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É Orc Contra Orc
Descrita por Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
Personagens principais da aventura:
Os
Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli),
Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas.
Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling:
Bingo Playamundo. Participação Especial: Storm
Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão,
e Ruha.
É Orc Contra Orc
Kirrus,
sacerdote de Shargrass e integrante da organização
Ambição de Shargrass, deu aos quatro aventureiros
disfarçados de orcs em Urgithor a missão de resgatar
um importante membro da organização. Ao conseguirem
este intento, os heróis foram pegos em uma emboscada proporcionada
por Ludne que os traiu. Estiveram eles frente a frente com o rei
Jodrus ao qual Dove Garra de Falcão conseguiu dominar e forçar
um acordo de posteriormente revelar a localização
da fortaleza da Ambição de Shargrass. Lugar este que
os heróis desejam chegar a fim de encontrar Bingo que jaz
desaparecido há dias.
O
outro grupo que se encontra nas ásperas areias do deserto
de Anauroch finalmente havia chegado na aldeia bedine de Yassur.
Eles foram bem tratados pelos habitantes que os tem agora como heróis
após o resgate dos conterrâneos que eram cativos dos
répteis yuan-tis na cidade de Zaartikan. Depois de um dia
de descanso, um contato harpista de Storm Mão Argêntea
havia chegado e se apresentado aos aventureiros como Ruha.
Ruha, a Harpista de Anauroch
Estando
em uma tenda reservada para os novos heróis de Yassur, o
grupo do leste, liderados por Storm Mão Argêntea, realizava
uma reunião visando descobrir algo sobre as misteriosas esferas
brancas que foram vistas nos céus do deserto. Para isso a
Mestre Harpista convocou um de seus contatos daquela erma região.
Era uma mulher alta, trajando um bonito vestido branco e um véu
que cobria sua face. Ela cumprimentou os presentes e alegou ter
informações para compartilhar com eles.
"Ouvi boatos
de pessoas que disseram ter visto esferas brancas vindas do céu.
Ninguém sabe realmente o que são ou onde estão."
"Alguém
tem idéia do que seja isso?" Perguntou Kariel.
"Não,
mas algo também aconteceu nestes últimos dias quando
vinha para esta aldeia. Eu e meu grupo fomos atacados durante a
viagem. Suponho ser um grupo de zhentarins que talvez estejam querendo
chegar aqui também."
"Zhentarins?
Há zhentarins aqui também?" Espantou-se Mikhail.
"Sim Mikhail,
eles são uma praga que se espalham por todos os lugares."
Respondeu Storm por Ruha.
"Piergeiron
me falou sobre estes zentharins. Eles desejam conseguir influência
nas terras do oeste." Revelou Galtan.
"Isso mesmo,
mas a Aliança dos Lordes felizmente está conseguindo
barrar a expansão deles neste território." Completou
Brian, Cavaleiro de Águas Profundas assim como Galtan.
"Poderia
então haver uma conexão entre este grupo zhentarim
e os misteriosos eventos?" Conjecturou Magnus.
"Talvez,
mas a única forma de descobrirmos é investigando.
Se quiserem eu posso conduzi-los ao local do ataque ao qual infelizmente
só eu escapei, pois era noite e estava muito escuro, era
impossível determinar a quantidade de inimigos." Ofereceu-se
Ruha determinada a encontrar seus atacantes.
"Ótimo,
partamos o quanto antes. Peguem tudo que acharem necessário,
se preparem, pois partiremos em meia hora." Anunciou Storm
saindo da tenda com Ruha.
Os heróis
obedeceram sua líder e fizeram todos os preparativos para
a nova viagem. Galtan, aconselhado por seu superior Brian Mestre
das Espadas e pelo paladino de Helm Magnus, não vestiu todas
as peças de sua pesada armadura a qual ele preza muito valor.
As experiências mais recentes de suas aventuras mostraram
ao cavaleiro de Águas Profundas que não era sábio
trajar-se em armadura completa em um ambiente tão hostil
à vida. Todos trataram de levar uma quantidade considerável
de água cedida gentilmente por Omar que ficou muito feliz
com a decisão dos aventureiros de seguirem pelo deserto no
objetivo de retaliar os bandoleiros que assolam as comunidades bedines.
Os heróis tiveram o cuidado para não mencionarem o
nome zentharim, pois envolver o governante de Yassur em assuntos
harpistas era demasiado cedo. Com todo o equipamento pronto os aventureiros
foram conduzidos a um estábulo da aldeia ao qual também
foram cedidos as suas montarias de viagem, os camelos. Muitos ficaram
surpresos em ter que montar aqueles estranhos animais com duas enormes
corcundas. Entretanto seria a melhor opção de viagem.
