Os Últimos Dias
de Glória
O que é RPG
Página Principal
A Comitiva da Fé
Definição
Histórias
Última História
Personagens
Jogadores
Galeria de Arte
Diversos
Forgotten Realms
 Definição
 Geografia 
 Divindades
 O Mundo
 Organizações
 Personagens
Artigos
 Galeria
Suplementos
Autores
Site
 Matérias
 Downloads
 Notícias
 Parceiros
Links
 Sobre o Site
 Glossário
 Créditos
Mensagens Arcanas
E-mail


powered by FreeFind


Os Guardiões dos Dragões

Descrita por Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.


Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Sir Galtan de Águas Profundas, Brian Mestre das Espadas. Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. Participação Especial: Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Storm Mâo Argentêa, Florin e Dove Garra da Falcão e o Coronal Eltagrim Irithyl.


Os Guardiões dos Dragões

     Há sete horas atrás o grupo de heróis que defende a cidade élfica de Evereska tinha acabado de chegar de uma missão suicida, invadir Obscura, lar dos vultos, e trazer a cidade ao solo. Após enfrentarem os guardiões dos mythalares que mantinham o enclave das sombras nos céus eles obtiveram êxito e agora Obscura jaz nas areias de Anauroch, precisamente nos Cumes da Cimitarra. Os aventureiros fizeram uma pequena comemoração em homenagem a vitória conquistada no acampamento do exército de Águas Profundas que se localizava nos arredores da floresta que circunda Evereska.

      A noite havia chegado. Teriam os aventureiros uma boa noite de sono não fosse mais um contra tempo que surgira. Em uma barraca do acampamento dormiam Sirius, Limiekli e o halfling Bingo que vez ou outra emitia sons estranhos durante o sono. Provavelmente eram gerados pela fome um tanto demasiada do pequeno. Eles descansavam para recuperar as energias de tão sofrida tarefa contra os vultos quando um soldado elfo, em armadura, os chamou a atenção:
      "Senhores! Senhores!" Disse ele em tom suave.
      "Ahm! O que está acontecendo?" Sussurrou Limiekli abrindo os olhos com muita dificuldade.
      "O Coronal Eltargrim solicita a presença de vocês." Anunciou o elfo, que pelos trajes era evidente ser um soldado de elite.
      "Mas logo agora?" Perguntou Sirius não acreditando que seu precioso sono estava sendo interrompido.
      "Sim, deve ser o quanto antes." Terminou o oficial elfo se retirando da tenda em seguida.
      "O que será desta vez?" Indagou-se Limiekli já levantando para se arrumar.
      "Problemas como sempre." Completou Sirius.
      "Bingo! Acorda rapaz! O Coronal que ver a gente!"
      "Hein? O lanche tá pronto?" Disse o pequenino ainda com os olhos fechados.
      "Ha, ha, ha! Esse Bingo." Gargalhou Limiekli.

      Os outros aventureiros também foram requisitados. Mikhail dormia na mesma barraca que Kariel, pois gostaria de ficar sempre atento as ameaças presentes. Por essa razão não se encontrava em sua morada na Casa Velian. Ambos receberam a visita de um oficial elfo que transmitiu a mesma informação anteriormente para Sirius, Limiekli e Bingo. Sem muito diálogo, eles seguiram para o Parlamento Élfico onde o Coronal se encontrava. No caminho, muitos dos heróis se cruzaram. Brian o Mestre das Espadas e o Cavaleiro Galtan já adentraram trajados em suas armaduras. Florin e sua esposa Dove Garra de Falcão também estavam prontos. Todos eles foram conduzidos por enormes corredores de chão puramente feito em mármore e paredes de rocha maciça expressando assim a beleza e a rigidez das construções élficas. Chegaram a uma grande porta da qual nenhum deles tinha visto antes e levava a uma imensa sala. Ela era dividida em duas partes, na primeira metade já era possível ver da entrada uma grande mesa oval com várias cadeiras em volta. Na outra, após alguns poucos degraus, estavam o Coronal Eltargrim Irithyl, Khelben Arunsun, Laeral Mão Argêntea, Storm Mão Argêntea, William Magnus, o líder do Parlamento Anskalar Duorsena e um elfo trajado em vestes arcanas que naquele momento se concentrava em uma estrutura circular ao qual todos eles estavam em volta. Parecia uma pequena piscina preenchida por uma água cristalina.

