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Chegando em Yassur
Descrita por Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
Personagens principais da aventura:
Os
Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli),
Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas.
Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação
Especial: Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra
da Falcão.
Chegando em Yassur
São
dois os rumos tomados pelos aventureiros envolvidos no conflito
provocado pelos phaerimns e os vultos de Obscura. Visando solucionar
alguns mistérios que ameaçavam os reinos, principalmente a fortaleza
élfica de Evereska, o coronal Eltargrim Irithyl e Khelben Arunsun
resolveram formar dois grupos de heróis. Um deles, que teve como
objetivo destruir a represa levantada pelos malditos goblinóides.
Eles conseguiram seu intento, porém a meta agora é resgatar Bingo
Playamundo das mãos do general orc Numoz. Por isso, estão eles infiltrados
entre os inimigos graças a magia de Dove Garra de Falcão.
No leste, um grupo liderado
por Storm Mão Argêntea investiga o aparecimento de estranhas e enormes
esferas brancas que estão caindo do céu em cima da região de Anauroch.
Após passarem por muitos perigos proporcionados pelos répteis adoradores
da divindade Sseth, os aventureiros finalmente conseguiram passar
pela montanha, no entanto, há apenas areia no caminho deles.
Invasão
ao Castelo de Jodrus
Kirrus,
o sacerdote de Shargrass e possível membro de uma sociedade secreta
que visa se juntar ao exército de Vorik Aris, chamou Orilda, Zogurt,
Gru e Graxk para uma nova tarefa. Estes quatro orcs na verdade são
respectivamente Dove, Florin, Sirius e Limiekli disfarçados magicamente.
Eles desejam conquistar o respeito do grupo secreto Ambição de Shargrass,
pois talvez assim eles possam ter uma pista do paradeiro do halfling
Bingo. Depois de Kirrus ter explicado a eles que precisam resgatar
um orc chamado Dagon dos calabouços do castelo real de Jodrus, o
grupo imediatamente pos em andamento o plano e encontraram Ludne,
um goblin membro da organização que os esperava lá fora.
"Kirrus explicou a situação
a vocês?" Perguntou o goblin na condução
de uma carroça com feno parada em frente ao templo de Shargrass.
"Sim, precisamos que nos
leve até lá. Esta carroça vai ser nossa entrada
para o castelo." Disse Florin já esboçando o
plano traçado por eles.
"Ahm, F.. Zogurt, eu irei
entrar de outra forma, pelos muros talvez." Afirmou Dove visando
outro método.
"Sei não, aqueles
muros são muito altos, vai ser difícil fazer isso."
Recomendou Ludne.
"Eu tenho meus recursos."
"Eu irei com você.
Acho que muita gente por debaixo do feno pode chamar a atenção."
Opinou Sirius acreditando que Dove tenha alguma surpresa na manga.
"Não tem problema,
eu e Zogurt vamos por dentro do feno. Encontramos vocês lá
dentro na parte dos estábulos." Determinou Limiekli.
"Por medida de precaução.
Vocês dois, tomem um caminho diferente para o castelo, não
é bom que vejam todos juntos nestas ruas." Disse Ludne
a Sirius e Dove. E assim fizeram.
Durante a caminhada, Dove conseguiu
pensar num método confortável de adentrar os portões
reais de modo seguro. Ela então compartilhou seu pensamento
com Sirius:
"Tenho uma ótima
idéia de como entraremos no castelo."
"Sou todo ouvidos."
"Posso fazer você
ficar invisível enquanto eu usarei um feitiço em mim
mesma que me deixará minúscula. Dessa forma você
poderá me levar e eu também ficarei invisível."
"Para mim está ótimo,
eu posso colocar você no meu ombro. Assim ficará mais
fácil de nos comunicarmos durante a invasão está
bem?"
"Concordo."
Enquanto Ludne conduzia a carroça
em direção ao castelo, ele passou as últimas
instruções a Limiekli e Florin:
"O objetivo da missão
é encontrar o orc Dagon nos calabouços e libertá-lo,
ele é um velho. Recomendo que vão por uma entrada
lateral que dá para a cozinha. De lá poderão
ir pelos corredores e descer para os níveis inferiores. Estarei
esperando vocês naquela esquina."
"Quando você chegar
lá, distraia os guardas para que eu e Graxk possamos nos
esconder." Recomendou Florin.
Ao se aproximar dos portões,
Ludne foi abordado por dois guardas. Enquanto isso, Dove e Sirius,
que estavam num beco próximo resolveram por em prática seus métodos
furtivos. A ranger fez Sirius ficar invisível e depois encolheu
a si mesmo com sua magia. Sirius a colocou escondida em seu ombro
e assim foram eles.
"Ei, não era pra
você vim mais cedo. E onde está Nazz?" Perguntou
o guarda a Ludne.
"Ele está doente,
me disse em cima da hora. Por isso me atrasei, preciso entregar
isso logo para alimentar os cavalos."
O orc deu uma olhada superficial
na carroça e ordenou que abrissem os portões. Assim
que o fez, Sirius já invisível a acompanhou de perto
de modo que entrou junto com ela. Rapidamente ele foi até
os estábulos. Florin e Limiekli aproveitaram que Ludne distraía
o orc que estava tomando conta do estábulo e saíram
do feno. Eles ficaram abaixados num dos currais que ficavam cavalos.
