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Chegando em Yassur

Descrita por Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.


Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação Especial: Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.


Chegando em Yassur
     

     São dois os rumos tomados pelos aventureiros envolvidos no conflito provocado pelos phaerimns e os vultos de Obscura. Visando solucionar alguns mistérios que ameaçavam os reinos, principalmente a fortaleza élfica de Evereska, o coronal Eltargrim Irithyl e Khelben Arunsun resolveram formar dois grupos de heróis. Um deles, que teve como objetivo destruir a represa levantada pelos malditos goblinóides. Eles conseguiram seu intento, porém a meta agora é resgatar Bingo Playamundo das mãos do general orc Numoz. Por isso, estão eles infiltrados entre os inimigos graças a magia de Dove Garra de Falcão.

      No leste, um grupo liderado por Storm Mão Argêntea investiga o aparecimento de estranhas e enormes esferas brancas que estão caindo do céu em cima da região de Anauroch. Após passarem por muitos perigos proporcionados pelos répteis adoradores da divindade Sseth, os aventureiros finalmente conseguiram passar pela montanha, no entanto, há apenas areia no caminho deles.

Invasão ao Castelo de Jodrus

      Kirrus, o sacerdote de Shargrass e possível membro de uma sociedade secreta que visa se juntar ao exército de Vorik Aris, chamou Orilda, Zogurt, Gru e Graxk para uma nova tarefa. Estes quatro orcs na verdade são respectivamente Dove, Florin, Sirius e Limiekli disfarçados magicamente. Eles desejam conquistar o respeito do grupo secreto Ambição de Shargrass, pois talvez assim eles possam ter uma pista do paradeiro do halfling Bingo. Depois de Kirrus ter explicado a eles que precisam resgatar um orc chamado Dagon dos calabouços do castelo real de Jodrus, o grupo imediatamente pos em andamento o plano e encontraram Ludne, um goblin membro da organização que os esperava lá fora.

      "Kirrus explicou a situação a vocês?" Perguntou o goblin na condução de uma carroça com feno parada em frente ao templo de Shargrass.
      "Sim, precisamos que nos leve até lá. Esta carroça vai ser nossa entrada para o castelo." Disse Florin já esboçando o plano traçado por eles.
      "Ahm, F.. Zogurt, eu irei entrar de outra forma, pelos muros talvez." Afirmou Dove visando outro método.
      "Sei não, aqueles muros são muito altos, vai ser difícil fazer isso." Recomendou Ludne.
      "Eu tenho meus recursos."
      "Eu irei com você. Acho que muita gente por debaixo do feno pode chamar a atenção." Opinou Sirius acreditando que Dove tenha alguma surpresa na manga.
      "Não tem problema, eu e Zogurt vamos por dentro do feno. Encontramos vocês lá dentro na parte dos estábulos." Determinou Limiekli.
      "Por medida de precaução. Vocês dois, tomem um caminho diferente para o castelo, não é bom que vejam todos juntos nestas ruas." Disse Ludne a Sirius e Dove. E assim fizeram.

      Durante a caminhada, Dove conseguiu pensar num método confortável de adentrar os portões reais de modo seguro. Ela então compartilhou seu pensamento com Sirius:
      "Tenho uma ótima idéia de como entraremos no castelo."
      "Sou todo ouvidos."
      "Posso fazer você ficar invisível enquanto eu usarei um feitiço em mim mesma que me deixará minúscula. Dessa forma você poderá me levar e eu também ficarei invisível."
      "Para mim está ótimo, eu posso colocar você no meu ombro. Assim ficará mais fácil de nos comunicarmos durante a invasão está bem?"
      "Concordo."

      Enquanto Ludne conduzia a carroça em direção ao castelo, ele passou as últimas instruções a Limiekli e Florin:
      "O objetivo da missão é encontrar o orc Dagon nos calabouços e libertá-lo, ele é um velho. Recomendo que vão por uma entrada lateral que dá para a cozinha. De lá poderão ir pelos corredores e descer para os níveis inferiores. Estarei esperando vocês naquela esquina."
      "Quando você chegar lá, distraia os guardas para que eu e Graxk possamos nos esconder." Recomendou Florin.

      Ao se aproximar dos portões, Ludne foi abordado por dois guardas. Enquanto isso, Dove e Sirius, que estavam num beco próximo resolveram por em prática seus métodos furtivos. A ranger fez Sirius ficar invisível e depois encolheu a si mesmo com sua magia. Sirius a colocou escondida em seu ombro e assim foram eles.

      "Ei, não era pra você vim mais cedo. E onde está Nazz?" Perguntou o guarda a Ludne.
      "Ele está doente, me disse em cima da hora. Por isso me atrasei, preciso entregar isso logo para alimentar os cavalos."