      Ao se aproximarem, os recém chegados fizeram seus cumprimentos e perguntaram qual seria o motivo da presença deles ali. O Coronal respondeu:
      "Desculpe interromper o sono de vocês mas problemas imediatos requerem nossa atenção. Nosso arquimago Elros identificou alguma coisa acontecendo."
      "Senhor.", disse Elros que gesticulava e mantinha seu olhar fixo para o poço, "Estou conseguindo algo.."
      Todos ficaram em silêncio para presenciar o arquimago elfo tentando ver alguma coisa com seu encantamento que lhe permitia observar o mundo através daquela piscina. Em instantes uma imagem começou a se formar na água diante de todos. Parecia ser um vale rochoso, nele alguns seres estavam presentes. Eram phaerimns, flutuando como sempre faziam, mas ao redor deles haviam outras figuras. Eram enormes, a imagem tomou mais forma e então todos puderam distinguir a catástrofe que estava por vir. Eram dragões, vários deles. Estavam se comunicando com os phaerimns. Entre eles, um dragão vermelho, de uma estatura fantástica, dialogava com os monstros devoradores de magia. Porém algo impediu de Elros manter aquela imagem, e então o feitiço cessou restando apenas a água. Os aventureiros ficaram pasmos com tal visão que representava o início de um grande problema.

      "Bem, as imagens mostraram mais do que eu poderia falar. Os phaerimns agora querem empreender um novo recurso. Usar os dragões para ameaçar os reinos e provavelmente o primeiro alvo será Evereska."
      "Mas isso é terrível, não temos poderio para deter as duas ameaças." Lamentou Mikhail temendo o pior para sua pátria.
      "Certamente, pois estive conversando com o Coronal sobre uma alternativa a nosso favor." Informou Khelben.
      "Vai pedir aliança de outros reinos?" Perguntou Magnus.
      "No momento não com outros reinos, mas sim com outros dragões."
      "Com outros dragões?" Indagou-se Limiekli.
      "Sim. Existem dragões que acreditam nas causas da justiça." Revelou Eltargrim.
      "É verdade amigos. Já fui ajudado por um dragão dourado." Revelou Kariel lembrando-se de um fato do passado.
      "Essa é nossa melhor alternativa, combater fogo com fogo." Continuou Khelben.
      "Por isso decidi que a Comitiva da Fé deve ir comigo até as Montanhas da Espada para tentarmos encontrar Palandarusk. O restante deve permanecer aqui caso aja um ataque relâmpago." Disse mais uma vez o Coronal.
      "Quem?" Perguntou Sirius.
      "Palandarusk, um dragão dourado. Se ele ainda existir talvez poderá nos ajudar. Partiremos dentro de alguns minutos. Me esperem na plataforma dos spelljammers, tenho de fazer algo antes." Terminou o Coronal retirando-se em seguida.
      "Brian, eu irei com a Comitiva se não houver nenhum problema." Pediu Galtan.
      "Vá, eu vou manter as tropas em alerta por aqui."

      A Comitiva da Fé, desfalcada de Arthos Fogo Negro que ainda se encontrava encarcerado no Parlamento Élfico por ter invadido a Câmara do Mythal no Templo de Corelon, estava formada por Mikhail, Kariel, Magnus, Sirius, Limiekli e o halfling Bingo. Galtan, o cavaleiro de Águas Profundas também iria com eles nessa nova jornada em busca do dragão dourado. Já munidos de alguns equipamentos que conseguiram com os elfos, a Comitiva, acompanhada por Dove, Florin e Storm estavam diante da nau voadora a espera do Coronal de Arcorar.

      "Não acredito que vamos voar nisso de novo! E eu que pensei estar livre dessa experiência." Confessou Limiekli.
      "Quem sabe daqui há algum tempo você se acostuma." Disse Florin em tom de riso.

