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Palandarusk

Descrita por Ricardo Costa.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.


Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekli), Sir Galtan de Águas Profundas. Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo. Participação Especial: Coronal Eltagrim Irithyl.


Palandarusk

     Através dos poderes do arquimago Elros de Evereska, os heróis descobriram o próximo intento dos seres devoradores de magia conhecidos como phaerimns: uma aliança com poderosos dragões hostis, a fim de atacarem novamente a cidade-fortaleza de Evereska. Diante de tal ameaça, o Coronal de Arcorar, Eltargrim Irithyl, decidiu rumar até às Montanhas da Espada, ao norte de Águas Profundas, juntamente com a Comitiva da Fé, em busca de uma aliança tão poderosa quanto a feita pelo traiçoeiro inimigo. Na procura deste objetivo, percorreram a cadeia montanhosa até encontrarem uma cidade habitada por gigantes das nuvens, chamada Celestia. Foram levados ao rei gigante Brion que, como forma de auxílio, indicou dois guias para conduzir os aventureiros até a entrada do reduto dos dragões dourados e prateados. Os dois, Secta e Kratus, gigantes de belas formas, pele branca levemente azulada e cabelos prateados, com mais de 4 metros de altura, levaram aqueles heróis até a beira de um abismo e a uma ponte de madeira que o atravessava. Do outro lado, duas colunas de pedra branca em forma de dragões, apoiavam a estrutura e demarcavam o fim do território dos gigantes e o começo do domínio dos colossais répteis alados. Kratus havia decidido ficar com os forasteiros, contra as ordens de seu rei, e partiu com a Comitiva e o Coronal Eltargrim.

A Entrada

      Os heróis vindos de Evereska e seu novo aliado atravessaram a ponte e passaram entre as duas estátuas. O Coronal Eltargrim, voltou-se para o gigante das nuvens e, preocupado, disse-lhe:

      "Kratus. É melhor que retorne. Seu rei irá penalizá-lo. Pode até expulsá-lo da sua vila por nos acompanhar."
      "É tarde demais. E se o que disse sobre aqueles tais monstros for verdade, acredito que seja a hora do nosso povo fazer alguma coisa. Não quero que algum dia estes seres invadam nosso paraíso."
      "Agradecemos sua ajuda. Sabe onde podemos encontrar Palandarusk?"
      "Faz muito tempo que um gigante pisou nestas terras, mas dizem que o lar dos dragões está além desta floresta e das montanhas por trás dela. Teremos uma jornada que poderá nos trazer perigos..."
      "Que tipo de perigos?", quis saber Sirius.
      "Perigo principalmente vindo dos jovens dragões, que costumam atacar os invasores antes de dar-lhes a chance de se explicarem."

      Esta informação deixou os aventureiros apreensivos, pois, mesmo quando jovens, dragões eram adversários poderosos. Começaram a caminhar em meio a uma floresta de grandes árvores, cujas copas eram tão altas e frondosas que mesmo Kratus podia se ocultar por baixo delas, e revestiram-se de uma cautela ainda maior, verificando de vez em quando o céu e ouvindo atentamente cada ruído. Depois de mais ou menos uma hora, deixaram as árvores e chegaram a um terreno pedregoso. Havia uma parede rochosa e, segundo Kratus, deviam escalá-la.

      A escarpa rochosa não era muito íngreme e a subida não ofereceu grande dificuldade. Quando terminaram viram que o que haviam acabado de escalar era uma parede de uma imensa cratera, cujo interior era grande o suficiente para abrigar uma cidade como Águas Profundas. A paisagem dentro dela era pedregosa e desvelava precipícios, montes, plataformas e formações esculpidas pelo vento, que ora lembravam totens, ora cálices feitos de pedra. A vegetação também se alterava e plantas rasteiras e espinhosas tomavam o lugar da floresta exuberante do outro lado da muralha. Segundo Kratus, agora deveriam ir até embaixo e prosseguir, até chegarem ao outro extremo, onde estaria provavelmente a morada dos dragões e de Palandarusk. Esta descida era muito mais alta que o percurso que fizeram para subir à borda da cratera, mas por sorte, a rocha formava várias plataformas naturais que suavizavam a escalada. Mesmo assim, o trecho registrou um acidente: o mago Kariel escorregou e caiu alguns metros abaixo, sendo amparado por Eltargrim, que ia à dianteira, junto com Kratus. O elfo sofrera algumas escoriações, mas nada que não pudesse ser curado. Por fim, chegaram a um corredor entre duas paredes de rocha, parte do labirinto esculpido pela natureza naquele local.