      O orc deu uma olhada superficial na carroça e ordenou que abrissem os portões. Assim que o fez, Sirius já invisível a acompanhou de perto de modo que entrou junto com ela. Rapidamente ele foi até os estábulos. Florin e Limiekli aproveitaram que Ludne distraía o orc que estava tomando conta do estábulo e saíram do feno. Eles ficaram abaixados num dos currais que ficavam cavalos. Ambos trataram de acalmar o cavalo que estava mais perto. Até que ouviram uma voz:
      "Ei sou eu! Sirius. Estou invisível."
      "Onde está Dove?" Perguntou Florin.
      "Bem aqui comigo, ela usou de feitiço para ficar pequena. Temos que arranjar um jeito de passarmos por estes guardas. Há apenas duas entradas."
      "Sim, Ludne nos recomendou que entrássemos pela via lateral. Segundo ele, esta entrada conduz até a cozinha."
      "Já sei como podemos fazer isso. Podemos influenciar os cavalos a fazerem uma algazarra e então aproveitamos a distração dos guardas." Revelou Dove diminuta no ombro de Sirius.
      "Mas como irá fazer isso?" Perguntou Sirius.
      "Posso usar um feitiço, apenas me coloque perto da orelha de um cavalo."

      Sirius esperou que o orc e Ludne retirassem o feno da carroça até que o goblin foi embora. Os portões estavam fechados novamente. Então Sirius, segurando Dove na palma da mão, a colocou perto do cavalo mais próximo. Ela conjurou um feitiço que a possibilitou se comunicar com o animal. Pediu a ele que ficasse arisco e empinando para chamar a atenção dos guardas. E ele assim o fez, saiu pulando do estábulo e começou a relinchar. Um orc se aproximou rapidamente para acalmá-lo, porém tomou uma patada que o fez ficar inconsciente. Ao ver isso, os outros dois guardas que estavam no pátio, foram em direção ao cavalo. Foi aquele o momento oportuno que eles aproveitaram. Sirius andou tranqüilamente até a via lateral enquanto Florin e Limiekli seguiram furtivamente para o local. Estavam naquele instante num pequeno corredor que levava a uma porta. Esta que talvez os levasse a cozinha.

Um Merecido Descanso

      Storm Mão Argêntea acabara de ajudar o último dos ex-prisioneiros de Vandenspujo a descer a montanha da qual saíram. Estavam eles em uma cadeia de rochedos reunidos e sem saber que rumo tomar. Sem muitas opções decidiram seguir a leste para longe da montanha. Galtan, cavaleiro de Águas Profundas ia cabisbaixo, seu orgulho havia se ferido mais que qualquer injúria que tenha sofrido em sua carne. Foi vítima de uma situação covarde provocada por Nalab, pois não tinha condições de combater embora o sacerdote de Sseth não se importasse com isso. Brian, seu superior, visualizava intrigado o caminho que seguiam. Já esperava ele uma nova emboscada. Talvez isso fosse uma expressão de prudência ou uma paranóia adquirida depois da experiência de vagar pelo lar de répteis asquerosos. Kariel se manteve calado. Com respeito a vítima de seu encantamento ou por receio dos olhares hostis das pessoas libertadas. Mikhail e Magnus apenas se mantinham atentos a qualquer surpresa. Queriam evitar mais mortes. Entre os bedines, povo que vive no deserto de Anauroch, as três jovens que foram resgatadas pelos heróis ainda estavam um pouco assustadas com o que aconteceu, mas seus conterrâneos a tranqüilizavam.

      Todos eles caminharam pelos rochedos cautelosos até que finalmente chegaram ao fim dele. Após as rochas só havia areia, pura e cristalina. Para os bedines, aquilo representou um alívio já que finalmente estavam vislumbrando algo familiar ao seu modo de vida, no entanto, para os aventureiros pareceu ser talvez mais um grande obstáculo em seus objetivos. Os raios do Sol já não incidiam com tanta força naquele momento. Os ventos, vindos do deserto, aumentavam de velocidade e aos poucos provocavam tempestades de areia no horizonte. Nob, um dos bedines que era o mais velho, alertou os aventureiros de que seria desastroso que partissem naquele momento, pois a noite estava chegando e com ele viria o frio. Brian, Mikhail e Galtan foram os primeiros a concordar, pois estavam muito feridos e exaustos devido a batalha contra os mortais yuan-tis.

      "Protejam os bedines, eu irei procurar um abrigo nas rochas para passarmos a noite." Disse Storm.
      "Eu também vou. Procurarei pela direita." Completou Magnus. O paladino não estava tão cansado como seus companheiros. Assim foram os dois enquanto os outros mantinham guarda.

      Algum tempo depois, a barda Storm anunciava que havia encontrado um bom lugar para acamparem à noite. Era um cruzamento de grandes rochas que se localizava ao pé da montanha. Parecia até uma caverna. Foi suficiente para abrigar todos, embora o chão fosse duro e áspero. Quiseram eles fazer uma fogueira, mas não havia sinal de vegetação alguma que tivesse madeira. Storm e Kariel pensaram em usar de feitiços para gerar calor, contudo ainda persistia a superstição dos bedines que incomodava os aventureiros. Por isso não optaram por esta alternativa. Então apenas acenderam uma lanterna trazida por Galtan. Isso fez todos ficaram bem juntos, com exceção de Storm que insistiu em manter guarda. Mikhail fez uma oração a Mystra para que adormecer-se num curto período de tempo. Quando acordou, estava com a saúde revigorada, mesmo com alguns ferimentos ainda. Ele chamou alguns de seus companheiros para um local mais afastado e os curou com a graça de Mystra. Ele não fechou todas as mazelas, mas foi o suficiente para não sentirem mais dor.

