arthos estavam corretas. Um repentino brilho azulado emanou do guerreiro de pedra e logo a criatura pôs-se a andar, em direção do elfo e desferiu-lhe um poderoso soco. Kariel então recuou, pois acreditava que tomar a retaguarda para usar da magia auxiliaria melhor os seus companheiros. Em breve isto se provaria um erro. A Comitiva colocou-se em prontidão para o combate. Arthos avançou e golpeou a estátua, Mikhail fez o mesmo com seu martelo. Sirius pensou em contornar a criatura, mas a estátua bloqueava o caminho até a escada. Então resolveu golpeá-la e quase sua espada quebrou-se no impacto com a perna do monstro, sem nenhum efeito. Magnus também atacou o inimigo com sua Chama do Norte e acertou-lhe, mas o efeito do ataque não refletiu o potencial de sua lâmina encantada. Limiekli procurou alguma coisa para arremessar no adversário, mas não consegue achar nada suficientemente leve para que pudesse carregar e pesado o bastante para fazer efeito na criatura de pedra. Kariel conjurou um encanto. Pretendia reduzir o tamanho da criatura e conseqüentemente sua força, mas a magia não surtiu efeito. Então, ao analisar o combate, percebeu que o monstro possuía algum tipo de proteção que reduzia o efeito dos ataques das armas encantadas e anulava as magias lançadas contra ele. Portanto lançou sobre a arma de Magnus um outro sortilégio, aumentando seu poder da lâmina encantada e conferindo ao paladino de Helm maiores condições para atingir o monstro. O monstro tentou golpear os heróis que estão a sua volta, mas os guerreiros conseguiram se esquivar do ataque. O único que conseguia sucesso foi Arthos: com a graça de seus movimentos ele cortava a superfície rochosa do construto e ao mesmo tempo escapava de seus murros implacáveis. Magnus com sua Chama do Norte conseguiu um duro golpe contra a estátua, provocando uma rachadura em sua superfície rochosa. Recebeu, porém, um soco em retribuição. Mikhail usou de seu martelo e com um ataque certeiro, por fim, derrubou a criatura, que caiu para trás, reduzida a pedaços.

     "Cuidem-se caso aparecerem outra destas criaturas. Pelo que pude observar elas somente podem ser feridas por armas encantadas com propriedades mágicas elevadas. Minha magia não surtiu efeito, o que pode significar que elas são imunes a encantos diretos.", conclui Kariel, cujo conhecimento sobre magia era suficiente para tais afirmações.
     "Esta criatura chama-se golem. Enfrentei alguns deles feitos de ouro, tempos atrás.", lembrou-se Arthos.
     "Bem... agora temos que descer. Cadê Evendur?", procurou Limiekli. O ladino então saiu das sombras onde havia permanecido durante o combate.
     "Sim?"
     "Você que é o especialista em vampiros, poderia ir na frente, não é?", sugeriu Limiekli.
     "E tomar o primeiro golpe? Não mesmo!", disse o ladino.
     "Deixa, Limiekli. Não vê que Evendur está morrendo de medo. Vou na frente."
     "Bah!", desdenhou Evendur, "Por isso que estou vivo até hoje."
     "Eu também estou vivo.", disse Arthos encaminhando-se para a frente da escada.

     A Comitiva desceu os degraus e aos poucos os andares foram ficando para trás. A escada então terminou num salão no subsolo da propriedade.
     "Por Tymora, Arthos! Espero que não me torne um drow de tanto andar pelos subterrâneos. Ultimamente sempre estamos investigando por estes locais.", comentou Kariel.
     "Estas catacumbas são os locais ideais para os vampiros. Escuros e frios", informou Evendur.
     "Existe algum local preferido para estes vampiros se esconderem, Evendur?", questionou Arthos.
     "Eles costumam ficar em caixões.", disse o ladino.
     "Caixões!", espantou-se Limiekli da macabra informação.
     "Sim. Dormir em caixões os revigoram e os protegem da luz!", completou.
     Mikhail segurou seu martelo, o Destruidor de Tempestades, e concentrou-se. Depois de alguns momentos, anunciou:
     "Sinto a presença de quatro mortos vivos à frente. Tenham cuidado."