      Um pouco afastados dos outros, Storm e Magnus dialogavam sobre esta missão repentina:
      "Talvez eu seja mais útil aqui entre as fileiras militares. Encontrar dragões em lugares desconhecidos não é bem minha especialidade." Afirmou o paladino.
      "Mas você deve proteger seus amigos do perigo. Assim todos poderão encontrar o dragão para a tentativa de aliança com ele. Deixe os problemas daqui comigo e Khelben." Sugeriu Storm.
      "É, há razão em suas palavras. Vamos encontrar este dragão então."
      "Magnus, proteja-os e... tome cuidado." O paladino sorriu concordando.

      Minutos depois Eltargrim veio em direção à nau. Ele estava pronto para partir. Em sua cintura se encontrava um tubo de couro com ornamentações douradas, parecia conter algo de que ele não mencionou. Subiu a rampa e adentrou o convés junto com os aventureiros. Dove e Florin acenaram desejando que tudo desse certo. Storm fez o mesmo, mas ao ver Magnus se afastando percebeu que talvez fosse a última vez que pudesse vê-lo. Então puxou o paladino pelo braço e o beijou na frente de todos. A maioria expressou surpresa, pois até aquele momento o romance deles era um segredo ingênuo, mas outros já suspeitavam do sentimento de ambos. Após isso, Magnus e Storm olharam-se sorrindo do que tinham feito e o paladino subiu à nau vexado diante dos amigos. O navegador elfo, com um elmo encantado que controlava a embarcação fez o spelljammer decolar e então aumentou sua velocidade indo em direção aos céus.

Nas Montanhas da Espada

      A nau voadora ganhou bastante altitude e singrava os céus de Faerûn naquela bela noite. Alguns dos tripulantes, principalmente Limiekli, se mantinham afastados do parapeito temendo ver a grande altura ao qual estavam. Sirius aproveitou que o Coronal estava presente no convés para argüí-lo:
      "Coronal, o que aconteceu na batalhe entre você e aquele dragão-esqueleto?"
      "Digamos que terminou em um impasse."
      "Então ele não foi destruído?"
      "Infelizmente não."
      "Limiekli, pague a aposta, o dragão está vivo." Pediu Sirius referindo-se a aposta feita entre os dois de que o Coronal destruísse o dragão Malygris no momento da invasão à Obscura. Limiekli pegou algumas moedas de sua sacola e ia depositar nas mãos do amigo quando o Coronal continuou:
      "Embora considerando que Malygris seja um dragão lich, portanto um morto-vivo."
Limiekli recuou sua mão dizendo "É Sirius, o dragão está morto, então eu ganhei a aposta. Negócio é negócio." Sirius fez uma pequena expressão de frustração e pagou com moedas ao companheiro que ficou feliz com o resultado.

      Preocupado com a situação atual, Magnus se aproximou de Eltargrim também com algumas dúvidas.
      "Coronal Eltargrim, estamos indo em busca de uma criatura lendária, caso a encontremos como poderemos ter certeza de que ela aceitará um acordo de guerra?"
      "Não teremos. Vamos apresentar os nossos motivos e pedir aos deuses que ele seja sábio o suficiente para perceber a gravidade da situação. Nossa única ferramenta neste caso é a diplomacia."
      "E o senhor já estabeleceu relações diplomáticas com dragões antes?" Perguntou Kariel.
      "Não, mas considerando que a sabedoria deles vai além da nossa é bem possível que possamos conseguir algo de positivo."
      "Kariel, é verdade mesmo que existem dragões bons? Lá em Luiren nós sempre ouvimos falar dos dragões como feras que assolam os campos e as fazendas." Argüiu o halfling Bingo se aproximando.
      "Existem sim pequenino, uma certa vez impedi um homem de tentar matar um dragão dourado. Como gratidão ele recuperou meu braço que um dia foi arrancado." Expôs o elfo um fato do passado.

      A viagem seguiu por algumas horas. Alguns aventureiros aproveitaram para cochilar um pouco e tentar recuperar o sono perdido daquela mesma noite. Então uma hora depois dos raios matinais surgirem no horizonte leste, ao longe já podia-se ver uma grande serra envolta por uma verdejante floresta. Bem a oeste era possível identificar o mar.

      "Senhor, chegamos as Montanhas da Espada. Aguardamos suas instruções." Informou um oficial elfo.
      "Circunde essa cadeia de montanhas. Precisamos encontrar uma brecha." E assim o piloto elfo iniciou uma manobra ao qual a nau começou a dar uma volta ao redor das montanhas.