      Galtan, que tinha um saco de dormir, abdicou deste privilégio e o cedeu as crianças que estavam entre os bedines. Depois disso, desabou de sono. Brian tinha sido o primeiro a adormecer, estava exausto, nunca havia estado numa situação desta. Mikhail, com a graça de Mystra, evocou outro encantamento que o permitiu ser mais vigoroso, por isso manteve-se atento a qualquer perigo. Kariel fez o mesmo, como não tinha o hábito de dormir, ficou em pensamentos. Magnus, como todo bom paladino do deus vigilante, permanecia à frente do acampamento montando guarda. Fazia parte de seus princípios garantir a proteção dos oprimidos, e depois combater o inimigo. Algum tempo depois, Storm se aproximou.

      "Magnus, você está cansado. Vá dormir junto com os outros, eu posso manter a vigília."
      "Eu estou bem, não se preocupe. Não tenho sono. Estou preocupado, aqueles répteis podem voltar a qualquer momento."
      "Então ficarei aqui com você. Você se importa?"
      "De forma alguma, a sua presença me agrada muito. Storm, não tivemos muito tempo para falar sobre o que aconteceu na caverna. Vou ser sincero, você me chamou a atenção desde o dia que chegou em Evereska. São sentimentos estranhos para mim. Não sei como lidá-los, pois nunca tinha estado com uma mulher antes." Disse Magnus de forma doce fitando os lindos olhos da barda.
      "Magnus, admito que senti algo também. Há muito tempo isso não acontece, mais do que pode imaginar. Mas eu não sei se posso corresponder com suas expectativas. Não sou uma donzela indefesa, sou uma harpista e filha da antiga deusa Mystra."
      "Isso não é um empecilho para mim. Talvez eu não me importe em damas trajadas em enormes vestidos e ornada com jóias. Me agrada o fato de ver você lutando pelo que acredita, independente de qualquer coisa. E além disso, você fica linda de armadura."
Um sorriso se abriu na face de Storm, ela tentou retribuir o elogio dizendo "Para alguém que nunca esteve com uma mulher, você diz coisas muito bonitas Magnus. Eu..."
      "Storm." Interrompeu ele, "Permita que eu toque seus lábios novamente."
Sem hesitar ela se aproximou lentamente. Eles se beijaram com mais calor do que a primeira vez e com mais carinho também. E assim permaneceram por algum tempo.

À Procura de Dagon

      Florin encostou rapidamente seu ouvido na fechadura da porta para tentar escutar algo. "Não ouço nada. Vamos! Antes que os orcs nos vejam aqui." E assim abriram a porta.

      Entraram e fecharam a porta. Limiekli ascendeu sua lanterna que possibilitou a visão completa do ambiente. Estavam eles em uma despensa contendo muitos sacos com trigo entre outras coisas como ratos que se assustaram com a presença deles. No mais só havia uma outra porta. "Estamos na pista certa." Disse Sirius, "Estamos perto da cozinha. Limiekli, vamos decorar este ambiente. Acho melhor apagar a lanterna." Seu companheiro assim o fez. O ranger depois se aproximou da fechadura como fizera Florin antes e escutou algo. Parecia sons de panelas.

      "Com certeza deve ser a cozinha." Disse Dove. Para não haver dúvida, Limiekli abriu vagarosamente a porta deixando uma pequena fresta de visão. Identificou realmente o que poderia ser uma cozinha e nela uma orc gorda. Ela parecia estar preparando algo. Ele transmitiu as informações aos seus companheiros que resolveram de modo prudente esperar uma possível saída da cozinheira.

      Os deuses ouviram suas preces. A cozinheira, após preparar uma suculenta bacia com carne de porco salgada, colocou-a numa bandeja e deixou o recinto. Porém a cozinha não tinha porta, era apenas um vão. Então tomaram cuidado de olhar melhor quando finalmente saíram da despensa.

      "E agora? Que rumo iremos tomar? A cozinheira pode voltar a qualquer momento." Indagou Limiekli.
      "Temos que ser rápidos, este corredor pode nos levar até os calabouços." Lembrou Florin.
      "Pessoal. Como ainda estou invisível junto com Dove, sugiro seguir em frente e continuar a busca enquanto vocês nos esperam na despensa. De outra forma é muito arriscado."
      "Diante da situação eu concordo com você Sirius. Mas se estiverem com problemas venham nos chamar."

      Os dois rangers voltaram para a despensa e lá se esconderam. Sirius, aproveitando a vantagem de estar invisível pelos sortilégios de Dove, foi em direção ao vão e olhou o corredor. Não havia ninguém. Eles tinham duas opções naquele momento, seguir a esquerda ou à direita. Não era preciso ser um gênio para perceber que se seguissem para a esquerda chegariam a entrada do castelo. Tiveram esta conclusão baseando-se na visão da entrada principal do castelo. O guerreiro então caminhou na ponta dos pés e mais à frente encontrou uma nova bifurcação. Olhou os dois lados e também não viu ninguém, decidiram continuar o caminho para a esquerda. O corredor continuava e dobrava novamente para a esquerda. Assim o fizeram.