      Caminharam por duas horas e viram o corredor se estender e tornar-se um grande pátio em meio aos rochedos. Aqui havia alguma vegetação mais desenvolvida, árvores de médio porte e arbustos. Então, em uma das paredes viram algo que lhes chamou a atenção.

      "Uma caverna!", apontou Sirius.
      "Sim! Pode haver uma passagem para o local que procuramos!", especulou Kariel.
      "Sshhh!", pediu silêncio Eltargrim. "Ouviram isso?"
      "Eu percebi algum movimento naquelas folhas", disse Limiekli, apontando para um aglomerado de árvores, á poucos metros de distância.

      Depois de alguns segundos de tensão, viram sair daquele pequeno bosque um dragão, de escamas prateadas e reluzentes. Devia ter cerca de três metros de altura. Para os padrões da sua raça, era pouco mais que uma criança. Porém, como dito, dragões, mesmo jovens, oferecem perigo mortal a quem os confronta. Os aventureiros resolveram se ocultarem em algumas rochas e observar. Viram, para sua intranqüilidade, mais dois dragões prateados, aparentemente da mesma idade, pousarem no pátio, próximo ao bosque. Um deles volta-se na direção onde se escondiam os aventureiros. Provavelmente seu faro apurado detectara o cheiro dos invasores de seus domínios.

      "Vão! Protejam-se naquela caverna.", disse Eltargrim. "Eu irei segurá-los enquanto isto!"
      "Não deixarei lutar com aquelas feras sozinho!", bradou Galtan, apertando forte o punho de sua espada.
      "Não devemos machucá-los!", advertiu Kariel. "Viemos aqui em busca de ajuda e não de batalhas!"
      "Eu sei disto! Vou tentar apenas distraí-los. Agora não percam mais tempo! Vão!", comandou o Coronal.

      Eltargrim saiu do esconderijo e afastou-se dos aventureiros. Agitou sua espada para o alto, chamando a atenção dos dragões, que começaram a andar em sua direção. Foi a deixa para a Comitiva, que correu desabaladamente e entrou na caverna. Kratus teve dificuldade em passar, mas com um certo esforço e comprimindo-se bastante, por fim conseguiu. No momento seguinte, um dos dragões despejou em Eltargrim um hálito que congelou toda a área em que estava o Coronal. Este, não se sabe o porquê, não sofreu grandes injúrias, mas não ficaria ali parado. Habilmente desviou dos dragões e também entrou correndo na passagem estreita que dava acesso a caverna. Lá encontrou os outros. A câmara era iluminada pela luz azulada da espada de Kariel.

      "E agora?", perguntou Bingo olhando para os companheiros. "Estamos presos aqui e os dragões estão lá fora, esperando para se banquetearem!"
      "Vamos procurar uma saída nesta caverna. Particularmente, não gosto de lugares assim. Cavernas são para drows e anões."
      "Bem, Kariel... mesmo não sendo drow nem anão, acho que aqui será muito melhor do que lá fora!", disse Sirius.

Um Conhecimento Perdido é Revelado

      Andaram por alguns minutos para o interior da caverna. O piso irregular percorria um caminho em declive, indo cada vez mais para as entranhas da terra. O percurso foi interrompido por uma fenda. Desceram pela corda uma lanterna e viram que a falha revelava um corredor em um nível mais baixo. Como não havia outra escolha, desceram usando as cordas e puseram-se a seguir para frente. Chegaram, após cerca de meia hora, em uma bifurcação.