     À medida que a luz preenchia o salão, pôde-se notar um corredor à frente. A Comitiva avançou com cuidado, com os corações preenchidos de expectativa e tensão. Andando naquela escuridão viram quatro pontos luminosos, quatro chamas tremeluzentes que se aproximaram. Quando a distância permitiu ver com maior clareza, foram notados novos inimigos, esqueletos como os que enfrentaram momentos atrás. As luzes que viam ao longe eram de um fogo que brilhava dentro dos corpos dos mortos-vivos. Eram em número de quatro, conforme havia vaticinado Mikhail, poucos minutos atrás. Uma das criaturas colocou a mão por dentro de seu corpo vazio de carne e retirou um pouco daquele fogo fantasmagórico, atirando-o em direção aos exploradores. A bola de chamas atingiu, em uma pequena explosão, os membros da Comitiva, que sofreram alguns ferimentos. Mikhail tomou do símbolo sagrado de sua deusa Mystra e rogou-lhe para que aqueles seres fossem embora, porém ou por sua fé não ter sido suficiente naquele momento ou pela vontade dos monstros ser maior, a ação não surtiu efeito. Então os heróis passaram para o combate franco. O clérigo de Mystra partiu para enfrentar um de seus oponentes, empunhando seu martelo, seguido de Kariel , que se fiou na sua espada Goliath para auxiliar o companheiro. Arthos e Sirius rumaram para um segundo, Magnus e Bingo para um terceiro e o quarto combateu com Limiekli e Evendur. Na luta intensa, destacou-se a força dos golpes de Mikhail com o seu martelo, arma mais eficiente que as espadas, quando o oponente não possui carne para ser cortada. O esqueleto que combatia com Arthos e Sirius usou de suas afiadas garras, atingindo Arthos. O revide foi feito por Sirius, que com sua espada acertou-lhe o flanco, partindo alguns dos ossos da criatura. Arthos se recuperando do ataque, também foi à forra com seu sabre. Limiekli e Magnus também foram atacados, mas o primeiro conseguiu desviar-se do golpe e o segundo, com a Chama do Norte em punho, aparou a lâmina do adversário. Após intensa troca de golpes, começaram a cair os oponentes da Comitiva: os primeiros foram os esqueletos que lutavam contra Magnus e Bingo e Limiekli e Evendur. Terminados estes desafios, os vencedores uniram-se aos demais companheiros no combate. Logo com a força conjunta de todos os membros da Comitiva, os inimigos foram derrotados. Mas a vitória custou alguns ferimentos aos heróis, especialmente para Limiekli, que ao fim do combate estava muito debilitado.

     "Sugiro que Limeikli retorne. Ele está bastante fraco para continuar.", disse Kariel para os demais.
     "Todos nós estamos fracos, Kariel, mas temos que prosseguir!", falou Mikhail.
     "Concordo com Kariel. Fazemos sacrifícios, mas suicídio não é uma opção válida. É melhor que você volte, Limiekli. Pegue esta adaga. É de prata". Arthos jogou sua arma para Limiekli.
     "Está certo. Irei retornar. Sinto que não estou em condições de combater mesmo.", concordou o ranger.
     "Limiekli", falou Sirius perto do companheiro, "Quando subir, dê uma olhada naqueles dois sacerdotes por mim."
     "Pode deixar! Tomem cuidado com o tal vampiro. Não quero que amanhã tenha que enfrentar vocês". O ranger então despediu-se e começou a tomar lentamente o caminho de volta. Foi quando uma brisa fria feito gelo passou pela Comitiva.
     "Sentiram isso?", perguntou Arthos. "Você que é especialista em vampiros, Evendur, sabe que foi isso?"
     "Eu sei lá!", respondeu Evendur, dando de ombros.
     "Eu não sou especialista em vampiros, mas entendo de vento e isso não foi uma brisa normal!", concluiu nervoso Limiekli.

     O ranger tinha mais razão do que poderia imaginar. Aos poucos foi surgindo atrás de si uma figura, que o imobilizou. Era Lady Mariel, esposa de Lorde Gryvus. A Comitiva se surpreendeu e ficou sem reação.

     "Então, aventureiros, invadem nossa casa e tentam matar meu marido! Não posso deixar isto acontecer!", disse a vampira Mariel, com um semblante confiante e um leve ar de desdém. Repentinamente, seus dentes caninos cresceram e em um movimento brusco ela cravou-os no pescoço de Limiekli. Mikhail então sacou seu símbolo sagrado e gritou para a mulher:
     "Em nome de Mystra! Afaste-se criatura maligna!"

