Os Últimos Dias
de Glória
O que é RPG
Página Principal
A Comitiva da Fé
Definição
Histórias
Última História
Personagens
Jogadores
Galeria de Arte
Diversos
Forgotten Realms
 Definição
 Geografia 
 Divindades
 O Mundo
 Organizações
 Personagens
Artigos
 Galeria
Suplementos
Autores
Site
 Matérias
 Downloads
 Notícias
 Parceiros
Links
 Sobre o Site
 Glossário
 Créditos
Mensagens Arcanas
E-mail


powered by FreeFind


O Arquiteto da Destruição

Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.


Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação Especial: Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.


O Arquiteto da Destruição

A Gênese do Império da Magia     

     Em uma época muito distante na história de Faerûn existiam sete vilas pesqueiras que um dia resolveram se unir. O rei xamã de uma das vilas foi eleito o líder, ele era conhecido por Nether o Ancião. Sendo o rei das sete vilas, nomeou aquele novo reino de Netheril, que significa 'As Terras de Nether'. Com isso ele também criou um calendário onde os anos eram referenciados aos Anos de Netheril. Anos depois foi implantada em Netheril uma democracia onde os líderes das cidades empregavam o poder do voto para as decisões do reino criando assim o Conselho de Sete-Cidades. Quarenta anos depois da formação de Netheril, os elfos de Earlanni aproximaram-se do povo do reino e criaram laços de amizade. Até então os elfos eram uma das únicas criaturas dos reinos que abrigavam o conhecimento da magia. Portanto o amigo mais novo de Nether, o Ancião, Therion Gers, se tornou o primeiro mago humano de Netheril.

      No ano 326 de Netheril ocorreu algo que mudaria totalmente a história do mundo, a descoberta dos Pergaminhos Nether. Era uma coleção de 100 pergaminhos que possuíam um conhecimento inimaginável sobre a magia. Após este evento, Netheril transformou-se em um império de magia que se consolidou na Era Mythalar quando Ioulaum, um dos grandes arquimagos da história, desenvolveu uma técnica que possibilitou armazenar a mais pura energia mágica em cristais resistentes. Assim, mais tarde, para evitar a invasão de orcs em sua cidade, Ioulaum usou seus conhecimentos com o mythalar e colocou sua cidade aos céus fazendo-a flutuar. Anos mais tarde outros arquimagos repetiram o feito de Ioulaum e levantaram suas cidades de modo que ficassem seguros contra ameaças de invasão por parte de criaturas hostis. Deste modo Netheril passou a ser um país de cidades flutuantes as quais eram denominadas Enclaves, onde cada uma delas tinha como dono o arquimago que a colocou no céu. Mas ainda assim continuavam obedecendo ao Conselho de Sete-Cidades.

      Séculos depois nasceu um homem que talvez tenha sido o arcano mais poderoso dos reinos. Ele, assim como Ioulaum, revolucionou as artes místicas. Seu nome era Karsus, e já aos dois anos de idade começara a conjurar magias. Aos 22 anos, elevou-se a arquimago quando ao criar um mythalar, desenvolveu seu próprio enclave nos céus. A nova cidade, além das residências e estabelecimentos tinha como característica as academias de magia onde o próprio Karsus era um professor.

Em Busca dos Mythalares

      A equipe de heróis composta por Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Dove e Florin Garra de Falcão, Storm Mão Argêntea, Brian o Mestre das Espadas, Galtan e a Comitiva da Fé haviam conseguido adentrar em Obscura, o Enclave dos Vultos. Disfarçados de vultos pelo sortilégio de Khelben eles se esconderam no lar do 'obtuso' Nessen. Mas agora teriam de partir. Como fora feito antes, mais uma vez aqueles aventureiros, que muitas batalhas haviam travado juntos, novamente se separariam, divididos por diferentes missões e destinos. Partiam para destruir os mythalares, pedras carregadas da mais pura energia mágica, e mantinham a cidade inimiga de Obscura flutuando, inatingível e ameaçadora, acima dos céus e das nações de Faerûn.

      Antes que os três grupos se afastassem, quis Khelben Arunsun, arquimago de Águas Profundas, fazer uma derradeira preleção:

      "Lembrem-se, Escolhidos da Deusa: concentrem-se e usem a dádiva do Fogo Prateado para afastar temporariamente a magia da área onde estão os mythalares. Em seguida, com os poderes do cristal desativado, os destruam o quanto antes e usem seus encantamentos para fugir. Os magos, ao combaterem, devem usar magias baseadas na luz, fraqueza dos vultos."
      "Khelben...", interrompeu Kariel, incomodado como uma dúvida. "...quando os mythalares falharem, a cidade cairá. Desta forma mataremos assim todos os seres vivos que aqui habitam! Segundo sei, os enclaves da época de Netheril ruíram de forma semelhante e seus habitantes assim pereceram."
      "Obscura não cairá de vez, Kariel. Além disto, creio que os vultos têm artifícios para evitar que sua cidade seja destruída. Eu mesmo estarei atento para evitar uma catástrofe, que não é o nosso objetivo. Não temos tempo para aulas de História agora, mas saiba que nem todos os enclaves de Netheril pereceram. Alguns ainda existem como cidades comuns, ainda que não mais possuam traços da sua avançada cultura ancestral."
      "O que me preocupa é como vamos entrar nestes complexos. Não creio que qualquer vulto seja admitido na Catedral, na Torre Real ou na tal Cúpula.", disse Dove.
      "Observem e usem da criatividade. Investiguem a melhor forma de entrar.", disse simplesmente o arquimago Khelben.
      "E cuidado ao usar a magia. Devem haver algum tipo de proteção. Duvido que um encanto de teletransporte nos faça entrar.", advertiu Laeral.
      "Mais alguma dúvida?", perguntou Khelben.
      "Só quero saber se podemos partir agora!", disse ansioso Galtan, o cavaleiro.
      "Bem... antes de ir gostaria de dizer que foi muito bom lutar ao lado de vocês. Não sou tão poderoso e experiente e não sei se vou sair dessa.", disse Limiekli, despedindo-se.
      "Não se preocupe. Mystra estará conosco!", disse Mikhail, clérigo da Deusa da Magia
      "Vamos. Nosso tempo é curto. Boa sorte a todos!", disse por fim, Khelben, encerrando aquela conversa.

      Os heróis então pediram proteção aos seus deuses e se dividiram nas estreitas ruelas daquele bairro sombrio e estranho, tendo como guia anotações feitas a partir do mapa conseguido por Dove. Caminharam por cerca de duas horas e a medida que o faziam, viam as pequenas construções serem substituídas por outras maiores e as ruas alargarem-se, até chegarem em uma praça central, de onde partiam três grandes caminhos. Segundo o mapa, o que rumava para oeste levaria até a Catedral de Shar, o caminho ao norte, à Torre Real, e o do leste iria até a Cúpula dos Deterministas. E assim foram os três grupos.

A Cúpula

      Dove, Florin, Limiekli e Mikhail andaram na direção norte, depois oeste. Subiam uma íngreme ladeira, quando avistaram algumas pequenas charretes, de cabines abertas, estacionadas na ampla via, com obtusos como cocheiros e estranhos répteis quadrúpedes, que serviam como montarias semelhante aos cavalos. Ao que parecia, vendiam serviços de transporte aos que desejavam percorrer com mais conforto o caminho à frente. Limiekli pediu a Dove algum dinheiro e ela deu-lhe o que havia sobrado da compra do mapa. O ranger, aproximou-se de um dos cocheiros.

      "Vende transporte por esta ladeira?"
      "Sim."
      "Quanto me custará?"
      "Duas peças.", respondeu o obtuso, que olhou para os companheiros de Limiekli mais ao longe. "Sendo quatro pessoas, teremos de ir em duas charretes. Somente há lugar para dois! Vocês não costumam vir sempre aqui, costumam?"
      "Não se pudermos evitar!", disse desconversando. "Tome as quatro peças e vamos logo!"

      Os aventureiros se aproximaram e se dividiram nos dois transportes e seguiram em frente. Após alguns minutos, acabou-se a subida e as charretes pararam em uma praça plana. A volta dela, haviam grandes casas muradas, que ostentavam brasões em seus portais e em seu centro, monumentos bizarros e plantas cinzentas formavam um estranho e triste jardim. Poucos vultos andavam naquelas ruas, mas havia algum movimento de charretes. Viram quando passou por eles uma levando um vulto com um traje de características militares. Resolveram então percorrer o mesmo caminho que este fizera e entraram em uma larga rua. Após algum tempo, a rua abriu-se em outra praça, maior do que a que estavam. Lá, um prédio imponente dominava o ambiente: uma grande construção em forma de redoma. Haviam descoberto a Cúpula dos Deterministas.

      Observaram vultos com trajes elegantes e soldados, alguns com roupas idênticas às que vestiam os aventureiros, entravam e saiam do edifício. Répteis alados voavam e pousavam na parte superior de uma construção próxima. Havia também alguns outros vultos, com armaduras, que entravam pelo portão principal da Cúpula. Como o aceso parecia livre, resolveram entrar.

      Ao entrarem na Cúpula, encontraram uma grande sala e dela partiam corredores. Existiam muitas estantes, livros e papéis. Em algumas mesas, vultos despachavam demandas de outros vultos e alguns deles escreviam. Foram pelos corredores, guiados por Dove, que como Escolhida de Mystra, podia sentir a poderosa emanação mística do mythalar, que parecia vir de algum lugar nos subterrâneos do edifício. Desceram algumas escadas e andaram até chegarem em um corredor, que terminava em um portão guardado por dois sentinelas. Saíram das vistas dos guardas e pararam para planejar a melhor maneira de entrar.

      "Podíamos simplesmente matar aqueles guardas e entrar!", sugeriu Limiekli.
      "Isto poderia causar muito barulho, atraindo a atenção. Temos que pensar em algo mais seguro.", ponderou Mikhail.
      "Você poderia ir invisível e imobilizá-los, Limiekli.", sugeriu Dove. "...e nós então nos aproximaremos e os eliminaremos."