Ruha explicou que os camelos ficam dias sem beber água e
não tem problemas de locomoção nas fofas areias
do deserto. Deste modo não seria uma viagem tão cansativa.
Com tudo pronto partiram então os heróis deserto à
dentro.
Na Rota para a Fortaleza
Na
floresta nas bordas de Urgithor, a cidade orc do norte, fez-se uma
luminosidade mágica. Dela surgiram Florin, Dove, Sirius e
Limiekli. Todos ainda transformados em orcs. Haviam eles escapado
da guarda pessoal do rei Jodrus do qual fizeram um forçado
acordo de revelar a localização da Ambição
de Shargrass. Concordaram com isso embora ainda não soubessem
esta informação, pois a intenção deles
é de conquistar o respeito dos membros importantes do grupo
para então procurarem Bingo Playamundo, o pequeno integrante
da Comitiva da Fé que fora raptado pelo general orc Numoz,
que supõe-se ser líder da Ambição de
Shargrass. Organização esta que, sem o consentimento
do rei Jodrus, envia tropas para Nova Gondyr, o recém reino
proclamado por Vorik Aris após quase dois anos de dominação
de boa parte de Cormyr.
Cansados da
última missão eles adentraram o esconderijo secreto
de Marut, um orc feiticeiro que, diferente dos de sua raça,
quer a paz com as demais outras espécies. Sua intenção
é impedir a extinção de seus iguais que sofrem
derrotas severas por toda a sua história. O feiticeiro acredita
que sua raça está fadada a própria destruição
e que precisa fazer algo a respeito. Como de costume, Marut estava
sempre estudando magia no seu laboratório e seu companheiro
goblin Pukto se preparava para dormir. Ao vê-los, Marut perguntou:
"E então
amigos, o que aconteceu? Já estava preocupado."
"Conseguimos
resgatar o tal Dagon das masmorras, mas depois fomos traídos
por Ludne." Respondeu Sirius.
"Quem?"
"Ludne,
o maldito cocheiro designado por Kirrus. Ele deve ser um agente
de Jodrus, assim como foi Gurdun." Explicou Florin.
"Mas porque
acha isso? O que este Ludne fez?"
"O safado
nos levou a uma emboscada. Ficamos de frente para Jodrus, se não
fosse por Dove haveria uma batalha sangrenta naquele armazém."
Afirmou Limiekli.
"Vocês
estiveram com Jodrus? Isso é terrível! Ele agora vai
perseguir vocês. E se descobrir que vocês são
humanos vai colocar a cidade toda de prontidão."
"Não
se preocupe, convencemos o desgraçado a fazer um acordo.
Diremos a ele depois a localização da fortaleza da
Ambição em troca de imunidade." Revelou Dove.
"E vocês
já sabem onde é que fica.?"
"Ainda
não, mas falaremos com Kirrus amanhã. Ele disse que
este seria o último serviço antes de sermos realmente
incluídos nos contingentes que irão para Nova Gondyr."
Deste modo,
com tudo explicado, os heróis resolveram descansar para um
novo dia em que enfrentarão mais perigos na busca de Bingo.
Apenas Dove ficou acordada vigiando o esconderijo.
No outro dia,
pouco depois dos raios de Sol surgirem no horizonte. Dove Garra
de Falcão já havia preparado seu feitiço que
permite alterar a aparência de seus colegas e a sua própria
de modo que parecessem orcs. Juntaram uma boa quantidade de equipamentos
e assim partiram. Minutos depois já estavam no templo de
Shargrass onde rapidamente foram conduzidos pelo sacerdote Kirrus
a uma sala reservada. O sacerdote logo reportou:
"Fizeram
um bom trabalho resgatando Dagon. Ele disse que vocês são
bastante profissionais. E me revelou também que esta fêmea
sabe lidar com magia. Me explique isto Orilda, onde aprendeu a manipular
feitiços?" Perguntou Kirrus bastante desconfiado com
um fato tão fantástico. Os demais ficaram um tanto
assustados com aquela insinuação. Limiekli colocou
a mão em seu machado, pensou ele que se Kirrus tentasse alguma
coisa cortaria-lhe a cabeça sem pestanejar, mesmo colocando
o plano em risco. Mas Dove era filha de Mystra, ex-discípula
do sábio Elminster e uma grande harpista. Suas capacidades
não consistiam apenas em suas dádivas concedidas pela
deusa, e sim também por sua criatividade.