      "E agora? Para onde vamos?", perguntou Bingo, coçando a cabeça.
Sirius pôs a mão no queixo e Kariel curiosamente tirou uma moeda do bolso e atirou ao alto, pegando-a de volta. Sirius então falou.
      "Tentei traçar as voltas que fizemos na cabeça e acho que o caminho da esquerda é o que deve nos levar mais rapidamente ao norte."
      "Bem, Sirius... joguei a moeda e ela decidiu pelo mesmo lado. Se Tymora nos sorriu com sua sorte, este deve ser mesmo o caminho certo!", disse o mago elfo de cabelos azuis, devoto da Deusa da Sorte e dos Aventureiros.
      "Então vamos logo!", disse Magnus adiantando-se.

      Foram pelo túnel e ao se aproximarem de uma grande câmara, Limiekli deu um aviso: sentira um odor estranho, diferente do que havia no restante do ambiente. Logo após, avistaram uma criatura ao longe. Era um réptil humanóide esguio, que segurava uma lança rústica, de madeira e pedra lascada. Não era um homem-lagarto, ser que já havia sido visto por alguns daqueles aventureiros. Parecia uma outra espécie. A criatura agitou sua lança e mais começaram a aparecer das rochas e sombras. Alguns, que surgiram bem próximos aos aventureiros, começaram um combate contra Galtan e Magnus. Eltargrim lançou um feitiço e uma esfera em chamas explodiu em um grupo de répteis que se aproximava.

      "Temos que recuar!", comandou Eltargrim. "Pode haver uma colônia inteira destes seres. Vamos buscar outro caminho!"
      "Corram! Farei algo para nos dar uma vantagem!", disse Mikhail. O clérigo pôs-se na direção dos inimigos, segurou seu martelo encantado e dele partiu um raio de luz fulgurante, tão forte que cegou temporariamente os répteis. Em seguida, acompanhou os demais na fuga.

      Os heróis correram. Tinham como objetivo ir ao corredor que haviam preterido na bifurcação anterior, mas o destino tinha outros planos. O piso sobre eles trepidou, rachou e partiu. Caíram de uma altura de seis metros. A lanterna de Sirius apagou-se em meio à poeira e escuridão. Caso não fossem os heróis experientes que eram, teriam sofrido fraturas, mas foram apenas escoriações e outros ferimentos leves. Logo Kariel desembainhou novamente sua espada 'Goliath' e a luminosidade azul emanada de sua lâmina mágica preencheu o ambiente. Quando se certificaram que todos estavam bem, começaram a reparar no lugar. Não era apenas mais um corredor rochoso. O caminho possuía formas retas e pedras recortadas.

      "Um corredor esculpido na rocha!", admirou-se Mikhail.
      "Com certeza não parece obra de criaturas como aqueles répteis. Pelas armas que portavam não devem possuir uma cultura muito avançada.", observou Kariel.
      "Aqueles serem eram trogloditas, um tipo de réptil humanóide diferente dos homens-lagartos. Certamente não foram eles que construíram este lugar.", colocou Eltargrim.
      "Acho que vamos descobrir quem fez isto da maneira mais difícil!"
      "Sim, Magnus... apanhando de quem fez isto!", ironizou Sirius, sacudindo a poeira e acendendo novamente sua lanterna.
Eltargrim abaixou-se e olhou com muita atenção uma das pedras do calçamento do corredor. Em seguida anunciou.
      "Pelo desgaste destas pedras, acredito que este complexo deva ser muito antigo, de muito antes dos tempos de Netheril. Vamos adiante. Quem sabe este lugar tão leve a Palandarusk."

      Começaram novamente a andar. Mikhail utilizou um encanto: lançou sobre a lanterna de Sirius um feitiço que a fez emanar uma iluminação tão forte quanto o a luz do dia. Assim tiveram mais segurança ao caminhar. O corredor os levou a uma sala vazia. Havia uma saída, mas estava bloqueada por pedras de um desabamento antigo. Puseram-se a remover as rochas e grande foi o auxílio de um gigante como Kratus naquele momento. Após pouco mais de uma hora, desobstruíram a passagem e recomeçaram a exploração por um outro corredor.