      Após dobrarem o corredor, eles ouviram alguém se aproximando. Sirius ficou de junto a parede e ficou atento. Era um orc que vinha do corredor ao qual haviam passado, o orc veio pela direita e depois seguiu para o corredor da cozinha. Fora de perigo eles continuaram. Ao olhar para a frente eles perceberam que estavam num grande corredor. No final dele poderia se notar um outro caminho à esquerda. Mas antes, na parede esquerda deste corredor haviam três portas com distâncias regulares entre si. Provavelmente três cômodos.

      Sirius se aproximou da primeira porta e colocou seu ouvido. Escutou um barulho estridente de ronco de orc. Conjecturaram ser aquilo um dormitório, poderia ser os quartos dos soldados do rei. Confirmaram isso após repetir o processo escutando o ruído nas demais portas. Após isso seguiram em frente. No final deste novo corredor eles identificaram uma sala circular da qual tinha mais um corredor à frente e outra à esquerda, mas no meio desta sala havia uma escada circular que descia. Sirius e Dove ficaram muito felizes com isso, pois provavelmente era o caminho que eles procuravam. Quando estavam prestes a alcançar esta escada, um outro orc vinha se aproximando. Parecia estar fazendo uma vigília. Por sorte talvez, o goblinóide seguiu para o corredor esquerdo não passando por eles. Esperaram ele se afastar bastante e então desceram as escadas.

      Mesmo estando ainda invisível, Sirius seguiu furtivamente seu caminho. Temia provocar algum ruído com sua aproximação, mas até aquele momento tudo estava dando certo. Após dois lances da escada circular, os aventureiros conseguiram ver uma pequena sala que dava acesso a outras cinco. Nela havia um orc sentado numa cadeira dormindo. A sua frente tinha uma mesa, e atrás dele se encontrava uma tábua de madeira onde estavam pendurados várias chaves. Chegando mais perto, Sirius notou que existiam cinco caminhos a seguir. Todos a partir de escadas que desciam. Assim o fez, escolheu um deles e, cautelosamente caminhou até lá. Desceu uma pequena escada e adentrou um cômodo ao qual imediatamente o identificou como um calabouço. Era um corredor, em cada lado da parede haviam quatro portas. Eles examinaram um a um olhando pelas pequenas grades de ferro em cada porta. Infelizmente não encontraram nenhum halfling e nem algum orc que se encaixasse na descrição de Dagon, do qual disseram ser um orc velho. Escolheram outro caminho e chegaram numa pequena saleta onde haviam instrumentos de tortura e em cima de um mesa estava um corpo de um homem humano morto. Sirius o olhou por um tempo e voltou a sala anterior. Depois desceram outra escada em outro caminho. Depois de examinar as cinco salas finalmente encontraram um orc velho numa das celas. Ele também estava dormindo.

      "Temos que acordá-lo." Afirmou Dove, "Me coloque no chão Sirius." Ele então pousou a pequenina Dove, que ainda jazia diminuta pelos seus poderes arcanos. Ela passou por debaixo da porta e se aproximou do orc.

      "Dagon! Dagon!" Chamou.
O orc lentamente abriu seus olhos, fez uma careta refletindo sua insatisfação em despertar naquele momento. Olhou para ver que estava chamando.
      "Dagon! Aqui embaixo!"
O orc viu e arregalando os olhos disse "Por Shargrass! Devo estar sonhando! Uma fêmea pequenininha!"
      "Diga-me, você se chama Dagon?"
      "Mas que bruxaria é esta?"
      "Preste a atenção! Kirrus nos mandou aqui para libertar você! Prepare-se para sair daqui!"
      "Kirrus? Ora, porque não disse logo. Vamos sair logo daqui."
      "Dagon, precisamos abrir a porta. Você sabe qual é a chave correta?" Sussurrou Sirius do outro lado da porta.
      "Quem está falando isso? Mais outra feitiçaria?"
      "Não temos tempo para explicar. Diga logo qual é a chave?"
      "É a chave da ala D cela 2."
      "Certo, espere aqui então. Orilda, preciso de sua ajuda." Pediu Sirius a filha de Mystra.

      Ela saiu da cela e juntos foram a sala do carcereiro. "E agora? Como vamos pegar a chave? Está bem do lado daquele orc."
      "Você tem que tentar ser o mais sorrateiro possível."
      "Está bem então. Lá vou eu."

      Sirius tentou caminhar o mais silenciosamente possível, entretanto nunca foi de seu feitio ser tão sorrateiro como seus companheiros. Por isso quando já estava tirando a chave da parede o carcereiro despertou de repente, e por instinto talvez, Sirius tapou a boca dele e cortou sua garganta tirando a vida do infeliz. Ao fazer isso voltou a ficar visível.
      "Droga, eu sabia que não ia dar certo."
      "Não tem problema, o resto é fácil. Vamos logo."

