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A Queda de Obscura

Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.


Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação Especial: Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão.


A Queda de Obscura

     "Jammar era um jovem de quinze primaveras, membro de uma pequena tribo bedine, da borda leste de Anauroch. Um dia, decidido a ir de encontro a novas paisagens, deixou sua tenda e partiu para o grande deserto. O jovem rapaz andou mais longe do que seu povo ousava ir e escalou a mais alta das dunas. Foi quando viu uma cidade que pairava no céu. Pôs-se a observar, maravilhado, sem saber que seria um dos poucos humanos a ver, após milhares anos, a queda do último enclave flutuante remanescente de Netheril."

A Queda de Obscura

      Em três grupos estava dividida a comitiva de heróis que invadiu Obscura, a cidadela flutuante dos vultos. Tinham o ambicioso objetivo de neutralizar e destruir os mythalares, cristais que concentravam poderosas energias místicas e que mantinham aquele enclave nos céus. Com êxito da missão, e Obscura repousando no solo de Anauroch, estariam os vultos sujeitos à todas as forças que enfrentavam as demais nações de Faerûn e não mais poderiam lançar sua sombra ameaçadora impunemente sobre os povos. Os heróis agora estavam frente a frente aos cristais, porém estes estavam bem guardados e não seriam destruídos antes de uma difícil batalha.

Uma Cidade vai aos Céus

      Em uma época distante onde os magos governavam um império repleto de magia, um pesquisador do caminho das sombras chamado Telamont Tanthul, mais conhecido como Lorde Sombra, elevou seu poder a tal que conseguiu construir seus três mythalares as quais fariam um enclave flutuar ilimitadamente. Obscura foi o nome que ele deu à sua cidade. Este feito já fazia parte do seu grande estudo sobre as formas sombrias. Isso foi importante de tal forma que Telamont, a mando de uma entidade sombria, conseguiu mover sua preciosa cidade para o Plano das Sombras. Com esta manobra o arquimago de Netheril livrou seu reduto da destruição, pois seu companheiro Karsus, um dos mais brilhantes arcanos de Abeir Toril, usou um encantamento poderosíssimo que roubou o controle da Ondulação de Mystril a deusa da magia. Contudo Karsus não era uma divindade e sua consciência mortal não suportou a magnitude do poder da Ondulação. A magia, por alguns instantes, cessou fazendo os enclaves flutuantes caírem para o chão. Mystril, se reencarnou em uma nova deusa chamada Mystra e então conseguiu salvar apenas três cidades da morte fatídica. Naquele momento Telamont e Obscura se encontravam a salvo nos braços das sombras e ali reinaram por um longo tempo.

      Após anos no Plano das Sombras, a entidade sombria se comunicou com Telamont. O ser desejava mais dele oferecendo-lhe a oportunidade final de realmente conhecer as sombras. Para que Telamont compreendesse as sombras ele teria que se tornar uma, ou, um vulto. O Alto Príncipe se submeteu a uma transformação provocada pela entidade sombria que mudou sua aparência e sua natureza. Telamont se transformou em um vulto, um ser conectado as sombras. Ele foi o primeiro dentre muitos que alcançou este novo estágio de poder.

      Com o passar dos séculos, Telamont liderou supremo em Obscura, no entanto, ele teve filhos e estes também foram transformados em vultos. Eles repartiram os blocos de poder abaixo do pai. Apenas um conseguiu atingir o estágio de Príncipe não sendo filho do Alto Príncipe. Seu nome era Hadrhune, um exímio e perspicaz arquimago que conquistou o respeito de Telamont. Este fato sempre incomodou alguns de seus filhos.

      Nos tempos atuais, após um longo período de ausência, a entidade sombria novamente surgiu para Telamont.
      "Lorde Sombra, aquele que ama as sombras. Escute meu novo desejo."
      "Ao seu dispor minha deusa." Respondeu ele surpreso e se ajoelhou.
      "Ouça o novo estratagema para retornar ao seu Plano de origem."
      "Retornar milady? Mas por quê?"
      "Aquele lugar possui muita luz. Nós temos que apagá-la e erguer uma nova era governada pelas trevas."
      "Que assim seja minha senhora. Eu sou seu servo."
      "Ordene que um dos seus filhos realize um feitiço para se comunicar com uma amante das sombras de Faerûn. Ela se chama Gothyl, prometa muito poder e então ela o ajudará a devolver Obscura ao plano original."
      "Será feito ó divindade." E essa foi a última aparição da entidade para o Alto Príncipe que a obedeceu convocando um de seus filhos mais inteligentes para contactar Gothyl no Plano Material, Melegaunt Tanthul.