Ambos trataram de acalmar o cavalo que estava mais perto. Até
que ouviram uma voz:
"Ei sou eu! Sirius. Estou
invisível."
"Onde está Dove?"
Perguntou Florin.
"Bem aqui comigo, ela usou
de feitiço para ficar pequena. Temos que arranjar um jeito
de passarmos por estes guardas. Há apenas duas entradas."
"Sim, Ludne nos recomendou
que entrássemos pela via lateral. Segundo ele, esta entrada
conduz até a cozinha."
"Já sei como podemos
fazer isso. Podemos influenciar os cavalos a fazerem uma algazarra
e então aproveitamos a distração dos guardas."
Revelou Dove diminuta no ombro de Sirius.
"Mas como irá fazer
isso?" Perguntou Sirius.
"Posso usar um feitiço,
apenas me coloque perto da orelha de um cavalo."
Sirius esperou que o orc e Ludne
retirassem o feno da carroça até que o goblin foi embora. Os portões
estavam fechados novamente. Então Sirius, segurando Dove na palma
da mão, a colocou perto do cavalo mais próximo. Ela conjurou um
feitiço que a possibilitou se comunicar com o animal. Pediu a ele
que ficasse arisco e empinando para chamar a atenção dos guardas.
E ele assim o fez, saiu pulando do estábulo e começou a relinchar.
Um orc se aproximou rapidamente para acalmá-lo, porém tomou uma
patada que o fez ficar inconsciente. Ao ver isso, os outros dois
guardas que estavam no pátio, foram em direção ao cavalo. Foi aquele
o momento oportuno que eles aproveitaram. Sirius andou tranqüilamente
até a via lateral enquanto Florin e Limiekli seguiram furtivamente
para o local. Estavam naquele instante num pequeno corredor que
levava a uma porta. Esta que talvez os levasse a cozinha.
Um
Merecido Descanso
Storm
Mão Argêntea acabara de ajudar o último dos ex-prisioneiros de Vandenspujo
a descer a montanha da qual saíram. Estavam eles em uma cadeia de
rochedos reunidos e sem saber que rumo tomar. Sem muitas opções
decidiram seguir a leste para longe da montanha. Galtan, cavaleiro
de Águas Profundas ia cabisbaixo, seu orgulho havia se ferido mais
que qualquer injúria que tenha sofrido em sua carne. Foi vítima
de uma situação covarde provocada por Nalab, pois não tinha condições
de combater embora o sacerdote de Sseth não se importasse com isso.
Brian, seu superior, visualizava intrigado o caminho que seguiam.
Já esperava ele uma nova emboscada. Talvez isso fosse uma expressão
de prudência ou uma paranóia adquirida depois da experiência de
vagar pelo lar de répteis asquerosos. Kariel se manteve calado.
Com respeito a vítima de seu encantamento ou por receio dos olhares
hostis das pessoas libertadas. Mikhail e Magnus apenas se mantinham
atentos a qualquer surpresa. Queriam evitar mais mortes. Entre os
bedines, povo que vive no deserto de Anauroch, as três jovens que
foram resgatadas pelos heróis ainda estavam um pouco assustadas
com o que aconteceu, mas seus conterrâneos a tranqüilizavam.
Todos eles caminharam pelos
rochedos cautelosos até que finalmente chegaram ao fim dele. Após
as rochas só havia areia, pura e cristalina. Para os bedines, aquilo
representou um alívio já que finalmente estavam vislumbrando algo
familiar ao seu modo de vida, no entanto, para os aventureiros pareceu
ser talvez mais um grande obstáculo em seus objetivos. Os raios
do Sol já não incidiam com tanta força naquele momento. Os ventos,
vindos do deserto, aumentavam de velocidade e aos poucos provocavam
tempestades de areia no horizonte. Nob, um dos bedines que era o
mais velho, alertou os aventureiros de que seria desastroso que
partissem naquele momento, pois a noite estava chegando e com ele
viria o frio. Brian, Mikhail e Galtan foram os primeiros a concordar,
pois estavam muito feridos e exaustos devido a batalha contra os
mortais yuan-tis.
"Protejam os bedines, eu
irei procurar um abrigo nas rochas para passarmos a noite."
Disse Storm.
"Eu também vou.
Procurarei pela direita." Completou Magnus. O paladino não
estava tão cansado como seus companheiros. Assim foram os
dois enquanto os outros mantinham guarda.
Algum tempo depois, a barda
Storm anunciava que havia encontrado um bom lugar para acamparem
à noite. Era um cruzamento de grandes rochas que se localizava ao
pé da montanha. Parecia até uma caverna. Foi suficiente para abrigar
todos, embora o chão fosse duro e áspero. Quiseram eles fazer uma
fogueira, mas não havia sinal de vegetação alguma que tivesse madeira.
Storm e Kariel pensaram em usar de feitiços para gerar calor, contudo
ainda persistia a superstição dos bedines que incomodava os aventureiros.
Por isso não optaram por esta alternativa. Então apenas acenderam
uma lanterna trazida por Galtan. Isso fez todos ficaram bem juntos,
com exceção de Storm que insistiu em manter guarda. Mikhail fez
uma oração a Mystra para que adormecer-se num curto período de tempo.