      Chegaram a uma outra sala. Havia em uma de suas paredes um grande bloco de pedra maciça que parecia vedar uma passagem. Tentaram empurrá-lo e nem mesmo a força de Kratus foi suficiente para conseguir o intento. Então Eltargrim encontrou algo na parede ao lado esquerdo do bloco. Um orifício do tamanho de um punho. Corajosamente, pôs a mão no buraco e seus dedos sentiram um mecanismo, uma espécie de barra em ferro. O Coronal então a segurou e a girou. O bloco de pedra, rangeu e moveu-se alguns centímetros para dentro da parede, retornando a sua posição original em seguida. Bingo achou outro orifício semelhante e foi idéia de Sirius acioná-los ao mesmo tempo. Então o guerreiro e o rei elfo giraram juntos o mecanismo. O bloco recuou na parede, desobstruindo um corredor e uma passagem lateral que nele havia. Ficou assim por alguns poucos segundos e logo em seguida começou a retornar para seu lugar original, bloqueando novamente a passagem. Ficou claro que, se quisessem prosseguir, teriam que ser rápidos.

      "Sugiro que eu e o Coronal acionemos o mecanismo, enquanto vocês passam. Somos leves e temos pouco equipamento. Poderemos correr e ir por último."
      "Sim, Kariel. Mas... enquanto a Kratus. Com o tamanho dele será difícil que consiga percorrer aquele estreito corredor e entrar na passagem com rapidez.", observou Limiekli.
      "Kratus... posso reduzir o seu tamanho através de magia. Permite que lance sobre você um encanto?"
      O gigante pensou e perguntou, desconfiado:
      "Ficarei assim para sempre? Pequenino?"
      "Não. Cancelarei o efeito do feitiço e voltará ao tamanho natural. Enquanto estiver sob o efeito da magia será pouco maior do que um humano."
      "Está certo. Confiarei em você, elfo!"

      Kariel gesticulou e proferiu algumas palavras estranhas. A magia fez efeito e Kratus teve seu tamanho reduzido à metade. Tinha agora pouco mais de dois metros. Encanto feito, chegara a vez de passarem pela passagem. Kariel e Eltargrim acionaram o mecanismo e Sirius, Limiekli, Magnus e Bingo passaram enquanto o bloco de pedra recuava na parede. O obstáculo retornou e a chave foi girada novamente. Passaram Galtan, Mikhail e Kratus. Agora somente faltavam Kariel e Eltargrim. Estes giraram pela terceira vez o mecanismo e puseram-se a correr. Como eram leves e rápidos, conseguiram chegar à passagem lateral no pequeno corredor antes que o pedregulho retornasse.

      A passagem levou-os a um patamar de uma escada que descia fazendo uma curva à direita. Pisaram os degraus cuidadosamente, temerosos por armadilhas. Depois da escada, havia um corredor, porém em um determinado trecho, o piso havia cedido, formando um fosso que os separavam da continuação do caminho. Com o auxilio das cordas ultrapassaram o obstáculo e continuaram. Encontraram uma escada e subiram seus degraus.

      Chegaram a uma grande sala, que possuía colunas de pedra a sustentar o teto. Tão grande era o local que, mesmo com a iluminação mágica da lanterna de Sirius e da espada de Kariel, não era possível enxergar as paredes de imediato. Dividiram-se dentro daquele enorme aposento. Foi Sirius que primeiro notou algo.

      "Encontrei aqui na parede um nicho... um quadrado recuado. Dentro dele existe algo..."
      "São inscrições" disse Kariel na parede oposta. "Aqui também existem estes quadrados, mas não conheço tal linguagem. Eltargrim... o senhor que é o mais antigo entre nós pode saber do que se trata!"
      Eltargrim se aproximou de Kariel e examinou as inscrições entalhadas.
      "Não é nada que conheça. Alguns caracteres parecem élfico antigo e outros dracônico. Mas não consigo compreendê-los."

      Seguiram as paredes. Encontraram vários nichos nas paredes, com muitas outras inscrições. Depois algumas imagens desgastadas de seres semelhantes a homens, de dragões e de um estranho humanóide, que usava um espécie de chapéu e de cuja boca saíam quatro línguas. Magnus porém viu algo que o surpreendeu:

      "Kariel! Venha cá! Veja isto!", grito o paladino.
      Kariel correu até o local onde estava o companheiro, que lhe mostrava uma pintura na parede.
      "Por Tymora! Um desenho da Orbe de Orgor!", disse espantado o mago elfo.
      "A Orbe de Ogor? Não era este o objeto que vocês disseram ter transportado meses atrás?", questionou Limiekli.
      "Talvez ele tenha sido criado pelo povo que aqui viveu.", conjecturou Sirius.
Eltargrim aproximou-se dos companheiros de viagem.
      "Vamos para as primeiras inscrições. Tentarei lê-las com um encanto."