      Abriram a cela de Dagon e os três saíram subindo as escadas. Ouviram os passos do orc sentinela e aguardaram ele ir embora. Voltaram ao grande corredor que dava acesso ao dormitório, na esquina para o outro corredor. Porém um outro vigia se aproximava. Dove percebeu que provavelmente ele passaria pelo caminho deles. Decidiu então voltar ao tamanho normal e esperou. De forma bastante veloz e sem piedade, a ranger, com a mão esquerda, tapou a boca do vigia e atravessou sua espada no coração do oponente, que inevitavelmente pereceu. Com o caminho livre, seguiram para a cozinha, e dali para a despensa.

      "Como vocês demoraram!" Exclamou Limiekli.
      "É, mas encontramos Dagon." Respondeu Sirius.
      "Não encontrou mais nada não?" Perguntou Florin se referindo ao halfling Bingo.
      "Não, não há mais nada." Respondeu a esposa.
      "Estamos esquecendo algo. Como vamos sair do castelo agora. Acho meio difícil sairmos com o mesmo truque da entrada." Lembrou Limiekli.
      "Não se preocupe. Já estava preparada para isso."
      Dove proferiu palavras arcanas e num piscar de olhos estavam eles agora num beco escuro fora do castelo. Sortilégio de escolhida dos deuses.

      "Isso é incrível! Eu não sabia que existia fêmeas que sabiam lidar com magia." Surpreendeu-se Dagon.
      Dove ignorou o insulto eu nome da missão e logo partiram em fuga.

O Terrível Rigor do Deserto

      Quando os primeiros raios do Sol iluminaram o deserto e os rochedos ao pé da montanha, era a indicação para que o grupo do leste partisse rumo a aldeia de Yassur mencionada pelo bedine Nob, alegando ser a melhor alternativa dos heróis que salvaram a vida dos bedines capturados pelos homens-lagartos. Como Nob informou que sua aldeia ficava na direção leste então Storm decidiu seguir o conselho do bedine, pois o objetivo do grupo era investigar os estranhos acontecimentos que estavam ocorrendo naquela direção. Alguns dos aventureiros, mesmo ainda feridos devido a última batalha contra os yuan-tis, estavam prontos para partir. Quanto mais cedo saíssem daquele lugar, melhor.

      A viagem iniciou-se tranqüila, os bedines que estavam no cárcere já se sentiam melhor, o susto já tinha passado. Ao sair da área dos rochedos, a pequena caravana já pisava a areia fofa do deserto. Com exceção dos bedines, já acostumados com o clima, os viajantes começaram a perceber as dificuldades de se andar num terreno como aquele, já que quanto mais andava os pés afundavam na areia e era mais difícil ainda tirá-los. As horas foram passando e o cansaço já era presente, contudo a perseverança dos heróis fazia-os ignorar tal rigor que mataria qualquer homem comum das Terras Centrais. Os que mais sofriam eram Galtan, Magnus e Brian, pois estavam trajados em pesadas armaduras que aumentavam o calor de seus corpos. Por isso, no meio do caminho, quando o calor já estava insuportável eles resolveram tirá-las e carregá-las. Nob os instruiu a colocarem panos envolta da cabeça para amenizar o sofrimento imposto pelo calor e impedir que desmaiassem com a incidência contínua dos raios do Sol. Mikhail, com a graça divina de Mystra a deusa da Magia, usou seus milagrosos poderes para criar água. Prudente, o fez longe dos olhares supersticiosos dos bedines, conseguindo saciar a sede dos cansados viajantes. Segundo Nob, faltava apenas mais dois dias para chegarem em Yassur. Porém, depois que o Sol morreu no crepúsculo e a noite surgia, a caravana tinha um novo problema. No deserto, de dia o calor é escaldante, mas à noite o frio impera gelando os ossos. Embora o frio fosse um novo obstáculo, outra coisa representava uma ameaça maior, as tempestades de areia. Uma hora após o pôr do Sol, os ventos já sopravam com muita força e fazendo muito barulho, a temperatura baixava rapidamente. Vendo as dificuldades enfrentadas por seus companheiros, Kariel perguntou a Nob:
      "O que faremos? Esta tempestade está muito forte!"
      "Só temos uma coisa a fazer, vamos procurar uma duna e nos abrigarmos nela."
      "O quê? E vamos dormir aonde?" Perguntou Galtan exaltado.
      "Vamos nos enterrar na areia, não há outro jeito." Gritou o bedine para que os demais o escutassem.

      Os viajantes procuraram uma duna e cavaram alguns sulcos na areia e lá se enterraram, mas para não serem incomodados com a areia da ventania, colocaram panos e deixaram um espaço folgado na cabeça para poderem respirar. Fizeram a areia envolta deles de coberta contra o frio e assim puderam descansar e esperar o amanhecer.

      No dia seguinte, o tormento se repetiu, não fosse os milagres providos por Mikhail, os viajantes, a exceção de Storm e Kariel que eram beneficiados por Mystra, se entregariam ao cansaço e conseqüentemente a morte. No segundo dia de viagem Brian se mostrou o mais cansado. Residente de Águas Profundas, Brian nunca havia se submetido a um clima tão hostil e diferente de sua terra. Andou cambaleando, quase se arrastando. A noite havia chegado novamente para a infelicidade, pois não sabiam o que era pior, o calor do dia ou o frio e a tempestade da noite. Quando mais uma vez resolveram dormir enterrados em uma duna, os heróis puderam repousar. Galtan, assim como seus companheiros, estava exausto. Mesmo com o barulho da tempestade conseguiu adormecer. Seu corpo estava anestesiado do cansaço. Em seu íntimo, gostaria de estar à vontade em sua morada em Águas Profundas bebendo um vinho bem fresco. Quando já estava perdido nesses prazerosos pensamentos, algo aconteceu. As imagens em sua mente começaram a se desfazer como água e uma estranha figura tomou forma. Era uma face, uma cabeça de uma linda mulher com enormes cabelos negros e ondulados. Seu pescoço era feito de um redemoinho de areia. Ela olhou para o cavaleiro de modo assustador e disse: "Façam logo o que vieram fazer aqui, e jamais usem minha imagem novamente."