      O Príncipe ficou muito honrado em atender o desejo de seu pai. Ele, em pouco tempo, se comunicou com a bruxa Gothyl e fez um acordo. Posteriormente, o próprio Melegaunt viajou entre os planos para chegar a Faerûn. Ao lado da bruxa eles executaram um dos maiores planos diabólicos já feitos. Libertaram as famigeradas criaturas denominadas phaerimns de uma prisão mística para os faerunianos ficassem dependentes dos poderes dos vultos assim que chegassem. O plano se concretizou por completo quando Melegaunt, engabelando os heróis da Comitiva da Fé e os elfos de Evereska, chegou no Templo Karse. Lá Gothyl fez um rito com um mythalar e devolveu Obscura ao Plano Material. Melegaunt pereceu em nome da causa das sombras.

A Catedral de Shar

      Storm, Kariel, Magnus e Sirius haviam acabado de chegar à sala circular, onde repousava o cristal místico . Não estavam sozinhos. Havia um vulto, com trajes clericais, e um outro trajado com armadura e que empunhava uma espada feita com um estranho metal negro. O primeiro era conhecido em Obscura por ser o Sacerdote Maior de Shar, seu nome era Rivalen Tanthul. Ele carregava o símbolo de sua deusa, a divindade da escuridão e dos segredos. O outro era o braço direito de Rivalen, Yder Tanthul, um guerreiro e arcano muito respeitado na cidade voadora. Em sua espada também repousava uma símbolo de Shar.

      Sirius adiantou-se em começar a inevitável batalha. Correu e com sua espada buscou um golpe potente contra o vulto guerreiro. O inimigo não se movia sequer um milímetro, até o momento certo, quando desviou do ataque e, em uma velocidade que revelou perícia, sacou sua espada de metal escuro e fosco, e atingiu o adversário pelo flanco. Enquanto isto, Magnus correu para combater o sacerdote. Kariel e Storm lançaram encantamentos, visando anular proteções mágicas que por ventura agissem sobre seus inimigos. Infelizmente tais sortilégios não surtiram efeito.

      O sacerdote revidou: lançou sobre Kariel um feitiço que o fez ficar paralisado, tal qual estátua. Em seguida, virou-se para Sirius e atingiu-lhe com raios coloridos que partiram de suas mãos. Imediatamente este começou a agitar-se e golpear a esmo, como se um repentino ataque de loucura se abatesse sobre sua mente.

      Storm aproximou-se do mythalar e ergueu uma parede de energia, isolando-se do combate e impedindo, por força do encanto, que recaísse sobre ela qualquer sortilégio nefasto. Queria concentração suficiente para lançar seu Fogo Prateado e exaurir a magia do cristal místico. Já Magnus tentou imobilizar os braços do sacerdote de Shar, para que este não pudesse invocar novos sortilégios. Porém, não obteve êxito, pois Rivalen conjurou sobre si mesmo um encanto que lhe protegia contra este tipo de investida. Naquele momento, o feitiço de Kariel quebrou-se e este, ao ver o clérigo lutando com seu amigo paladino, acertou-lhe com esferas mágicas de energia, invocadas com o intuito de anular um outro feitiço de proteção que impedia o vulto de ser golpeado pelo metal do paladino.

      Entretanto o vulto não estava indefeso. Os ignorou e recitou algo fazendo seu corpo desaparecer, para surgir alguns metros atrás de Storm. Sirius tentava recobrar-se do encanto que nublava sua mente e, desnorteado, sofria um grande castigo pela espada de Yder. Era auxiliado por Kariel, que investia com magia contra o guerreiro. Do outro lado da barreira que havia erguido, Storm resolveu teleportar-se novamente, deixando isolado desta vez o seu adversário. Sabia ela que, diferentemente de outras magias, o Fogo Prateado era capaz de ultrapassar a muralha de energia. Poderia conduzir o ritual do lado de fora e se o sacerdote quisesse impedi-la teria que gastar mais um feitiço de teleportação de seu repertório.