      Os heróis então foram para os entalhes descobertos por Sirius. Lá Eltargrim executou gestos e magicamente sua mente começou a entender aqueles sinais. Começou a lê-los.

      "Registro Um: Celesin, ordem formada por elfos de Aryvandaar e humanos de Tronomus, para compreender o véu mágico.", pronunciou, passando rapidamente para a próxima inscrição, ao lado. "Registro Dois: Zorar, o mais sábio entre nós, quis saber quem foram aqueles que trouxeram a magia à Abeir Toril. Ele alega que foram seres vindos do céu em casulos semelhantes à caracóis. Tinham quatro línguas."
      "Zorar!", falou Magnus novamente surpreso. "Lembra-se, Kariel? Foi aquele ser que encontramos e que nos ajudou contra Bane, meses atrás."
      "Sim. Lembro-me, amigo. Isto é cada vez mais intrigante."

      O Coronal continuou lendo os registros. Disse algo sobre um acordo para o entendimento do véu mágico que cobria o mundo e sobre o temor do domínio dos dragões sobre a terra. Relatou que um mago chamado Ogor resolveu construiu a Orbe com um recurso contra a futura ascensão de um deus maligno. Havia a menção de um certo Azen, que haveria construído, sem o consentimento de Zorar e Orgor, os Pergaminhos Mágicos e que havia escrito o quinto deles. Então as inscrições legíveis acabaram, assim como o efeito do encanto do rei élfico.

      "Pergaminhos Mágicos... se estes seres eram tão poderosos... estes pergaminhos podem ter sidos os Pergaminhos Nether!", deduziu o mago Kariel. "Eram escritos com grande conhecimento mágico e graças a eles os humanos de Netheril se desenvolveram no uso da magia!"
      "Por Corellon! Este lugar abriga muitas respostas! Porém devemos no concentrar em nossa missão. Faremos uma pausa para descansarmos e continuaremos.", disse o Coronal.

      Durante uma hora, recuperaram o fôlego. Mikhail usou alguns de seu encantos divinos para curar os mais feridos, depois de tantos desafios. Após a pausa, seguiram e subiram uma escada que descobriram na parede a frente da grande sala.

      Refeitos, subiram os degraus. Estavam agora em uma sala menor. A luz revelou algumas estantes de pedras, vestígios de uma antiga biblioteca. Não havia portas no nível dos aventureiros, mas existia uma sacada que talvez levasse a um andar superior, anteriormente ligado a este por uma escada de madeira, há muito destruída. Os heróis aproximaram-se da estante e viram alguns volumes antigos. Mikhail retirou com cuidado um destes, mas ao invés de papel, somente havia pó como conteúdo. O conhecimento se perdera nas areias do tempo. Desfeita a esperança de aprender algo mais sobre a origem do conhecimento arcano, concentraram suas atenções em uma maneira de sair do lugar. Sirius pediu a ajuda de Kratus e o gigante o ergueu até que o guerreiro alcançasse a sacada.

      "Subam! Tem uma porta aqui em cima!", avisou Sirius.

      De repente, ouviu-se o ruído de passos.

      "Os tais trogloditas! Os malditos devem ter nos seguido!", colocou Limiekli.
      "Temos de seguir em frente.", disse o Coronal Eltargrim.