     A atitude de Mikhail provocou uma súbita mudança. A bela face feminina se alterou: seus olhos ficaram vermelhos e sua boca escancarou-se em presas pontiagudas de fera. Sentindo repulsa à fé de Mikhail, Mariel soltou por instantes Limiekli, que caiu ao solo. Neste momento de distração, Evendur aproximou-se rápido com uma estaca em uma das mãos, tentando acertar o coração da vampira, mas errou o alvo, ferindo-a no ombro. Muriel emitiu um guincho medonho, se deslocou e subiu pela parede como se fosse uma aranha. Sirius retirou o seu sabre e arremessou na vampira. A arma atingiu a criatura, cravando-se em seu peito. Porém, sem menor esforço, ela o retirou do seu corpo e atirou longe, não demonstrando nenhuma dor. Em seguida outra surpresa: o corpo de Mariel transformou-se em um imenso morcego e voou sobre as cabeças dos heróis para o corredor que seguia em frente. Arthos, em um reflexo, ainda acertou um golpe de sabre no imenso animal, que ainda sim prosseguiu seu vôo rumo à escuridão que havia à frente. As atenções se voltaram para Limiekli, de cujo pescoço ainda descia um filete grosso de sangue. Evendur foi o primeiro a se aproximar do ranger.

     "Como está ele, Evendur? Irá se tornar um deles?", questionou Arthos.
     "Não. Isto não foi o suficiente. Por acaso alguém tem água benta?", perguntou o ladino. Então Mikhail, retirou uma pequena ampola de um compartimento em seu traje e entregou a Evendur. Este derramou algumas gotas sobre o ferimento, que imediatamente parou de sangrar.
     "Bingo, você poderia ficar com ele?", falou Sirius para o halfling.
     "Não! Só saio daqui quando terminarmos!", disse o valente Bingo.
     "Não se preocupem!", disse Limiekli levantando-se, "Ainda posso andar. Eu irei retornar. Podem prosseguir."
     "Então vamos! Cuide-se Limiekli", Magnus despediu-se, seguido do restante da Comitiva, que pôs-se novamente a andar em direção ao corredor sombrio.

     Alguns minutos se passaram e o corredor se dividiu em uma bifurcação. A passagem à esquerda exalou o odor fétido da morte, o que chamou a atenção dos heróis. Mikhail concentrou-se. Pediu ajuda a deusa para decidir que direção tomar. Proferiu a pergunta. "Ò Deusa, mande-me um sinal. O vampiro está a direita?". Em resposta a sua pergunta e ao encanto, ouviu uma voz ecoar em sua mente. "Sim. Mesmo correndo, ou recuando siga esta direção". Mikhail então falou aos companheiros e eles seguiram então pela direita. Arthos que ia na frente pelos corredores daquela catacumba, foi o primeiro a chegar à porta de uma nova sala. Mikhail decidiu então utilizar um encanto divino e com o poder da deusa Mystra melhorou as capacidades defensivas de seus companheiros. Em seguida, Magnus arrombou a porta e entraram naquele novo local. Uma ampla sala se revelou ante a luz da lanterna carregada por Bingo e pela luz levemente azulada da espada de Kariel. Algo chamou a atenção no centro da sala: dois sarcófagos de pedra. Lembrando-se do que Evendur falara tempos atrás sobre vampiros dormirem em caixões, os membros da Comitiva não pensaram duas vezes e se aproximaram dos sarcófagos, Magnus, e Evendur com estacas nas mãos. Sirius e Mikhail empurram a pesada tampa de pedra, enquanto Magnus tomou a frente com a estaca, pronto para exterminar Lorde Gryvus ou a sua esposa, Lady Mariel. Os outros membros aguardam em prontidão os acontecimentos. A tampa foi removida e uma surpresa: no interior do esquife havia sim uma mulher, não Lady Mariel, mas somente um cadáver. Arthos, mesmo assim, por via das dúvidas, cravou uma estaca em seu coração.