Quando acordou, estava com a saúde revigorada, mesmo com alguns
ferimentos ainda. Ele chamou alguns de seus companheiros para um
local mais afastado e os curou com a graça de Mystra. Ele não fechou
todas as mazelas, mas foi o suficiente para não sentirem mais dor.
Galtan, que tinha um saco de
dormir, abdicou deste privilégio e o cedeu as crianças que estavam
entre os bedines. Depois disso, desabou de sono. Brian tinha sido
o primeiro a adormecer, estava exausto, nunca havia estado numa
situação desta. Mikhail, com a graça de Mystra, evocou outro encantamento
que o permitiu ser mais vigoroso, por isso manteve-se atento a qualquer
perigo. Kariel fez o mesmo, como não tinha o hábito de dormir, ficou
em pensamentos. Magnus, como todo bom paladino do deus vigilante,
permanecia à frente do acampamento montando guarda. Fazia parte
de seus princípios garantir a proteção dos oprimidos, e depois combater
o inimigo. Algum tempo depois, Storm se aproximou.
"Magnus, você está
cansado. Vá dormir junto com os outros, eu posso manter a
vigília."
"Eu estou bem, não
se preocupe. Não tenho sono. Estou preocupado, aqueles répteis
podem voltar a qualquer momento."
"Então ficarei aqui
com você. Você se importa?"
"De forma alguma, a sua
presença me agrada muito. Storm, não tivemos muito
tempo para falar sobre o que aconteceu na caverna. Vou ser sincero,
você me chamou a atenção desde o dia que chegou
em Evereska. São sentimentos estranhos para mim. Não
sei como lidá-los, pois nunca tinha estado com uma mulher
antes." Disse Magnus de forma doce fitando os lindos olhos
da barda.
"Magnus, admito que senti
algo também. Há muito tempo isso não acontece,
mais do que pode imaginar. Mas eu não sei se posso corresponder
com suas expectativas. Não sou uma donzela indefesa, sou
uma harpista e filha da antiga deusa Mystra."
"Isso não é
um empecilho para mim. Talvez eu não me importe em damas
trajadas em enormes vestidos e ornada com jóias. Me agrada
o fato de ver você lutando pelo que acredita, independente
de qualquer coisa. E além disso, você fica linda de
armadura."
Um sorriso se abriu na face de Storm, ela tentou retribuir o elogio
dizendo "Para alguém que nunca esteve com uma mulher,
você diz coisas muito bonitas Magnus. Eu..."
"Storm." Interrompeu
ele, "Permita que eu toque seus lábios novamente."
Sem hesitar ela se aproximou lentamente. Eles se beijaram com mais
calor do que a primeira vez e com mais carinho também. E
assim permaneceram por algum tempo.
À
Procura de Dagon
Florin
encostou rapidamente seu ouvido na fechadura da porta para tentar
escutar algo. "Não ouço nada. Vamos! Antes que os orcs nos vejam
aqui." E assim abriram a porta.
Entraram e fecharam a porta.
Limiekli ascendeu sua lanterna que possibilitou a visão completa
do ambiente. Estavam eles em uma despensa contendo muitos sacos
com trigo entre outras coisas como ratos que se assustaram com a
presença deles. No mais só havia uma outra porta. "Estamos na pista
certa." Disse Sirius, "Estamos perto da cozinha. Limiekli, vamos
decorar este ambiente. Acho melhor apagar a lanterna." Seu companheiro
assim o fez. O ranger depois se aproximou da fechadura como fizera
Florin antes e escutou algo. Parecia sons de panelas.
"Com certeza deve ser a cozinha."
Disse Dove. Para não haver dúvida, Limiekli abriu vagarosamente
a porta deixando uma pequena fresta de visão. Identificou realmente
o que poderia ser uma cozinha e nela uma orc gorda. Ela parecia
estar preparando algo. Ele transmitiu as informações aos seus companheiros
que resolveram de modo prudente esperar uma possível saída da cozinheira.
Os deuses ouviram suas preces.
A cozinheira, após preparar uma suculenta bacia com carne de porco
salgada, colocou-a numa bandeja e deixou o recinto. Porém a cozinha
não tinha porta, era apenas um vão. Então tomaram cuidado de olhar
melhor quando finalmente saíram da despensa.
"E agora? Que rumo iremos
tomar? A cozinheira pode voltar a qualquer momento." Indagou
Limiekli.
"Temos que ser rápidos,
este corredor pode nos levar até os calabouços."
Lembrou Florin.
"Pessoal. Como ainda estou
invisível junto com Dove, sugiro seguir em frente e continuar
a busca enquanto vocês nos esperam na despensa. De outra forma
é muito arriscado."
"Diante da situação
eu concordo com você Sirius. Mas se estiverem com problemas
venham nos chamar."
Os dois rangers voltaram para
a despensa e lá se esconderam. Sirius, aproveitando a vantagem de
estar invisível pelos sortilégios de Dove, foi em direção ao vão
e olhou o corredor. Não havia ninguém. Eles tinham duas opções naquele
momento, seguir a esquerda ou à direita. Não era preciso ser um
gênio para perceber que se seguissem para a esquerda chegariam a
entrada do castelo. Tiveram esta conclusão baseando-se na visão
da entrada principal do castelo. O guerreiro então caminhou na ponta
dos pés e mais à frente encontrou uma nova bifurcação. Olhou os
dois lados e também não viu ninguém, decidiram continuar o caminho
para a esquerda. O corredor continuava e dobrava novamente para
a esquerda. Assim o fizeram.