      Acordaram que esta seria a melhor solução. Assim o ranger foi encantado pelas artes de Dove e seguiu invisível, sem fazer ruído, até estar bem próximo dos sentinelas. Repentinamente, então, conseguiu prender os vultos com seus braços, ficando novamente visível. Enquanto os soldados se debatiam para libertarem-se de Limiekli, surgiram Dove e Florin, e com suas lâminas precisas e rápidas, atingiram mortalmente os vultos, que caíram inertes no chão. Florin vasculhou os pertences dos soldados mortos e encontrou a chave que abria o portão. Penduraram os cadáveres dos vultos pelas suas vestes em pinos de escalada fixados na parede, de modo que aqueles que passassem ao longe, pensassem que estes ainda estavam de pé. Em seguida, abriram o portão e desceram outras escadas. Lá embaixo havia mais um corredor que levava a uma outra porta guardada por mais dois vultos. Dove não poderia executar mais encantamentos como fez com Limiekli, então conjurou outro feitiço que a fez se movimentar com bastante rapidez. Ele foi em disparada em direção aos dois sentinelas vultos e desferiu golpes mortais com sua espada. Atravessou o coração do primeiro enquanto o restante do grupo chegou e neutralizou o outro, ceifando suas vidas. Novamente encontraram outra chave e abriram o portão. Após ele havia um outro corredor, mas logo após ele uma outra porta, mas em guardas.

      Neste momento, Dove ouviu em sua mente, palavras de uma voz familiar

      "Dove! Você está próxima ao objetivo?"
      "Khelben... ainda estamos tentando localizar a sala do mythalar.", respondeu.

      Um instante depois, uma surpresa. Abriu-se no piso um fosso. Mikhail e Limiekli, que iam à frente, caíram uma altura de 4 metros. Machucaram-se levemente. Em seguida, um estranho gás saiu das paredes daquele fosso, Limiekli e Mikhail caíram desacordados. Dove e Florin fizeram um grande esforço para carregar os corpos dos dois. A guerreira abriu a outra porta e assim todos entraram em uma ampla câmara circular, iluminada fracamente. Podia-se ver no chão cinzento, desenhos geométricos e desconhecidos, marcas de um ritual ou apenas uma decoração bizarra. No centro da sala, cristais partiam do chão como espinhos voltados para cima. Um deles se iluminava com uma energia azulada.

      "Por Mystra! Que energia poderosa! É o mythalar, sem dúvida!"
      "Faça o que tem que fazer logo, Dove. Vamos protegê-la!", disse Mikhail, pegando o seu martelo e colocando-se a frente da heroína. Os demais também sacaram de armas: Florin tomou sua espada e Limiekli o arco e a flecha.

O Estudo das Sombras

      Certa vez, um jovem, adentrou uma das academias de magia de Karsus obstinado a se tornar um grande mago. Nos anos que se decorreram ele foi aprendendo a arte arcana com muito afinco de modo que não houve algo difícil de se assimilar. Diferente dos outros estudantes que se interessavam muito pelas descobertas de Ioulaum, o jovem desenvolveu um estranho fascínio por algo comum até mesmo para as pessoas não-arcanistas, as sombras. Ele tinha uma idéia sobre as sombras que não era explorada por outros magos, por isso desde cedo iniciou uma importante pesquisa que resultou na descoberta de uma dimensão onde só haviam sombras. Ele a denominou Semiplano das Sombras. Devido a sua obsessão pelas sombras o jovem ficou conhecido como Lorde Sombra.

      Após muitos anos de pesquisa, Lorde Sombra publicou seu trabalho, porém muitos arquimagos acharam este tipo de pesquisa muito perigoso assim como qualquer outro estudo sobre os Planos. Deste modo Lorde Sombra foi exilado da academia, assim como outros pesquisadores dos Planos. Entretanto, Karsus leu o trabalho de Sombra e o chamou:
      "Meu jovem, este trabalho é seu?" Perguntou Karsus logo depois que Sombra entrara em seu gabinete.
      "Sim, isso é resultado de minhas pesquisas sobre as sombras. Mas infelizmente os arquimagos não gostaram e me expulsaram da academia."
      "Eu achei muito interessante, porque não discutimos sobre ..." Disse Karsus quando foi interrompido por seu servo.
      "Milorde, o senhor Ioulaum deseja falar-lhe."
      "Espere aqui Lorde Sombra, tenho que resolver algo."

      Na ausência de Karsus, Sombra apreciava as obras de arte que estavam no gabinete até que algo lhe chamara a atenção em cima da mesa. Haviam muitos papéis, eram em sua maioria documentos. Um deles falava sobre os Pergaminhos Nether. Sombra ficou muito nervoso quando viu aquele nome, pois sabia ele que os Pergaminhos Nether são a chave para o conhecimento supremo da magia. Ele leu o documento e descobriu que se tratava de uma mensagem de Karsus para o Conselho de Sete-Cidades pedindo emprestado os Pergaminhos Nether remanescentes. Muitos desses pergaminhos foram roubados nos últimos séculos. Sombra leu toda a mensagem e colocou o documento de volta no lugar. Assim que Karsus retornou ele mencionou seu interesse nas pesquisas de Sombra.
      "Como eu estava dizendo, eu achei interessante suas pesquisas em outros planos. Acho que posso ajudá-lo de alguma forma."
      "Como deseja me apoiar?"
      "Vou patrocinar sua pesquisa em troca dos resultados dela. Concorda?"
      "Sim, não me importo em compartilhar esse conhecimento com o senhor."