      Enquanto o elfo de cabelos vermelhos realizava esta ação, uma fumaça surgiu atrás de Magnus e repentinamente Mariel se materializou atrás do paladino. A vampira, com suas mãos transmutadas em garras, atacou o guerreiro de Helm, mas seu golpe apenas arranhou a armadura. Evendur correu com a estaca em direção da morta-viva, mas com um olhar, o ladino foi enfeitiçado. Evendur, agora inconsciente de seus atos, avançou sobre Bingo, empurrando o halfling, que acabou caindo ao solo. Felizmente, o pequeno havia deixado a lanterna no chão, ou a esta hora a escuridão faria da Comitiva uma presa mais fácil para a ardilosa criatura do mal. Os outros membros então correram para atacar a sua oponente. Magnus virou-se, mas por não ter a distância suficiente para desferir o golpe, errou seu ataque com a Chama do Norte. Sirius obteve melhor sorte: seu sabre de prata rasgou a carne morta de Mariel. Esta recuou ante o ferimento, mas logo contra-atacou, desta vez atingindo com as garras Arthos, que chegava com o sabre em punho. O elfo sentiu dor e a mão gélida da criatura e uma súbita falta de forças, que o deixou tonto por alguns segundos. Kariel também já estava próximo de Muriel e com sua espada Goliath acertou também a vampira. Arthos recobrado, deu um golpe certeiro. Mariel gritou e em seguida seu corpo começou a desfazer-se numa fumaça. A forma gasosa percorreu rápido a sala em direção a um dos sarcófagos que não havia sido aberto e rapidamente a fumaça penetrou nas frestas, entrando no esquife de pedra.

     "Rápido!", disse Evendur, "Me ajudem a tirar esta tampa de pedra.!" Magnus chegou e com Evendur removeu a tampa. Dentro do caixão,o corpo de Mariel jazia inerte, enquanto suas feridas lentamente se fechavam.
     "É agora!", disse Evendur ao cravar a estaca no coração de Mariel. Arthos também investiu com fúria, decapitando com seu sabre a vampira em seu repouso.
     "Agora falta um. Apareça!", gritou Sirius.
     "Vamos procurar o maldito.", disse Magnus.

     Antes que a Comitiva precisasse procurar, passos foram ouvidos. Da porta pôde-se ver uma silhueta.

     "Não! Malditos! Mataram minha Mariel! Vão pagar caro por isso!". Era Gryvus, com uma voz em um misto de dor e ódio.
     "Você será o próximo.", premeditou Magnus.
     "Irá se juntar a ela, Gryvus", sentenciou Kariel.

     Sirius, foi além das palavras. Jogou o corpo de Mariel do sarcófago no chão e arremessou a cabeça da vampira em direção de Gryvus, fazendo o vampiro explodir em fúria e partir com violência na sua direção, enquanto os demais membros da Comitiva correram para auxiliar o amigo, a exceção de Kariel, que desejava manter uma certa distância, que possibilitasse usar mão de seus últimos encantamentos, guardados especialmente para este combate. Gryvus chegou rápido e com suas garras atingiu Sirius, que já encontrava-se bastante ferido. O vampiro ainda teve tempo de perceber Kariel, e em uma ação inteligente lançou um feitiço no intuito de retirar o mago do combate, mas o ardil falhou. Agora os membros da Comitiva estavam próximos para um combate corpo-a-corpo e se colocaram em volta de Gryvus. O vampiro estava cercado, mas longe de estar indefeso. Mesmo sofrendo os golpes das lâminas dos heróis, o morto-vivo conjurou uma esfera em chamas, que explodiu sobre si, atingindo-lhe e aos adversários que o rodeavam. Os aventureiros, já debilitados, sofreram o duro golpe e Arthos caiu no chão inerte. Foi um momento crucial. Os aventureiros certamente não agüentariam uma nova investida. Kariel, que estava distante, foi preenchido de ira e também de medo de perder seus amigos para aquela criatura. Invocou então o Escolhido o Fogo Prateado de Mystra, poderoso raio místico, presente da Deusa, que Kariel usava apenas em situações extremas. O Fogo Prateado deixou suas mãos atingindo o corpo de Gryvus. O monstro parou por alguns segundos para refazer-se do ataque, tempo suficiente para que o debilitado Sirius se afastasse, puxando consigo o desacordado Arthos. Gryvus apelou para outro sortilégio, deixando sua pele resistente como rocha, o que o protegeria dos ataques das lâminas da Comitiva, talvez por tempo suficiente para que pudesse vencer aqueles aventureiros enfraquecidos quase a exaustão. Kariel lançou sobre ele um outro encanto, que fez partir de suas mãos cinco projéteis luminosos de energia mística, que atingiram Gryvus e prejudicaram a defesa proporcionada pelo seu encanto. Evendur, Magnus, Mikhail e Bingo continuaram golpeando, com o resto das forças que possuíam. Alguns como Mikhail e Evendur erraram seus golpes, tamanho era o seus desgastes. Porém Magnus deu o último golpe no vampiro, que com um grito anunciou sua derrota. Seu corpo transformou-se numa fumaça e o vapor correu em direção ao outro sarcófago. Evendur esperou o corpo de Gryvus se materializar e então cravou-lhe a estaca, encerrando definitivamente a existência daquela criatura.