"Dagon
exagerou, não sou feiticeira. Eu usei este anel para nos
tirar de lá." Mostrou Dove um anel sem valor que estava
junto com seu saco de moedas.
"Que anel
é este?"
"É
um anel mágico de um mago humano que matei há alguns
verões atrás. Ele pode fazer eu e outros que estiverem
comigo desaparecer e aparecer em outro lugar. Mas depois que usei
ontem ele parece não funcionar mais."
"Deixe-me
ver. Talvez tenha acabado a magia nele. Eu vou ficar com ele por
enquanto."
"Não,
o anel é meu." Ela disse.
"Eu te
devolvo depois quando voltar da fortaleza."
Ela, para manter a encenação, fingiu concordar de
cara feia.
"Muito
bem, por motivo de segurança vocês serão levados
por Ludne até um contato meu que guiará vocês
até a fortaleza. Vocês irão imediatamente para
lá. No caminho não falem com ninguém ou Ludne
me informará isso. Vão, se fizerem tudo direito por
lá então serão bastante recompensados."
Ao saírem
do templo, Ludne, o goblin cocheiro e espião de Jodrus, já
os estava esperando do lado de fora. Olhou para os olhos dos aventureiros
indicando que o rei seria bem informado das atividades deles. Eles
subiram à carroça e seguiram adiante.
Perigosos Imprevistos
Os
aventureiros no leste mais uma vez enfrentavam a invencível
areia do deserto somado ao Sol causticante que os incomodava. Mesmo
com panos enrolados nas cabeças a situação
não estava tão amenizada. Guiados pela harpista e
bedine Ruha, eles investigavam sobre as misteriosas esferas brancas
vistas pelo acampamento élfico e pelos próprios bedines.
Brian de Águas Profundas anteriormente lesado pelos raios
do Sol agora se mantinha mais precavido, de hora em hora umedecia
seu pano para impedir uma nova insolação. Todos permaneciam
atentos, pois Ruha informara antes que seu grupo que vinha em direção
a Yassur fora atacado deixando-a como única sobrevivente.
Após algumas horas cavalgando os camelos, o grupo viu ao
longe uma grande formação rochosa. Aquilo poderia
ser um alívio ou não. Aproximando-se vagarosamente
os heróis, aos poucos, adentraram aquele lugar que Ruha alegou
ser um oásis, já que nas rochas se encontrava uma
pequena vegetação rasteira o que determinava a presença
de água no local.
Passaram eles
por um caminho entre as rochas e temiam ser pegos em uma emboscada.
O receio deles estava correto. Mikhail e Kariel, com seus ouvidos
élficos, escutaram um estranho ruído de algo ralando
nas rochas. Era um som que vinha de várias direções
e ele foi aumentando gradativamente. Os elfos alertaram o restante
do grupo fazendo-os desembainhar suas armas e colocando-se em prontidão.
De trás das rochas surgiram répteis semelhantes aos
homens lagartos, mas estes eram bem mais musculosos e tinham uma
barbatana na cabeça. Eles portavam lanças com uma
estranha lâmina na ponta. Cercaram os aventureiros por todos
os lados. Tentaram intimidar com suas línguas de duas pontas
assim como as serpentes, mas sem sucesso porque naquele momento
haveriam de iniciar o ataque, entretanto, de cima de uma rocha apareceu
outra figura, era um humano com trajes folgados e um capuz semelhante
a um turbante na cabeça, sua pele era morena e ele tinha
um cavanhaque. Ele avistou Ruha entre os aventureiros e disse:
"Ruha!
Não me surpreende o fato de estar por trás disso tudo."
"Senti
seu cheiro podre de longe. Não deixaremos você chegar
em Yassur." Respondeu Ruha furiosa.
"Não
faz mal. Tenho outros planos mais interessantes. Ao contrário
de vocês, pois não sairão daqui. Estes répteis
são asabis, são muito mais mortíferos que os
homens-lagartos. Se fosse vocês começa a fazer preces
aos seus deuses."
"Terá
de melhorar suas bravatas zhentarim!" Provocou Storm.
"Pode fugir
para onde quiser Yego. Eu o encontrarei!" Jurou Ruha.
O homem então
recuou sumindo entre as rochas. Era o sinal para os répteis
atacarem.