      A medida que percorriam o caminho em arco, os tripulantes puderam perceber que a serra era totalmente fechada sem qualquer abertura que a embarcação pudesse adentrar. Outro fato interessante era a parte superior daquela cadeia, ela era preenchida por espessas nuvens como se estivessem tampando-a.

      "Não há nenhuma brecha visível que pudemos notar. Temos que procurar outra alternativa."
      "Imediato, aproxime-se daquele flanco na montanha. Acho que vi algo." Ordenou Eltargrim.

      O navio voou rente a uma parte onde havia uma interseção entre duas montanhas. Era um pequeno vão entre elas, contudo não tinha espaço suficiente que permitisse a passagem de uma embarcação voadora.
      "Peguem todos os equipamentos que vão levar. Nós vamos descer." Decidiu o coronal.
      "Mas aqui? Será que não há outro caminho?" Perguntou o cavaleiro Galtan.
      "Não temos mais tempo de procurar uma alternativa. Vamos descer."

      Assim, a nau encostou em uma pequena plataforma perto da fresta encontrada na montanha. Os aventureiros pegaram tudo que pudesse ajudá-los no resto da viagem como cordas, ganchos e outros apetrechos. Desceram da embarcação e fixaram-se nas rochas. Quando todos já estavam na plataforma, o Coronal ordenou ao seu imediato, "Retorne à Evereska, informe a Aubric que chegamos."
      "Espere! Como faremos pra voltar?" Perguntou Galtan.
      "Deixe isso comigo, eu usarei meus recursos." Respondeu Eltargrim referindo-se as suas artes arcanas.

      Deste modo a nau voadora afastou-se e empreendeu grande velocidade de volta à Fortaleza Élfica. Os heróis andaram pela plataforma rochosa e chegaram a uma curta fenda ao qual teriam de passar. Mas antes que pudessem caminhar, o Coronal alertou, "Galtan, você não irá conseguir prosseguir na viagem com esta armadura.". O cavaleiro então desarmou sua armadura e guardou as peças na sua bagagem. O peso era grande mas sua força descomunal poderia eliminar parte do desconforto.

      O grupo andou por um terreno totalmente rochoso e bastante irregular, eles foram saltitando entre várias pedras até chegarem à beira de um grande penhasco. De lá, parte da nuvem que havia ali ainda tornava translúcida a visão dos presentes de modo que não podiam ver claramente o interior daquele imenso vale ao qual a cadeia de montanhas rodeava. O único caminho para prosseguir era descer um paredão e chegar a uma outra plataforma que jazia a uns 30 metros abaixo. Quase nenhum deles era perito na atividade de subir ou descer montanhas, então ficaram um pouco receosos.

      "Amarrem uma corda bem firme aqui em cima. Eu ficarei lá embaixo para impedir que alguém caia." Disse Eltargrim que para surpresa de todos jogou-se da beira e foi caindo lentamente em direção à plataforma de baixo. Sortilégio foi o que lhe permitiu isso. O primeiro a descer foi Bingo, o halfling já era muito habilidoso e não teve nenhuma dificuldade na descida. O próximo foi Mikhail, o elfo também desceu com segurança, embora com alguns escorregões. Limiekli também escorregou mas segurou-se a tempo de não despencar. Mas Magnus não teve a mesma sorte, assim como os outros, ele amarrou uma corda à sua cintura e desceu, contudo escorregou no percurso e caiu. Tentou se segurar nas rochas mas apenas ralou os braços. Ele foi se batendo no paredão até que Eltargrim parou sua queda e ambos vieram ao chão da plataforma.
      "Que Helm me julgue! Com certeza eu teria me saído melhor no campo de batalha onde é meu lugar." Resmungou o paladino com as mãos ensangüentadas.
      "Não se preocupe Magnus, eu fecharei suas chagas assim que puder." Ofereceu Mikhail sua ajuda divina.