Encontro com o Rei

      Após uma saída espetacular do castelo, o grupo que resgatou Dagon seguia pelas ruas fétidas de Urgithor quando Ludne, o cocheiro enviado de Kyrrus os abordou:
      "Excelente! Conseguiram cumprir a missão."
      "O que faremos agora?" Perguntou Limiekli temendo que os orcs do palácio iniciassem uma perseguição.
      "Venham, subam na carroça!" Todos então o fizeram.

      Ludne os levou até um lugar longe do castelo, era uma casa grande, uma espécie de armazém.
      "Escondam-se aqui, levarei Dagon para outro lugar mais seguro." Disse Ludne afastando-se com sua carroça em seguida.

      Os aventureiros inocentemente entraram no armazém no intuito de descansarem, porém quando tinham dado alguns passos para dentro do recinto, os portões se fecharam.       Aproximadamente trinta orcs fortemente armados e trajados em resistentes armaduras surgiram ao redor dos heróis que, surpresos, apenas esperaram alguns instantes para entender a situação. Vários deles portavam arcos e bestas apontados para as cabeças dos aventureiros. Antes que pudessem esboçar uma reação, uma enorme rede caiu sobre eles prendendo-os. Uma voz de trás dos orcs disse:
      "Não tentem nada. Eu quero respostas." Disse um enorme orc numa armadura de aço. Tinha uma barba trançada como a dos anões.
      "Você deve ser Jodrus." Disse Florin.
      "Claro que sou Jodrus! Sou o Rei! Mas a questão é: quem são vocês?"
      "Acho que já sabe, somos mercenários." Respondeu Sirius.
      "Se acha que nos amedronta com este pequeno contingente está ..." Ameaçou Dove sendo interrompida.
      "Cale-se fêmea! Vocês não estão numa boa posição. Sei da Ambição, eu não tolero um movimento contra minhas ordens. Vocês pagarão caro por terem invadido meu castelo. Comecem a falar."
      "Não vamos dizer uma palavra sequer." Intimidou novamente Dove.
      "Eu já disse para calar esta boca sua porca!"
Dove, enfurecida com os insultos de Jodrus, disse algumas palavras arcanas. Uma porta mágica surgiu engolindo-a fazendo ela aparecer atrás do rei de Urgithor colocando a lâmina de sua espada na garganta dele, e disse: "Mande seus homens saírem daqui e libertem meus companheiros!"
      "Estúpida, acha que vai ser fácil assim?" Respondeu o rei mesmo bastante surpreso.
      "Não tente nenhuma besteira ou não será mais rei de porcaria alguma!" Encostou ela mais ainda o fio da lâmina.
Jodrus fez um sinal para seus soldados saírem do armazém e os aventureiros foram libertados.
      "O que vão fazer agora? Se me matarem não sairão daqui vivos."
      "Podemos fazer um acordo." Propôs Florin sendo completado por Sirius, "Você quer saber sobre a base secreta da Ambição não é?"
      "Muito bem, me digam alguma coisa de valor e não mandarei cortar suas cabeças."
      "Nós ainda não sabemos onde é. Podemos lhe passar a informação, mas antes temos algo a resolver por lá. Depois disso você saberá a localização."
      "Como vocês vão garantir isso?"
      "Não há garantias, você só tem esta opção." Disse Florin.
Dove então abaixou a espada e empurrou Jodrus com um chute nas costas.
      "Como ser comandados por uma fêmea?" Perguntou ele.
      "Ela não é nossa comandante." Respondeu Sirius.

      Assim que o rei saiu do armazém, Dove fez um novo teletransporte que os tirou dali surgindo na floresta perto da casa de Marut.

A Aldeia de Yassur

      Uma vez que viu a figura misteriosa, Galtan se assustou por um momento. Ao fazê-lo, despertou. Quando abriu os olhos estava ele numa pequena tenda e deitado em uma cama de madeira e pano. "Será que tudo isso é um sonho?" pensou ele. Se levantou da cama e escutou sons de fora da tenda. Caminhou para fora dela e pode perceber em que lugar estava. Era uma aldeia, uma espécie de vila com um piso seco e duro, cheio de outras tendas e casas feitas de barro. Pessoas trajando roupas bastantes simples passavam por ali olhando surpresos para o aventureiro, não era todo dia que viam um homem de armadura no deserto. Em seguida, o elfo Mikhail e devoto de Mystra saiu de uma outra tenda ao qual pelos aspectos de seu rosto, também havia despertado.
      "Galtan! O que aconteceu? Onde estamos?"
      "Sei o mesmo que você. Acabei de acordar."
      "Tive um sonho muito estranho. Havia uma face de uma mulher falando para não usarmos a imagem dela."
      "Um momento, eu também vi isso. Como é possível que tenhamos sonhado a mesma coisa?"
      "Estamos na aldeia de Yassur, eu também não sei o que aconteceu. Não sei como chegamos aqui." Revelou Kariel que surgiu de repente. "Storm foi conversar com o governante da vila e disse para ficarmos aqui. Mikhail, venha ver Brian, ele parece ter problemas." Continuou ele.