      Assim, trabalhando com velocidade, prenderam uma corda com um gancho na sacada e começaram a escalá-la. Kratus foi o último a subir, exatamente quando os répteis humanóides chegaram ao local, derrubando as estantes e arremessando lanças. Tentaram as criaturas se agarrar na corda dos aventureiros, mas Magnus e Galtan as afastaram com suas lâminas. Mas eram muitos. Tinham que fugir e logo. Kariel criou magicamente, abaixo da sacada, uma nuvem de gás mau cheiroso que as manteve longe por algum tempo, enquanto fugiam. Percorreram um corredor estreito, que era interrompido por um desabamento. Havia uma outra passagem, porém esta não era um espaço trabalhado por mãos de elfos ou de homens, mas sim apenas mais um túnel cavernoso. Entraram nele e seguiram adiante por uma hora, até que o ambiente foi ficando mais claro e o ar mais fresco. Saíram, enfim, em uma grande abertura que terminava a caverna. Havia um grande vale verdejante e o sol do dia claro caia sobre ele, formando uma paisagem paradisíaca. Saíram próximos de a parte baixa de uma alta cachoeira, tão alta que a água evaporava antes que pudesse cair no solo pedregoso do sopé da montanha. Kratus olhou em volta e disse:

      "Acho que estamos no domínio dos dragões. Este vale corresponde às descrições que conheço. Sigam-me e tenham cuidado!"

      Percorreram um caminho margeando a montanha. Olhavam atentamente para os lados e, especialmente, para cima. Estavam em um descampado quando uma grande sombra interrompeu por alguns segundos os raios de sol. Olharam para o alto e viram um grande dragão dourado, o que fez muitos exclamarem. A criatura executou um vôo rasante e pousou a frente dos aventureiros. Minutos depois, mais cinco dragões desceram dos céus e também aterrissaram nas proximidades do grupo de heróis. Kratus então se adiantou. Falou com o dragão que havia pousado primeiro, em uma língua de fonética bastante peculiar e estranha. Depois de uma troca rápida de palavras, a criatura alçou vôo e Kratus virou-se para seus companheiros de viagem.

      "Vamos esperar.", disse o gigante. "Pedi para que me levasse até Palandarusk."

      Aguardaram durante alguns minutos. Viram, depois, a silhueta do dragão retornando ao longe. Trazia em suas patas traseiras uma espécie de gaiola enorme. Deixou o objeto perto dos forasteiros, pousou novamente e falou com Kratus em dracônico. O gigante então virou-se para os demais.

      "Devemos entrar na grade. Ele nos levará até o Grande Ancião."

      Então, assim fizeram. Entraram na gaiola de madeira, com o chão forrado com palha. Haviam ossos em um dos cantos, o que fez alguns deduzirem que se tratava de uma espécie de transporte para animais que serviriam de alimento para os dragões. Limiekli também pensou nisto, mas estava com medo de que eles fossem o alimento desta vez. Entraram e fecharam a porta. O dragão bateu asas e com as patas traseiras recolheu novamente a gaiola e alçou vôo, sendo seguido de perto pelos seus pares.

      Singraram os céus e atravessaram a floresta. Quando chegaram a uma área montanhosa, começaram a descer em um grande desfiladeiro. A gaiola foi então posta com cuidado sobre uma plataforma de pedra e os dragões pousaram. Aos poucos, foram chegando mais deles, alguns vieram voando, outros saíram de cavernas escondidas nas paredes da montanha. Eram mais de trinta daqueles seres, de todos os tamanhos, jovens e adultos, entre dourados e prateados, que olhavam fixamente para aqueles aventureiros. Ouviram-se então pequenos tremores. Então, ao longe, andando pelo vale no meio do desfiladeiro, veio se aproximando um dragão dourado, muito maior do que os outros. Tal era o tamanho e a imponência da criatura que um inevitável calafrio percorreu a espinha daqueles heróis tão acostumados a enfrentar os mais diversos perigos. A enorme e antiga criatura chegou perto de seus pequeninos visitantes e aproximou sua grande cabeça deles. Disse em uma voz grave e retumbante, em língua comum.

      "Quem são vocês, que vêm diante de Palandarusk?"
Eltargrim deu um passo a frente.
      "Sou o Coronal de Arcorar, Eltargrim Irithyl, e está é a Comitiva da Fé. Viemos em pedido de ajuda."
      "Arcorar, o antigo reino élfico?"
      "Sim. Arcorar ainda existe, mas ela e toda a Faerûn correm perigo."
      "Porque iríamos ajudar elfos e humanos que infestam o mundo? Agora querem compartilhá-lo conosco?"
      "Houveram muitas desavenças no passado, mas a sobrevivência de todas as raças está em questão. Nosso inimigo em comum são os phaerimns."
      "Os phaerimns são problemas dos humanóides. Eles os trouxeram para o nosso mundo. Não iremos consertar os seus erros."
      "Porém os phaerimns agora são aliados de dragões vermelhos, negros e azuis, que desejam atacar Evereska, a Fortaleza Élfica."
      "Nós, dragões, temos o acordo de não atacarmos uns aos outros. Eles também possuem o direito de habitar Faerûn. E os elfos deram parte das terras dos dragões para os humanos, na região hoje chamada de Cormyr. É natural que eles nutram ressentimentos. Sinto muito. Não poderei ajudá-los."