Após dobrarem o corredor, eles
ouviram alguém se aproximando. Sirius ficou de junto a parede e
ficou atento. Era um orc que vinha do corredor ao qual haviam passado,
o orc veio pela direita e depois seguiu para o corredor da cozinha.
Fora de perigo eles continuaram. Ao olhar para a frente eles perceberam
que estavam num grande corredor. No final dele poderia se notar
um outro caminho à esquerda. Mas antes, na parede esquerda deste
corredor haviam três portas com distâncias regulares entre si. Provavelmente
três cômodos.
Sirius se aproximou da primeira
porta e colocou seu ouvido. Escutou um barulho estridente de ronco
de orc. Conjecturaram ser aquilo um dormitório, poderia ser os quartos
dos soldados do rei. Confirmaram isso após repetir o processo escutando
o ruído nas demais portas. Após isso seguiram em frente. No final
deste novo corredor eles identificaram uma sala circular da qual
tinha mais um corredor à frente e outra à esquerda, mas no meio
desta sala havia uma escada circular que descia. Sirius e Dove ficaram
muito felizes com isso, pois provavelmente era o caminho que eles
procuravam. Quando estavam prestes a alcançar esta escada, um outro
orc vinha se aproximando. Parecia estar fazendo uma vigília. Por
sorte talvez, o goblinóide seguiu para o corredor esquerdo não passando
por eles. Esperaram ele se afastar bastante e então desceram as
escadas.
Mesmo estando ainda invisível,
Sirius seguiu furtivamente seu caminho. Temia provocar algum ruído
com sua aproximação, mas até aquele momento tudo estava dando certo.
Após dois lances da escada circular, os aventureiros conseguiram
ver uma pequena sala que dava acesso a outras cinco. Nela havia
um orc sentado numa cadeira dormindo. A sua frente tinha uma mesa,
e atrás dele se encontrava uma tábua de madeira onde estavam pendurados
várias chaves. Chegando mais perto, Sirius notou que existiam cinco
caminhos a seguir. Todos a partir de escadas que desciam. Assim
o fez, escolheu um deles e, cautelosamente caminhou até lá. Desceu
uma pequena escada e adentrou um cômodo ao qual imediatamente o
identificou como um calabouço. Era um corredor, em cada lado da
parede haviam quatro portas. Eles examinaram um a um olhando pelas
pequenas grades de ferro em cada porta. Infelizmente não encontraram
nenhum halfling e nem algum orc que se encaixasse na descrição de
Dagon, do qual disseram ser um orc velho. Escolheram outro caminho
e chegaram numa pequena saleta onde haviam instrumentos de tortura
e em cima de um mesa estava um corpo de um homem humano morto. Sirius
o olhou por um tempo e voltou a sala anterior. Depois desceram outra
escada em outro caminho. Depois de examinar as cinco salas finalmente
encontraram um orc velho numa das celas. Ele também estava dormindo.
"Temos que acordá-lo." Afirmou
Dove, "Me coloque no chão Sirius." Ele então pousou a pequenina
Dove, que ainda jazia diminuta pelos seus poderes arcanos. Ela passou
por debaixo da porta e se aproximou do orc.
"Dagon! Dagon!" Chamou.
O orc lentamente abriu seus olhos, fez uma careta refletindo sua
insatisfação em despertar naquele momento. Olhou para
ver que estava chamando.
"Dagon! Aqui embaixo!"
O orc viu e arregalando os olhos disse "Por Shargrass! Devo
estar sonhando! Uma fêmea pequenininha!"
"Diga-me, você se
chama Dagon?"
"Mas que bruxaria é
esta?"
"Preste a atenção!
Kirrus nos mandou aqui para libertar você! Prepare-se para
sair daqui!"
"Kirrus? Ora, porque não
disse logo. Vamos sair logo daqui."
"Dagon, precisamos abrir
a porta. Você sabe qual é a chave correta?" Sussurrou
Sirius do outro lado da porta.
"Quem está falando
isso? Mais outra feitiçaria?"
"Não temos tempo
para explicar. Diga logo qual é a chave?"
"É a chave da ala
D cela 2."
"Certo, espere aqui então.
Orilda, preciso de sua ajuda." Pediu Sirius a filha de Mystra.
Ela saiu da cela e juntos foram
a sala do carcereiro. "E agora? Como vamos pegar a chave? Está
bem do lado daquele orc."
"Você tem que tentar
ser o mais sorrateiro possível."
"Está bem então.
Lá vou eu."
Sirius tentou caminhar o mais
silenciosamente possível, entretanto nunca foi de seu feitio
ser tão sorrateiro como seus companheiros. Por isso quando
já estava tirando a chave da parede o carcereiro despertou
de repente, e por instinto talvez, Sirius tapou a boca dele e cortou
sua garganta tirando a vida do infeliz. Ao fazer isso voltou a ficar
visível.
"Droga, eu sabia que não
ia dar certo."
"Não tem problema,
o resto é fácil. Vamos logo."
Abriram a cela de Dagon e os
três saíram subindo as escadas. Ouviram os passos do orc sentinela
e aguardaram ele ir embora. Voltaram ao grande corredor que dava
acesso ao dormitório, na esquina para o outro corredor. Porém um
outro vigia se aproximava. Dove percebeu que provavelmente ele passaria
pelo caminho deles. Decidiu então voltar ao tamanho normal e esperou.