Kariel, sempre
prudente, preparou uma esfera de fogo e a atirou ceifando a vida
de alguns asabis que tentaram se aproximar. E para surpresa de todos,
Ruha, a bedine harpista, fez o mesmo, revelando assim seus poderes
arcanos ocultos até então. Os demais brandiram as
armas e avançaram rumo aos seus atacantes. Magnus, com sua
Chama do Norte, defendeu uma investida da lança de um dos
répteis conduzindo-a para o lado e depois, com o cabo da
espada, atingiu a cara dele,e por fim finalizou com um balanço
de baixo para cima com sua lâmina e dividiu o crânio
da criatura em dois pela vertical espalhando seus miolos pelo chão.
Galtan não fez diferente, esquivou de um golpe e cortou fora
a cabeça de seu adversário. Brian e Mikhail também
tiveram sucesso contra seus agressores embora ainda não conseguissem
eliminá-los. Kariel conjurou esferas de energia das quais
atingiram alguns asabis atrapalhando-os no combate. Storm, como
se estivesse dançando, aplicou seus golpes com seu estilo
refinado e implacável, sua lâmina perfurava apenas
o pescoço ou o coração das vítimas.
Apesar da vantagem que levavam, os heróis foram surpreendidos
novamente com os novos seres que chegaram ao local de batalha. Tratava-se
se outros répteis controlados por outros asabis como se fossem
feras irracionais. Elas eram enormes e tinham várias barbatanas
nas costas até a cauda. Os asabis os conduziam com a ponta
das lanças como se fossem feras quase incontroláveis.
Kariel novamente, junto com Ruha, atiraram duas esferas em chamas
que explodiram nos novos inimigos. Eles permaneceram avançando
embora fosse visível que haviam sido feridos. O mesmo não
aconteceu com condutores que foram queimados vivos. Galtan e Magnus,
que compartilhavam do hábito de atacarem os inimigos aparentemente
mais poderosos, avançaram em carga atingindo brutalmente
as criaturas. Elas revidaram com suas enormes presas, contudo seus
golpes foram parados pelas armaduras dos guerreiros que, em contra
golpes, os distrincharam e esquartejaram como verdadeiros açougueiros
de guerra. O último que faltava fora destruído pela
combinação dos golpes de Brian e Mikhail. Este último
esmagou o crânio do réptil. Terminado o combate, Storm,
que conseguira capturar um dos asabis, dirigiu-se a Ruha dizendo:
"Ruha,
o que significa isso? Quem é Yego?"
"Eu não
disse nada porque não tinha certeza de quem era. Yego é
um zentharim."
"Mesmo
assim você deveria ter mencionado esta possibilidade. Os harpistas
não trabalham assim."
"Storm,
eu sei muito bem sobre o código harpista, mas Yego fez algo
imperdoável. Deixem ele comigo!" Ameaçou a bedine
olhando nos olhos de Storm com um ódio acumulado e contido.
"Ruha,
se continuar assim a removerei da organização. A vingança
não é objetivo dos Harpistas."
"Se quiser
fazer isso então faça, não deixarei isso me
impedir de destruir Yego." Disse ela se afastando dos outros.
O restante,
presenciando a discussão, apenas se entreolharam sem saber
o que fazer.
Ruha, afastada
do grupo, se apoiou em uma pedra. Fitou o vazio pensando no passado
quando fazia parte da tribo Mtair Dhafir. Sua mãe morrera
quando ela tinha cinco anos e nenhuma das outras esposas de seu
pai não a queriam por achar que ela tinha aptidões
mágicas, algo considerado profano por seu povo. Seu pai então
a deixou sob os cuidados da velha bruxa Qoha'dar. Ela ensinou tudo
que Ruha precisava para ser uma excelente arcana, mas quando alcançou
a idade de dezesseis anos Qoha'dar faleceu deixando Ruha sozinha.
Em uma difícil viagem pelo deserto ela conseguiu voltar para
sua tribo onde seu pai arranjara um casamento para ela com Ajaman,
filho do sheik da tribo Qathan, ao qual a consideraram uma bruxa.
Seu casamento durou apenas dois dias, pois seu marido fora morto
durante um ataque zhentarim e asabis. Ruha escapara do massacre
com Kadumi, um garoto irmão de Ajaman. Fugindo de lá,
ela encontrou Lander, um agente harpista que investigava o avanço
zhentarim da região. Os três tiveram muitas aventuras
juntos frustrando os planos dos zhentarins e infelizmente o menino
Kadumi foi morto por um assassino desconhecido. Em uma assembléia
bedine no oásis de Elah'zad, Ruha pediu aos sheiks que formassem
uma aliança com os harpistas na guerra contra os zhentarins,
entretanto, persistia a superstição deles que não
a aceitavam por ser uma arcana. Mas naquele momento, na frente de
todos, a deusa da água Eldath, apossando-se do corpo de Ruha,
falou com os sheiks para atenderem o pedido dela e formar uma unidade
de coalizão contra os zhentarins. Após isso houvera
uma grande batalha contra os inimigos onde obtiveram grande sucesso.