      Os três se dirigiram para a tenda de Brian e Mikhail, que com seus conhecimentos na arte da cura, constatou que o cavaleiro estava com ensolação devido a sua fragilidade a exposição prolongada aos raios do Sol em um deserto como aquele. Ele tomou as medidas necessárias para melhorar as condições de Brian e o deixou dormindo. Ao saírem da tenda encontraram o paladino de Helm.
      "Magnus, você também teve o mesmo sonho que a gente?" Perguntou Mikhail.
      "Sim, já havia comunicado a Kariel. Esta deusa não deve estar contente conosco aqui."
      "Procurarei o sacerdote local então. Quero me redimir perante a deusa."

      Quando Mikhail já se preparava para ir. Nob, o bedine do qual salvaram na montanha dos yuan-tis, se aproximou deles, "E então amigos. Vocês estão bem?"
      "Senhor, como chegamos aqui?" Argüiu Galtan.
      "Ora, andando. Não se lembra?"
      "Pra falar a verdade não. Nenhum de nós se lembra."
      "Ah, deve ter sido o cansaço que abalou vocês."
      "Nob, por favor, qual é mesmo o nome de sua deusa?" Quis saber Mikhail.
      "El Ma'ra."
      "Existe algum sacerdote nesta aldeia que eu possa conversar?"
      "Sim, eu levo você até lá."

      Era uma construção muito simples, feita de barro e nem lugar para sentar havia. Perto de um pequeno altar rústico se encontrava um homem mais velho que Nob. Vestido em toga e com sandálias ele percebeu a vinda do elfo de Evereska e o abordou.
      "Bom dia. Sou Imenez. Você deve ser um dos viajantes que ajudou os de nossa aldeia, não estou certo?"
      "Sim, é sobre isso mesmo que gostaria de falar com o senhor. Houve uma situação em que precisamos usar de feitiçaria para podermos escapar dos répteis e então criamos uma suposta imagem de sua deusa para convencer os bedines a confiar em nossos poderes. Sei que sua cultura restringe este tipo de prática, mas não tínhamos alternativa."
      "Oh, mas o que você diz é grave. Não se pode blasfemar contra a deusa ou iludir os corações das pessoas."
      "Eu sei. O que devo fazer para reparar este dano. Qual penitência ou tributo devo oferecer a El Ma'ra?"
      "Filho, ore por ela. Ore de coração. E por favor, nada de feitiçarias."
      "Obrigado sacerdote, farei o possível para me redimir."

      Ao voltar, Mikhail viu seus companheiros Magnus e Kariel. O que o chamou a atenção era o fato do mago estar abatido, sem auto-estima. Resolveu inquiri-lo então.
      "Kariel, o que há com você amigo?"
      "Ele ainda sente pela vida que tirou. Destino cruel para alguém que se reserva a ajudar os outros." Respondeu Magnus.
      "Mikhail, você como sacerdote da deusa, pode me dizer o que devo fazer? Não sei se agüentarei esta situação." Admitiu o dileto de Mystra.
      "Meu amigo, posso aplicar-lhe uma benção que tirará a culpa de seu coração. Não sentirá mais dor. Poderá esquecer o dia fatídico."
      "Pode mesmo fazer isso por mim? Quando?"
      "O mais breve possível se desejar."
      "Kariel, desculpe interromper a conversa de vocês, mas não seria desonroso você tentar esquecer isso através de magia? A magia não resolve todas as coisas do mundo. Por respeito a pessoa que acidentalmente você matou deveria lembrá-lo e honrá-lo continuando a missão. Não faça dele um fardo que foi colocado em sua vida, pois ele era uma pessoa assim como eu, você e Mikhail." Aconselhou o paladino de Helm.
      "Talvez Magnus esteja certo Kariel, tem que respeitar os mortos."
      "Obrigado pela atenção de vocês. Eu agüentarei, em respeito a ele, eu agüentarei." O dileto então se afastou cabisbaixo sem rumo.

      Posteriormente pela tarde Storm Mão Argêntea voltava para o grupo informando boa notícias. Com todos presentes a exceção do enfermo Brian, ela disse:
      "Encontrei um contato harpista nesta aldeia, ele foi à procura de um outro importante harpista da região. Em breve estaremos nos comunicando com ele. Omar, o sheik da aldeia deseja hoje a noite realizar uma festa em nossa homenagem pelo resgate dos desaparecidos. Nós temos que ir, senão seria um desrespeito."