      Rivalen estava preparado. Assim o fez e novamente surgiu próximo de Storm. O clérigo estava decidido a não permitir que a mulher executasse o encanto sobre o mythalar. Porém, Magnus tomou-lhe a frente e com sua espada, o obrigava a se afastar. O paladino forneceu a Storm tudo que ela precisava: tempo. Partiu das mãos da Escolhida de Mystra, uma nuvem como se feita de pó de prata, que preencheu a área onde se localizava a pedra mística. A energia do Fogo Prateado então dissipou toda a magia em seu raio de alcance: a parede de energia erguida por Storm desapareceu e, o mais importante, o cristal azulado perdeu a cor e o brilho. Instantes depois, toda Obscura tremeu causando abalos suaves que assustaram seus moradores. Quem visse a cidade no céu, perceberia que esta, vagarosamente, havia descido centenas de metros de altura.

      Logo que se recobraram do desequilíbrio provocado pela perda da força do mythalar, todos os quatro heróis correram em direção da pedra, a fim de destruí-la, antes que o efeito do Fogo Prateado sobre o cristal cessasse. Rivalen, em um recurso desesperado, invocou um feitiço que fez chover fogo sobre a região próxima aos aventureiros. Alguns heróis foram atingidos, mas apesar da dor, prosseguiram correndo. Aqueles que cruzaram a área onde o efeito do Fogo Prateado agia tiveram seus disfarces removidos pela ausência de magia, revelando aos vultos a verdade sobre aquela invasão. Sirius foi o primeiro a chegar e a atingir o cristal, causando-lhe a uma rachadura, Kariel foi o próximo. Storm parou e através de um encanto, convocou um elemental da terra, criatura vinda de outros planos de existência, para lutar com os vultos, promovendo uma distração que lhes daria tempo suficiente para que a missão fosse cumprida. Então Magnus golpeou o mythalar e, por fim, o cristal se partiu definitivamente.

      "Malditos! Não sairão daqui vivos!", disse o sacerdote vulto, que agitou-se em um novo encanto.

      Surgiram, após uma bruma repentina, dez esqueletos animados e armados. Ouviu-se um ruído de passos, e de uma passagem oculta, novos vultos surgiram. Imediatamente, estes começaram a recitar uma magia mortal. Storm também lançou um encanto e foi mais rápida: abriu um portal mágico por onde entraram os heróis, pouco antes do local onde estavam explodir em chamas.

A Cúpula dos Deterministas

      Chegaram Dove, Florin, Mikhail e Limiekli na ampla câmara do mythalar na Cúpula dos Deterministas. No centro da sala, cristais partiam do chão como espinhos voltados para cima. Um deles se iluminava com uma energia azulada. Era o que estavam procurando. Estavam todos tensos e de armas em punho. Nenhum deles pensava que chegariam a tal proximidade do artefato mágico sem enfrentar algum obstáculo final. E estavam corretos. Poucos segundos depois de pisarem na sala, abriram-se em sua frente dois portais místicos e deles saíram dois vultos.

      "O que estão fazendo aqui? Que invasão é esta!? Se arrependerão por entrarem nesta câmara!", bradou um deles, que vestia um robe e segurava um cajado, a maneira dos magos. Tratava-se do líder dos Deterministas, Lamorak Tanthul. Imediatamente, o outro adiantou-se. Este era conhecido. Seu nome era Leevoth, o capitão do exército da Cidade das Sombras. Fora visto com Aglarel, durante a farsa de sua visita a Evereska, semanas atrás. Erguia uma grande e incomum espada e movia-se lenta e ameaçadoramente na direção de seus inimigos.

      Limiekli não esperou mais e logo disparou duas setas. As flechas iam em direção ao alvo, mas a poucos centímetros de acertar o vulto que vestia-se como arcano, perderam repentinamente toda a força e caíram ao solo. Mikhail também investiu sobre ele, com uma propriedade que possuía o seu martelo Destruidor de Tempestades: um poderoso raio luminoso deixou a arma em direção de Lamorak, mas, tal com as flechas de Limiekli, a energia perdeu a força e em seguida dissipou-se sem provocar qualquer desconforto. Florin sacou sua espada e correu para enfrentar Leevoth. No caminho, entregou uma poção a Limiekli e pediu que a bebesse. O ranger não sabia o que era, mas atendeu de imediato o pedido do companheiro. Sentiu seus músculos enrijecerem. Pareciam possuir agora a força de um gigante. Já Dove correu para o mythalar. Queria acabar com aquilo o quanto antes.