Porém, Lander fora assassinado pela lâmina envenenada
de um assassino uma noite antes da batalha. Ruha, no intuito de
encorajar os guerreiros bedine, usou um encantamento que permitiu
ficar parecida com Lander e lutar. Ao final, conseguiu destruir
um mago zhentarim que era o líder, mas descobriu que ele
não fora o assassino de Lander nem de Kadumi. Em uma incansável
investigação, Ruha descobriu que um assassino chamado
Yego, que gostava de matar suas vítimas com o veneno de sua
lâmina era o possível assassino de seus companheiros
e de Ajaman. Então foi ao encalço dele.
O grupo investigou
aquele pequeno oásis de Yego e encontrou apenas uma cabana
improvisada que poderia acolher razoavelmente um humano. Storm usou
um de seus feitiços que lhe permitiu se comunicar com o asabis
capturado. Ela ficou sabendo então que Yego estava formando
uma aliança com seres trajados em negro. Com isso, eles suspeitaram
dos vultos de Obscura, principalmente Kariel. Munido apenas com
aquelas informações eles foram conduzidos pelo asabis
que alegou saber de um outro oásis onde poderiam encontrar
Yego e seus novos aliados. Sem alternativas o grupo o seguiu.
A Fortaleza, Finalmente
Ludne,
o cocheiro, foi com sua carroça e seguiu meia hora após
a cidade orc de Urgithor no sentido norte. Na beira da estrada,
um orc os esperava. Ele se trajava de negro e tinha um manto com
um capuz sobre sua cabeça. Ao vê-lo, Ludne diminuiu
a velocidade e estacionou perto dele. Já percebendo a situação
ele disse:
"Não
façam perguntas, sigam-me."
E assim os aventureiros
desceram da carroça e começaram a acompanhar o misterioso
orc deixando Ludne para trás. Eles correram pela floresta
à dentro passando por vários arbustos e árvores.
O orc foi fazendo um caminho confuso como se não quisesse
ser seguido, por isso ele impunha aos demais um ritmo bastante rigoroso.
Entretanto, todos com exceção de Sirius eram adeptos
das florestas, para eles não era difícil acompanhar
a corrida. Sirius, apesar de tudo conseguiu se manter firme até
que finalmente chegaram a uma clareira onde haviam quatro cavalos
preparados pelo orc. Sem demora, eles montaram e continuaram a ser
guiados pelo goblinóide. Durante o percurso, Florin e Limiekli,
rangers experientes, suspeitaram ter ouvido alguém os seguindo,
mas preferiram ignorar o fato. Algum tempo depois, o orc, ao invés
de seguir a estrada em frente, ele entrou por uma folhagem. O grupo
fez o mesmo. Na verdade era uma passagem camuflada por galhos do
qual seria difícil uma identificação por pessoas
comuns. Seguindo pelo novo e secreto caminho os aventureiros puderam
já ver ao longe uma estrutura.
Era um forte
com grandes muralhas de madeira. Acima do portão havia duas
guaritas assim como outras duas nos extremos laterais. Em cada uma
haviam dois goblinóides sempre vigiando e armados com arco
e flecha. O guia fez um sinal para o guarda da guarita e este mandou
que abrissem o portão revelando uma grande fortaleza. A medida
que os heróis disfarçados de orcs penetravam no forte
eles puderam ver dois pequenos campos de plantação.
Trabalhados por escravos, que aravam a terra e eram vigiados por
orcs com chicotes. Mais à frente se encontra uma estrutura
circular que revelou ser depois um centro de treinamento dos orcs
que praticavam seu conhecimento em armas de mão e de longo
alcance. O orc encapuzado os levou até uma pequena construção
de madeira que ficava exatamente no meio do forte. Eles desmontaram
seus cavalos e seguiram o orc por dentro do recinto. Entraram passando
por alguns corredores até chegar em uma sala semelhante a
um gabinete. Nela estavam alguns orcs que, com mapas e desenhos
em panos, elaboravam estratégias de guerra. Entre eles havia
um grande orc de armadura, Florin logo o reconheceu. Era Numoz,
o terrível general orc que raptara Bingo. O ranger e cavaleiro
de Myth Drannor então se tranqüilizou como se estivesse
chegando ao seu objetivo. O grande orc se aproximou deles dizendo:
"Então
Kirrus mandou vocês. Fui informado que são profissionais."