De forma bastante veloz e sem piedade, a ranger, com a mão esquerda,
tapou a boca do vigia e atravessou sua espada no coração do oponente,
que inevitavelmente pereceu. Com o caminho livre, seguiram para
a cozinha, e dali para a despensa.
"Como vocês demoraram!"
Exclamou Limiekli.
"É, mas encontramos
Dagon." Respondeu Sirius.
"Não encontrou mais
nada não?" Perguntou Florin se referindo ao halfling
Bingo.
"Não, não
há mais nada." Respondeu a esposa.
"Estamos esquecendo algo.
Como vamos sair do castelo agora. Acho meio difícil sairmos
com o mesmo truque da entrada." Lembrou Limiekli.
"Não se preocupe.
Já estava preparada para isso."
Dove proferiu palavras arcanas
e num piscar de olhos estavam eles agora num beco escuro fora do
castelo. Sortilégio de escolhida dos deuses.
"Isso é incrível!
Eu não sabia que existia fêmeas que sabiam lidar com
magia." Surpreendeu-se Dagon.
Dove ignorou o insulto eu nome
da missão e logo partiram em fuga.
O
Terrível Rigor do Deserto
Quando
os primeiros raios do Sol iluminaram o deserto e os rochedos ao
pé da montanha, era a indicação para que o grupo do leste partisse
rumo a aldeia de Yassur mencionada pelo bedine Nob, alegando ser
a melhor alternativa dos heróis que salvaram a vida dos bedines
capturados pelos homens-lagartos. Como Nob informou que sua aldeia
ficava na direção leste então Storm decidiu seguir o conselho do
bedine, pois o objetivo do grupo era investigar os estranhos acontecimentos
que estavam ocorrendo naquela direção. Alguns dos aventureiros,
mesmo ainda feridos devido a última batalha contra os yuan-tis,
estavam prontos para partir. Quanto mais cedo saíssem daquele lugar,
melhor.
A viagem iniciou-se tranqüila,
os bedines que estavam no cárcere já se sentiam melhor,
o susto já tinha passado. Ao sair da área dos rochedos,
a pequena caravana já pisava a areia fofa do deserto. Com
exceção dos bedines, já acostumados com o clima,
os viajantes começaram a perceber as dificuldades de se andar
num terreno como aquele, já que quanto mais andava os pés
afundavam na areia e era mais difícil ainda tirá-los.
As horas foram passando e o cansaço já era presente,
contudo a perseverança dos heróis fazia-os ignorar
tal rigor que mataria qualquer homem comum das Terras Centrais.
Os que mais sofriam eram Galtan, Magnus e Brian, pois estavam trajados
em pesadas armaduras que aumentavam o calor de seus corpos. Por
isso, no meio do caminho, quando o calor já estava insuportável
eles resolveram tirá-las e carregá-las. Nob os instruiu
a colocarem panos envolta da cabeça para amenizar o sofrimento
imposto pelo calor e impedir que desmaiassem com a incidência
contínua dos raios do Sol. Mikhail, com a graça divina
de Mystra a deusa da Magia, usou seus milagrosos poderes para criar
água. Prudente, o fez longe dos olhares supersticiosos dos
bedines, conseguindo saciar a sede dos cansados viajantes. Segundo
Nob, faltava apenas mais dois dias para chegarem em Yassur. Porém,
depois que o Sol morreu no crepúsculo e a noite surgia, a
caravana tinha um novo problema. No deserto, de dia o calor é
escaldante, mas à noite o frio impera gelando os ossos. Embora
o frio fosse um novo obstáculo, outra coisa representava
uma ameaça maior, as tempestades de areia. Uma hora após
o pôr do Sol, os ventos já sopravam com muita força
e fazendo muito barulho, a temperatura baixava rapidamente. Vendo
as dificuldades enfrentadas por seus companheiros, Kariel perguntou
a Nob:
"O que faremos? Esta tempestade
está muito forte!"
"Só temos uma coisa
a fazer, vamos procurar uma duna e nos abrigarmos nela."
"O quê? E vamos dormir
aonde?" Perguntou Galtan exaltado.
"Vamos nos enterrar na
areia, não há outro jeito." Gritou o bedine para
que os demais o escutassem.
Os viajantes procuraram uma
duna e cavaram alguns sulcos na areia e lá se enterraram, mas para
não serem incomodados com a areia da ventania, colocaram panos e
deixaram um espaço folgado na cabeça para poderem respirar. Fizeram
a areia envolta deles de coberta contra o frio e assim puderam descansar
e esperar o amanhecer.
No dia seguinte, o tormento
se repetiu, não fosse os milagres providos por Mikhail, os viajantes,
a exceção de Storm e Kariel que eram beneficiados por Mystra, se
entregariam ao cansaço e conseqüentemente a morte. No segundo dia
de viagem Brian se mostrou o mais cansado. Residente de Águas Profundas,
Brian nunca havia se submetido a um clima tão hostil e diferente
de sua terra. Andou cambaleando, quase se arrastando. A noite havia
chegado novamente para a infelicidade, pois não sabiam o que era
pior, o calor do dia ou o frio e a tempestade da noite. Quando mais
uma vez resolveram dormir enterrados em uma duna, os heróis puderam
repousar. Galtan, assim como seus companheiros, estava exausto.