     Aquela era a hora de tentar juntar os pedaços do grupo e continuar. Não havia muita esperança de vencer um outro inimigo como aquele, portanto esperavam os aventureiros que Gryvus fosse o último de sua espécie naquele local. Ainda havia um lugar a investigar: o corredor que deixaram para trás, cujo odor fétido fazia todos imaginarem que terrores haveriam no final daquele caminho. Sirius e Magnus foram na frente e foram os primeiros a chegar ao final do corredor, que revelou um amplo salão e uma cena retirada de um pesadelo. Sob o altar dedicado à um deus maligno jazia o corpo de uma jovem morta e naquele aposento templo, dezenas de corpos mutilados apodreciam. O sangue formava poças e piscinas dentro da sala. Um ambiente imerso em putrefação, era um verdadeiro pandemônio. Um ódio descomunal foi gerado no âmago de Sirius, ele cerrou o punho e saiu da sala. Em todas as batalhas que esteve presente Magnus já vira muitas mutilações, soldados desmembrados, víceras entre outras mutilações, porém nunca concebeu algo tão assustador, aquele era senão uma ode a tudo que era ruim e maligno. Diferente de Sirius, o paladino apenas sentiu tristeza, pois não podia fazer mais nada, agora teria de conviver com aquilo para o resto da vida. Chocado e com lágrimas nos olhos diante de tamanha carnificina de pessoas inocentes, o paladino amarrou uma corda no ídolo e com força puxou-o, fazendo-o despedaçar no solo. Kariel, que veio em seguida, exclamou aos seus deuses e recuou ante àquele cenário, voltando para o corredor. Evendur e Mikhail foram os que chegaram depois. Foram advertidos por Kariel a não entrar e do horror que testemunhariam. Mas mesmo assim entraram. Mikhail pôs-se a destruir mandalas desenhadas com sangue no solo e Evendur a procurar em vão sobreviventes. Sirius, estava possesso de ira contra os sacerdotes que jaziam presos na parte superior da mansão. Este correu o caminho de retorno com pensamentos de vingança contra aqueles que perpetraram tal vilania.

   
  Sirius avançou rápido pelas catacumbas e encontrou Limiekli próximo a escada. O ranger havia desmaiado. Sirius então o carregou, subiu as escadas e o colocou no chão do corredor do segundo andar. Agora colocaria em prática sua vingança contra os sacerdotes de Velsharoon. Ele entrou no quarto onde estavam amarrados e amordaçados os prisioneiros e com seu sabre decepou as mãos da sacerdotisa e cortou-lhe fora a língua. O homem já estava morto. Ao terminar o trabalho bradou:
     
     "Vocês nunca mais farão aquilo novamente. Jamais invocarão algum outro sortilégio na vida de vocês". Em seguida desceu as escadas e foi falar com os guardas que estavam presos no primeiro andar. Um deles interpelou Sirius.
     "Vocês, bandoleiros. Tiveram todo este trabalho somente para saquear esta casa?"
     "Não sabe de nada, soldado!.", comentou o aventureiro, "Seus patrões eram vampiros, criaturas das trevas, que praticavam em segredo rituais macabros no subterrâneo desta mansão!"
     "Por Lathander! E quem são vocês?", perguntou.
     "Somos enviados de Randal Morn para descobrir o problema dos desaparecimentos. Ora... já que não há mais motivo para conflito e para que confie em minha história irei libertá-los.", Sirius então cortou as cordas que atavam as mãos dos homens. Um deles se encaminhou para o pátio e viu que o lado de fora da propriedade estava tomado de ratos e morcegos. Ele voltou e relatou aos colegas.
     "Sua história deve ser verdadeira. Por Lathander... devia ter me alistado no exército de Cormyr ao invés de ter vindo agir como segurança aqui."
     "Vamos aguardar até o amanhecer. Talvez estes animais se dispersem.", concluiu Sirius.