"Quando
poderemos ir para Cormyr." Perguntou Limiekli.
"Quando
provarem suas capacidades aqui no forte. Se fizerem tudo direito
tenho certeza conseguirão boas posições no
exército. Agora vão, vocês serão instruídos
sobre suas atividades."
O grupo então
saiu do que era a base de operações do forte e foram
guiados por um goblin que os levou a uma outra e maior construção.
Esta era retangular com altos muros de madeira. Era um dormitório
enorme onde ficavam os soldados. No térreo se encontrava
um estábulo com vários cavalos a disposição
e nos demais andares apenas quartos. O goblin os instrui a descansarem,
pois no outro dia seriam designados a serviços no forte.
Os quatro aproveitaram o afastamento do goblin para planejar uma
busca para saber realmente se Bingo estava por perto.
"Bom, eu
sugiro que investiguemos o quanto antes, mas não podemos
ir todos." Sugeriu Florin.
"Eu posso
ir, e Dove pode ir comigo. Os feitiços dela podem ajudar
bastante." Se ofereceu Sirius.
"Não,
eu ficarei. Terei de preparar o encantamento que nos faz orcs. Daqui
há algumas horas o efeito acabará novamente."
"Eu irei
com você Sirius. Prometi a Magnus que cuidaria de Bingo."
Disse Limiekli.
"Certo,
mas como fazer para não chamar a atenção?"
"Tenho
uma solução para isso. Posso tornar você e Limiekli
invisíveis. Basta não fazerem barulho. E lembrem-se,
basta fazer um reconhecimento. Entenderam?"
Ambos concordaram
e ficaram invisíveis através da magia de Dove. Limiekli,
o mais sorrateiro, foi na frente. Logo atrás seguiu Sirius
para não perder o passo do companheiro. Desceram as escadas
e saíram do dormitório. Lá fora viram várias
estruturas. Foram em direção a uma delas. Era uma
casa enorme semelhante a um armazém ao qual no telhado era
possível ver três grandes chaminés. Limiekli
logo deduziu que eram forjas. Ou seja, a fortaleza tinha sua própria
forjaria, eles fabricavam suas próprias armas. Para tal deveriam
ter um minério adequado para a produção, então
deveria haver alguma mina por ali. Sirius fez esta dedução
e avistou no extremo norte da fortaleza uma pequena montanha. Nela
havia uma entrada bastante vigiada e com uma movimentação
de carroças que levavam algo para a forjaria. Os dois se
aproximaram tencionando entrar na caverna, mas no caminho viram
outra casa. Limiekli se arriscou e foi ver o que era. Determinou
que ali ficavam a elite dos soldados, pois haviam orcs fortemente
armados e com resistentes armaduras. Sirius por sua vez quis investigar
uma outra estrutura perto da casa de Numoz, mas a caverna estava
mais perto. Eles andaram perto das paredes rochosas da montanha
e então esperaram uma carroça se aproximar. Feito
isso, a acompanharam para aproveitar o ruído que o veículo
fazia cobrindo assim o som de seus passos. Chegaram então
a uma câmara. No centro dela estava um túnel que descia.
Ambos esperaram a carroça com dois orcs ir embora e seguiram.
Desceram por alguns minutos pelo sinuoso caminho até chegar
em uma encruzilhada com mais quatros direções. Sirius
decidiu pegar uma delas e Limiekli foi em outra. O primeiro, de
forma cautelosa, foi andando rente às paredes e entrou em
uma nova câmara. Lá vários escravos homens trabalhavam
sendo obrigados por orcs e goblins armados com chicote. Sirius estava
em uma plataforma que se seguia por toda a borda da câmara,
sendo que no seu extremo oposto seguia outro caminho. Pensou ele
em arriscar chegar até lá, mas poderia chamar a atenção.
Desta forma seria mais sensato voltar e investigar os outros caminhos,
e assim o fez. Coincidentemente, o mesmo ocorreu com Limiekli, pois
ele entrou na mesma câmara que Sirius foi só que no
extremo oposto ao qual o primeiro queria ir. O ranger voltou e comunicou
ao companheiro o fato. Pegaram o terceiro caminho e não encontraram
nada. No quarto, chegaram em um novo túnel que levava mais
para baixo. Ele era mais estreito que os demais. A medida que os
dois foram se aproximando puderam ouvir sons de picaretas batendo
em rochas. Adentraram eles em um nova câmara. Esta era menor
e mais baixa. Talvez seja por isso que quando olharam para os escravos
que trabalhavam perceberam que eram de estatura baixa, inclusive
os carcereiros que eram goblins e kobolds. Haviam mais ou menos
nove escravos, entre eles humanos jovens, um anão, um gnomo
e um halfling. Foi com felicidade que os dois perceberam que era
Bingo o halfling, ele trabalhava como os demais. Estava acorrentado
pelo pé dando golpes com sua picareta nas rochas.