      Sombra entrou em acordo com Karsus e retornou a sua morada. Dias depois todos em Netheril receberam a notícia de que foram roubados os últimos Pergaminhos Nether. Apesar de serem levados por uma caravana de 100 guerreiros e alguns magos os pergaminhos desapareceram misteriosamente. Após alguns anos, Lorde Sombra, já com seu enclave erguido ao qual ele denominou de Obscura, finalmente fez suas primeiras viagens aos outros planos. Em especial ao Semiplano das Sombras.

A Catedral

      Storm, Kariel, Magnus e Sirius percorreram as ruas na direção leste da cidade de Obscura, orientados pelo mapa, decalcado no diário do mago elfo da Comitiva. Chegaram também a uma ladeira, mas como nesta não havia serviço de transporte, seguiram andando. Viram poucos vultos, porém um bom número de obtusos andando nas ruas. Chegaram também a uma ampla praça, onde avistaram um prédio grandioso, de formato quadrangular, sustentado por diversas colunas. Acima do grande portão de entrada, que se encontrava aberto e por onde entravam diversos vultos, jazia imenso um símbolo: um círculo negro de bordas púrpuras.

      "O símbolo de Shar!", reconheceu Kariel.
      "Esta deve ser a Catedral.", concluiu Sirius.
      "Parece não haver impedimentos à entrada. Então vamos ver o que há por dentro!", disse Storm.

      Entraram na Catedral de Shar. Centenas de vultos estavam no amplo prédio. Alguns guardas, armados com alabardas, também foram avistados, porém pareciam somente observar a multidão, como prevenção à algum tipo de tumulto. Os quatro heróis seguiram por um corredor que os levaram a um grande salão lotado de vultos fiéis à Deusa da Escuridão e da Noite. No centro, em um alto pedestal, estava à discursar para multidão um vulto com roupas sacerdotais, que bradava a glória do retorno de Obscura a Faerûn. Atrás dele havia uma estátua de uma figura feminina e sombria, que simbolizava sua deusa.

      Os heróis, em meio à multidão, procuravam uma porta, um corredor, algo que os levasse ao interior daquele edifício. Notaram, em uma parede ao fundo, uma sacada sustentada por colunas. Talvez este fosse o caminho para um nível superior.

      "Storm... Criarei uma ilusão e poderemos subir por aquela sacada .", disse Kariel, em um sussurro que ecoou na mente de Storm, graças às dádivas da deusa Mystra, que ambos compartilhavam.

      A Barda do Vale das Sombras aproximou-se então do mago da Comitiva e perguntou-lhe, em voz baixa.

      "Como seria esta ilusão?"
      "Farei com que vejam aquela parede justamente como está agora, sem as nossas imagens. Enquanto isto, subiremos e alcançaremos aquele nível superior."
      "Está bem. Faremos isto quando o culto estiver terminando e nossa movimentação puder ser menos percebida."

      Os aventureiros ficaram nas proximidades da sacada e quando a celebração terminou, Kariel aproveitou e lançou seu encanto silenciosamente. Ocultos pela ilusão, Storm e Kariel usaram de encantos de levitação e levaram para cima junto consigo Magnus e Sirius. A sacada era na verdade parte de uma sala cujo centro era vazado e de onde se via o piso de outra sala localizada no andar inferior. Havia também um corredor que seguia a direita.

      "Está sentindo a mesma coisa que eu, Kariel?", perguntou Storm.
      "Sim. Existe uma forte emanação mágica abaixo e outra bem menor por este corredor."
      "Sugiro investigarmos as duas e nos encontramos aqui. Irei para baixo, você pode verificar o corredor."
      "Feito, Storm. Por favor, Sirius e Magnus, aguardem nossa volta!"

      Storm pulou para a abertura no centro da sala e caiu suavemente no piso do aposento inferior, enquanto Kariel tocou o seu elmo, acionando um encanto de invisibilidade, e foi percorrendo o corredor.

      O mago da Comitiva encontrou um portão, guardado por dois vultos armados. Aproximou-se silenciosamente em direção àquela entrada. Sentia que era dali que emanava a magia detectada anteriormente. Tocou a mão na porta e tentou perceber mais sobre os encantamentos que agiam naquele lugar. Existiam proteções contra encantamentos na porta e além dela, muito provavelmente, um portal. O elfo então resolveu voltar para informar os demais, antes de tomar quaisquer atitudes. Chegando nas proximidades da sacada, encontrou os três companheiros e dirigiu-se à Barda do Vale das Sombras, que também já havia retornado.