      À noite então os aventureiros compareceram a um lugar no meio da aldeia. Todos seus habitantes estavam ali, sentados ao chão em tapetes. Alguns bebendo e outros dançando. O grupo chegou e sentaram-se perto de Omar. Era um homem gordo de cabelos e barbas brancas, tinha um turbante na cabeça e um sorriso enorme na face. "Salve heróis! Sejam bem-vindos a Yassur. Somos humildemente agradecidos por trazerem nossos parentes."
      "Ficamos felizes pelos agradecimentos, fomos bem recebidos pela aldeia." Demonstrou Storm o sentimento do grupo.
      "Mas ainda não acabou. Que venham os presentes!" Anunciou Omar. De trás deles surgiram seis bonitas mulheres de pele bronzeada. Elas se postaram perante os convidados.       "Escolham! Cada um de você pode escolher uma."
      "O quê!" Surpreenderam-se Galtan e Mikhail ao mesmo tempo. "Mas não podemos." Continuou Mikhail.
      "Como não? Por acaso não gostaram de nossas mulheres?"
      "Não foi o que ele quis dizer. Minhas desculpas Omar, mas somos de uma cultura diferente. Nós já temos um número limitado de serviçais. Não podemos ter mais." Iludiu Storm esquivando-os da situação.
      "Oh, me desculpe. Eu não sabia. Neste caso então aceitem estes presentes." Ao lado de Omar, um homem ofereceu várias jóias preciosas.
      "Muito obrigado Omar, isso é o suficiente." Terminou Storm.

      Eles dialogaram mais um pouco até que Omar começou a se embebedar e dançar junto com seus conterrâneos. Aproveitando a oportunidade, Mikhail disse, "Pela manhã distribuirei as jóias que me deram ao povo."
      "Se fizer isso vai criar problemas. Aceite, foi um presente, seria um desrespeito abrir mão dele." Disse Storm.

      Galtan, Mikhail e Kariel se afastaram para ver melhor a festa. Storm, ao lado de Magnus, perguntou ao paladino.
      "Por que está tão calado?"
      "Nenhum motivo. Estou aproveitando a tranqüilidade. É bom ver pessoas alegres novamente."
      "É, mas a guerra sempre continua e devemos todos os dias combater para assegurar este bem-estar que estamos vislumbrando. Não é mesmo?"
      "Eu não diria melhor." Respondeu Magnus sorrindo.
      Conversaram algum tempo até que a barda do Vale das Sombras pediu licença afastando-se. Horas se passaram e os cansados aventureiros voltaram para suas tendas. Quando o paladino se preparava para dormir uma figura apareceu na entrada de sua tenda. Era uma bedine, "Senhor, por favor, pode me acompanhar?"
      "Desculpe milady, mas já explicamos a Omar." Referiu-se ele a primeira proposta do sheik.
      "Não se trata disso, alguém deseja vê-lo."
      "Quem?"
      "Não posso revelar agora. Acompanha-me.", Magnus fez uma expressão de desconfiança mas aceitou o pedido da moça. E levou a Chama do Norte.
      "Não vai precisar disso senhor."
      "Não posso me afastar de minha espada."

      Ambos seguiram para uma outra tenda que estava mais afastada e a bedine fez um gesto dizendo que havia alguém o esperando lá. Ele entrou na tenda e viu seu interior todo iluminado com velas. No chão um enorme tapete repleto de almofadas em cima. Em pé a frente do paladino estava Storm Mão Argêntea em trajes mais leves. Magnus, percebendo do que se tratava, ficou tenso mesmo com a aproximação da barda que acariciou seu rosto antes de beijá-lo. Pensou ele no voto que havia feito antes, mas os encantos da filha de Mystra foram mais fortes e ele sucumbiu a tentação. Deitaram-se e fizeram amor. Storm o fez homem.

      Pela manhã, os heróis se reuniram na tenda de Brian para vê-lo se estava melhor. O cavaleiro de Águas Profundas se sentia bem, acordara depois de um dia de agonia na cama. Então saíram eles da tenda e encontraram o paladino.
      "Estamos só esperando este contato de Storm aparecer para partirmos. Não vejo a hora de pelejarmos novamente." Disse Galtan.
      "Como está Brian? Está em condições de continuar?" Perguntou Magnus.
      "Melhorou, mas não aconselho que ele nos acompanhe." Opinou Mikhail.
      "Talvez eu possa fazer alguma coisa por ele." Disse o paladino entrando na tenda. Ele se aproximou de Brian e tocou-lhe o peito fazendo uma oração a Helm. Momentos depois o cavaleiro já estava com seu vigor restaurado.
      "Isso é milagre!"
      "Sim, milagre de Helm."
      "Magnus, agradeço muito pelo que fez. Mas porque não fez isso ontem?" Argüiu o cavaleiro se levantando da cama.
      "Eu não sabia que sua enfermidade era tão séria, só posso usufruir da benção da cura em momentos críticos."

      Com Brian de pé, os heróis ficaram mais estimulados a continuar imediatamente na missão. Até que finalmente foram chamados por Storm numa tenda que serviu como sala de guerra. Ao adentrarem perceberam além de Storm, uma mulher em um estranho vestido, e com a face coberta por um véu. Ela os cumprimentou dizendo:
      "Olá! Sou Ruha, tenho informações comigo para compartilhar com vocês."

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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