      O arcano de Obscura lançou mão de algumas poderosas magias. Com alguns gestos, fez o tempo congelar na área onde os seus adversários estavam. Assim, os aventureiros permaneceram paralisados por alguns segundos. Tempo suficiente para que este fizesse aparecer sobre suas cabeças três grandes esferas de magma, que desabaram do alto sobre os heróis, causando-lhes ferimentos que matariam instantaneamente pessoas comuns. Também atacou Dove, aproveitando-se dos últimos segundos de paralisia que a magia conjurada lhe proporcionava. Lançou um encanto para aprisionar a guerreira nas profundezas da terra, mas falhou em seu intento, graças a uma proteção contra este tipo de magia, dada a ela pela própria Deusa da Magia, há muito tempo atrás.

      Quando o tempo voltou a correr, a batalha se configurava com Florin e Limiekli trocando golpes com Leevoth e com Dove sacando sua espada e lutando contra o mago, que atacava com seu cajado, nas proximidades do mythalar. Mikhail ia unir-se a Dove, mas seus ouvidos élficos ouviram passos se aproximando no corredor por onde haviam entrado. O clérigo de Mystra então se afastou do combate e foi até o portão, concentrou-se e lançou sobre ele um encanto que criava uma intensa luz. Os vultos eram criaturas das sombras e, salvo se possuíssem algum poder a mais, evitavam estar próximos a grandes fontes de luz. Era por isto que sobre a cidade, um campo místico obscurecia a luz do sol.

      Dove, em um movimento de agilidade, desviou-se de um golpe de Lamorak e tentou imobilizá-lo. Ao lado, Limiekli se aproximava para auxiliar Dove contra o arquimago vulto. No entanto, este, percebendo o intento, de imediato conjurou um poderoso feitiço que transformou o ranger em pedra. Mikhail, viu o que acontecera com o amigo e pôs-se à sua frente, defendendo-o. Sabia que se Leevoth, que estava perto, destruísse a estátua, talvez não houvesse salvação para o companheiro. Porém, o Capitão da Guarda agora concentrava seus golpes em Florin. A exemplo de sua esposa, o veterano Cavaleiro de Myth Drannor também conseguiu prender Leevoth, imobilizando o seu braço direito.

      Contudo os dois sombrios adversários não ficariam por muito tempo a mercê dos heróis. Lamorak afastou-se de Dove, correu para uma distância segura, conjurou uma magia e lançou sobre os heróis uma bola de fogo, que lhes provocou algumas injúrias.

      Repentinamente, sentiram um tremor no solo. Era a cidade que descia algumas centenas de metros do céu, graças à falência do primeiro mythalar na Catedral de Shar, obra do grupo liderado por Storm. Leevoth aproveitou a chance e a desconcentração e também se livrou de Florin. O soldado correu para a porta de entrada da sala. Talvez fosse para fugir, mas o intuito do vulto não era este. Iria conseguir reforços. Florin correu atrás para impedi-lo. Enquanto isto, Dove gritou para Mikhail e pediu-lhe que tentasse segurar o arquimago. Queria ela fazer o que deveria ser feito: liberar o Fogo Prateado sobre o mythalar. O elfo jogou-se com seu escudo sobre o mago e em seguida conseguiu imobilizá-lo. Foi quando Dove usou a maior dádiva concedida por Mystra aos seus Escolhidos. Lançou a nuvem prateada e o tecido invisível de magia na área onde estava o mythalar foi rompido. A cidade novamente se abalou e desceu. Lamorak, ainda seguro por Mikhail gritou:

      "O que estão fazendo!? Estão destruindo a cidade!". O mago soltou-se e através de um encanto desapareceu para chamar ajuda.

      Mikhail e Dove passaram a golpear o cristal. Florin desistiu de perseguir Leevoth e correu também em direção ao mythalar. E foi um golpe desferido pela espada do ranger que destruiu a pedra. Em seguida, aproximaram-se da estátua em que se transformara Limiekli e Dove abriu um portal. Carregaram o companheiro enfeitiçado e desapareceram da sala do mythalar e de Obscura.