      "Storm. Descobri uma porta neste corredor, guardada por dois sentinelas. Ao que parece, dentro da sala que ela protege existe um portal."
      "Eu desci e senti a emanação do mythalar mais forte abaixo de nós, mas não encontrei nenhuma entrada."
      "O portal! Ele deve nos levar até lá.", conjecturou o elfo de cabelos azuis. "Teremos que passar pelos sentinelas!"
      "Não se preocupe, Kariel. Nós acabaremos com eles!", afirmou Magnus, confiante.
      "Um momentinho. Lutar com estes caras vai chamar a atenção. Daqui a pouco estaremos cercados!", comentou Sirius.
      "Poderei ajudar. Após o meu sinal, vocês podem atacar!", disse Storm.

      Storm tocou na fivela de seu cinto e acionou suas propriedades mágicas e, com as mãos deu o sinal para que Sirius e Magnus avançassem. Os dois surpreenderam os sentinelas e rapidamente conseguiram derrotá-los. Tudo isto sem que se fosse ouvido um passo, ruído de metal ou grito, graças ao encanto conjurado pela aventureira. Magnus encontrou a chave do portão com um dos guardas mortos e cuidadosamente abriu a fechadura.

      A câmara revelada era circular, desprovida de móveis ou decoração, iluminada por um globo preso ao teto, de onde partiam a luz púrpura comum em Obscura. No centro, como se houvesse uma fenda na realidade, havia um portal mágico acionado que brilhava em várias tonalidades de energia.

      "Vou experimentar o portal.", ofereceu-se Kariel. "Se houver algum problema, me comunicarei com você, Storm! Se não retornar ou não responder, procurem outro acesso ao mythalar e não percam tempo tentando me encontrar."

      E o elfo entrou no portal. Desaparecendo das vistas de todos. Storm ouviu uma voz em sua mente. Aguardava a mensagem do companheiro que acabava de deixar a sala, mas a conversa vinha de outro mago.

      "Storm! Como estão as coisas aí na Catedral?"
      "Khelben. Encontramos um portal que poderá nos levar ao mythalar."
      "Storm!", desta vez era Kariel. "Estou em um corredor e não há perigo aparente."

      Storm pediu que Magnus e Sirius entrassem no portal e em seguida o atravessou. Do outro lado, encontraram o mago elfo. Estavam em um pequeno corredor de pedras cinzentas, recortadas em imensos blocos. Andaram pouco e chegaram à uma sala circular. No centro dela, em meio a desenhos no chão, cristais despontavam do piso. Um deles brilhava em azul celeste.

      "Este é o mythalar!?"
      "Sim, Magnus! É este. Posso sentir!", confirmou Kariel.
      "Não pode ser assim tão fácil! Nunca é tão fácil assim.", disse Sirius sacando sua espada, desconfiado.

      Sirius tinha razão. Um porta mágica se abriu perto do mythalar e dele saiu um vulto com trajes sacerdotais.

      "Infiéis! Essa sala é proibida! O preço dos seus pecados é a suas vidas!". Depois dito, um outro portal se abriu e dele saiu um vulto guerreiro, de bela armadura e uma grande espada de metal negro.
      "Invasores! Serão punidos!", bradou o inimigo recém-chegado.
      "Kariel!", voltou-se Sirius para o amigo. "Se você sobreviver, diga a minha irmã que eu a amo!". E assim correu, espada em punho, na direção ao vulto armado, começando a batalha para destruir o mythalar.

A Salvação Antes do Desastre

      Onze anos haviam se passado desde que Karsus resolveu financiar as pesquisas de Lorde Sombra. Este último publicou o resultado de seu trabalho em um livro chamado Sombras: A Coesão Palpável de Realidades Corporais Sem Formas. Uma semana depois, Karsus convidou vários arquimagos de outros enclaves para uma festa celebrando a publicação do livro.
      "Lorde Sombra, suas pesquisas foram fascinantes. São muito melhores que as anteriores." Disse um dos arquimagos que outrora repudiou o trabalho de Sombra.
      "Sugiro iniciarmos viagens a outros planos imediatamente. Devem haver muitos conhecimentos à nossa espera." Disse outro arquimago.