Mesmo com o barulho da tempestade conseguiu adormecer. Seu corpo
estava anestesiado do cansaço. Em seu íntimo, gostaria de estar
à vontade em sua morada em Águas Profundas bebendo um vinho bem
fresco. Quando já estava perdido nesses prazerosos pensamentos,
algo aconteceu. As imagens em sua mente começaram a se desfazer
como água e uma estranha figura tomou forma. Era uma face, uma cabeça
de uma linda mulher com enormes cabelos negros e ondulados. Seu
pescoço era feito de um redemoinho de areia. Ela olhou para o cavaleiro
de modo assustador e disse: "Façam logo o que vieram fazer aqui,
e jamais usem minha imagem novamente."
Encontro
com o Rei
Após
uma saída espetacular do castelo, o grupo que resgatou Dagon
seguia pelas ruas fétidas de Urgithor quando Ludne, o cocheiro
enviado de Kyrrus os abordou:
"Excelente! Conseguiram
cumprir a missão."
"O que faremos agora?"
Perguntou Limiekli temendo que os orcs do palácio iniciassem
uma perseguição.
"Venham, subam na carroça!"
Todos então o fizeram.
Ludne os levou até um
lugar longe do castelo, era uma casa grande, uma espécie
de armazém.
"Escondam-se aqui, levarei
Dagon para outro lugar mais seguro." Disse Ludne afastando-se
com sua carroça em seguida.
Os aventureiros inocentemente
entraram no armazém no intuito de descansarem, porém
quando tinham dado alguns passos para dentro do recinto, os portões
se fecharam. Aproximadamente
trinta orcs fortemente armados e trajados em resistentes armaduras
surgiram ao redor dos heróis que, surpresos, apenas esperaram
alguns instantes para entender a situação. Vários
deles portavam arcos e bestas apontados para as cabeças dos
aventureiros. Antes que pudessem esboçar uma reação,
uma enorme rede caiu sobre eles prendendo-os. Uma voz de trás
dos orcs disse:
"Não tentem nada.
Eu quero respostas." Disse um enorme orc numa armadura de aço.
Tinha uma barba trançada como a dos anões.
"Você deve ser Jodrus."
Disse Florin.
"Claro que sou Jodrus!
Sou o Rei! Mas a questão é: quem são vocês?"
"Acho que já sabe,
somos mercenários." Respondeu Sirius.
"Se acha que nos amedronta
com este pequeno contingente está ..." Ameaçou
Dove sendo interrompida.
"Cale-se fêmea! Vocês
não estão numa boa posição. Sei da Ambição,
eu não tolero um movimento contra minhas ordens. Vocês
pagarão caro por terem invadido meu castelo. Comecem a falar."
"Não vamos dizer
uma palavra sequer." Intimidou novamente Dove.
"Eu já disse para
calar esta boca sua porca!"
Dove, enfurecida com os insultos de Jodrus, disse algumas palavras
arcanas. Uma porta mágica surgiu engolindo-a fazendo ela
aparecer atrás do rei de Urgithor colocando a lâmina
de sua espada na garganta dele, e disse: "Mande seus homens
saírem daqui e libertem meus companheiros!"
"Estúpida, acha
que vai ser fácil assim?" Respondeu o rei mesmo bastante
surpreso.
"Não tente nenhuma
besteira ou não será mais rei de porcaria alguma!"
Encostou ela mais ainda o fio da lâmina.
Jodrus fez um sinal para seus soldados saírem do armazém
e os aventureiros foram libertados.
"O que vão fazer
agora? Se me matarem não sairão daqui vivos."
"Podemos fazer um acordo."
Propôs Florin sendo completado por Sirius, "Você
quer saber sobre a base secreta da Ambição não
é?"
"Muito bem, me digam alguma
coisa de valor e não mandarei cortar suas cabeças."
"Nós ainda não
sabemos onde é. Podemos lhe passar a informação,
mas antes temos algo a resolver por lá. Depois disso você
saberá a localização."
"Como vocês vão
garantir isso?"
"Não há garantias,
você só tem esta opção." Disse Florin.
Dove então abaixou a espada e empurrou Jodrus com um chute
nas costas.
"Como ser comandados por
uma fêmea?" Perguntou ele.
"Ela não é
nossa comandante." Respondeu Sirius.
Assim que o rei saiu do armazém,
Dove fez um novo teletransporte que os tirou dali surgindo na floresta
perto da casa de Marut.
A
Aldeia de Yassur
Uma
vez que viu a figura misteriosa, Galtan se assustou por um momento.
Ao fazê-lo, despertou. Quando abriu os olhos estava ele numa
pequena tenda e deitado em uma cama de madeira e pano. "Será
que tudo isso é um sonho?" pensou ele. Se levantou da
cama e escutou sons de fora da tenda. Caminhou para fora dela e
pode perceber em que lugar estava. Era uma aldeia, uma espécie
de vila com um piso seco e duro, cheio de outras tendas e casas
feitas de barro. Pessoas trajando roupas bastantes simples passavam
por ali olhando surpresos para o aventureiro, não era todo
dia que viam um homem de armadura no deserto. Em seguida, o elfo
Mikhail e devoto de Mystra saiu de uma outra tenda ao qual pelos
aspectos de seu rosto, também havia despertado.