"Sirius,
fique aqui. Eu vou até lá falar com Bingo." Anunciou
Limiekli.
"Tome cuidado."
Os passos do
ranger são extremamente silenciosos, ele está acostumado
a espreitar os animais que geralmente caça. Para isso era
necessário uma técnica muito apurada de aproximação.
Passar por entre os goblinóides e chegar em Bingo foi muito
simples para ele.
"Bingo!
Sou eu Limiekli." Sussurrou o ranger no ouvido do halfling.
"Hein!"
Um kobold ouviu
Bingo se surpreender. Mas o halfing continuou trabalhando para não
chamar a atenção. Então Limiekli tentou de
novo.
"Bingo,
sou eu Limiekli. Estou invisível."
"Limiekli.
Onde estão os outros?" Sussurrou também o halfing.
"Estão
aqui na fortaleza também. Diga como podemos libertar você."
"Há
noite, nós somos recolhidos para dormir. É uma casa
perto da caverna."
"Atrás
da casa de Numoz?"
"Isso mesmo."
"Então
fique tranqüilo garoto, nós vamos tirar você e
quem pudermos daqui."
O ranger se
afastou do mesmo modo que veio e se juntou ao seu colega que foi
informado de tudo que falaram. Voltaram para o dormitório
do mesmo jeito que entraram e se reuniram com Dove e Florin.
"Vamos
libertar os prisioneiros à noite. É a nossa chance."
Opinou Limiekli.
"Acho mais
prudente fazermos isso amanhã. Assim terei como preparar
mais feitiços que nos ajudarão no resgate." Disse
Dove.
"Minha
esposa está certa. Além disso acabamos de chegar.
Eles podem estar de olho em nós." Concordou Florin.
"Então
vamos dormir, ou pelo menos tentar." Assentiu Sirius.
Os aventureiros
então resolveram descansar para o dia posterior, pois já
era noite. Dove ficou preparando novos encantamentos. Três
horas depois, eles começaram a ouvir um estranho ruído
de balbúrdia lá fora. Dove, que estava acordada, chamou
o marido. Sirius e Limiekli, no quarto ao lado, também ouviram.
Limiekli desceu para ver o que era. Alguém tentava arrombar
o portão principal. Pelo barulho, era algum aríete
movido por um exército. Todos no forte ficaram de prontidão,
inclusive os guardas das minas. Fora uma tremenda correria. Os orcs
rapidamente, sob ordens de Numoz, armaram-se e se dirigiram a entrada
da fortaleza. Foi quando finalmente os portões foram abaixo.
Os invasores entraram à toda, mas receberam muitas flechadas
dos sentinelas das guaritas. E estes também foram alvejados
e mortos. Eram orcs armados e trajados com armaduras. Eles ostentavam
o símbolo de Urgithor. Limiekli rapidamente subiu ao dormitório
e informou os companheiros: "Pessoal, a guarda de Jodrus está
atacando o forte."
"Perfeito,
é a nossa deixa para libertarmos os outros." Disse Sirius
já terminando de se equipar. Os quatro foram a toda velocidade
para a prisão. Chegando lá, aproveitaram a confusão
e mataram os dois guardas que tomavam conta da casa onde estavam
presos os escravos. Sirius pegou as chaves e foi abrindo todas as
portas. Ao ver Bingo, ele disse "Vamos Bingo, é nossa
chance de sairmos daqui."
"Sai pra
lá seu orc maldito! O que você quer com a gente agora?"
Disse o indignado halfling, pois Sirius havia se esquecido que estava
na forma de orc e parecia uma ameaça ao amigo.
"Bingo,
sou eu, Sirius. Estamos nessa forma através de magia."
"Mentiroso,
o que você fez aos meus amigos? Saia daqui!"
"Dove,
não temos tempo para isso. Me faça voltar a forma
normal."
"Você
pode fazer isso. Basta desejar."
E assim o guerreiro,
através de sua força de vontade, adquiriu sua aparência
original surpreendendo a todos que estavam ali.
"Sirius,
é você mesmo?"
"Sim pequeno.
Vamos, não temos tempo para confabular."
Então
todos os escravos foram reunidos e começaram a sair do recinto.