      Eltargrim baixa a cabeça, e depois leva a mão à cintura. Retira um tubo preso ao seu cinto, ajoelha-se e o ergue em direção ao dragão.

      "Então exijo o cumprimento do Pacto Dracônico-Élfico, feito por Vanderselt, da Casa Orindar de Illefarn, e o grande Ancião Dourado, Umalagor!"
      "O documento do Pacto Dracônico-Élfico? Imaginei que tivesse sido destruído junto com Illefarn!"
      "O meu povo o recuperou e agora eu exijo o seu cumprimento!"
      O dragão recuou a cabeça e fez alguns segundos de silêncio. Disse em seguida:
      "Em nome de Umalagor, cumpriremos o Pacto. Porém cuidaremos somente dos dragões. Os phaerimns serão problemas de vocês. No momento certo, os encontraremos. Agora vão. Serão levados à cidade dos gigantes."

      Eltargrim fez então uma reverência e entrou novamente na grande gaiola, seguido de seus companheiros de jornada. O mesmo dragão que os trouxe novamente os carregou. Voaram pelos penhascos, pelo vale verdejante e além das montanhas, até avistar a cidade branca dos gigantes das nuvens. O dragão depositou a carga ao chão e esperou os seus passageiros saírem. Então partiu novamente, levando a grade vazia, sob o olhar contemplativo dos aventureiros e de alguns gigantes que se aproximavam do local.

      "Vou ao Rei", disse Kratus resignado. "Devo-lhe explicações e relatar o que aconteceu."
      "Iremos com você", disse Eltargrim, apoiado pela Comitiva.

      Foram até o palácio de mármore branco de Brion. Subiram as suas escadas (coisa um tanto incômoda, sobretudo para as pernas curtas de Bingo), adentraram as salas do amplo edifício. Kratus conversou com alguns sentinelas e eles conduziram todos à sala do tono. No caminho, encontraram Secta, a colega de Kratus.

      "Kratus! Está bem!?"
      "Sim. Conseguimos falar com Palandarusk! Mas agora devo prestar contas ao rei!", disse, prosseguindo o caminho.

      Eis que enormes portões se abriram e chegaram à grandiosa sala do trono, onde estava sentado o rei de Celestia. Kratus fez uma reverência ao seu monarca e ajoelhou-se aos seus pés.

      "Meu rei. Perdoe a minha falta. Mas algo precisava ser feito. Aceitarei qualquer castigo que queira me impor."
      "Nenhum castigo que poderia lhe dar resolveria coisa alguma. Porém, acredito que se falhasse, todos nós pagaríamos. Mas como nada de grava aconteceu, que este assunto seja esquecido. Fez bem!", o gigante, de barbas longas e encaracoladas dirigiu seu olhar para o Coronal. "Se desejarem algo mais, podem pedir."
      "A ajuda dada foi suficiente, Sua Majestade. Kratus fez mais do que podíamos imaginar. A parte de vocês está feita. Porém, em um momento posterior, podemos nos ajudar, mas isto é assunto para discutirmos em outra ocasião."
      "Estão está feito. Se desejarem, terão aposentos para permanecerem até o momento de retornar para seu reino. Kratus e Secta o conduzirão até os seus alojamentos"
      "Agradecemos a hospitalidade.", disse Eltargrim.

      Então os forasteiros foram levados pelos dois gigantes e em imensos quartos, com camas tão grandes quanto confortáveis. Passariam a noite na cidade de Celestia, antes de retornar para a Fortaleza Élfica para as próximas providências na luta contra a ameaça dos phaerimns.

Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Advanced Dungeons & Dragons.

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