     Os demais membros da Comitiva retornavam ao segundo andar da mansão. Encontraram Limiekli deitado, colocado em um ponto no corredor. Analisaram seu estado e viram que o ranger apenas estava desacordado. Seria melhor que assim permanecesse até o dia raiar. Foram ver os prisioneiros e tiveram grande surpresa. Os sacerdotes estavam mutilados, o homem já estava morto e a mulher enlouquecida.

   
  "Eles tiveram o que mereciam por servir àquele mestre!", disse Mikhail.
     "Quem terá feito isto? É inumano!", Kariel exclamou.
     "Só pode ter sido Gryvus, Kariel. Foi o pagamento pelo fracasso deles", comentou o clérigo de Mystra.
     "Temos que sair daqui agora. Precisamos levar Arthos e Limiekli. Eles precisam de cuidados."
     "Podemos esperar o amanhecer. O estado dos dois está estável. Vamos encontrar Sirius", disse Mikhail.

     A Comitiva reuniu-se novamente no andar térreo e juntos esperaram o amanhecer. Com o nascer do sol, os morcegos e ratos começaram a deixar o pátio. Um dos guardas providenciou uma carroça grande, puxada por dois cavalos, onde os aventureiros feridos, guardas e serviçais da mansão foram acomodados, além da sacerdotisa louca, que seria trancafiada nos calabouços. Junto com aqueles que podiam cavalgar, rumaram então em direção à Cachoeiras da Adaga, deixando para trás aquele local de tragédia.

Prólogo de uma viagem

     A chegada na capital do Vale da Adaga chamou a atenção de quem passava pelas ruas. Os aventureiros iam cansados e suas vestes estavam tingidas de vermelho sangue. Alguns poderiam pensar que vieram diretamente de um sangrento campo de batalha de guerra travada em Cormyr, mas não sabiam que a ameaça fora a apenas alguns poucos quilômetros de distância. Chegaram às portas do castelo. Os guardas os receberam e todos foram imediatamente encaminhados aos curandeiros e sacerdotes do castelo e durante o dia todo foram ministrados cuidados aos membros da Comitiva. Apenas Evendur separou-se do grupo (talvez pensava o ladino na recompensa prometida por Lorde Garekh Inklas). Quando já estavam minimamente recuperados, receberam a visita de Lorde Randal Morn e do sacerdote Temeron, chefe da igreja de Lathander local. Lorde Randal então iniciou o diálogo.

     "Então. O que aconteceu?"
     "Lorde Randal.... creio que o senhor deve saber que combatemos Lorde Gryvus. Ele estava por trás dos desaparecimentos.", disse Kariel.
     "Onde estão as pessoas que sumiram?", perguntou o Lorde.
     "Algumas estão mortas e outras podem ter sido levadas para um outro local. Encontrei um bilhete e um mapa.", respondeu Arthos, entregando os documentos que encontrou para o Lorde Randal, que os examinou .
     "Tem havido relatos de atividades de goblinóides neste local."
     "Provavelmente foi para lá que os aliados daquele vampiro levaram as pessoas.", comentou Limiekli.
     "Vampiro!", espantou-se Randal, "Perdoem-me mas não estou sabendo de muita coisa."
     "Lorde Gryvus e sua esposa Mariel eram vampiros, criaturas morta-vivas. Ele e seus lacaios, sacerdotes de Velsharoon praticaram um ritual macabro no subsolo de sua mansão. Corpos e sangue estavam espalhados para todos os lados."
     "Deve ter sido terrível!", Temeron exclamou espantado.
     "Mas devemos nos apressar, Lorde Randal. Se um ritual parecido for destinado as demais pessoas levadas será um destino terrível que deve ser evitado a todo custo."
     "Sim, Kariel. Iremos, mas vocês devem descansar. Temeron irá ajudá-los."

     O membros do grupo jaziam em camas, tentaram eles dormir em vão com medo de nunca mais repousarem suas cabeças nos travesseiros como antes.


Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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