      Sirius desceu logo depois do paladino, ele escorregou por um momento e mas conseguiu se segurar e descer de forma tranqüila. O mesmo fez Galtan chegando quase intacto. Kariel, assim como Bingo e Mikhail, desceu com bastante segurança. Estando todos na plataforma, eles seguiram um caminho que descia, mas logo chegou ao fim restando novamente o penhasco. O Coronal desceu pelo paredão para procurar outro lugar em que o grupo pudesse se fixar. Foi então que, talvez por sorte, avistou uma caverna alguns metros abaixo. Era um simples furo natural na parede daquela montanha. Eltargrim retornou e comunicou a descoberta aos demais. Magnus ficou mais tranqüilo com tal revelação, pois preferia explorar cavernas do que descer montanhas. Já Kariel não pensou o mesmo, o elfo já estava farto de percorrer tantas cavernas ultimamente.

      O processo de descida recomeçou, mas para alegria de todos tudo correu bem e conseguiram chegar em segurança à caverna. Tinham eles agora um caminho escuro para percorrer. Kariel, como de costume, fez sua espada de família goliath ascender uma luz mágica possibilitando assim uma visibilidade mais confortável aos seus companheiros. Portanto seguiram rumo ao desconhecido.

      A caverna não era muito grande, mas havia espaço para que o grupo caminhasse. O único fator ruim era o piso totalmente irregular que castigava os pés e diminuía o ritmo da exploração. Eles continuaram assim por algum tempo até que chegaram a um penhasco. Dessa vez Sirius teve a idéia de amarrar a ponta de uma corda em sua lanterna e depois fez descer para que pudessem enxergar o que tinha lá em baixo. Era uma altura de 25 metros, não seria tão difícil a descida. Mas mesmo assim, alguns sofreram fortes arranhões no processo incluindo o próprio Sirius. Com todos lá embaixo a viagem prosseguiu em uma nova caverna, porém esta era bem maior que a anterior. Até um dragão adentraria aquele recinto, isso pensou alguns, preocupados com que pudessem encontrar lá embaixo. Apesar das dúvidas eles continuaram o caminho, embora mais cautelosos.

      Meia hora depois de caminhada, Limiekli, com suas habilidades de um homem das florestas, sentiu um cheiro muito suspeito, um aroma de algo podre e seco, "Pessoal, acho que alguma criatura vive aqui. Estão sentindo este cheiro?"
      "Sim, um cheiro bem ínfimo, mas ainda presente." Concordou Kariel.
      "Se nosso amigo estiver certo então ficarei de arma em punho. Odeio surpresas desagradáveis." Disse Galtan desembainhando sua imensa espada montante.
      "Vamos ficar atentos a alguma aproximação indesejada, mas não podemos parar agora. Prossigamos." Alertou o Coronal.

      A caverna, assim como a anterior, terminava em um pequeno penhasco. Novamente o grupos as precauções de descer em segurança. Deste modo, chegaram a outra caverna que era bem aberta e vasta com uma grande altura. Com certeza caberia um grande dragão ali. Porém, continuaram a jornada seguindo para frente. Minutos depois Limiekli novamente sentiu o odor mau cheiroso. Poderiam estar perto de algum covil perigoso. O ranger avistou algo no chão. Ele se abaixou e encontrou uma palha. Aquilo era um indício de que realmente uma ou mais criaturas habitavam aquelas cavernas. Muitos metros à frente o grupo pôde identificar uma fraca luminosidade.
      "Acho que não são dragões que residem aqui. Eles não precisariam de qualquer iluminação." Informou o Coronal.
      "Eu vou investigar. Retornarei com alguma informação." Ofereceu-se Kariel tocando em seu elmo e ficando invisível logo em seguida.

      O elfo caminhou vagarosamente visando não fazer qualquer ruído que fosse revelar sua presença. Ele andou até encontrar uma outra entrada à direita de onde estava vindo. O caminho prosseguia, mas ele optou por adentrar a nova caverna. Foi se aproximando rente à parede e escutou alguns ruídos guturais. Chegando mais perto ainda, o elfo pôde finalmente ver a origem daqueles barulhos. Eram dois gigantes, cada um tinha duas cabeças, eles trajavam apenas peles e comiam a carne de um porco recém abatido como dois animais selvagens. O dileto de Mystra voltou e informou ao grupo, "Existem dois gigantes lá na frente, eles tem duas cabeças e carregam clavas."
      "Ettins, devemos tomar cuidado. Eles são muito fortes e perigosos." Revelou Eltargrim.
      "Ora, então vamos matá-los." Sugeriu Galtan.
      "Não. Nada de matança. Nós é que estamos invadindo o covil deles, é natural que possam reagir. E nosso objetivo não é confrontá-los. Espero que isso fique bem claro." Disse Eltargrim aumentando seu tom de voz.