A Torre Real

      Khelben, Laeral, Galtan e Brian estavam na câmara do mythalar da Torre Real, diante de Telamont Thanthul, ser que um dia havia sido um humano, um mago do poderoso e esquecido tempo do império de Netheril, conhecido como Lorde Sombra. Não havia mais palavras a serem trocadas. Neste combate, foram os arquimagos que agiram de imediato.

      Khelben lançou um encanto, visando reduzir as proteções místicas de que se valia o Alto Príncipe de Obscura, mas apesar de executar o rito corretamente, o arcano falhou. Sua esposa, que se posicionou em outro ponto do cômodo, também tentou o seu feitiço. Gesticulou e fez surgir oito esferas de magma flutuantes, executando a magia que alguns arcanos eruditos usavam para pulverizar seus inimigos. As esferas letais incandescentes caíram sobre a cabeça do vulto. Deveriam ter explodido, causando grande estrago, mas ao invés disto, subitamente enfraqueceram, diminuíram e desapareceram, mostrando que o adversário seria difícil de ser vencido. Enquanto estas coisas aconteciam, Brian e Galtan estavam parados, observando. Que poderiam fazer, pensavam, sendo apenas homens armados com espadas, contra o nível de poder que aquele inimigo apresentava? Resolveram aguardar, atentos, pelo melhor momento de ajudar.

      Chegou a vez do Alto Príncipe. Ele conjurou um sortilégio e tanto Khelben quanto Laeral viram desaparecer a magia dos feitiços de proteção que agiam sobre eles e até mesmo de seus objetos encantados. Khelben então executou um novo feitiço, ativando sobre sua volta uma redoma invisível de energia, que impedia a penetração de determinados encantos. De repente, sentiu-se um tremor acentuado que distraiu a todos naquele instante. Era o primeiro mythalar, localizado na Catedral de Shar, que fora desativado naquele momento.

      Telamont recuperou-se do abalo que a cidade sofrera, e continuou sua investida mágica: criou uma muralha de energia que circundou o mythalar, impedindo a aproximação dos Escolhidos de Mystra. A resposta de Laeral foi invocar um ser, uma criatura humanóide semelhante a um gigante, de pele acinzentada e de músculos poderosíssimos para combater o vulto. Já Khelben lançou a magia que fazia congelar o tempo cronal em torno do oponente e assim tentar paralisá-lo por alguns segundos. Porém, naquele jogo de xadrez entre magos, os lances de Telamont foram rápidos e eficientes. O arcano fez desaparecer a criatura convocada por Laeral, enviando-a para uma distante paragem de Faerûn e, quanto ao feitiço de Khelben, antes que sofresse seus efeitos, transportou-se por meio de uma porta mística invocada, para outro ponto da câmara, longe da influência do sortilégio.

      Khelben então o isolou através da invocação de uma outra parede de energia, semelhante a criada por Telamont em volta do mythalar. Em seguida, o arquimago lançou uma magia rara, concedida a ele pela Deusa da Magia: surgiu sobre sua cabeça a imagem de um olho e dele partiu um raio prateado em direção ao vulto, mas este ergueu o cajado que levava e absorveu a rajada sem dificuldades. Em meio a isto, Laeral teletransportava-se para dentro da área do mythalar, ultrapassando a barreira erguida pelo mago vulto. Percebendo a invasão repentina da filha de Mystra, o Alto Princípe fez aparecer dois minotauros próximos de Khelben para tentar distraí-lo, desativou a muralha que havia levantado em torno do mythalar e correu na direção de Laeral, para tentar impedi-la de lançar o Fogo Prateado. Khelben, vendo a esposa em perigo, transportou-se para frente de Telamont e conseguiu imobilizá-lo com seus braços e a ajuda de seu cajado. Brian e Galtan viram os minotauros e já que agora que havia inimigos na batalha com os quais tinham chances de lutar, partiram contra estes de espadas em punho.