"Galtan! O que aconteceu?
Onde estamos?"
"Sei o mesmo que você.
Acabei de acordar."
"Tive um sonho muito estranho.
Havia uma face de uma mulher falando para não usarmos a imagem
dela."
"Um momento, eu também
vi isso. Como é possível que tenhamos sonhado a mesma
coisa?"
"Estamos na aldeia de Yassur,
eu também não sei o que aconteceu. Não sei
como chegamos aqui." Revelou Kariel que surgiu de repente.
"Storm foi conversar com o governante da vila e disse para
ficarmos aqui. Mikhail, venha ver Brian, ele parece ter problemas."
Continuou ele.
Os três se dirigiram para
a tenda de Brian e Mikhail, que com seus conhecimentos na arte da
cura, constatou que o cavaleiro estava com ensolação
devido a sua fragilidade a exposição prolongada aos
raios do Sol em um deserto como aquele. Ele tomou as medidas necessárias
para melhorar as condições de Brian e o deixou dormindo.
Ao saírem da tenda encontraram o paladino de Helm.
"Magnus, você também
teve o mesmo sonho que a gente?" Perguntou Mikhail.
"Sim, já havia comunicado
a Kariel. Esta deusa não deve estar contente conosco aqui."
"Procurarei o sacerdote
local então. Quero me redimir perante a deusa."
Quando Mikhail já se
preparava para ir. Nob, o bedine do qual salvaram na montanha dos
yuan-tis, se aproximou deles, "E então amigos. Vocês
estão bem?"
"Senhor, como chegamos
aqui?" Argüiu Galtan.
"Ora, andando. Não
se lembra?"
"Pra falar a verdade não.
Nenhum de nós se lembra."
"Ah, deve ter sido o cansaço
que abalou vocês."
"Nob, por favor, qual é
mesmo o nome de sua deusa?" Quis saber Mikhail.
"El Ma'ra."
"Existe algum sacerdote
nesta aldeia que eu possa conversar?"
"Sim, eu levo você
até lá."
Era uma construção
muito simples, feita de barro e nem lugar para sentar havia. Perto
de um pequeno altar rústico se encontrava um homem mais velho
que Nob. Vestido em toga e com sandálias ele percebeu a vinda
do elfo de Evereska e o abordou.
"Bom dia. Sou Imenez. Você
deve ser um dos viajantes que ajudou os de nossa aldeia, não
estou certo?"
"Sim, é sobre isso
mesmo que gostaria de falar com o senhor. Houve uma situação
em que precisamos usar de feitiçaria para podermos escapar
dos répteis e então criamos uma suposta imagem de
sua deusa para convencer os bedines a confiar em nossos poderes.
Sei que sua cultura restringe este tipo de prática, mas não
tínhamos alternativa."
"Oh, mas o que você
diz é grave. Não se pode blasfemar contra a deusa
ou iludir os corações das pessoas."
"Eu sei. O que devo fazer
para reparar este dano. Qual penitência ou tributo devo oferecer
a El Ma'ra?"
"Filho, ore por ela. Ore
de coração. E por favor, nada de feitiçarias."
"Obrigado sacerdote, farei
o possível para me redimir."
Ao voltar, Mikhail viu seus
companheiros Magnus e Kariel. O que o chamou a atenção
era o fato do mago estar abatido, sem auto-estima. Resolveu inquiri-lo
então.
"Kariel, o que há
com você amigo?"
"Ele ainda sente pela vida
que tirou. Destino cruel para alguém que se reserva a ajudar
os outros." Respondeu Magnus.
"Mikhail, você como
sacerdote da deusa, pode me dizer o que devo fazer? Não sei
se agüentarei esta situação." Admitiu o
dileto de Mystra.
"Meu amigo, posso aplicar-lhe
uma benção que tirará a culpa de seu coração.
Não sentirá mais dor. Poderá esquecer o dia
fatídico."
"Pode mesmo fazer isso
por mim? Quando?"
"O mais breve possível
se desejar."
"Kariel, desculpe interromper
a conversa de vocês, mas não seria desonroso você
tentar esquecer isso através de magia? A magia não
resolve todas as coisas do mundo. Por respeito a pessoa que acidentalmente
você matou deveria lembrá-lo e honrá-lo continuando
a missão. Não faça dele um fardo que foi colocado
em sua vida, pois ele era uma pessoa assim como eu, você e
Mikhail." Aconselhou o paladino de Helm.
"Talvez Magnus esteja certo
Kariel, tem que respeitar os mortos."
"Obrigado pela atenção
de vocês. Eu agüentarei, em respeito a ele, eu agüentarei."
O dileto então se afastou cabisbaixo sem rumo.
Posteriormente pela tarde Storm
Mão Argêntea voltava para o grupo informando boa notícias.
Com todos presentes a exceção do enfermo Brian, ela
disse:
"Encontrei um contato harpista
nesta aldeia, ele foi à procura de um outro importante harpista
da região. Em breve estaremos nos comunicando com ele. Omar,
o sheik da aldeia deseja hoje a noite realizar uma festa em nossa
homenagem pelo resgate dos desaparecidos. Nós temos que ir,
senão seria um desrespeito."
À noite então
os aventureiros compareceram a um lugar no meio da aldeia. Todos
seus habitantes estavam ali, sentados ao chão em tapetes.