      O cavaleiro de Águas Profundas não gostou do que ouviu, pois sempre manteve uma filosofia de que 'inimigo bom é inimigo morto'. Mas como ele a Comitiva concordaram em receber instruções do Coronal durante esta crise recente, então não tentaram discutir. O grupo seguiu em frente, mas com armas em punho para se defenderem caso os ettins ofereçam perigo. Alguns metros depois da caverna onde estavam os dois ettins os aventureiros encontraram um terceiro que vinha em sentido contrário. A criatura, portando uma enorme clava, resmungou alguma coisa e partiu em direção ao grupo com toda fúria.
      "Corram todos vocês! Eu o manterei aqui." Instruiu o coronal.
      "Mas e o senhor?" Preocupou-se Mikhail.
      "Eu vou em seguida. Fujam rápido!"

      A Comitiva disparou em corrida se afastando do monstro enquanto os outros dois já chegavam. Eltargrim esquivou-se do balanço da clava e, aproveitando a aproximação de outro ettin, conjurou um leque de chamas que assustou seus atacantes. Com isso, ele também correu para acompanhar o grupo que já se encontrava ao final da caverna. Depois de percorrerem muitos metros à frente eles finalmente viram uma luz natural. Chegaram a uma saída para fora da montanha. Dali já podiam ver uma grande floresta, mas para alcançá-la teriam de passar por uma descida enladeirada. Eles continuaram a correr, contudo, dois ettins também vinham a toda velocidade. Como a descida era um pouco perigo, o Coronal resolveu parar e enfrentar as criaturas. Junto com ele foram Sirius, Magnus e Galtan. Os quatro guerreiros combateram facilmente os dois gigantes e os nocautearam deixando-os ali. O grupo, agora mais tranqüilo, desceu até atingir o solo de uma floresta.

Celestia

      Os aventureiros ainda recuperavam o fôlego da corrida para fugir dos ettins. Pararam em uma linda floresta silvestre para espanto de todos, pois não imaginavam a existência de um lugar jubiloso em terras tão ermas e cercadas de tão ásperas montanhas. A grama nos pés deles tinha a suavidade de uma cama acolhedora, as árvores exalavam um aroma encantador e uma brisa completava a paz no ambiente. Limiekli, fascinado com a beleza da relva, resolveu fazer um reconhecimento na área para depois informar ao grupo da situação. Usando seus dotes com os animais cedidos pela deusa Mielikki, o ranger conseguiu se comunicar com um pássaro que revelou a presença de répteis enormes com asas no outro lado daquele vale, e estes eram guardados por humanóides gigantes. Limiekli informou o grupo de sua descoberta e eles, já descansados, prosseguiram a jornada.

      Desta vez, Limiekli foi na frente um pouco adiante de Eltargrim. Era imprescindível que o ranger pudesse descobrir alguma pista se os dragões habitavam aquele local. A caminhada foi tranqüila, contudo após passarem por uma pequena cadeia de rochedos os aventureiros foram surpreendidos com a presença de uma figura feminina trajada e armadura, portando uma bonita espada e um escudo, mas o que os assustou realmente foi a altura dela. Tinha em torno de quatro metros e meio. Expressava um olhar muito hostil. Sua pele e cabelos eram de uma tonalidade azul quase branco. Ela recuou com escudo e arma em punhos e gritou alguma coisa olhando para trás rapidamente. Em seguida um outro gigante apareceu, este, também armado, juntou-se a mulher como se preparassem para um combate. Percebendo a tensão entre eles e a Comitiva, o Coronal rapidamente tentou evitar um desastre.
      "Fiquem calmos! Talvez eles só estejam se defendendo de invasores. Não façam nada.", Eltagrim então suavemente conjurou um rápido feitiço que possibilitou de compreender o idioma dos gigantes.
      "Salve. Sou o Coronal de Arcorar Eltargrim Irithyl e esta é a Comitiva da Fé. Nós viemos em paz."
      "Sou Secta, este é Borus. Qual a pretensão de vocês aqui?" Perguntou a gigante feminina.
      "Viemos em missão diplomática para encontrar o grande dragão dourado. Nós precisamos da ajuda dele."
      "O grande dragão dourado? Não poderemos permitir isso. É de nosso dever impedir a aproximação de seres hostis ao Reduto dos Dragões."
      "Por favor, ao menos eu poderia falar com o líder de sua comunidade. Seria você?"
      "Não. O Rei Brion é quem governa nossa cidade."
      "Por favor, eu gostaria de falar com seu rei."