      Outro tremor e algumas paredes racharam. O mythalar da Cúpula havia sido também eliminado. Agora somente o cristal que estava diante dos aventureiros mantinha Obscura nos céus. Laeral então aproveitou os momentos de liberdade que lhe deram Khelben, Brian e Galtan e finalmente conjurou o Fogo Prateado de Mystra, fazendo surgir na área do mythalar uma nuvem de prata, que expurgou a magia, e fez a luz azulada da pedra mística apagar-se. Desta vez, as coisas teriam que ser rápidas. Obscura caia em queda livre, milhares de metros de altura, e somente teriam alguns segundos até a destruição completa. O cristal deveria ser destruído e a fuga veloz. Laeral gritou para que Brian e Galtan fugissem dos minotauros e corressem para golpear o mythalar. Ela própria invocou uma criatura elemental, um grande humanóide feito de terra, que também partiu para destruir a pedra. Enquanto tudo isto se desenrolava em instantes, Khelben se esforçava para segurar Telamont.

      Depois de alguns golpes, foi Galtan quem deu o derradeiro ataque que espatifou o mythalar. Outro vulto chegou naquele momento. Era Aglarel, um dos príncipes de Obscura. Cheio de ódio, preparava uma magia destrutiva. Laeral então abriu um portal mágico e pediu para que Brian e Galtan entrassem, e eles então obedeceram. A Senhora da Magia de Águas Profundas ainda olhou para o seu marido pouco antes de partir. Confiava em sua habilidade de escapar da situação, mas mesmo assim era triste ter que abandoná-lo naquele momento. Assim entrou pelo portal, desejando que Mystra o salvasse da morte.

      Na câmara, a magia conjurada por Aglarel fez o local onde estavam Laeral, Galtan e Brian explodir em chamas, mas eles não estavam mais em Obscura.

      "A cidade está caindo! Acredito que a batalha terminou.", disse Khelben, soltando Telamont.

      Os vultos nada responderam. Ignoraram o inimigo, e passaram conjurar um encanto para reduzir a velocidade de queda de Obscura e salvar sua preciosa cidade da destruição total. Khelben passou a fazer o mesmo. Não era seu desejo que a cidade e seus habitantes fossem eliminados. Queria o arquimago somente promover o equilíbrio de forças, retirando o Enclave das Sombras da situação de vantagem que sua posição oferecia. Os vultos olhavam com ódio para o homem. Era humilhante receber a ajuda daquele que orquestrou a destruição dos mythalares, mas não havia escolha senão aceitar o auxílio. A única batalha que perdurava na câmara foi a travada entre o elemental convocado por Laeral e os minotauros que havia sido conjurados minutos antes.

      Obscura, graças aos encantos dos vultos e de Khelben, começou a frear sua queda, até a rocha onde seus alicerces se fundavam repousar no solo do grande deserto de Anauroch, nos Cumes da Cimitarra. A cidade estava salva, mas não mais se deslocaria pelos céus. O último enclave flutuante de Netheril finalmente encontrou o repouso no solo de Faerûn.

      Logo após a cidade se estabilizar, todos cessaram seus rituais e Khelben disse suas últimas frases antes partir.

      "Telamont... não existem mais magos como os de Netheril, mas existem em Faerûn grandes defensores da Justiça. E nós sempre estaremos prontos para pessoas como você!"

      O mago girou seu bastão negro e desapareceu.

De Volta à Evereska

      Os encantamentos de teletransporte levaram os heróis às portas de Evereska, próximo ao acampamento de tendas dos homens de Águas Profundas. Quando Khelben, por fim, surgiu e reuniu-se ao grupo houve comemorações. A missão estava cumprida. A única baixa havia sido Limiekli, transformado em estátua pelas artes sombrias de Lamorak. Khelben , porém, era um dos maiores magos dos Reinos e estava em seu alcance reverter o encanto. Assim, gesticulou o arquimago e Limiekli voltou ao que era antes.

      "O que aconteceu? Onde estamos?", olhou o ranger e viu seus amigos. "Já sei! Morremos e estamos no além!"
      "Não, Limiekli", disse Sirius sorrindo do amigo. "A não ser que no além vida tenha algo como aquilo", apontou para as torres de Evereska, que despontavam além das altas muralhas brancas!
      "Ah! Não, Evereska!", exclamou Limiekli, para o qual a cidade élfica somente significava problemas, levando a mão à cabeça.

      Obscura jazia ao solo, mas ainda existiam assuntos para aquela Comitiva, mas naquele final de tarde, somente descansariam e recuperariam suas forças para o próximo desafio.

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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