      Lorde Sombra sentou-se à mesa, pegou uma taça de vinho, bebeu um gole e pensou "Idiotas pomposos! Antes renegaram meus trabalhos porque tinham medo do desconhecido. Agora dão tapinhas nas minhas costas. Tolos! Não sabem eles que estão prestes a serem destruídos.". Lorde Sombra deu um sorriso no canto da boca recordando-se do acontecimento incrível que lhe ocorrera quando viajava no Semiplano das Sombras. Anos antes, ele e mais alguns assistentes, em um spelljammer, se transportaram magicamente ao Semiplano das Sombras. Era um lugar onde a luz não existia, apenas brumas negras que vagavam em um cosmo negro sem limite. Após dias de viagem, no tempo cronal do Plano Material, o Lorde, através de feitiços que lhe permitiam ver na escuridão, avistou um imenso vórtice à frente. Ele conjurou vários encantamentos para determinar o que era aquilo mas nada descobriu. Parecia um tornado negro com tons de cinza e púrpura. De repente a nau mágica começou a ser tragada pelo vórtice. Os tripulantes ficaram bastante assustados com aquilo e foram sugados para fora da embarcação dando gritos tenebrosos como se algo os tivesse devorados. Apenas o Lorde Sombra conseguiu permanecer na nau até que ela foi atraída para o centro daquele tornado. Ao chegar lá, o spelljammer parou e uma presença surgiu. Era uma essência sombria com olhos púrpuras. Sombra a vislumbrou para tentar entender do que se tratava. A figura então disse em um voz feminina suave:
      "Lorde Sombra, aquele que ama as sombras, eu o convoquei aqui."
      "Mas quem é você?" Perguntou o arquimago ainda muito assustado enquanto energias indefiníveis circulavam em uma tremenda velocidade ao redor da nau e da figura sombria.
      "Logo você saberá. É um amante das sombras. Faça o que eu disser e será o primeiro a ser agraciado pelo poder das sombras."
      "Poder das sombras? Sim, por favor! Qual é o segredo das sombras?"
      "Siga meus desejos e será o primeiro a controlar o poder da Ondulação Negra."
Lorde Sombra, muito emocionado como se tivesse esperado por aquele momento em toda sua vida, ajoelhou-se e clamou "Eu te obedeço a partir de agora. Diga-me, como posso adquirir tal poder?"
      "Antes, você deve saber o que vai acontecer. Aquele que é considerado o mais poderoso arcano em seu povo desencadeará a destruição de todos. Portanto, Lorde Sombra, traga todo seu reduto para este plano antes da catástrofe, mas antes, para assegurar que seus inimigos serão realmente destruídos mate o profeta."
      "Mas quem é o profeta?"
      "Aquele que tentará avisar o causador da destruição de seu erro. Agora retorne e cumpra minhas ordens."

      Após essas lembranças, Lorde Sombra terminou de beber seu vinho e se levantou. Pegou seu manto, despediu-se de todos e falou com Karsus.
      "Eu gostaria de lhe agradecer mais uma vez por ter acreditado nas minhas idéias."
      "Não precisa. Todos nós lucramos com isso não é mesmo?"
      "Sim. Karsus, eu queria avisar, eu ..."
      "Quer me dizer algo Lorde?"
      "Não, não era nada. Nos veremos em breve."

      Ao chegar em Obscura, Lorde Sombra iniciou seus preparativos para cumprir as ordens da misteriosa entidade sombria. Isso levou dois anos até que finalmente Sombra construíra um mythalar que levaria todo seu enclave para o que agora ele denomina de Plano das Sombras. Ele poderia partir quando quisesse, mas tinha de fazer algo antes de ir embora. Anteriormente, Lorde Sombra, ordenou que um dos seus alunos vigiasse todos aqueles que iam em direção ao Enclave de Karsus. Num certo dia, seu aluno lhe informou que alguém de nome Terraseer tinha enviado uma mensagem a Karsus combinando uma visita urgente. Lorde Sombra imediatamente rumou para o Enclave de Karsus através de magia e lá ficou esperando. Terraseer havia chegado e Lorde Sombra o abordou dizendo que era um amigo pessoal de Karsus. Terraseer estava muito nervoso e queria falar com Karsus imediatamente. Sombra o conduziu a uma sala reservada e disse:
      "Por favor acalme-se Terraseer. Karsus está um pouco ocupado agora. Por que não diz o que está acontecendo?"
      "São estes últimos acontecimentos, eles precedem uma grande tragédia." Disse o velho.
      "Você fala do desaparecimento de Ioulaum?"
      "Também, mas existem outras coisas. Os phaerimns, eles.."
      "Terraseer, Karsus disse que resolverá o problema dos phaerimns. Não tema. Conte-me o que está havendo.", pediu Lorde Sombra e ordenou que um criado trouxesse chá ao convidado.
      "Muito bem, eu contarei a você e espero que me ajude a convencer Karsus. Eu vi algo em minhas visões, elas mostram a imagem de Karsus fazendo alguma coisa que vai nos destruir a todos. É algo relacionado com a deusa Mystril. Nós temos de avisá-lo."
      "Mas você tem certeza disso?"
      "Absoluta, eu nunca errei em minhas precognições."

      A face de Lorde Sombra mudou de repente. Sabia que aquele era o profeta ao qual a essência sombria havia mencionado e tinha de fazer algo. Sombra conseguiu manter Terraseer ali até que o criado voltara com uma bandeja com duas xícaras de chá. O Lorde pegou a bandeja colocou em cima de uma mesa e, sem que Terraseer visse, ele colocou um veneno que estava em seu anel em uma das xícaras e a ofereceu ao velho. Demoraram só poucos segundos até que o veneno começou a fazer efeito. Terraseer teve espasmos e tentou gritar, mas Lorde Sombra o sufocou até que o velho parasse de respirar. Instantes depois o criado voltara e presenciou o crime, mas antes que pudesse fazer alguma coisa o Lorde conjurou um feitiço que o desintegrou. Depois disso desintegrou também o corpo de Terraseer. Tendo limpado a cena do crime Sombra voltou para seu enclave via mágica.