      Secta trocou palavras com Borus e então decidiram, "Deponha suas armas a nós e os levaremos até Celestia, a nossa cidade. O Coronal repassou a mensagem ao grupo que não entendeu uma só palavra que discutiram e então todos eles entregaram suas armas. Partiram todos eles em direção a Celestia.

      Em menos de uma hora os heróis adentraram uma vila habitada por seres semelhantes a Secta e Borus. O ambiente era preenchido por construções enormes feitas em rocha maciça esboçando uma cultura singular. Todas as estruturas tinham em comum a grande quantidade de colunas arredondadas e escadarias nas entradas. O grupo foi levado ao que visivelmente era a maior das estruturas. Os dois gigantes os levaram a um outro que trajava um uniforme mais requintado de guerreiro. Parecia ter uma patente mais alta. Ele, em idioma comum, disse ao grupo, "Secta me informou do objetivo de vocês. Eu os conduzirei até nosso rei para que exponham seus desejos." Todos eles adentraram o palácio e chegaram até uma sala imensa onde um homem com uma grande barba e em roupas reais sentava em um trono. O oficial se aproximou de seu rei e trocou palavras. Em seguida, o monarca se pronunciou.
      "Aquele que se diz o Coronal, aproxime-se."
      "Sou o coronal de Arcorar, Eltagrim Irithyl."
      "Sou o Rei Brion de Celestia, a cidade dos gigantes das nuvens. O que desejam exatamente buscando encontrar o grande dragão dourado?"
      "Infelizmente, trazemos a guerra." Começou Eltargrim e explicou resumidamente a situação em que Evereska e Faerûn estavam passando contra os temíveis phaerimns.
      "Nós não nos preocupamos muito com os problemas externos, mas a única contribuição que meu povo pode oferecer é levá-los até a entrada do Reduto dos Dragões. De lá vocês prosseguem sozinhos para tentar encontrar o grande dragão dourado." Disse o rei coçando sua grande barba branca.
      "Rei Brion, esta ajuda é o suficiente. Nós agradecemos."
      "Kratus e Secta irão com vocês até a entrada do Reduto."

      Assim, o grupo deixou Celestia acompanhados de Kratus e Secta, que os conduziram até uma enorme ponte localizada bem depois da cidade. Lá, Eltagrim agradeceu a ajuda dos gigantes que os deixaram. Os aventureiros começaram a atravessar a ponte. No outro lado dois pilares em forma de dragão seguravam a estrutura feita de cordas e madeira bastante resistentes. Quando estavam no meio da travessia, sentiram um aumento de peso repentino na ponte. Era Kratus, o gigante aproximou-se deles dizendo, "Irei com vocês procurar Palandarusk."
      "Kratus, o que está fazendo? Brion não permitiu." Disse Secta indignada.
      "Avise Brion que eu acompanharei o Coronal. Talvez eles não consigam sobreviver até chegarem ao dragão."
      A giganta fez uma cara de preocupação pela insubordinação do colega e retornou a Celéstia.

      "Kratus, tem certeza que deseja ir conosco?" Perguntou Eltargrim.
      "Sim, eu posso ser útil na viagem.

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

Os Últimos Dias de Glória © Todos os direitos reservados 2004 - Forgotten Realms™ e seus personagens são marcas registradas da Wizards of The Coast Inc.
This page is a fan site and is not produced or endorsed by Wizards of the Coast. Forgotten Realms is a registered trademark of Wizards of the Coast, Inc.