Alguns bebendo e outros dançando. O grupo chegou e sentaram-se
perto de Omar. Era um homem gordo de cabelos e barbas brancas, tinha
um turbante na cabeça e um sorriso enorme na face. "Salve
heróis! Sejam bem-vindos a Yassur. Somos humildemente agradecidos
por trazerem nossos parentes."
"Ficamos felizes pelos
agradecimentos, fomos bem recebidos pela aldeia." Demonstrou
Storm o sentimento do grupo.
"Mas ainda não acabou.
Que venham os presentes!" Anunciou Omar. De trás deles
surgiram seis bonitas mulheres de pele bronzeada. Elas se postaram
perante os convidados. "Escolham!
Cada um de você pode escolher uma."
"O quê!" Surpreenderam-se
Galtan e Mikhail ao mesmo tempo. "Mas não podemos."
Continuou Mikhail.
"Como não? Por acaso
não gostaram de nossas mulheres?"
"Não foi o que ele
quis dizer. Minhas desculpas Omar, mas somos de uma cultura diferente.
Nós já temos um número limitado de serviçais.
Não podemos ter mais." Iludiu Storm esquivando-os da
situação.
"Oh, me desculpe. Eu não
sabia. Neste caso então aceitem estes presentes." Ao
lado de Omar, um homem ofereceu várias jóias preciosas.
"Muito obrigado Omar, isso
é o suficiente." Terminou Storm.
Eles dialogaram mais um pouco
até que Omar começou a se embebedar e dançar
junto com seus conterrâneos. Aproveitando a oportunidade,
Mikhail disse, "Pela manhã distribuirei as jóias
que me deram ao povo."
"Se fizer isso vai criar
problemas. Aceite, foi um presente, seria um desrespeito abrir mão
dele." Disse Storm.
Galtan, Mikhail e Kariel se
afastaram para ver melhor a festa. Storm, ao lado de Magnus, perguntou
ao paladino.
"Por que está tão
calado?"
"Nenhum motivo. Estou aproveitando
a tranqüilidade. É bom ver pessoas alegres novamente."
"É, mas a guerra
sempre continua e devemos todos os dias combater para assegurar
este bem-estar que estamos vislumbrando. Não é mesmo?"
"Eu não diria melhor."
Respondeu Magnus sorrindo.
Conversaram algum tempo até
que a barda do Vale das Sombras pediu licença afastando-se.
Horas se passaram e os cansados aventureiros voltaram para suas
tendas. Quando o paladino se preparava para dormir uma figura apareceu
na entrada de sua tenda. Era uma bedine, "Senhor, por favor,
pode me acompanhar?"
"Desculpe milady, mas já
explicamos a Omar." Referiu-se ele a primeira proposta do sheik.
"Não se trata disso,
alguém deseja vê-lo."
"Quem?"
"Não posso revelar
agora. Acompanha-me.", Magnus fez uma expressão de desconfiança
mas aceitou o pedido da moça. E levou a Chama do Norte.
"Não vai precisar
disso senhor."
"Não posso me afastar
de minha espada."
Ambos seguiram para uma outra
tenda que estava mais afastada e a bedine fez um gesto dizendo que
havia alguém o esperando lá. Ele entrou na tenda e viu seu interior
todo iluminado com velas. No chão um enorme tapete repleto de almofadas
em cima. Em pé a frente do paladino estava Storm Mão Argêntea em
trajes mais leves. Magnus, percebendo do que se tratava, ficou tenso
mesmo com a aproximação da barda que acariciou seu rosto antes de
beijá-lo. Pensou ele no voto que havia feito antes, mas os encantos
da filha de Mystra foram mais fortes e ele sucumbiu a tentação.
Deitaram-se e fizeram amor. Storm o fez homem.
Pela manhã, os heróis
se reuniram na tenda de Brian para vê-lo se estava melhor.
O cavaleiro de Águas Profundas se sentia bem, acordara depois
de um dia de agonia na cama. Então saíram eles da
tenda e encontraram o paladino.
"Estamos só esperando
este contato de Storm aparecer para partirmos. Não vejo a
hora de pelejarmos novamente." Disse Galtan.
"Como está Brian?
Está em condições de continuar?" Perguntou
Magnus.
"Melhorou, mas não
aconselho que ele nos acompanhe." Opinou Mikhail.
"Talvez eu possa fazer
alguma coisa por ele." Disse o paladino entrando na tenda.
Ele se aproximou de Brian e tocou-lhe o peito fazendo uma oração
a Helm. Momentos depois o cavaleiro já estava com seu vigor
restaurado.
"Isso é milagre!"
"Sim, milagre de Helm."
"Magnus, agradeço
muito pelo que fez. Mas porque não fez isso ontem?"
Argüiu o cavaleiro se levantando da cama.
"Eu não sabia que
sua enfermidade era tão séria, só posso usufruir
da benção da cura em momentos críticos."
Com Brian de pé, os heróis
ficaram mais estimulados a continuar imediatamente na missão.
Até que finalmente foram chamados por Storm numa tenda que
serviu como sala de guerra. Ao adentrarem perceberam além
de Storm, uma mulher em um estranho vestido, e com a face coberta
por um véu. Ela os cumprimentou dizendo:
"Olá! Sou Ruha,
tenho informações comigo para compartilhar com vocês."
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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