Entre os presos estava uma elfa que ajudava as crianças.
Todos foram em direção ao muro lateral que era muito
alto para pularem. Então Dove usou um feitiço que
quebrou uma das tábuas que formava a muralha. O espaço
era suficiente para passarem. Quando ela começou a ajudar
aos outros saírem dali, três guardas orcs e um feiticeiro
viram tudo e se aproximaram. Ela conjurou algumas esferas de energia
que atingiram o feiticeiro no momento em que este ia disparar um
feitiço. Sirius e Florin começaram a lutar contra
os guardas. Limiekli foi até o dormitório para pegar
cavalos. Florin decepou a cabeça de seu oponente enquanto
Sirius incapacitava o outro. Dove conjurou outro feitiço
e dizimou o feiticeiro com uma bola de fogo que explodiu em chamas.
Foi o tempo em que Limiekli voltava com alguns cavalos para ajudar
na fuga. Todos passaram pelo vão criado por Dove na muralha.
Em outro lugar, dois generais se digladiavam, ambos com convicções
diferentes. Um almejava um território na guerra contra Cormyr.
O outro sentiu-se insultado com os de sua raça serem submissos
a um humano ambicioso. Eles estavam montados em cavalos, um de frente
para o outro. Os cavalos dispararam em direção oposta.
Numoz com seu enorme machado e Jodrus com sua imensa espada. Houvera
um choque espetacular, os soldados de ambas as partes pararam por
instantes para entender o que aconteceu. O cavalo de Jodrus freou,
em cima dele permanecia o rei intacto. O cavalo de Numoz fez o mesmo,
mas o corpo que estava montado estava sem vida, pois sua cabeça
jazia ali no chão e em seguida fora pisoteada pelo exército
rival que continuou o embate até dilacerar todos os integrantes
da Ambição de Shargrass.
O Sítio Arqueológico
Foi
uma pequena viagem de duas horas pelo deserto, guiados por um asabis.
No percurso, Ruha ficara calada o tempo todo tentando se recompor
após ter encontrado o seu motivo de tanto ódio, Yego,
um zhentarim assassino. O restante do grupo também não
trocou muitas palavras, pois queriam poupar o fôlego diante
de um sol escaldante. Foi quando finalmente viram ao longe uma nova
cadeia de rochedos. Entraram nela precavidos em relação
a uma nova emboscada, mas nada aconteceu. Porém, Mikhail
avistou bem distante uma cabana. Talvez fosse um acampamento. Kariel,
usando sua invisibilidade costumeira, aproximou-se e percebeu que
era realmente um pequeno acampamento. Nele haviam mais ou menos
cinco pessoas trajadas em negro e capuzes. O elfo informou a situação
ao grupo que resolveu abordá-los abruptamente deixando-os
confusos. E assim aconteceu, quando todos eles foram correndo na
direção dos seres negros. Não houvera tempo
para diálogos. Quando já estavam perto, os heróis
finalmente identificaram seus adversários, eram vultos. De
forma humanóide, com a pele escura e os olhos totalmente
brancos, os vultos pareciam sombras sólidas. Eles sacaram
estranhas espadas e foram em direção aos aventureiros.
O choque de lâminas fora inevitável. Kariel, na intenção
de experimentar uma suspeita, conjurou suas esferas de energia tentando
ferir um dos oponentes, mas não obteve sucesso. "Será
que os vultos não são afetados pelo poder da Ondulação?"
pensou Kariel. A batalha fora muito fácil para o grupo, não
se sabe se porque aqueles vultos eram apenas sentinelas comuns ou
algum outro motivo, mas estavam certos de uma coisa, os vultos podiam
sangrar e morrer. Terminado o combate, eles investigaram as cabanas
e encontraram apenas pedaços de objetos como colunas, paredes,
vasos e outras coisas comuns em uma estrutura feita em pedra. Este
objetos se encontravam dentro de caixotes bastante protegidos.
"Mas qual
o interesse deles nessas pedras velhas?" Perguntou Galtan.
"Talvez
queiram resgatar o passado deles. Segundo Khelben, Obscura era um
enclave de Netheril. Talvez estejamos em cima de uma cidadela submersa."
Explicou Storm.
Ali perto, se
encontrava uma caverna que estava guardada por outro sentinela,
mas esse, quando viu os aventureiros correu e desapareceu caverna
à dentro. Storm deixou o asabis preso em uma das cabanas
e então o grupo, sem alternativas, adentrou a caverna para
descobrir aquele mistério todo.
Esta
história é uma descrição em teor literário
dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé
em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.
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