      Alguns dias de passaram, Lorde Sombra comunicou a Karsus sua pretensão em levar Obscura para o Plano das Sombras. Portanto, em um dia claro, alguns arquimagos uniram-se em Obscura e, usando um mythalar como conduíte para um ritual, eles abriram uma enorme fenda entre os planos. Podia-se ver por trás do portal um véu negro que parecia faminto. Karsus e outros arquimagos assistiram de um spelljammer todo o processo. A cidade flutuante foi vagarosamente movimentada para dentro da fenda até ser tomada completamente pelas sombras. A única coisa em que o Lorde Sombra pensou no momento foi "Eu consegui.". Obscura ficaria no Plano das Sombras por milhares de anos.

      Dias depois, percebendo que os phaerimns, um tipo de criatura que surgira há tempos, representavam um problema grave, Karsus resolveu usar um feitiço que estava preparando há anos. Ele foi até o alto de uma de suas torres do enclave e conjurou o encantamento. O feitiço, de forma incrível, fez com que o controle de toda a Ondulação passasse para Karsus. Isso acarretou na destruição da deusa Mystril, que antes de perder o controle sobre toda a magia, ela se reencarnou criando assim uma nova entidade, Mystra a Deusa da Magia. Enquanto isso Karsus tentava controlar a Ondulação sem sucesso, pois além de tudo era um mortal e não possuía sabedoria para tal. Por alguns instantes a magia não mais existia no mundo. Karsus viu todo o Império de Netheril despencar dos céus rumo à morte. O pânico tomou conta de todos, inclusive dos arquimagos que inutilmente tentavam conjurar feitiços para escapar da morte iminente. Karsus lamentou, mas era tarde demais, seu corpo foi transformado em pedra e caiu junto com seu enclave. Mystra, recém criada, devolveu a magia ao mundo e conseguiu salvar três cidades flutuantes. A deusa, para evitar que um desastre semelhante ocorra no futuro, vetou o uso de feitiços poderosos como o que Karsus realizara. Esse foi o fim de Netheril.

A Torre

      Khelben, Laeral, Brian e Galtan andaram pelo caminho que os levaria a Torre Real. Notaram a diferença do cenário a sua volta: ao invés de pequenos prédios, torres. No lugar de casas, mansões. Haviam poucos vultos na rua, porém muitos dos obtusos. A cem metros de distância, já era bastante nítido o objetivo: uma torre escura e reta, que partia para o alto como um gigantesco espinho encravado no coração de Obscura. Quando se aproximaram da Torre Real viram que esta era rodeada por um grande pátio murado. Pelo portão aberto do pátio podia-as penetrar livremente, mas a entrada do prédio era guardada por dois sentinelas armados com espadas negras e armaduras. Alguns vultos, após trocarem rápidas palavras, passavam pelos soldados e penetravam na Torre. Os visitantes possuíam vestimentas requintadas, diferentes das que os aventureiros convertidos em vultos vestiam, baseadas que foram nos soldados que haviam combatido antes de entrarem em Obscura.

      Galtan, disfarçou e se aproximou de um par destes vultos que adentravam na imponente construção; um parecia ostentar algum tipo de importância e o outro, em trajes mais simples, deveria ser uma espécie de servo. Tentou ouvir uma senha ou coisa do gênero, mas apenas ouviu um dos sentinelas dizer o nome do vulto, Lorde Tenebras, e avisar que estavam sendo aguardados. Retornou então Galtan para perto de seus companheiros, que analisavam ao longe o ambiente.

      "Um nobre chamado Tenebras acabou de entrar.", anunciou. "Podemos dizer que somos seus serviçais e tentar entrar...."
      "Seria arriscado! Poderiam nos descobrir rapidamente se fossemos confrontados com o tal nobre.", concluiu Khelben.
      "Esta torre possui dentro de si uma forte magia, especialmente no seu último andar.", analisou Laeral, que olhava fixamente para a construção. "Existem também diversas proteções agindo ao redor do prédio. Como suspeitava, teletransporte e invisibilidade não devem funcionar, mas existe um encanto que poderei usar para entrarmos. Preciso de cobertura e um lugar longe dos olhares dos vigias".

      Circundaram com cuidado a parede da torre, até chegarem em um lugar ermo. Laeral então gesticulou e proferiu algumas palavras arcanas. Na parede então surgiu uma fenda, uma passagem grande suficiente para que passassem sem demora os heróis. A abertura, em um comando de Laeral, novamente se fechou e estavam agora dentro de uma pequena sala, dentro da Torre Real.

      A tênue e fraca iluminação púrpura vinda de um globo no teto revelava que o cômodo era uma espécie de depósito, onde haviam, principalmente, vestimentas. Um ruído de passos e logo a porta foi aberta. Os invasores esconderam-se. Era um vulto, que depositou sobre um gancho a capa de um nobre que havia acabado de entrar, e saiu logo em seguida. Por sorte dos heróis, ocultos atrás de estantes e roupas penduradas, o vulto não prestou atenção em detalhes. Com as roupas agora tinham um disfarce eficaz. Poderiam vasculhar os corredores, em direção do mythalar.

      "Apesar dos disfarces, o ruído das armaduras que usam podem denunciá-los.", disse Khelben para Brian e Galtan. "Sugiro um artifício: os levarei em tamanho reduzido!"

      Brian e Galtan olharam-se. Ser reduzido não era algo confortável, mas sentiam que o arquimago tinha razão e o deixaram executar o encanto. Ficaram pequeninos e foram cuidadosamente colocados, um em bolso do manto de Khelben, outro no de Laeral.

      O casal, com os dois guerreiros no bolso, andaram pelo complexo. Usando suas habilidades para detectar a direção na qual emanava a forte radiação mística do mythalar, foram percorrendo os corredores e escadas. No trajeto, encontraram alguns poucos vultos, porém, os disfarces que vestiam, pela sorte de Tymora, os conferiam grande 'status' e ninguém tencionou pará-los. Chegaram até um corredor, protegido por vários vultos em armaduras, que seguravam suas alabardas e montavam guarda de costas para as paredes. Havia no final da passagem, um portão sem trancas, feito com de um metal escuro. Mesmo à distância, Khelben e Laeral o examinaram, detectando as emanações mágicas que agiam sobre ele. Parecia que por trás daquela porta estava o objetivo, porém a passagem possuía inúmeras proteções, que impediam as maneiras comuns de invasão e mesmo a maioria das investidas utilizando magia.

      "Laeral... não há maneira de entrar, exceto pela utilização de um encanto poderoso. O executarei, mas esteja atenta. Creio que haverá muito mais do que proteções além deste portão..."
      "Antes, executarei um encanto para passarmos ilesos pelos guardas!", acrescentou.

      Laeral então lançou seu feitiço e o tempo naquele corredor parou, menos para ela e seu esposo. Puderam passar calmamente pelos guardas, que permaneciam imóveis como estátuas. Aproximaram-se do portão e, em seguida, Khelben gesticulou e articulou um mantra de frases em língua arcana. O portão distorceu-se e os dois passaram através dele como se o metal escuro fosse líquido.

      Havia uma escada neste novo lugar. Era em forma de espiral, feita do mesmo metal negro do portão e subia para um aposento superior. Khelben e Laeral não perderam tempo e galgaram os degraus em passos rápidos. Ao final das escadas revelou-se uma sala redonda. Khelben suspeitou que aquele era o topo da Torre Real. Não havia muita luz, mas podiam-se ver algumas janelas grandes e finas com vitrais escuros. No centro da sala haviam desenhos estranhos no chão e um espelho d'água. No meio da pequena piscina, havia muitos cristais, porém um deles brilhava em especial.

      "O mythalar, Khelben!", disse Laeral.
      "Não estou gostando disto. Está fácil demais!", desconfiou o arcano de Águas Profundas. O arquimago retirou então do bolso Brian e o colocou no chão, sendo acompanhado pela esposa, que fez o mesmo com Galtan., e em seguida devolveu os dois a seus tamanhos normais.

      "Dove! Você está próxima ao objetivo?", perguntou o mago, usando uma dádiva da deusa Mystra para comunicar-se à distância.
      "Khelben... ainda estamos tentando localizar a sala do mythalar."
      "Storm! Como estão as coisas aí na Catedral?"
      "Khelben. Encontramos um portal que poderá nos levar ao mythalar.", respondeu a Barda fazendo sua voz ecoar na mente de Khelben!"

      O diálogo do arquimago foi interrompido por uma voz vinda de um canto pouco iluminado da sala.

      "Faerunianos! Admito que me surpreenderam com esta audácia. Você dever ser o tal Khelben de Águas Profundas!"
      "Sim.", respondeu Khelben, deu uma pausa e continuou "Diga-me, porque retornou ao Plano Material, Telamont Tanthul, ou devo dizer... Lorde Sombra!"
      "Como sabe deste título?", surpreendeu-se o Alto-Príncipe de Obscura, enquanto dava alguns passos em direção à Khelben. Revelou-se um homem alto e forte, careca em cima da cabeça mas com cabelos longos nas laterais. Seus ombros bastante largos seguravam uma bonita capa. Estava trajado em uma antiga armadura dos tempos de netheril.
      "Estudei os registros de Netheril. Você, Lorde Sombra, organizou um ritual para transportar Obscura para o Plano das Sombras dias antes de Karsus provocar a queda do império. Porque fez isso?"
      "Não é óbvio?"
      "Você sabia. Você de algum modo sabia do desastre que iria ocorrer e então protegeu seu domínio da destruição iminente."
      "Espero que seja tão poderoso quanto perspicaz, Khelben. Antes de medirmos forças, gostaria de lhe agradecer por seus subordinados terem se livrado de Gothyl. Ela já não mais me servia. Obrigado também pela sua vinda e desta fêmea ao seu lado. Dissecarei seus corpos e descobrirei os segredos deste tal Fogo Prateado!"
      "Não prometa o que você não pode cumprir!" , desafiou Laeral, um segundo antes do combate começar.

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

Os Últimos Dias de Glória © Todos os direitos reservados 2004 - Forgotten Realms™ e seus personagens são marcas registradas da Wizards of The Coast Inc.
This page is a fan site and is not produced or endorsed by Wizards of the Coast. Forgotten Realms is a registered trademark of Wizards of the Coast, Inc.